Do descalabro da II Guerra Mundial, 1939-1945, saiu uma Europa trôpega, empobrecida, desiludida. A loucura que a atingira durante esses anos quase que a ia destruindo. A sua reconstrução foi obra de homens de valor que ultrapassaram todos os obstáculos para a efectivar. Aos poucos as pessoas foram levantando a cabeça, tanta mágoa calada no fundo dos corações.
Um desses actos foi o Plano Marshall proveniente dos Estados Unidos da América que, com um Plano Económico, promoveu a recuperação dos países atingidos e que sofreram perdas com essa guerra, num aporte de 18 bilhões de dólares aos europeus, utilizados para a reconstrução de edificações e indústrias, importação de alimentos e mercadorias industrializadas, bem como no financiamento da agricultura.
O Plano Marshall vigorou de 1947 a 1951, sendo os principais beneficiários a Inglaterra, a Itália, a França e os próprios Estados Unidos que conseguiram criar as instituições de fortalecimento da internacionalização dos capitais na segunda metade do século XX. Também do lado dos EUA houve o desideratum político de conter a URSS e o avanço do poder dos partidos comunistas. Desse período nasceu a guerra fria, de má memória.
Hoje estamos envolvidos numa outra guerra. Temos um inimigo que ataca sem aviso e com armas para as quais ainda não temos qualquer réplica. Ouve-se falar, neste contexto, da aplicação de um plano similar ao Plano Marshall quando esta luta terminar. Mas se a História serve de alguma coisa, é bom que se comece a pensar já na forma de controlar esta outra calamidade que estamos a viver.
Com as pessoas fechadas em casa, as fábricas a laborar a meio gás ou fechadas, o desemprego já a lavrar insidiosamente, trabalhadores em regime de férias forçadas, lay-off em vigor, sem falar das próprias Instituições que vêem as suas receitas em queda livre e com o Estado a ter de prestar assistência em todos os níveis da sociedade, a união dos países da União Europeia, e não só, terá de se fazer presente. E não vale cada um ficar a olhar para o seu próprio umbigo, porque isto terá de ser um por todos e todos por um. Não há escapatória.
Relembremos os episódios que a humanidade teve de vencer. De como quase soçobrara e de como se reerguera. Que os exemplos do passado nos sirvam para analisar o presente e projectar o futuro que todos os dias nos desafia.
Chamemos os historiadores, especialistas dessa análise tão necessária. Que façam parte da linha da frente, numa interdisciplinaridade desejável e sumamente indispensável.
Trabalhemos todos para a defesa e manutenção do mundo que conhecemos.
Boa semana, meus amigos.
Abraços.
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