Bem acompanhados, desejo-vos:
FELIZ ANO NOVO
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Letra de "Barcelona" aquiBem acompanhados, desejo-vos:
FELIZ ANO NOVO
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Letra de "Barcelona" aquiA amiga Rosélia, no intuito de congregar amigos e seguidores, propõe-nos esta festa de confraternização, agora numa conversa íntima com o Deus-Menino. Para dar graças, para enviarmos preces no sentido de encontrarmos o nosso caminho de solidariedade e amor.
Com efeito, mais um ano se passou e aqui estamos a festejar esta época natalícia. Muitas foram as dificuldades em termos de saúde. Entes queridos que não aguentaram as investidas do temível vírus. E outras contingências da vida.
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O Poema: in Perfil dos Dias, pag. 75
Vienne la nuit sonne l'heure
Les jours s'en vont je demeure
Les mains dans les mains restons face à face
Tandis que sous
Le pont de nos bras passe
Des éternels regards l'onde si lasse
Vienne la nuit sonne l'heure
Les jours s'en vont je demeure
L'amour s'en va comme cette eau courante
L'amour s'en va
Comme la vie est lente
Et comme l'Espérance est violente
Vienne la nuit sonne l'heure
Les jours s'en vont je demeure
Passent les jours et passent les semaines
Ni temps passé
Ni les amours reviennent
Sous le pont Mirabeau coule la Seine
Vienne la nuit sonne l'heure
Les jours s'en vont
je demeure
(1880-1918)
De há uns anos a esta parte somos levados a reflectir sobre a realidade que as designações do título nos sugere. E hoje, com o que se passa entre a Polónia e a Bielorrússia, esta reflexão se torna mais premente.
Afinal o que são essas pessoas, as que abandonam as suas casas, as suas famílias, as suas raízes para se aventurarem por mar, por terra ou pelo meio de transporte que conseguirem? O que as move? Certamente não será a vontade de passar mal, de enfrentarem línguas desconhecidas, de serem concentradas em campos sem as menores condições de vida, com bebés de colo, criancinhas pequenas, velhos e novos, em climas adversos, numa salgalhada que só eles próprios poderão aquilatar.
São estrangeiros, disso não há a menor dúvida. Aliás, somos todos estrangeiros na terra de outrem, com maiores ou menores possibilidades de sobrevivência, de conformidade com as nossas posses e desejo de ali permanecer. Seremos emigrantes em relação ao nosso país de origem e imigrantes quanto ao de chegada. Seremos migrantes quando nos deslocamos dentro das nossas fronteiras, com a intenção de vivermos num outro local e fixarmos residência.
Contudo, a palavra migrante tem sofrido alterações, em termos de significação, ao longo do tempo. Tanto é vista como deslocações intra-muros como também com as que se fazem no plano internacional, identificando-a com as pessoas que referi acima, que abandonam tudo, sem documentos, apenas com a roupa que trazem no corpo, para enfrentarem sabem lá o quê. Pessoas que fogem de guerras, da violência, da miséria, perseguidas por causa das suas posições políticas.
Mas essas não seriam de inserir no estatuto de refugiados?
É que os refugiados têm direitos bem definidos, por convenções internacionais, nomeadamente a de Genebra. Direito ao acolhimento e a serem tratados como seres humanos que são. Direito a um tecto. Direito ao trabalho. E enquanto durarem as situações de perigo que originaram a sua fuga, as instituições devem prover ao seu bem-estar com o contributo dos próprios à sociedade que os acolhem.
Mas dir-me-ão, nem todos serão refugiados, no meio poderá haver elementos que aproveitam esse êxodo por motivos outros. De acordo. Para separar o trigo do joio é que existe um Alto Comissariado para os assuntos relacionados com migrações e refugiados, além de outras instituições, no sentido de avaliarem a situação de cada um. Não é tudo ao molho e fé em Deus como que à espera que as coisas se resolvam por si.
A 16 de Novembro de 1940, os nazis erigiam um muro cortando o acesso ao gueto de Varsóvia e segregando os judeus que ali foram metidos. Quererei com isso dizer que a Polónia deveria franquear, tout court, as portas do seu território às pessoas que se encontram na sua fronteira? Claro que não, porque os tempos são outros, as motivações outras e os meandros do poder também outros.
