quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Saudades não as quero





Bateram fui abrir era a saudade 
vinha para falar-me a teu respeito 
entrou com um sorriso de maldade 
depois sentou-se à beira do meu leito 
e quis que eu lhe contasse só a metade 
das dores que trago dentro do meu peito 


Não mandes mais esta saudade 
ouve os meus ais por caridade 
ou eu então deixo esfriar esta paixão 
amor podes mandar se for sincero 
saudades isso não pois não as quero 

Bateram novamente era o ciúme 
e eu mal me apercebi de que batera 
trazia o mesmo ódio do costume 
e todas as intrigas que lhe deram 
e vinha sem um pranto ou um queixume 
saber o que as saudades me fizeram 

Não mandes mais esta saudade, 
ouve os meus ais por caridade, 
ou eu então deixo esfriar esta paixão, 
amor podes mandar se for sincero, 
saudades isso não pois não as quero.


In: Antologia Poética

Afonso Lopes Vieira
        (1878-1946)



Cidadão do mundo, Afonso Lopes Vieira não esqueceu as suas origens, conservando as imagens de uma Leiria de paisagem bucólica e romântica, rodeada de maciços verdejantes plantados de vinhedos e rasgados pelo rio Lis, mas, sobretudo, de São Pedro de Moel, lugar da sua Casa-Nau, e paisagem de eleição do escritor, enquanto inspiração e génese da sua obra. O Mar e o Pinhal são os principais motivos da sua poética. Nestas paisagens o poeta confessa sentir-se «[…] mais em família com o chão e com a gente», evidenciando no seu tratamento uma apetência para motivos líricos populares e nacionais. Essencialmente panteísta, leu e fixou as gentes, as crenças, os costumes, e as paisagens de uma Estremadura que interpretou como «o coração de Portugal, onde o próprio chão, o das praias, da floresta, da planície ou das serras, exala o fluido evocador da história pátria; província heróica, povoada de mosteiros e castelos…» (Nova demanda do Graal, 1942: 65). aqui

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Quinzena do Amor:

Post 2 -Não é por acaso
Post 1 - É daqui a pouco
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Trazido de:Citador

Imagem: Pixabay 

Não é por acaso

De:ALICE QUEIROZ


Não é por acaso
que existe um espaço
entre dois braços
lugar onde se semeiam
germinam e crescem
os abraços

No espaço 
entre dois braços
exauram-se medos e agonias
removem-se pedras do caminho
fecundam-se sonhos
criam-se laços




No espaço entre dois braços
calam-se as vozes e os passos
falam os sentidos consentidos
nasce a vertigem de coração
com coração sem embaraços

Não não é por acaso
que existe um espaço 
entre dois braços
lugar onde se semeiam
e crescem os abraços


ALICE QUEIROZ
in: Jardim de Afectos




Este lindo poema, de Alice Queiroz, bem como o video foram-me trazidos por Odete Ferreira.

Muito obrigada, minha Amiga.

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Quinzena do Amor:

Post 1 - É daqui a pouco

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A obra referenciada, 
Alice Queiroz, Jardim de Afectos,Versbrava, 2014


Imagens: Pixabay

É daqui a pouco...

Declaro aberta a Época do Amor. Tal como em duas outras edições, durante quinze dias publicarei aqui no Xaile de Seda poemas ou prosas de amor, pesquisados por mim ou trazidos pelos meus queridos amigos. Uma maratona.



Por minha conta tenho, para já, este pequeno-grande texto de Isabel Mendes Ferreira, publicado hoje*, com a certeza de que procurarei o trabalho desta Autora muitas mais vezes:

Sei que me habitas

sei que me habitas agora mais longe. tão longe que o perto é uma espada. missa de cúpulas irreal submissão à fímbria das pálpebras. sei que me entendes. debaixo da terra onde me cravas.
lá.
onde se desventram segredos fiéis à dor que se estende como o mar dentro da areia. não ao lado fundo bem dentro. catedral agora de tempestades. mansas. imperdoáveis porém. que o tempo é dorso de pedra.



