segunda-feira, 31 de maio de 2021
Tua Cantiga
segunda-feira, 24 de maio de 2021
Não Posso Adiar o Amor
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração
António Ramos Rosa,
in: Viagem Através de
sábado, 15 de maio de 2021
De mini-saia e capeline
domingo, 9 de maio de 2021
A Língua Portuguesa - um idioma trajado de arco-íris
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) estabeleceu, em 2009, o dia 5 de Maio como sendo o dia da Língua Portuguesa, reconhecido pela UNESCO, para ser falada, lida, escrita, homenageada, em suma. Que me tenha apercebido, não me parece que a data tenha sido assinalada, por cá, com a grandeza merecida.
O Brasil já antes designara, desde 2006, o dia 5 de Novembro para celebração desta nossa Língua comum. E mais, tem um Museu da Língua Portuguesa* o primeiro museu totalmente dedicado a um idioma. Celebra a língua como elemento fundador e fundamental da cultura de todos os países que adotam um idioma de forma oficial. Neste caso, experiências interativas, conteúdo audiovisual e ambientação conduzem os visitantes a um “mergulho” na história da língua portuguesa.
E que história! Língua sumamente viajada e quando regressa vem trajada de doces requebros e mágicas significações. Por África andou tempo suficiente para que depois nascesse uma disciplina nomeada Literaturas Africanas de Língua Portuguesa que engloba, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, isto é, os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa - os PALOP.
Pelo Xaile de Seda têm passado nomes de grandes vultos africanos que honram a Língua Portuguesa, que escrevem em prosa e em verso, contribuindo para o seu enriquecimento. De tantos e tão excelentes autores e estudiosos, quem trarei para ilustrar agora esta minha publicação? Muitos deles, mas ainda poucos, fazem parte dos cadilhos deste Xaile.
Vejamos, então...
Pois, poderia falar um pouco de Inocência Mata, mulher africana, de São Tomé e Príncipe, investigadora, autora de várias obras, definindo-se ela própria como fruto de várias culturas e, precisamente, Professora na Faculdade de Letras de Lisboa da disciplina que refiro acima: Literaturas Africanas de Língua Portuguesa.
E não só. Vejamos um pouco do seu currículo:
Abraços
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*Fechado desde 2015 após incêndio de grandes proporções, a sua reabertura está prevista para a segunda metade deste ano de 2021.
Inocência Mata, especialista em Literatura da Lusofonia - aqui
Encontrará aqui e aqui, no Xaile de Seda, alguns posts sobre a "Lingua Portuguesa" e "Europa"
sábado, 1 de maio de 2021
Estado de Emergência
entre os acordes
da distância
esta
a que me separa
da alvorada nas teclas
dum incontido piano
sobre as ervas
nossas
até ontem nossas
confissões escarlate
sobre a letargia dos campos
Ângela de Almeida