domingo, 31 de dezembro de 2023

Incógnita das incógnitas





O que nos trará o Ano de 2024? Para já, as perspectivas não são as melhores, especialmente em relação aos povos que estão sob o jugo da guerra, que estão a ser massacrados, violentados na suas liberdades.

Se em 2020 fomos surpreendidos por um vírus letal que parecia querer dar cabo da nossa espécie, logo a seguir surge a guerra na Ucrânia e, em Outubro deste ano, a guerra no Médio Oriente.

Mas lembremo-nos também das guerras esquecidas em outras partes do mundo, onde há gente que morre de fome e sofre toda a sorte de violências, sendo as crianças as mais fustigadas pelas necessidades e pelos horrores.

Um pensamento para os migrantes, aqueles que deixam tudo em busca da terra da promissão, El Dorado que hoje em dia parece ser a Europa... O Mediterrâneo, Mare Nostrum do tempo dos romanos, costuma ser testemunha e, em grande parte, cemitério desses sonhos.  

Mas muito mais aconteceu em 2023, acontecimentos dos quais já quase ninguém se lembrará, esbatendo-se na bruma dos dias. Estamos mais pobres em termos de valores, não há dúvida.

Por cá, as nossas preocupações não se comparam, nem de longe, com tudo o que vem acontecendo. Mas há muitos constrangimentos, palavra em voga, próprios do funcionamento das sociedades que põem a tónica no lucro, sendo de assinalar a pobreza envergonhada e o aumento dos ricos.  

Tenhamos em atenção as falhas que se verificam nos hospitais cujas Urgências não funcionam em pleno e que, nesta época de frio, proliferam como cogumelos...

Tomara que o Mundo entre nos eixos e que tenhamos todos as oportunidades de vida que qualquer ser humano merece.



 
Que venha uma luz, ainda que ténue, iluminar a Humanidade.



Joan Manuel Serrat
Mediterraneo

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FELIZ ANO NOVO!

Abraços.

Olinda




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Trouxe o video do "Entre as brumas da memória"
Imagens: Pixabay - Na 1ª imagem fundo cinzento, não original, que
não consegui reverter.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Nascimento de um Mundo

 




PRELÚDIO

O prenhe barro que sustinha o mar 
abriu-se como uma boca ou uma flor 
e o sopro de um deus imaginário 
- que já existia antes de Deus – fez abrir um pedaço do Mundo 
cuja alma já não cabia no corpo… 
e nasceram as ilhas 
 que nadavam e nadavam. 
As ilhas nascem nadando como as crianças nascem chorando, 
mas no gérmen tudo é diferente: as crianças nadam muito tempo 
antes de chorar 
e as ilhas choram muito tempo antes de nadar 
os dois prantos sob o signo de um pranto mestiço 
de água e fogo. 
LUZ 
LAVA 
DOR. 
Assim será. 
Assim foi, creio eu: 
Dez embriões num ventre 
dez vozes num parto
dez ilhas no mar e 
Eu assisti ao nascimento de um mundo 
que gerou o fogo 
e ficou elevado o umbigo da terra 
ou vulcão 
ou a raiz que evoca a diferença e a identidade. 
Tudo passou num segundo e depois - conceito que foi instante, 
logo e agora – 
o deserto… o inaudível … a luz 
e eu mil novecentos e sessenta e quatro anos depois atrás. 

