quinta-feira, 21 de novembro de 2024

O Mundo de Sofia



Como se formou o mundo? Haverá uma vontade ou um sentido por detrás daquilo que acontece? Haverá vida depois da morte? Como podemos encontrar resposta para estas perguntas? E, acima de tudo, como deveríamos viver?

Estas perguntas foram colocadas desde sempre pelos homens. Não conhecemos nenhuma cultura que não tenha perguntado quem são os homens e de onde vem o mundo.

As perguntas filosóficas que podemos colocar não são muitas mais. Já colocámos algumas das mais importantes. A história oferece-nos muitas respostas diferentes para cada uma destas perguntas.

Por isso, é mais fácil formular perguntas filosóficas do que encontrar a sua resposta.

Mesmo hoje, cada um deve encontrar as suas respostas para estas perguntas. Não podemos saber se Deus existe ou se há vida depois da morte, consultando a enciclopédia. A enciclopédia não nos diz como devemos viver. Mas ler o que outros homens pensaram pode no entanto ser uma ajuda, se quisermos formar a nossa própria concepção da vida e do mundo. (...)

Segundo um filósofo grego que viveu há mais de dois mil anos, a filosofia surgiu da capacidade que os homens têm de se surpreender. O homem acha tão estranho viver, que as perguntas filosóficas surgem por si mesmas. 

In: O Mundo de Sofia, de Jostein Gaarder - pgs18/19


***

Li este livro há uns anos e talvez a transcrição acima não seja a melhor parte para se dar uma ideia do seu conteúdo. Adoptando um certo mistério o autor apresenta-nos a matéria de forma romanceada e apelativa. 

Eis a minha opinião sobre o que achei do livro, na altura:

Ler O Mundo de Sofia, de Jostein Gaarder, é, na verdade, um dos exercícios mentais mais agradáveis que há porque se trata de aprender filosofia de forma lúdica ou de fazer algumas comparações com o que se aprendeu na escola, através de métodos pouco apelativos e, por vezes, frustrantes. Neste mundo de Jostein Gaarder (...) temos Aristóteles a defender que o espanto ou a capacidade de nos admirarmos todos os dias com as mesmas coisas é o sal da vida e que todo e qualquer acto do quotidiano, do mais simples ao mais complexo, é política (ciência suprema), pois o homem é um animal social e político por natureza. Assim, está bem de ver que de nada me vale dizer: Ah! Eu não sou política, não gosto de política. 

Platão, o homem que passou a escrito as ideias do seu mestre, Sócrates, também me dá uma achega quando diz que o mundo concreto percebido pelos sentidos é uma pálida reprodução do mundo das ideias. O que também me leva à indução, verdadeira ou não, de que tudo o que acontece não passa de ilusão. A filosofia é uma coisa boa e é a disciplina mãe de todas as outras. Pelo menos, era o que se pensava há muitos e muitos séculos. Em todo o caso, para meu governo, é sempre bom recordar e imbuir-me daquele espírito introspectivo, defendido por Sócrates no seu método fundado na ironia, diálogo sui generis, e consubstanciado na máxima: conhece-te a ti mesmo.



Sinopse:
Um dos maiores êxitos mundiais das últimas décadas.
Um clássico moderno, absolutamente intemporal, para leitores de todas as idades.
Bem-vindos ao Mundo de Sofia, uma intrigante aventura filosófica que põe em cena um professor de Filosofia e uma jovem de catorze anos. Na véspera do seu aniversário, Sofia Amundsen começa a receber bilhetes e postais muito estranhos. Nos bilhetes anónimos, perguntam-lhe quem é ela e qual a origem do mundo.
Os postais, enviados do Líbano, são escritos por um major desconhecido e dirigidos a Hilde Møller Knag, pessoa que Sofia também não sabe quem é. Assim começa este romance fascinante, que já maravilhou várias gerações de leitores. Página a página, percorremos toda a história da filosofia ocidental, enquanto acompanhamos a envolvente aventura de Sofia.

***



Manuel Freire
P e d r a  F i l o s o f a l


Tenham um boa quinta-feira.

Abraços

Olinda


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Imagem: pixabay

3ª Quinta-feira – Dia Mundial da Filosofia

Em 2002 a UNESCO instituiu o Dia Mundial da Filosofia.

Esta celebração surge como resultado da necessidade da humanidade refletir sobre os acontecimentos atuais, fomentando-se o pensamento crítico, criativo e independente, contribuindo assim para a promoção da tolerância e da paz.

