É uma casa quase encantada, lendária, com traçado arquitectónico da época moderna iniciado no século XV, mas, há quem diga que a data da sua construção é posterior ao terramoto de 1755, que destruiu o Bairro de Troino - Setúbal (esquina da rua de Fran Paxeco com a rua do Carmo). A porta mostra o nº 44, ao lado deste uma cabeça e em baixo a inscrição: Si Deus pro nobis, quis contra nos.
Diz a tradição que as cabeças serviriam para assinalar o local do atentado que deveria dar-se contra o Rei D.João II na sua passagem, a pé, na procissão de Corpus Christi, em Setúbal.
Três das cabeças representariam o rosto de D. João II ladeado pelos de D.Diogo, Duque de Viseu e de D. Lopo de Albuquerque, Conde Penamacor. Naquele local os dois teriam combinado deixar cair os bastões e baixando-se para os apanhar deixariam a descoberto a pessoa do Rei, a quem, um terceiro conjurado de dentro das casas, atacaria a tiro de arcabuz.
Há muitas dúvidas sobre se o monumento teria alguma coisa a ver com um eventual atentado contra o rei, sobre se as cabeças teriam sido lá colocadas todas na mesma época, e mesmo, se a posição delas teria sido, originalmente, a que vemos presentemente.
Estas e outras polémicas são tratadas e resolvidas, segundo o autor, Rocha Souto, num trabalho intitulado, 'O Mistério da Casa das Quatro Cabeças'. Na conclusão, o autor sublinha a importância histórica do monumento, e alerta para a necessidade da sua inclusão entre os Monumentos sob a protecção do Estado.
Há muitas dúvidas sobre se o monumento teria alguma coisa a ver com um eventual atentado contra o rei, sobre se as cabeças teriam sido lá colocadas todas na mesma época, e mesmo, se a posição delas teria sido, originalmente, a que vemos presentemente.
Estas e outras polémicas são tratadas e resolvidas, segundo o autor, Rocha Souto, num trabalho intitulado, 'O Mistério da Casa das Quatro Cabeças'. Na conclusão, o autor sublinha a importância histórica do monumento, e alerta para a necessidade da sua inclusão entre os Monumentos sob a protecção do Estado.
E parece que é o que vai acontecer.
Li num jornal regional, em 12 deste mês, que a Câmara Municipal de Setúbal pretende acelerar a expropriação do imóvel. Este foi considerado património de interesse municipal e não tem sido possível contactar os donos da propriedade, não só para procederem à sua conservação como, agora, quando se trata da expropriação. Até nisto o mistério se mantém...
Notícia:
Diário da Região
Imagens: Internet