In:Nascimento de um Mundo



Hino à Gratidão

Mário Lúcio



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Imagem: Ilha de Santo Antão - 29/Nov.2023

Foto minha

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Não quero possuir a terra mas ser um com ela






Dai-me a casa vazia e simples onde a luz é preciosa. Dai-me a beleza intensa e nua do que é frugal. Quero comer devagar e gravemente como aquele que sabe o contorno carnudo e o peso grave das coisas.
Não quero possuir a terra mas ser um com ela. Não quero possuir nem dominar porque quero ser: esta é a necessidade.
Com veemência e fúria defendo a fidelidade ao estar terrestre. O mundo do ter perturba e paralisa e desvia em seus circuitos o estar, o viver, o ser. Dai-me a claridade daquilo que é exactamente o necessário. Dai-me a limpeza de que não haja lucro. Que a vida seja limpa de todo o luxo e de todo o lixo. Chegou o tempo da nova aliança com a vida.

inédito sem data

Sophia de Mello Breyner Andresen
in BN



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Título retirado do texto

sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Celebrando o Natal



Esta Flor alegra o Natal, o que já por si justifica o nome por que é conhecida. Acontece-me, muitas vezes, comprá-la na florista mas, coitadinha, esmorece logo. 
Gosto de as ver e admirar. Ontem fui a uma loja, estavam viçosas e sem o perigo de ficarem murchas. Claro, feitas de material não perecível; mais tempo levarão para se desintegrarem. 




Gosto do ambiente acolhedor que o tempo invernoso nos oferece. Lareira, ou similar, chá quentinho, pipocas...uma mantinha sobre os ombros ou sobre os joelhos, enquanto o neto, de três aninhos e meio, agarra na minha mão puxando-me e dizendo: 
avó, avó anda brincar comigo.




Gosto do ritual de montar a Árvore de Natal, onde entram teimas, vontades, riso, este enfeite é mais giro ali, fica lá em cima, não, não, aqui, e as gambiarras com a suas luzes a piscar...e a coroa na porta da entrada que já é tão antiga que até a minha filha ri, dizendo. 
Credo, mãe, está na hora de comprares outra.




Gosto da Consoada, do barulho, de ter por perto os miúdos, da confusão na hora de abrir os presentes, os mais novos em correrias e gritos...
E o cheiro a canela das rabanadas, do arroz doce... 
A imagem não dá a ideia da turbulência 
envolvente, eu sei... :)




No dia seguinte o almoço com o que há de tradicional, com os familiares, ora em casa de um ora em casa de outro, mas antes o cafezinho reconfortante, com biscoitos, fatias douradas, e respirar o ar frio da manhã depois de uma noite barulhenta, 
mas compensadora em 
amor e carinho.




Gosto da predisposição das pessoas, normalmente muito fechadas, nas lojas, nos cafés, na rua, a desejarem umas às outras: Bom Natal! Boas Festas! E os visados a responderem, também com um largo sorriso...
Poderíamos habituar-nos a isso, não verdade?




FELIZ NATAL A TODOS

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Beijos e abraços
Olinda


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Imagens: pixabay

sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

"3º Encontro Temático de Natal"




Iniciativa do amigo Juvenal Nunes

Tema:

Poema de Natal


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Diz-se que Dezembro é um mês mágico. E é. Sentimos que o amor anda no ar e gostamos de fazer parte dessa grande Festa. 

As notícias que vêm de longe sobre guerras, bombardeamentos, torturas, amarguram-nos. Mas fazemos por aproveitar esses momentos de tréguas, pelo menos para nós, sem esquecer que muitos, pelo mundo, sofrem na carne horrores inomináveis.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos, aclamada a 10 de Dezembro de 1948 e a Declaração dos Direitos da Criança, de 20 de Novembro de 1959, estão, em grande medida, esvaziadas de sentido nos tempos que correm.

***

Na Celebração do Nascimento de Jesus, da Liturgia Católica, lembremos as grávidas que nestes dias não conseguem trazer ao mundo os seus filhos, em Paz. Muitos recém-nascidos perecem ou encontram situações adversas, além de nados-mortos, pelas terríveis condições em que nascem.

Por cá, temos o problema dos Hospitais que não funcionam em pleno o que faz com que as mulheres em trabalho de parto sejam transferidas de um lado para o outro, não tendo, clinicamente, a paz necessária para esses momentos tão importantes das suas vidas.

