Devagar, devagarinho ou de supetão? Talvez descontraidamente como quem não quer a coisa mas... querendo, compondo um ar alegre e cúmplice com o Novo Ano;
Trazê-lo nas palminhas para que nos traga, por sua vez, belos momentos e doces encontros com as coisas boas da vida;
Tentar dar-lhe a volta, guardando para nós aqueles balanços e planos que gostamos de fazer e, assim, viver um dia de cada vez, saboreando um pôr-do-sol, bebendo um chá quente ou frio, tendo sobre os joelhos uma mantinha ou enfrentando o ar gelado das nossas serranias.
Tudo é permitido, tudo é válido.
A ajudar-nos neste nosso propósito, dois intérpretes maravilhosos:
Freddie Mercury e Montserrat Caballé.
É certo que, desse modo, não passaremos despercebidos, mas estamos por tudo. Espantemos as tristezas, olhemos à nossa volta que ainda sobra para nós a música, a poesia, as estrelas. E o amor...
O Amor
Infunde vigor,
Ilumina a mente,
Fortalece a vontade,
Acende um ardor renovado,
Renova a vida.
Palavras da amiga Rosélia Bezerra, que muito aprecio.
Por favor, faça zoom
E porquê Barcelona para o festejo deste final de ano? Porque é uma música apoteótica bem à medida dos nossos votos de Felicidades para todos.
Por outro lado, não desfazendo das nossas cidades, Barcelona é uma terra mágica, onde a cultura anda de braço dado com o conceito de cidade inteligente, e além do mais estamos ligados a ela pela História.
Nesta música, Freddie Mercury excede-se e encontra o ponto ideal que culmina na sua imortalidade, se outros não tivera.
O último habitante de Casas da Serra, aldeia na serra do Barroso, em Boticas.
A casa do último habitante fica mesmo em frente, o estábulo faz parte da construção de granito. Está frio e vento; a chuva em breve será neve; por entre carreiros finos do chão que parece forrado de pedra que o tempo gastou, escorre acelerada a água da chuva que desliza da encosta. O cenário, ainda que de abandono, porque sabemos que mais ninguém ali mora, é o que Torga descreve, em parte, em Um Reino Maravilhoso (Trás-os-Montes): "Embora muitas pessoas digam que não, sempre houve e haverá reinos maravilhosos neste mundo. O que é preciso, para os ver, é que os olhos não percam a virgindade original diante da realidade e o coração, depois, não hesite."
Leia aqui a história deste homem que será, mutatis mutandis, a história de muitas mulheres e homens por este Portugal fora, cujas aldeias vão ficando cada dia mais desertas.
Oiçamos, entretanto, o saudoso Roberto Leal que canta a sua Aldeia:
Desde que Cabral Nascimento escreveu o poema, Natal Africano, muita coisa terá mudado no Continente Africano. O chamado progresso terá deitado as suas garras a muitas áreas e não propriamente para beneficiar os seus povos.
África, terra de grandes riquezas, berço da humanidade segundo pesquisas levadas a cabo até agora, todos nós ligados por aquilo a que se convencionou chamar de Eva Mitocondrial;
Terra massacrada ao longo dos tempos pela cobiça de potências estrangeiras e, nessa senda, por governantes gananciosos, alguns. E embora se diga que cada um de nós tem de construir o seu próprio caminho, tenho para mim que a solução para África seria que a mitologia messiânica se tornasse realidade.
Há algo sumamente verdadeiro que o poeta refere no seu poema: as crianças e a similitude do seu riso em qualquer parte do mundo, e eu acrescentaria a sua predisposição para perdoar e darem-nos a oportunidade de sermos melhores pessoas:
Nem luz, nem cores, nem lembranças
Da hora única e imortal.
Somente o riso das crianças
Que em toda a parte é sempre igual.
Riso tantas vezes molhado de lágrimas, de fome, na mais completa miséria, sem agasalho suficiente, como se tem visto, por exemplo, nas levas de migrantes, às portas da velha Europa, por mar e por terra ...**
Mas não só migrantes: Crianças, aqui e ali, que, se não forem ajudadas, terão talvez neste Natal, na noite de Natal que tanto apreciamos, uma das suas piores noites sem o mínimo para a sua sobrevivência.
