segunda-feira, 30 de maio de 2022

Protopoema

Do novelo emaranhado da memória, da escuridão dos
nós cegos, puxo um fio que me parece solto.
Devagar o liberto, de medo que se desfaça entre os 
dedos.
É um fio longo, verde e azul, com cheiro de limos,
e tem a macieza quente de lodo vivo.
É um rio.
Corre-me nas mãos, agora molhadas.
Toda a água me passa entre as palmas abertas, e de 
repente não sei se as águas nascem de mim, ou para
mim fluem.
Continuo a puxar, não já memória apenas, mas o
próprio corpo do rio.
Sobre a minha pele navegam barcos, e sou também os
barcos e o céu que os cobre e os altos choupos que
vagarosamente deslizam sobre a película luminosa
dos olhos.
Nadam-se peixes no sangue e oscilam entre duas
águas como os apelos imprecisos da memória.
Sinto a força dos braços e a vara que os prolonga.
Ao fundo do rio e de mim, desce como um lento e
firme pulsar de coração.
Agora o céu está mais perto e mudou de cor.
É todo ele verde e sonoro porque de ramo em ramo
acorda o canto das aves.
E quando num largo espaço o barco se detém, o meu 
corpo despido brilha debaixo do sol, entre o
esplendor maior que acende a superfície das águas.
Aí se fundem numa só verdade as lembranças confusas
da memória e o vulto subitamente anunciado do
futuro.
Uma ave sem nome desce donde não sei e vai pousar 
calada sobre a proa rigorosa do barco.
Imóvel, espero que toda a água se banhe de azul e que
as aves digam nos ramos por que são altos os
choupos e rumorosos as suas folhas.
Então, corpo de barco e de rio na dimensão do homem,
sigo adiante para o fulvo remanso que as espadas 
verticais circundam.
Aí, três palmos enterrarei a minha vara até à pedra
viva.
Haverá o grande silêncio primordial quando as mãos se
juntarem às mãos.
Depois saberei tudo.


In: Provavelmente Alegria
pgs. 54/55


Em 1947 publica o primeiro livro: “Terra de Pecado”, e com o romance “Levantado do Chão”, Prémio Cidade Lisboa em 1980, afirmou-se como um autor de pensamento de esquerda, que fala de trabalhadores para trabalhadores. É “Memorial do Convento” que o confirma como um dos grandes autores de língua portuguesa. 



Bolero - Ravel
Jorge Donn



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sexta-feira, 27 de maio de 2022

Os Deuses Têm Sede

Évariste, tomado dum amor súbito pela natureza, ao ver ceifeiros a atarem molhos, sentia os olhos encherem-se-lhe de lágrimas; sonhos de concórdia e de amor enchiam-lhe o coração. pg.85

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Mercê de umas mãozinhas diligentes com dois aninhos recém-feitos que desarruma tudo e mais alguma coisa, da estante dos livros e não só, dei de caras com Anatole France neste título, "Os deuses têm sede", que lera há tanto tempo que nem sei dizer quando foi. Mesmo assim lembro-me do que se trata: Livro escrito em 1912, baseado em acontecimentos históricos relacionados com a Revolução Francesa, no período subsequente que ficou conhecido como o "Terror", compreendido entre 5 de Setembro de 1793 e 27 de Julho de 1794.

Com efeito, em 1789 tem lugar a Revolução que veio trazer-nos aqueles ideais que todos conhecemos, Liberdade, Igualdade, Fraternidade, e de tão fortes que formataram a Lei Fundamental de vários países. E citamo-los sempre que desejamos defender este ou aquele ponto de vista quanto aos direitos do homem. Friso do homem porque na Declaração* produzida na altura, realmente a mulher não aparecia, o que foi posto em evidência por Olympe de Gouges, e publicado aqui, no Xaile de Seda.