Voltando ao que dizia mais acima, o nosso tema é o Amor - amor amor, amor-amizade, amor aos nossos familiares, amor aos nossos semelhantes. Amores com desfechos lendários de "felizes para sempre" ou amores infelizes como os de Pedro e Inês, de Romeu e Julieta, de Abelardo e Eloísa e de tantos outros.




E como tenho aqui à mão a obra épica de Camões, Os Lusíadas, aproveito para deixar aqui duas das estrofes que ele dedica a Inês de Castro, no Canto III:


Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruito,
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a fortuna não deixa durar muito,
Nos saudosos campos do Mondego,
De teus fermosos olhos nunca enxuito,
Aos montes insinando e às ervinhas
O nome que no peito escrito tinhas.

Do teu Príncipe ali te respondiam
As lembranças que na alma lhe moravam, 
Que sempre ante seus olhos te traziam,
Quando dos teus fermosos se apartavam;
De noite, em doces sonhos que mentiam,
De dia, em pensamentos que voavam;
E quanto, enfim, cuidava e quanto via
Eram tudo memórias de alegria. 

Eram tudo memórias de alegria. E sabemos como  terminou. Mas nem tudo são tristezas no Amor e o meu primeiro post desta série vai demonstrá-lo. Nele veremos o milagre que é a força de um abraço.

Até já.


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*Retirado: daqui
Peço à autora me perdoe esta ousadia.

Os Lusíadas (excerto canto III) - Luís Vaz de Camões


Imagem:Pixabay

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

A vós que me visitais

Chegados ao dia de hoje*, impunha-se um balanço do que fiz e do que deixei para trás. Houve situações sobre as quais eu deveria ter-me debruçado. Depois via que já estavam a ser tratadas, vistas e revistas e comentadas, não indo eu acrescentar nada de relevante. Outras houve em que, impulsivamente, lá dizia da minha justiça. Mas, o que na verdade acontece é que por aqui as coisas vão acontecendo sem prazos nem periodicidades. Penso que poderia ser de outro modo, mas ainda bem que apareceis apesar destas minhas falhas.



Hoje gostaria de produzir um grande texto se a isso me assistissem o engenho e a arte. Em vez disso prefiro recorrer às interrogações sobre o desconcerto do mundo do grande Luís Vaz de Camões nestes versos em oitava. Eis as três primeiras:

O desconcerto do mundo**

Quem pode ser no mundo tão quieto,
ou quem terá tão livre o pensamento,
quem tão exp'rimentado e tão discreto,
tão fora, enfim, de humano entendimento
que, ou com público efeito, ou com secreto,
lhe não revolva e espante o sentimento,
deixando-lhe o juízo quase incerto,
ver e notar do mundo o desconcerto?


Quem há que veja aquele que vivia
de latrocínios, mortes e adultérios,
que ao juízo das gentes merecia
perpétua pena, imensos vitupérios,
se a Fortuna em contrário o leva e guia,
mostrando, enfim, que tudo são mistérios,
em alteza de estados triunfante,
que, por livre que seja, não se espante?


Quem há que veja aquele que tão clara
teve a vida que em tudo por perfeito
o próprio Momo às gentes o julgara,
ainda que lhe vira aberto o peito,
se a má Fortuna, ao bem somente avara,
o reprime e lhe nega seu direito,
que lhe não fique o peito congelado,
por mais e mais que seja exp'rimentado?

.... (excerto)

Luís Vaz de Camões
in:Líricas - pg 85





Neste oitavo ano que agora começa aqui no Xaile de Seda, comunico-vos a intenção de reeditar a Quinzena do Amor, que irá de 31 de Janeiro a 14 Fevereiro. Por isso, peço o vosso contributo, como das outras vezes, trazendo-me poemas de amor, vossos ou de quem admirais, os quais publicarei durante esses quinze dias. Podereis deixá-los no espaço dos comentários. Para já, os meus agradecimentos.

Um grande abraço.