Leiamos este belo Poema de Manuel Veiga

Pensemos que tudo não passa de um suave sortilégio, mas carregado de um travo de amargura:


Suaves Sortilégios

Falam-me estes dias de suaves sortilégios
Quando os olhos sorriam na ternura de um afago
E teu regaço, Mãe, em altar e refrigério...

Não havia profusão de cores. Nem artifício.
Tudo se resumia à singeleza de teus dedos
Ajeitando o musgo sobre a pedra.
E a imaginada gruta onde construías o milagre
Aninhando-se em mim: - Deus menino!...

(Que o outro menino era apenas pretexto.
Natal que tu não sabias, então, Mãe, mas eu sei.
Hoje!...)

E a mãe celeste era a amorável devoção
Com que enfeitavas o caminho. E deitavas
Nas palhinhas o meu olhar deslumbrado
E o doce encantamento...

E a liturgia imaculada do presépio!...
E esta eterna dor da ausência. E tua presença
Iluminada que pressinto em cada passo.


In: Coreografia dos Sentidos
pg 120






Blog do autor:



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BOM NATAL, MEUS AMIGOS.






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Imagens: pixabay
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sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

"XIV Interação Fraterna de Natal"




Proposta da amiga Rosélia

Tema:
Você Acredita em Anjos?


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Creio nos anjos que andam pelo mundo


Das carências mais prementes da vida talvez não ter um tecto seja das mais humilhantes. Conduz à situação de exclusão social, de morar debaixo da ponte, como se costuma dizer, de perda de dignidade. Sem um lugar para a própria higiene, para mudar de roupa, de não ter o direito de se sentar à própria mesa. Em suma, andar com a trouxa às costas e não ter eira nem beira. Um sem-abrigo depende da caridade alheia, de pessoas que na noite lhe leve uma refeição, de preferência quente...

Em Portugal segundo estatísticas de finais de 2022 os sem-abrigo já contavam um número preocupante de mais de 10000 pessoas, tendo sofrido durante este ano um aumento de 25%. Às portas de Lisboa existem aglomerações de tendas e cartões que protegem e mal quem se encontra na situação de não ter uma habitação. Até se fala em empregados, de parcos recursos, que não têm como pagar o aluguer de uma casa... No coração da cidade, nas arcadas, nos desvãos, nas reentrâncias dos prédios, onde quer que seja, os sem-tecto refugiam-se como podem...

Contudo:

A Constituição Portuguesa consagra, no artigo 65º, desde 1976, o direito à habitação, segundo o qual «todos têm direito, para si e para a sua família, a uma habitação de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto e que preserve a intimidade pessoal e a privacidade familiar.»

Há organizações que procuram minimizar o sofrimento de quem dorme na rua, ao relento, chova e/ou faça frio, tendo como agasalho alguns trapos e cartões...

Há voluntários que não olham a sacrifícios para acompanhar essas pessoas, fazendo o papel de anjos protectores, de humanos que têm arreigado no próprio ser o sentimento de solidariedade e de compaixão. 

Por isso digo, tal como Natália Correia no seu Poema "Credo", "Creio nos anjos que andam pelo mundo", que a seguir transcrevo. Penso que vem na linha do pensamento acolhido pelo Tema proposto:



CREDO
Natália Correia

Creio nos anjos que andam pelo mundo,
creio na deusa com olhos de diamantes,
creio em amores lunares com piano ao fundo,
creio nas lendas, nas fadas, nos atlantes;

creio num engenho que falta mais fecundo
de harmonizar as partes dissonantes,
creio que tudo é eterno num segundo,
creio num céu futuro que houve dantes,

creio nos deuses de um astral mais puro,
na flor humilde que se encosta ao muro,
creio na carne que enfeitiça o além,

creio no incrível, nas coisas assombrosas,
na ocupação do mundo pelas rosas,
creio que o amor tem asas de ouro. Amém.