Desde então este dia é celebrado em todo o mundo na terceira quinta-feira do mês de novembro. Fonte


segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Cantiga quase de roda



Na roda do mundo
lá vai o menino.
O mundo é tão grande
e os homens tão sós.
De pena, o menino
começa a cantar.
(Cantigas afastam
as coisas escuras.)
Mãos dadas aos homens,
lá vai o menino,
na roda da vida
rodando e cantando.
A seu lado, há muitos
que cantam também:
cantigas de escárnio
e de maldizer.
Mas como ele sabe
que os homens, embora
se façam de fortes,
se façam de grandes,
no fundo carecem
de aurora e de infância
— então ele canta
cantigas de roda
e às vezes inventa
algumas — mas sempre
de amor ou
de amigo.
Cantigas que tornem
a vida mais doce
e mais brando o peso
das sombras que o tempo
derrama, derrama
na fronte dos homens.
Na roda do mundo
lá vai o menino,
rodando e cantando
seu canto de infância.
Pois sabe que os homens
embora se façam
de graves, de fortes,
no fundo carecem
de claras cantigas
— senão ficam ocos,
senão endoidecem.
E então ele segue
cantando de bosques,
de rosas e de anjos,
de anéis e cirandas,
de nuvens e pássaros,
de sanchas senhoras
cobertas de prata,
de barcas celestes
caídas no mar.
Na roda do mundo,
mãos dadas aos homens,
lá vai o menino
rodando e cantando
cantigas que façam
o mundo mais manso
cantigas que façam
a vida mais justa,
cantigas que façam
os homens mais crianças.”

THIAGO DE MELLO

***

Amadeu Thiago de Mello (1926 - 2022) foi um poetajornalista e tradutor brasileiro. Foi considerado um dos poetas mais influentes e respeitados no país, reconhecido como um ícone da literatura regional. (...) Seu poema mais conhecido é Os Estatutos do Homem, onde o poeta chama a atenção do leitor para os valores simples da natureza humana-

Foi membro da Academia Amazonense de Letras, na cadeira nº 29, eleito em 20 de janeiro de 1955, na sucessão de Vivaldo Lima, e recebido em 15 de março de 1956, pelo acadêmico Djalma Batista.
Mais aqui



E..

lá vai o menino
rodando e cantando
cantigas que façam
o mundo mais manso
cantigas que façam
a vida mais justa,
cantigas que façam
os homens mais crianças.



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Poema: daqui
O dia 20 de Novembro foi institucionalizado como Dia Internacional dos Direitos da Criança.
Veja:
Declaração Universal dos Direitos da Criança
Convenção sobre os Direitos da Criança

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

"Mãos que falam"





Poucas vezes nos lembramos que a Língua Gestual é uma das três línguas oficiais portuguesas, a par com o Mirandês e o Português.

Efectivamente: 

A 15 de Novembro de 1997 a Língua Gestual Portuguesa (LGP) foi reconhecida enquanto língua da comunidade surda portuguesa pela Constituição da República (Artigo 74, n.º 2, alínea h).

Foi também no dia 15 de Novembro de 1995 que foi criada a Comissão para o reconhecimento e proteção da Língua Gestual Portuguesa e a defesa dos direitos das pessoas surdas.

Não é uma Língua universal porquanto cada país tem os seus códigos. No entanto, no século XIX D.João VI chamou a Portugal o sueco Pär Aron Borg que tinha fundado no seu país um instituto para educação de surdos e logo em 1823 foi criada a primeira escola portuguesa com essa valência. Assim, embora os vocabulários das línguas gestuais portuguesa e sueca sejam diferentes, o alfabeto tem uma origem comum.

É usada por cerca de 30000 surdos bem como pela comunidade envolvente formada por familiares e técnicos da área.

Aprendamos, também, um pouco:



Gestinhos - 
Aprendo Língua Gestual Portuguesa



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Leia:
aqui mãos que falam (artigo de 2023)
aqui Língua Gestual Portuguesa

Língua gestual

quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Meados de Maio





Chuvoso maio!

Deste lado oiço gotejar
sobre as pedras.
Som da cidade ...
Do outro via a chuva no ar.
Perpendicular, fina,
Tomava cor,
distinguia-se
contra o fundo das trepadeiras
do jardim.
No chão, quando caía,
abria círculos
nas pocinhas brilhantes,
já formadas?
Há lá coisa mais linda

que este bater de água
na outra água?
Um pingo cai
E forma uma rosa...
um movimento circular,
que se espraia.
Vem outro pingo
E nasce outra rosa...
e sempre assim!