 


Exceptuando-se, em certa medida, a nossa Revolução dos Cravos, o período pós-revolução, em todos os tempos, é sempre de grande agitação, depurações, perseguições. Esta situação atinge o caos em França, nesse século dezoito que marcaria o inicio da liberdade de expressão mas que tem o seu lado horroroso nos primeiros tempos, com consequências inimagináveis. 

Pessoas imbuídas dos mais elevados valores em tempos normais, naquele ambiente transformam-se em deuses sedentos de sangue, com o ódio a corroer-lhes a própria vida e a dos outros. A guilhotina, instrumento de pena morte por decapitação, não tivera descanso naqueles tempos.

O personagem principal do romance, Évariste Gamelin, jovem artista, de nobres sentimentos, fervoroso apoiante da Revolução e dos seus ideais, nomeado jurado do Conselho Revolucionário, torna-se um algoz nas suas decisões de vida ou de morte, sem controlo. 

O Comitê de Salvação Pública era o órgão que conduzia a política do terror, sendo Robespierre a figura de maior destaque. 

O Período do Terror termina quando Maximilien de Robespierre, e cinquenta de seus aliados são presos na prefeitura de Paris no dia 9 de Termidor (27 de Julho de 1794). No dia seguinte, ele e seus aliados foram guilhotinados.

Do Livro:

Gamelin fez um esforço para subir para a carroça: tinha perdido muito sangue e a ferida fazia-o sofrer cruelmente. O cocheiro chicoteou a pileca e o cortejo pôs-se em andamento, no meio dos apupos. -Vai lá, bebedor de sangue! Assassino a dezoito francos por dia!...Já não ri: vejam como está pálido, o covarde!pg.199 

Trata-se das mesmas vozes que insultavam os que eram mandados por Gamelin e pelos colegas para a guilhotina.

O autor faz nesta obra uma análise crua da complexidade do ser humano.


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Jacques Anatole François Thibault, mais conhecido como Anatole France, (1844 -1924) foi um escritor francês, Prémio Nobel da Literatura, em 1921. 

1ª imagem - símbolos aqui

domingo, 22 de maio de 2022

Milenar Fogueira



São por vezes generosos os deuses
A soltarem bênçãos e caprichando desenfados
No coração dos homens.
Em tardes benévolas
E quentes...

Sereníssimas as Mulheres
A abrirem seus mantos. E a soletrar prodígios.
E a cortarem o pão. E a ministrar o vinho.
Prudentes e sábias.

E a habitarem toda a casa.
E a tricotarem conversas. E açucenas
No rosto do dia pleno.

No pátio os homens soltam revoadas.
E gargalhadas. E bebem apaziguados.
E límpidos...

E a paisagem verde, ao fundo, a devolver o Eco
E o murmúrio de Pã penetrando nos sentidos...

No centro uma rosa acesa - milenar fogueira!
Que um Poeta irá plantar em chão fecundo.
Como perfume da Memória
E essência pagã da Vida...

In: Coreografia dos Sentidos
-Como se fora invenção minha-
pg. 121







Tenham um bom domingo, meus amigos.

Abraços.
Olinda

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Nota: Trouxe o video do blog do autor - Relógio de Pêndulo -
Perdoe-me a ousadia, caro Poeta.

quarta-feira, 18 de maio de 2022

Arte poética

Vem de quê o poema?
De quanto serve
A traçar a esquadria da semente:
Flor ou erva, floresta e fruto.
Mas avançar um pé não é fazer jornada,
Nem pintura será a cor que não se inscreve
Em acerto rigoroso e harmonia.
Amor, se o há, com pouco se conforma
Se, por lazeres de alma acompanhada,
Do corpo lhe bastar a presciência.
Não se esquece o poema, não se adia,
Se o corpo da palavra for moldado
Em ritmo, segurança e consciência.


José Saramago
  in "Os poemas possíveis".

