É tão triste, a casa. Fica como a deixaram,
Afeita ao conforto dos últimos a partir,
Como que para os reaver. Mas, despojada
De gente a quem agradar, vai definhando
Sem alma para esquecer o roubo
E recordar outra vez o que era a princípio,
Um ensaio radioso das coisas como deviam ser,
Há muito malogrado. Bem se vê como foi:
É só olhar para os quadros e talheres.
As músicas no banco do piano. Aquela jarra.
Philip Larkin, "É tão triste, a casa"
Retirei este poema de um livro chamado NÓS, de David Nicholls, um livro que andei a ler e que acabei há já algum tempo. Fiz referência a ele num dos meus posts e disse que não sabia se iria gostar dele. Pois bem, gostei. A princípio um pouco maçador, mas com a continuação acaba-se por entrar na pele da personagem que relata a história.
Uma casa que definha à medida que vai ficando sem a alma que lhe deu vida. À vista desarmada apenas os vestígios: quadros e talheres, as músicas no banco do piano e...aquela jarra. Tanto pode ser a da imagem ou outra, com flores ou sem flores. O importante é a carga das recordações que poderá transportar.
Estive nos últimos dias impossibilitada de aceder ao blog por causa de problemas no portátil. Penso que ainda não acabaram mas, neste momento estão a dar-me uma pequena folga.
Desejo-vos um bom fim de semana.:)
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Imagem:aqui