Isto é só para não esquecermos a História. Talvez se lhe prestarmos mais atenção consigamos fazer uma leitura melhor do que se passa no nosso tempo. E tomarmos as decisões devidas. E aplicarmos soluções que gostamos muito de propalar mas que chegado o momento ninguém apresenta.
Haverá negociações em cima da mesa, certamente, mas despachem-se.
As pessoas ali em evidente sofrimento, Senhores, até quando aguentarão essa morosidade e jogo de interesses?
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Queira ler, aqui,Em 29 de Janeiro de 2020, produzi uma publicação intitulada Para lá das palavras - gestos e silêncios, em que falava, entre outras considerações, sobre a Língua Gestual Portuguesa, uma das três línguas oficiais do nosso universo, mal sabendo nós da utilização que ia ter durante o tempo todo do nosso descontentamento e infelicidade, assombrados pela pandemia.
Essa Língua, importantíssima para um enorme número de portugueses, teve durante cerca de ano e meio grande visibilidade. Habituámo-nos a ver aquelas figuras de negro com as suas belas e expressivas mãos que faziam chegar a informação a quem dela precisasse. Figuras algo esquecidas, sem grandes esperanças de uma carreira reconhecida, como vi numa entrevista.
Li que hoje é o Dia Nacional da Língua Gestual.
A segunda coleçção de Teasdale Helen of Troy and Other Poems, foi publicada em 1911. Foi bem recebida por críticos, que louvaram sua maestria lírica e caráter romântico.
A sua terceira coletânea de poesias, Rivers to the Sea, foi publicada em 1915. Foi e é um bestseller nos Estados Unidos, sendo reimpresso diversas vezes.
Em 1918 ela ganhou um Prêmio Pulitzer pela sua coletânea de poesias de 1917, Love Songs. Ela foi possível graças à The Poetry Society; a organização atualmente divulga que ela foi a primeira pessoa a receber o Prêmio Pulitzer de Poesia (inaugurado em 1922).
Suicidou-se em 1933.
De referir o Legado de Teasdale, ao longo do tempo. Os seus poemas têm sido utilizados em várias manifestações culturais.
Bom fim de semana, meus amigos.
Abraços
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Poema trazido de:Tchiloli é uma peça de teatro com origem em Portugal no século XVI, que se tornou numa das mais persistentes realizações culturais e populares na ilha de São Tomé, em São Tomé e Príncipe. Inspirada na tragédia do Marquês de Mântua e do Imperador Carlos Magno, é da autoria do dramaturgo madeirense Baltazar Dias, interpretada em português antigo e moderno por companhias locais, constituídas somente por homens, com um anacronismo assumido, e que coloca em cena escravos e mestiços, mascarados e fantasiados ao estilo europeu.
E, claro, escreveu um livro de poemas intitulado "No País do Tchiloli", no qual lança o seu olhar penetrante e lúcido. A sua obra é já extensa, contando no seu palmarés vários prémios.
Hoje deixo-vos um dos seus poemas, trazido, mais uma vez, do site de António Miranda:
Bom domingo, meus amigos.
Abraços
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Queira ler:
Tchiloli - aqui e aquiCongratulei-me com a escolha de Paulina Chiziane para a atribuição do Prémio Camões deste ano. Em 2019 publicara no Xaile de Seda excertos de Balada de amor ao Vento. Vejo com agrado que foi uma das obras apontadas, para além de "Niketche" que também referi na altura.
Aproveito para transcrever o teor do texto que então produzi, sendo o título retirado de uma das passagens do livro, assinalando precisamente a poligamia, e com isso a humilhação da mulher no contexto africano. Há quem aceite com uma certa bonomia essa condição em determinados espaços, como sendo cultural. Não há dúvida de que há quem não concorde com isso.
E a autora, Paulina Chiziane, demonstra-o não só na sua obra como também no Testemunho: "Eu Mulher...por uma nova visão do mundo", cujo link indico abaixo.