        (1922-2010)


A primeira fase da sua trajectória literária foi marcada pela poesia, com Os Poemas Possíveis (1966) e Provavelmente Alegria (1970), e pela crônica Deste Mundo e do Outro (1971). aqui




-Ser Poeta-
"É condensar o mundo num só grito"



Boa quarta-feira, meus amigos.
Abraços
Olinda

NOTA
Queiram ver, na parte lateral do blog, à direita, excertos da nossa Quinzena do Amor, deste ano. :)



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Poema - daqui

sábado, 14 de maio de 2022

Renascer/Renacer - Elvira Carvalho

O ano de mil novecentos e sessenta e oito caminhava a passos largos para o fim. 
A guerrilha das fações políticas que lutavam pela independência 
nas colónias estava ao rubro, enquanto na 
chamada metrópole cada vez se levantavam mais vozes 
contra o regime.
Elvira Carvalho*



Este é o título do último livro da nossa amiga Elvira Carvalho, cujo talento tão bem conhecemos. No blogue Sexta-feira faz a publicação dos seus contos, maravilhosamente estruturados e que falam dos encontros e desencontros da vida.

A história que ora nos conta deixou de estar publicada no blogue, o que quer dizer que se trata de tema em quase primeira mão. Versa sobre a guerra do Ultramar, mais propriamente, sobre o regresso de um dos combatentes.

Elvira Carvalho faz um retrato muito rigoroso da época em que decorre esses acontecimentos e oferece-nos a leitura de como se vivia na altura, ao mesmo tempo que nos fala da insegurança e medos de jovens quase imberbes mandados para a guerra, a dor das suas famílias...e daqueles que não regressaram.

A importância da temática da guerra do ultramar reside no facto, quanto a mim, de ser cada vez mais necessário que se escreva sobre o assunto, trazendo a lume eventuais problemas dos ex-combatentes e seus descendentes, camuflados por anos de quase silêncio. É crucial que não caia no esquecimento, e seja conhecido pela geração actual, esse lado da História de Portugal.

A compreensão e o amor são as pedras basilares para o Renascer de uma vida interrompida, como acontecera com aqueles que tiveram de combater em África.

Bem-haja, Elvira!

Abraço

Olinda


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*Citação - pg.5

NOTA: Este livro de Elvira Carvalho é bilingue, português e castelhano.

Imagem: pixabay

segunda-feira, 9 de maio de 2022

As tuas Lágrimas




As tuas lágrimas respiram e florescem, o lugar onde te sentas é o rio que corre em sobressalto por dentro de uma árvore, seiva renovada que transporta palavras até às folhas felizes de um amor demorado e ainda puro. E essa árvore fala através das tuas palavras, demora-se em conversas com as abelhas, com os gaios, com o vento.

As tuas lágrimas iluminam as páginas alucinadas dos livros de poesia, e as mesas claras tão cheias de frutos que se assemelham a fogueiras ruivas, alimento privilegiado de um imenso e intenso dragão que me aquece o sangue.

As tuas lágrimas transbordam os grandes lagos dos meus olhos e eu choro contigo os grandes peixes da ternura, esses mesmos peixes que são os arquitectos perturbados de uma relação sem tempo mas alimentada por primaveras que de tão altas são inquestionáveis.

As tuas lágrimas fertilizam as searas celestes, arrefecem o movimento dos vulcões, absorvem toda a beleza do arco-íris, embebedam-se com a doçura das estrelas. E são oferendas à mãe terra, o reconhecimento final do princípio do nosso pequeno mundo. 

As tuas lágrimas são minhas amigas. São as minhas lágrimas. A forma de chorar-te cheio de alegria, ferido por esta felicidade de amar-te muito, de amar-te sempre, de apascentar nas horas mais desoladas, o meu rebanho florido de azáleas brancas e vermelhas.

Joaquim Pessoa, 
in 'Ano Comum'



Joaquim Maria Pessoa (1948), conhecido por Joaquim Pessoa, é um poeta, artista plástico, publicitário e estudioso de arte pré-histórica português. aqui








Boa semana, meus amigos.


Abraços
Olinda


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Imagem: pixabay

domingo, 8 de maio de 2022

Dia das Mães no Brasil

Associo-me à homenagem ao Dia das Mães no Brasil, lembrando as Mães que me visitam e me comentam com amizade e apreço.