Os nossos olhos desconsolados,
sem alegria nem tristeza,
tranquilamente
vão vendo formar-se as rosas,
brilhar
e mover-se a água.




Estamos em Maio? Com certeza que não. Mas gostei tanto deste poema de Irene Lisboa que não resisto em publicá-lo agora, mesmo estando nós em Novembro...  



Zeca Afonso


Maio maduro Maio





Veja Irene Lisboa, aqui, no Xaile de Seda



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Imagem-desenho digital: pixabay


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Poema, aqui

domingo, 3 de novembro de 2024

Esta lembrança







Esta doce lembrança
Cruel no seu âmago
Colou-se-me à pele
Imprimiu-se em mim

É força positiva, aliás,
Energia quasi negativa
Conforme eu visiono
O meu mundo interior

Um desejo insatisfeito
Muito para além de mim
Universo assaz perdido
Num dia aziago, distante

Dinola Melo



Andrea Bocelli
Jennifer Lopes 






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Imagem: pixabay

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Eva Azevedo: "a engenheira que semeia África com os pés"

Engenharia do Ambiente. Dança clássica. A descoberta da dança africana. Investigadora, professora. 

Uma vida dedicada a essa paixão pela expressão corporal e ritmo, criando o seu método de ensino "Farisogo Sira - O Caminho do Corpo",

Desenvolveu desde 2009 projetos de pesquisa, formação e criação artística realizados na Europa, Burkina, Benim e Brasil, apoiados pela GDA e Fundação Calouste Gulbenkian».


Oiçamos Eva Azevedo, contando a sua história de vida:




E veja aqui um pormenor da sua entrega à arte que escolheu.




Faleceu aos 47 anos.
Notícia de 30/10/24.


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Notícia: aquiaqui e aqui

quinta-feira, 31 de outubro de 2024

O Jardim







Consideremos o jardim, mundo de pequenas coisas,
calhaus, pétalas, folhas, dedos, línguas, sementes.
Sequências de convergências e divergências,
ordem e dispersões, transparência de estruturas,
pausas de areia e de água, fábulas minúsculas.

Geometria que respira errante e ritmada,
varandas verdes, direcções de primavera,
ramos em que se regressa ao espaço azul,
curvas vagarosas, pulsações de uma ordem
composta pelo vento em sinuosas palmas.

Um murmúrio de omissões, um cântico do ócio.
Eu vou contigo, voz silenciosa, voz serena.
Sou uma pequena folha na felicidade do ar.
Durmo desperto, sigo estes meandros volúveis.
É aqui, é aqui que se renova a luz.

António Ramos Rosa
in "Volante Verde"



António Vítor Ramos Rosa (Faro17 de Outubro de 1924 – Lisboa23 de Setembro de 2013), foi um poetatradutor e desenhista português






Nota: Veja, aqui, Ramos Rosa no Xaile de Seda.

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Imagem - pixabay
Poema: Citador

sábado, 26 de outubro de 2024

Andamos às arrecuas ou em círculo?

 


Tanto faz, pois a verdade é que não damos mostras de perceber seja o quer for. Quezílias seculares que conduzem a guerras infindas. Lutas pelo poder, pela conquista de territórios. Mascaramos tudo com negociações, diplomacias que mais não são do que formas de escamotear intenções hegemónicas. 

E assim, quem é mais fraco acaba por perder tudo e até a própria vida. Nações que já alcançaram um desenvolvimento apreciável não param para pensar que, talvez, a partir de determinado momento há que trabalhar para o bem comum.

Dá-me a impressão de que tudo o que havia para descobrir em termos globais e científicos já está feito. Agora o que se faz é apenas o aperfeiçoamento deste ou daquele ponto, de modo a dar-nos aquela sensação de conforto e progresso que tanto propalamos. 

Depois da Idade Média, considerada erradamente, segundo alguns, a idade das trevas, a evolução das ideias com o Renascimento, que vai buscar o classicismo como base, sem esquecermos o Século das Luzes, mas antes disso o século XVII que inicia a explosão tecnológica, passando pelo século XIX que tanta coisa descobriu, o século XX um tempo de guerras seguido de alguma acalmia, até agora limitamo-nos a pegar nessas descobertas e a direccioná-las para o tal conforto de que falei atrás. E não é pouco, é verdade. 