"Os Meninos do Huambo"
Poema de Manuel Ruy Monteiro (1976)
Musicado e interpretado por Paulo de Carvalho (1985)
Posteriormente cantado por Ruy Mingas ***
VOTOS DE FELIZ NATAL,
MEUS AMIGOS
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João Cabral Nascimento,(1897-1978) poeta português, natural da Madeira. Foi professor, conservador das bibliotecas e arquivos nacionais e diretor do arquivo distrital e do Arquivo Histórico da Madeira. Colaborou na revista coimbrã Ícaro e foi o organizador da segunda série da antologia das Líricas Portuguesas, sendo ainda responsável pelos Poemas Narrativos Portugueses e pela Coletânea de Versos Portugueses. A sua poesia foi revelada por Fernando Pessoa e situa-se entre o Saudosismo e o Modernismo, constituindo um rigoroso registo poético, ...
Este é um dos Poemas mais impressivos da "Coreografia dos Sentidos", o novo Livro de Poesia deste autor. Num canto de bem-aventurança, no rouco cântico do poeta, embalamo-nos e vemos mais além, ultrapassamos barreiras, olhamos ao nosso redor e descobrimos coisas que nos entram pelos olhos adentro todos os dias, mas nem damos por elas...
Um cântico, uma ode, uma oração, na humanidade do Poeta.
Natal. E, só pelo facto de o ser, o mundo parece outro. Auroreal e mágico. O homem necessita cada vez mais destas datas sagradas. Para reencontrar a santidade da vida, deixar vir à tona impulsos religiosos profundos, comer e beber ritualmente, dar e receber presentes, sentir que tem família e amigos, e se ver transfigurado nas ruas por onde habitualmente caminha rasteiro. São dias em que estamos em graça, contentes de corpo e lavados de alma, ricos de todos os dons que podem advir de uma comunhão íntima e simultânea com as forças benéficas da terra e do céu. Dons capazes de fazer nascer num estábulo, miraculosamente, sem pai carnal, um Deus de amor e perdão, contra os mais pertinentes argumentos da razão.
A amiga Rosélia, no intuito de congregar amigos e seguidores, propõe-nos esta festa de confraternização, agora numa conversa íntima com o Deus-Menino. Para dar graças, para enviarmos preces no sentido de encontrarmos o nosso caminho de solidariedade e amor.
Com efeito, mais um ano se passou e aqui estamos a festejar esta época natalícia. Muitas foram as dificuldades em termos de saúde. Entes queridos que não aguentaram as investidas do temível vírus. E outras contingências da vida.
Normalmente, a Festa de Natal culmina na Consoada, uma festa que reúne toda a família e amigos íntimos. A grande incógnita neste ano, mais uma vez, é se conseguiremos realizar essa reunião tão desejada.
Haja saúde!
Mas tenhamos sempre presente que:
O Natal não é um tempo nem uma temporada, mas um estado de espírito. Valorizar a paz e a boa vontade, ser abundantemente misericordioso, é ter o verdadeiro espírito do Natal.
Calvin Coolidge
Os meus agradecimentos à Rosélia Bezerra por nos mostrar todos os dias que Natal é em Dezembro// mas em Maio pode ser//Natal é em Setembro //é quando um homem quiser, nas palavras do grande Ary dos Santos.
COMO SE FORA(S) INVENÇÃO MINHA, também nome de poema.
Quase tão importante como o título, visto que encerra um mundo de significações que irão ao encontro do sentir e das emoções do Poeta.
É no próximo dia 10 de Dezembro o lançamento deste novo Livro de Poesia do nosso amigo MANUEL VEIGA.
Daqui lhe endereço votos de muito sucesso.
E enquanto não folheamos o livro ora editado, ilustro esta bela notícia, constante do seu blog, com o seguinte Poema retirado de uma outra publicação minha, no Xaile de Seda:
Inamovível Pedra
Evoco a inamovível pedra Onde me sento e deponho meus silêncios
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra, Define com perfil e ser Este fulgor baço da terra Que é Portugal a entristecer — Brilho sem luz e sem arder Como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer. Ninguém conhece que alma tem, Nem o que é mal nem o que é bem. (Que ânsia distante perto chora?) Tudo é incerto e derradeiro. Tudo é disperso, nada é inteiro. Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
De Mensagem, o único livro publicado em vida, dois poemas foram escolhidos. “Mar Português”, pelos versos célebres e pelo olhar para o passado. “Nevoeiro”, por seu caráter messiânico e por apontar para o futuro. São dois poemas bem representativos do teor do livro: ao mesmo tempo, voltado ao passado e ao futuro da nação portuguesa.
Guillaume Albert Vladimir Alexandre Apollinaire de Kostrowitzky, dit Guillaume Apollinaire, est un poète et écrivain français, critique et théoricien d'art qui serait né sujet polonais de l'Empire russe, le 26 août 1880 à Rome. Il meurt à Paris le 9 novembre 1918 de la grippe espagnole, mais est déclaré mort pour la France en raison de son engagement durant la guerre.