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* 7º aniversário do Xaile de Seda

** Nota de rodapé, do livro:
Esta célebre poesia moral foi endereçada ao seu amigo D. António de Noronha, filho do Conde de Linhares, companheiro e talvez discípulo algum tempo. Alude ao desconcerto, à má organização em que andam as coisas neste mundo: os bons por baixo, os maus no galarim

Imagens: Pixabay


sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Biblioteca Pública





Sentados. Quatro à mesa. Eu e eles:
O miúdo que estuda, o homem sem emprego,
O velho sem mulher, sem casa, sem razão,
Trauteando, sujo e distraído;
E eu - casaco azul de breu, quase surrão
Que bela companhia que fazemos.

Dez cadeiras vividas, a mesa longa e lisa.
Um momento no tempo: parece reunião.

Enciclopédias, dicionários, História,
Economia, geografia, arte:
A rápida referência à grande paciência.
Renques de estantes, ruas, nesta aldeia olímpica,
Brochado contra o tempo todo o saber do mundo.
São 5 no relógio. Silêncio de pulseiras.

Um chapéu de abas largas, herói de chuvas,
Espanto de fronteiras, escoa pela porta.
Lençol lavado, esvoaçando, ao vento: um homem passa.
Outro homem entra. Duo de vidas
Que a ninguém importa.

"Materialismo histórico" de Mehring
Descansa os olhos: pernas elegantes.
E o moço pausa. Não pensa na causa
Nem sequer no efeito. E, contrafeito,
Torna, afeito à leitura.
A semana tem, às vezes, dias e actos de bravura.

Estremece a casa. Guerra. O espaço.
Cruzam-se os carros, fora. Cavalheiro e dama:
Insultam lama, lama, lama. Livre, ninguém reclama.

E a chuva bate, marcando a desora:
Dez, vinte, trinta folhas,
O cachecol, a samarra, o hábito diário.
Sem braseiro nem brasa,
Este é o lar dos que imaginam casa.

Um tronco de madeira, grande manjar de letras:
Os livros, as revistas, a tele, os jornais.
E o puzzle de sinais.

Partem os fracos.Só os fortes ficam:
Fogo de candeeiro, aqui. Caseiro.
Não forja espada nem vence eleição.
O conforto: modesto. Perene companhia.
Matemática impura: quase compreensão.

INÊS SARRE

In: Pelo espelho das coisas, páginas 46/47
Cooperativa Editorial dos Emigrantes - Baden/Suiça
Edição nº 003/84


A AUTORA:
Natural de Olhão, é Licenciada em Letras pela Universidade de Lisboa. Depois de dois anos de trabalho, como locutora, na Radiodifusão Portuguesa, foi Leitora de Português na Universidade de Leeds, Inglaterra. (...) Vive e trabalha, há já alguns anos em Londres. Tem colaboração em Modern Language Review, Peregrinação e Anuário de Poesia 1984.

(Referências retiradas do livro acima indicado)

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Imagem: Pixabay

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

...cada nossa faculdade, posta em desuso, chega ao desuso maior que é deixar de existir


15 - Porque é que a TV foi essa "caixinha que revolucionou o mundo"? Faço a pergunta e as respostas vêm em turbilhão. Fez de tudo um espectáculo, fez do longe o mais perto, promoveu o analfabetismo e o atraso mental. De um modo geral, desnaturou o homem. E sobretudo miniaturizou-o, fazendo de tudo um pormenor, misturado ao quotidiano doméstico. 




Porque mesmo um filme ou peça de teatro ou até um espectáculo desportivo perdeu a grandeza e metafísica de um largo espaço de uma comunidade humana. Já um acto religioso é muito diferente ao ar livre ou no interior de uma catedral. Mas a TV é algo de minúsculo e trivial como o sofá donde a presenciamos. Diremos assim e em resumo que a TV é um instrumento redutor. Porque tudo o que passa por lá chega até nós diminuído e desvalorizado no que lhe é essencial. E a maior razão disso não está nas reduzidas dimensões do ecrã, mas no facto de a "caixa revolucionadora" ser um objecto entre os objectos de uma sala. Mas por sobre todos os males que nos infligiu, ergue-se  o da promoção do analfabetismo. Ser é um acto difícil e olhar o boneco não dá trabalho nenhum. Ler exige colaboração da memória, do entendimento e da imaginação. A TV dispensa tudo. Uma simples frase como "o homem subiu a escada" exige a decifração de cada palavra, a relação das anteriores até se ler a última e a figuração do seu sentido e imagem correspondente. Mas na TV dá-se tudo de uma vez sem nós termos de trabalhar. Mas cada nossa faculdade, posta em desuso, chega ao desuso maior que é deixar de existir. (...)