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Há mulheres que trazem o mar nos olhos
Não pela cor
Mas pela vastidão da alma
E trazem a poesia nos dedos e nos sorrisos
Ficam para além do tempo
Como se a maré nunca as levasse
Da praia onde foram felizes

Há mulheres que trazem o mar nos olhos
pela grandeza da imensidão da alma
pelo infinito modo como abarcam as coisas e os Homens...
Há mulheres que são maré em noites de tardes..
e calma





Este poema, erradamente atribuído a Sophia de Mello Breyner Anderson, é antes de mais uma homenagem que a autora, ACCB, lhe dedicou em 2009.

É lindíssimo e com ele envio os meus votos de Felicidades a 
Todas as Mães.







Grande abraço.

Olinda


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Veja: 

aqui, no blogue Cleopatra Moon, a autora do poema acima transcrito, que assina ACCB, e é a juiza desembargadora do Tribunal da Relação de Lisboa, Adelina Barradas de Oliveira.

aqui, artigo do Público que fala da referida autora e das circunstâncias em que o poema foi escrito.

aqui, também.


quinta-feira, 5 de maio de 2022

Lá vai o português

Lá vai o português, diz o mundo, quando diz, apontando umas criaturas carregadas de História que formigam à margem da Europa. 

Lá vai o português, lá anda. Dobrado ao peso da História, carregando-a de facto, e que remédio – índias, naufrágios, cruzes de padrão (as mais pesadas). Labuta a côdea do sol-a-sol e já nem sabe se sonha ou se recorda. Mal nasce deixa de ser criança: fica logo com oito séculos. No grande atlas dos humanos talvez figure como um ser mirrado de corpo, mirrado e ressequido, mas que outra forma podia ele ter depois de tantas gerações a lavrar sal e cascalho? Repare-se que foi remetido pelos mares a uma estreita faixa de litoral (Lusitânia, assim chamada) e que se cravou nela com unhas e dentes, com amor, com desespero ou lá o que é. Quer isto dizer que está preso à Europa pela ponta, pelo que sobra dela, para não se deixar devolver aos oceanos que descobriu com muita honra. E nisso não é como o coral que faz pé-firme num ondular de cores vivas, mercados e joalharia; é antes como o mexilhão cativo, pobre e obscuro, já sem água, todo crespo, que vive a contra-corrente no anonimato do rochedo. (De modo que quando a tormenta varre a Europa é ele que a suporta e se faz pedra, mais obscuro ainda).

 Tem pele de árabe, dizem. Olhos de cartógrafo, travo de especiarias. Em matéria de argúcias será judeu, porém não tenaz: paciente apenas. Nos engenhos da fome, oriental. Há mesmo quem lhe descubra qualquer coisa de grego, que é outra criatura de muitíssima História. 

Chega-se a perguntar: está vivo? É claro que está: vivo e humilhado de tanto se devorar por dentro. Observado de perto pode até notar-se que escoa um brilho de humor por sob a casca, um riso cruel, de si para si, que lhe serve de distância para resistir e que herdou dos mais heróicos, com Fernão Mendes à cabeça, seu avô de tempestades. Isto porque, lá de quando em quando, abre muito em segredo a casca empedernida e, então sim, vê-se-lhe uma cicatriz mordaz que é o tal humor. Depois fecha-se outra vez no escuro, no olvidado. 

Lá anda, é deixá-lo. Coberto de luto, suporta o sol africano que coze o pão na planície; mais a norte veste-se de palha e vai atrás da cabra pelas fragas nordestinas. Empurra bois para o mar, lavra sargaços; pesca dos restos, cultiva na rocha. Em Lisboa, é trepador de colinas e de calçadas; mouro à esquina, acocorado diante do prato. Em Paris e nos Quintos dos Infernos topa-a-tudo e minador. Mas esteja onde estiver, na hora mais íntima lembrará sempre um cismador deserto, voltado para o mar. 