Temos conhecido momentos áureos que nos levam a pensar que tudo podemos, que somos senhores do nosso destino. Com o que vem de trás conseguiu-se que o mundo se transformasse numa aldeia. Hoje posso dormir aqui e acordar no outro lado do mundo. 

E continuamos a referir-nos a essa tecnologia como "nova" sem estabelecer limites, não criando legislação que ponha ordem aos abusos que a facilidade comunicacional nos permite.

Bom domingo, meus amigos.

Abraço

Olinda

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

A Vida Oblíqua





A vida oblíqua é muito íntima. Não digo mais sobre essa intimidade para não ferir o pensar-sentir com palavras secas. Para deixar esse oblíquo na sua independência desenvolta.
E conheço também um modo de vida que é suave orgulho, graça de movimentos, frustração leve e contínua, de uma habilidade de esquivança que vem de longo caminho antigo. Como sinal de revolta apenas uma ironia sem peso e excêntrica. Tem um lado da vida que é como no inverno tomar café num terraço dentro da friagem e aconchegada na lã.
Conheço um modo de vida que é sombra leve desfraldada ao vento e balançando leve no chão: vida que é sombra flutuante, levitação e sonhos no dia aberto: vivo a riqueza da terra.

(excerto)

Clarice Lispector, 
in 'Água Viva'



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Texto: Citador
Imagem: pixabay

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

LER ou o Prazer da Leitura

 


Nem sempre ler é tarefa fácil e proveitosa. Há livros que nos agarram logo nas primeiras frases, mesmo nas primeiras palavras. Se isso não acontece logo continuamos esperançados que se faça luz. Mas, debalde por vezes. Lá vamos nós a coxear, a tamancar, a perder tempo. 

Há livros de escritores ditos famosos que não me atraem. A sério...Por um motivo ou outro houve quem tivesse decidido que aquele livro era especial e, então, tudo o que sai daquelas mãos ou daquela cabeça é do bom e do melhor. 

Mas, venhamos e convenhamos. Cada cabeça a sua sentença. Penso que cada pessoa tem a sua sensibilidade e interpreta o que lê e o que ouve de conformidade com as suas apetências e a sua maneira de ser.

Por exemplo, há temas que tenho grande prazer em tratar. Pego num livro, numas folhas que trazem umas quantas palavras que, provavelmente, só a mim interessam, e lá estou eu embrenhada, esquecendo tudo o resto, como se dali me viesse suma felicidade.

Tolerância é o que importa.
Vivamos e deixemos que outros ocupem os seus respectivos espaços.

Bom fim de semana, meus amigos.

Abraços
Olinda.


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imagem: pixabay

terça-feira, 15 de outubro de 2024

ROMA : Urbs Aeterna ou Caput Mundi

Indo do aeroporto parece que estamos numa cidade europeia como outra qualquer. Mas avançando, os prédios em tom ocre e com uma arquitectura bem definida começa a mostrar que estamos numa cidade com a sua personalidade própria.




O rio Tibre, que a atravessa, em certos pontos não é largo e ouve-se a água a correr, talvez um ressalto, um pouco mais atrás, deixou-me extasiada. Fiquei com vontade de lá voltar só para ouvir esse canto. Um pouco ao longe vemos o Castelo de Sant'Ângelo. Tivemos oportunidade de lá ir.




Como chegámos de manhã, deixámos a bagagem no hotel e seguimos a pé à descoberta, enveredámos pela Via Panisperna, rua longa, tivemos de dar à perna, passe a expressão, onde descobrimos um Café de Bairro, muito acolhedor. Estávamos já com vontade de beber um café e foi o que pedimos, acompanhado com uns salgadinhos jeitosos. Parece serem comuns na cidade, porquanto depois vimos também noutros sítios.

Foi uma viagem de raparigas, isto é, eu e a minha filha é que fomos nessa aventura. Os elementos masculinos ficaram em casa a tomar conta do pequenino. E ela disse-me: Mãe, importas-te que eu peça sempre carbonara e tu pedes o que tu quiseres. O que ela gosta de pasta. Em outras palavras, andámos à procura da carbonara ideal, entre outras coisas.

Ela levava uma lista de restaurantes com as melhores classificações em termos de comentários. Portanto, não andámos à deriva. Também em relação a monumentos e locais de interesse, tudo previsto, o que facilitou bastante, tendo em conta os poucos dias que tínhamos. E o google maps foi de grande ajuda.