Vergílio Ferreira - "escrever" pgs. 23/24 - edição de Helder Godinho, Bertrand Editora - Chiado, 2001

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Imagem: daqui

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

O país dos mil lagos

Continuando com o meu quiz do post anterior:
Perante a pergunta, pensei logo na região dos Grandes Lagos da América do Norte, ideia que abandonei logo porque geograficamente impossível, tendo em conta os países apresentados no quiz.



Vejamos, então:

O país dos mil lagos é:

A Finlândia

A Rússia
A Escócia
O Congo

Por exclusão de partes cheguei à resposta correcta: a Finlândia.


Mas, já alguém dizia do outro lado da mesa: Eu, quando estive em Helsínquia parecia que se me congelavam as pernas de tanto frio e estávamos em Abril. E outra coisa: nós somos um tanto ou quanto ruidosos, costumamos falar alto. Ia na rua a falar ao telemóvel num tom normal, pensava eu, quando reparei que as pessoas paravam a olhar para mim. Pareceu-me tudo muito silencioso, muito sem sal...









Por coincidência, A Volta ao Mundo deste mês traz um artigo, de José Luís Peixoto, sobre Helsínquia, onde fala do frio e da maneira como os finlandeses lidam com ele e, também, da impressão que nos dá a forma como olham ou não para nós, no caso vertente, para o autor. 

Vou deixar aqui algumas passagens do referido artigo:

Passeio pelo centro de Helsínquia sem obrigação de estar a horas em qualquer lugar. (...) Essa tranquilidade, adicionada a todos os corpos que passam sem olhar para mim, torna-me invisível. Como se me atravessassem, as pessoas não precisam de desviar-se, não dão qualquer sinal da minha presença. (...) 
Apenas o frio repara em mim. O frio chama-me desde longe e, logo a seguir, aproxima-se demasiado -(...)- escorre-me por baixo da roupa até me cobrir toda a pele, até ser uma segunda pele.
Frio? Pode sempre ser pior. Quando falei com finlandeses sobre o frio, responderam-me que poderia ser pior. (...)

Os finlandeses parecem feitos de neve como se guardassem no olhar, na pele, nos cabelos uma reserva de luz.


Se puderem, leiam este interessante artigo na sua íntegra.

Mas, comparando o desabafo acima e este último chegaremos à conclusão de que se passarmos silenciosos eles nem darão por nós.

Quanto aos lagos, encontrei esta informação, aqui:
  
A Finlândia é o país com o maior número de lagos na União Europeia. Existem cerca de 188 000 lagos na Finlândia (corpos de água parada de área superior a 5 ares, isto é, 500 m2). O número de lagos maiores que 1 hectare (10 000 m2) é superior a 55 000.

E esta hein??!!!

Desejo-vos uma boa semana, meus amigos.


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POST 1 - La belle province

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1ª imagem: 
El lago Saimaa es la joya más preciada de la Naturaleza en Finlandia. Es el mayor del país y el cuarto de agua dulce mayor de Europa. aqui
2ª imagem:
Helsínquia

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

La belle province




Num quiz de perífrases relacionadas com países, com 17 perguntas, em família, para testar os nossos conhecimentos ao nível de curiosidades, respondi mal a algumas como a que a seguir indico.

Pergunta:

Que região é designada por: La belle province?

Le Québec
La Côte d'Azur
La Réunion
Madagascar


Olhei e olhei para estas quatro opções e saltou-me à vista "Côte d'Azur" e, claro, triunfantemente, respondi: CÔTE D'AZUR, sem me preocupar se se trata ou não de uma província.