É um pouco assim o nosso irmão português. Somos assim, bem o sabemos. Assim, como? 

José Cardoso Pires, E agora, José? Moraes Editores, 1977




Texto saboroso de José Cardoso Pires, que traça o retrato do português ajoujado sob o peso de oito séculos de História. Lembra-me, nas devidas proporções, Bocage que ri de si próprio na descrição bem-humorada da sua pessoa, em "Magro, de olhos azuis, carão moreno".

Hoje, 5 de Maio, comemora-se o Dia Mundial da Língua Portuguesa, instituído pela CPLP em 2009, corroborado pela UNESCO em 2019.

A CPLP, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, terá perdido algum do seu prestígio, a meu ver, pelo facto de ter acedido à integração da Guiné Equatorial por motivos políticos, sabendo nós que esse país não preenchia os requisitos exigidos. Confesso que lavrava em mim a noção romântica dos oito unidos pelo idioma. Desde essa altura minguou-se a minha admiração por essa entidade.
 
De referir que o Brasil já tinha criado o Dia Nacional da Língua Portuguesa a partir do decreto de lei nº 11.310, de 12 de junho de 2006, estipulando a celebração para o dia 5 de novembro. 

Um pouco à sorte fui à procura de algum hino à ou da CPLP. 
E não é que encontrei?! 

Intitula-se "A Lusófona"
Ei-lo:



Luanda é a Capital da Cultura da CPLP, em 2022.


Boa quinta-feira meus amigos.

Abraços
Olinda


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Os países da CPLP: Angola, Brasil, Cabo Verde,Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste

Veja:
Textos jornalísticos
25 de Abril- Uma aventura para a democracia - aqui

segunda-feira, 2 de maio de 2022

Tarde, tão tarde

Ontem, na tua voz pousada
Lá longe, do teu refúgio
Envolto, protegido num sudário
No casulo em que transformaste a tua vida
Galante como só tu sabes ser
Assim disseste: Falar contigo! Para mim
                                                     É vida!

E a isto se resume o teu desvelo.
Tarde, tão tarde que até dói
Irrompeste na minha vida
Emparedado, sem visão de futuro
Levitaste apenas, depois caíste.

Dinola Melo 



Nina Simone
Feeling Good


domingo, 1 de maio de 2022

Isabel, a bela



O mundo era o teu jardim. Il fallait le cultiver avec des fleurs précieuses et parfumées, donde exalasse o perfume que te envolvia por natureza.

 Dos teus lábios saía o sorriso com que encantavas todos os momentos, dos mais simples aos mais complexos. 

Das tuas leituras retiravas o húmus da vida e distribuía-lo prodigamente, de mãos abertas e carinhosas. 

Dos teus passos, leves como pluma, sobressaía a essência do teu percurso por vezes alegre, outras vezes pleno de tristezas, que a vida não te poupou. 

Mas onde as queixas? 

Há sempre um amanhã, dizias, temos de o encarar radioso e promissor.

A minha saudade,
Querida Mãe.




Cremilda Medina
Numa das suas mais belas interpretações

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Dia da mãe

Dia 8, santo dia,
Que em visões somente via,
Tua imagem que pureza irradia,
Oh! Minha nobre fidalguia!

Por tudo e por nada se pronuncia,
Quase sem pensar, instintivamente,
Esse lindo nome que de criança,
Pela Natureza nos foi ensinada.

Mãe mil vezes querida,
Mãe, a razão do meu ser,
No mundo não há vocábulos
Que exprimam o teu alto valor.

Manuel


Um dos meus irmãos enviou-me agora estes versos que escrevera nos idos de 1977, quando o Dia da Mãe ainda era celebrado no dia oito de Dezembro.

Obrigada, meu querido.

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Desejo Feliz Dia a Todas as Mães.

Abraços

Olinda



Um lindo presente da querida Rosélia.

Muito obrigada, minha amiga.



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Imagem: La flora endémica de Cabo Verde
un tesoro a conservar- aqui