Comemora-se neste ano o Centenário do nascimento de Natália Correia, açoriana, escritora e poeta, nascida a 9 de Setembro de 1923.


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Rosélia Bezerra
Blog:

NATAL/2023

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RESSONÂNCIAS DA INTERAÇÃO FRATERNA





GRATA, ROSÉLIA, POR MAIS ESTA GRANDE 
FESTA DE NATAL

BEIJINHOS
OLINDA




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Ver aqui algumas medidas tendentes a minorar o problema no município de Lisboa
Organizações de ajuda aos sem-abrigo - aqui
Imagens: pixabay

sábado, 25 de novembro de 2023

'sobre a nudez forte da verdade – o manto diáfano da fantasia'

Na data do seu nascimento, lembramo-lo, não que não tenha sido suficientemente lembrado nos últimos tempos, embora não pelo seu talento que é inegável, mas em função da trasladação das suas ossadas para o Panteão Nacional. E pensar que este autor deixou expresso o desejo de ser enterrado em Verdemilho.

Li um texto muito interessante sobre os vários funerais de Eça, aqui, no Tempo Contado.




José Maria de Eça de Queiroz (25/11/ 1845 – 16/08/1900), também escrito Eça de Queirós, foi um escritor e diplomata português. É considerado um dos mais importantes escritores portugueses de sempre. Foi autor de romances de reconhecida importância, de Os Maias e O Crime do Padre Amaro. Os Maias é considerado por muitos o melhor romance realista português do século XIX.
Veja aqui

Não só estes livros. Há outros igualmente famosos, colecção em que foca os costumes da sociedade da época, de forma crítica. 

Por exemplo, A Relíquia. Quando o li fui até ao fim pensando que, realmente, o protagonista tinha conseguido, depois de muitas peripécias, trazer a relíquia, da Terra Santa, que a tia tanto ambicionava. Mas superou-se...até eu fiquei de boca aberta. 


 


Eça de Queirós deu a este romance o seguinte subtítulo: 'sobre a nudez forte da verdade – o manto diáfano da fantasia”, máxima inscrita na estátua que se encontra na Praça Barão de Quintela, em Lisboa. Imagem acima.

Transcrevo a seguir um excerto, precisamente do momento em que se descobre de que teor era a Relíquia que Teodorico trouxera. Até ele ficou trespassado de horror:



"Tossi, cerrei os olhos: 

— É a coroa de espinhos! 

Esmagada, com um rouco gemido, a Titi aluiu sobre o caixote, enlaçando-o nos braços trémulos... Mas o Margaride coçava pensativamente o queixo austero; Justino sumira-se na profundidade dos seus colarinhos; e o ladino Negrão escancarava para mim uma bocaça negra, de onde saía assombro e indignação! Justos céus! Magistrados e sacerdotes evidenciavam uma incredulidade — terrível para a minha fortuna! 

Eu tremia, com suores — quando o Padre Pinheiro, muito sério, convicto, se debruçou, apertou a mão da Titi a felicitá-la pela posição religiosa a que a elevava a posse daquela relíquia. 

Então, cedendo à forte autoridade litúrgica de Padre Pinheiro, todos, em fila, numa congratulação, estreitaram os dedos da babosa senhora. Estava salvo! Rapidamente, ajoelhei à beira do caixote, cravei o formão na fenda da tampa, alcei o martelo em triunfo... 

— Teodorico! Filho! — berrou a Titi, arrepiada, como se eu fosse martelar a carne viva do Senhor. 

— Não há receio, Titi! Aprendi em Jerusalém a manejar estas cousinhas de Deus!... 

Despregada a tábua fina, alvejou a camada de algodão. Ergui-a com terna reverência; e perante os olhos extáticos, surgiu o sacratíssimo embrulho de papel pardo, com o seu nastrinho vermelho. 

— Ai que perfume! Ai! ai, que eu morro! — suspirou a Titi a esvair-se de gosto beato, com o branco do olho aparecendo por sobre o negro dos óculos. 