Mas, não. A resposta correcta era: Québec  

Vejam, no video, se não é uma coisa mesmo bela no que toca à Natureza. Talvez seja uma boa descoberta a fazer, in loco, em tempos próximos.

Fui ver donde lhe vem essa designação:



Descobri que foi adoptada para placas de matrículas, entre 1963 e 1977. "La belle province" é utilizada em nomes de restaurantes e Quebec é designada como tal mais no exterior do que propriamente na região.

Por outro lado, a divisa de Quebec é "Je me souviens": 

Em 1883, Eugène-Étienne Taché, Comissário Assistente nas Terras da Coroa no Québec e arquitecto dos edifícios do parlamento do Québec, mandou gravar a frase na pedra por baixo do brasão do Québec na porta de entrada do edifício.
A frase tornou-se imediatamente oficial, mas o brasão só foi adoptado em 1939.
Armoiries du Québec depuis 1939.

Trarei mais algumas perguntas cujas respostas falhei, ou andei lá perto.

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Fonte do quiz:aqui
Placa de matrícula: aqui
Notas e imagens Internet
Video: Youtube

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

O Poema Original




Original é o poeta 
que se origina a si mesmo 
que numa sílaba é seta 
noutra pasmo ou cataclismo 
o que se atira ao poema 
como se fosse ao abismo 
e faz um filho às palavras 
na cama do romantismo.
Original é o poeta 
capaz de escrever em sismo. 

Original é o poeta 
de origem clara e comum 
que sendo de toda a parte 
não é de lugar algum. 
O que gera a própria arte 
na força de ser só um 
por todos a quem a sorte 
faz devorar em jejum.
Original é o poeta
que de todos for só um. 

Original é o poeta 
expulso do paraíso 
por saber compreender 
o que é o choro e o riso; 
aquele que desce à rua 
bebe copos quebra nozes 
e ferra em quem tem juízo 
versos brancos e ferozes.
Original é o poeta 
que é gato de sete vozes. 

Original é o poeta 
que chega ao despudor 
de escrever todos os dias 
como se fizesse amor. 

Esse que despe a poesia 
como se fosse mulher 
e nela emprenha a alegria 
de ser um homem qualquer.

In:Resumo
(1937/1984) 

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Poema com o título: "O poema original" 
no Citador em alguns outros sítios;
noutros : "Original é o poeta".
Imagem: Pixabay

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Bem-vindo, 2018!

Daqui te saúdo!

O dia surgiu glorioso, cheio de Sol, temperatura amena. Excelente!

















Ofereço-me esta canção de Joe Dassin, que eu adoro:




Et si tu n'existais pas

Et si tu n'existais pas
Dis-moi pourquoi j'existerais
Pour traîner dans un monde sans toi
Sans espoir et sans regret
Et si tu n'existais pas
J'essaierais d'inventer l'amour
Comme un peintre qui voit sous ses doigts
Naître les couleurs du jour
Et qui n'en revient pas

Et si tu n'existais pas
Dis-moi pour qui j'existerais
Des passantes endormies dans mes bras
Que je n'aimerais jamais
Et si tu n'existais pas
Je ne serais qu'un point de plus
Dans ce monde qui vient et qui va
Je me sentirais perdu
J'aurais besoin de toi

Et si tu n'existais pas
Dis-moi comment j'existerais
Je pourrais faire semblant d'être moi
Mais je ne serais pas vrai
Et si tu n'existais pas
Je crois que je l'aurais trouvé
Le secret de la vie, le pourquoi
Simplement pour te créer
Et pour te regarder

Et si tu n'existais pas
Dis-moi pourquoi j'existerais
Pour traîner dans un monde sans toi
Sans espoir et sans regret
Et si tu n'existais pas
J'essaierais d'inventer l'amour
Comme un peintre qui voit sous ses doigts
Naître les couleurs du jour
Et qui n'en revient pas





E um abraço a quem por aqui passar.

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Imagens: pixabay