Vimos os monumentos todos que fazem de Roma caput mundi, nos tempos da romanização era ali que tudo se passava. Mas essencialmente fizemos dela, e é, um destino gastronómico. A primeira refeição foi num restaurante depois da ponte da foto, que atravessa o Tibre. Não gostei especialmente da pizza. Já comi melhores ou então por cá fazem-se com mais ingredientes.

Mas a foto que se segue foi a primeira carbonara. Depois foi um nunca acabar de experiências gastronómicas, que, como é óbvio, não cabem aqui. Estivemos em filas enormes, uma loucura.

Para não fazer deste post algo muito extenso vou mostrar alguns dos pratos que provámos. Houve até um em que senhoras estavam numa mesa a enrolar a massa, para turista ver. Chocou-me um pouco.









Mulheres enrolando a pasta em determinado restaurante


Chovia uma chuvinha irritante, andámos a pé, de táxi, de uber, de autocarro, não deixámos nada ao acaso, procurando aproveitar os poucos dias que tínhamos destinado para esta escapadinha.

Aprendi uma coisa interessante: que ter prioridade para entrar nos aviões (por ex: Ryanair) não é a idade, a gravidez, ser pessoa deficiente, mas sim ter comprado bagagem. Vivendo e aprendendo.

Só agora tive disponibilidade mental para fazer esta publicação, embora esta viagem tenha acontecido nos primeiros dias de Novembro de 2023.

Tenham dias felizes.

Abraço.

Olinda 


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Fotos da filha


quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Primavera lá e Outono cá

 


Flor do Campo


Que linda é a Primavera,
Flores de todas as Cores
embelezam a nossa vida
e tornam-nos venturosos.

❤Olinda❤

Assim, uma quadra simplezinha, faltou-me referir o Regador que devia levar cheiinho de amor e carinho mas subentende-se, não é? Já andava meio perturbada com problemas de saúde...

A nossa amiga Rosélia Bezerra festejou a chegada da Primavera em grande estilo, convidando os seus leitores a contribuírem com uma quadra relacionada com essa linda estação do ano. O Regador era figura fundamental nessa comemoração, transformando em jardineiros aplicados os leitores dos seus blogues.

Como é hábito, houve lugar às Ressonâncias com um belo texto no Espiritual-Idade, no qual foram incluídas na perfeição palavras das referidas quadras. E que lindas quadras tive a oportunidade de ler. Carregadas de flores, cores, luz, boa vontade, transportes de alma, coração na mão.

  



E nós por cá temos o Outono com as suas cores douradas, árvores que vão atapetando o chão, flores que tomam tonalidades que nos aquecem o coração. E quando chove há um lavar de almas, o vento que afaga os cabelos que são logo protegidos com um capuz de lã quentinha.

E temos as castanhas assadas e nos dias de nevoeiro sentimos o seu cheiro no ar e o aguçar do apetite para no Verão de são Martinho, lá para 11 de Novembro, degustá-las com jeropiga nos magustos que ocorrem por vários lados.


Carlos do Carmo
 O homem das castanhas


Quem quer quentes e boas, quentinhas
A estalarem cinzentas, na brasa
Quem quer quentes e boas, quentinhas
Quem compra leva mais calor para casa





Depois, quando o tempo vai ficando mais frio, o quentinho do lar, à lareira ou com os aparelhos que agora pululam por aí para nos ajudar a passar o tempo invernoso. 

E, claro, sem esquecer aqueles que se encontram em campos de concentração, em campos de guerra que sofrem na pele toda a espécie de intempéries e desgraças.

Numa nota outonal, transcrevo, com muito agrado meu, esta homenagem do nosso Poeta-Pintor, Luís Rodrigues:



Visto-me de Outono
na mais completa nudez
Corro descalço pelo areal
Como se já fosse Primavera


***




E mais:

O dia 12 de Outubro é o Dia do Lançamento do livro de Manuel Veiga, "A Carta que nunca te escreverei". Como devem estar lembrados seguimos os episódios um a um, na escrita empolgante do nosso amigo Poeta/Escritor. (Ver Relógio de Pêndulo)

Não poderei lá estar, mas espero que tenha muito sucesso.


***


De volta, amigos. Ainda um pouco periclitante.
Tenham um bom Outono.
Abraços
Olinda


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imagens : net
O regador trouxe-o do blog da Rosélia, obra da querida amiga Fê.