Ergui-me, rubro de orgulho: 

— É à minha querida Titi, só a ela, que compete, pela sua muita virtude, desembrulhar o pacotinho!...

 Acordando do seu langor, trémula e pálida, mas com a gravidade de um pontífice, a Titi tomou o embrulho, fez mesura aos santos, colocou-o sobre o altar; devotamente desatou o nó do nastro vermelho; depois, com o cuidado de quem teme magoar um corpo divino, foi desfazendo uma a uma as dobras do papel pardo... 

Uma brancura de linho apareceu... A Titi segurou-a nas pontas dos dedos, repuxou-a bruscamente — e sobre a ara, por entre os santos, em cima das camélias, aos pés da cruz —espalhou-se, com laços e rendas, a camisa de dormir da Mary! A camisa de dormir da Mary! Em todo o seu luxo, todo o seu impudor, enxovalhada pelos meus abraços, com cada prega fedendo a pecado! A camisa de dormir da Mary! 

E pregado nela por um alfinete, bem evidente ao clarão das velas, o cartão com a oferta em letra encorpada: — "Ao meu Teodorico, meu portuguesinho possante, em lembrança do muito que gozamos!" Assinado, M. M.... 

A camisa de dormir da Mary! Mal sei o que ocorreu no florido oratório! Achei-me à porta, enrodilhado na cortina verde, com as pernas a vergar, num desmaio. Estalando, como achas atiradas a uma fogueira, eu sentia as acusações do Negrão bradadas contra mim junto à touca da Titi: 

— "Deboche! Escárnio! Camisa de prostituta! Achincalho à senhora Dona Patrocínio! Profanação do oratório!" Distingui a sua bota arrojando furiosamente para o corredor o trapo branco. Um a um, entrevi os amigos perpassarem, como longas sombras levadas por um vento de terror. As luzes das velas arquejavam, aflitas. E, ensopada em suor, entre as pregas da cortina, percebi a Titi caminhando para mim, lenta, lívida, hirta, medonha... Estacou. Os seus frios e ferozes óculos trespassaram-me. E através dos dentes cerrados cuspiu esta palavra: 

— Porcalhão."

A Relíquia - Eça de Queirós - pg 230 (livro online)

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E que dizer de As Farpas? Bem, deixo para falar disso numa próxima oportunidade. Como temos eleições à porta, abordá-las-ei nessa altura se vir que esses textos trazem alguma passagem que interesse...para o assunto em questão.


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Amigos, vou ausentar-me por uns dias.

Publicarei os vossos comentários (se os houver) no meu regresso.

Abraços 

Olinda


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Imagens: net

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

"Diz-me coisas bunitas"

 Quantas e quantas vezes não trouxe a este Xaile a cantora Sara Tavares interpretando várias músicas na sua voz ímpar e mais ainda neste video em que nos diz "coisas bunitas"...



 Há pessoas que não deviam morrer. Deixam-nos um vazio difícil de preencher. Dir-me-ão que ela deixa a Obra na sua voz maviosa e, ao mesmo tempo, tão intensa. Mas fica a faltar sempre qualquer coisa.



 Não só em músicas com a toada e o ritmo africano, mas também em canções românticas e sentimentais, vemo-la a deixar a sua marca e a sua sensibilidade.



Uma pequena homenagem a esta Menina que nos surpreendeu no "Chuva de Estrelas" e continuou na sua curta vida a produzir música e a interpretar, descobrindo as suas raízes cabo-verdianas, africanas, sem nunca esquecer esse caldo de culturas de que somos feitos.



Deixas muitas saudades, Sara Tavares

Continuaremos a "Chamar a Música" ,

por ti, por nós.

E,

...

Esta noite vou servir um chá
Feito de ervas e jasmim
E aromas que não há
Vou chamar a música
Encontrar à flor de mim
Um poema de cetim

...

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Imagem: net