segunda-feira, 30 de maio de 2022
Protopoema
sexta-feira, 27 de maio de 2022
Os Deuses Têm Sede
Évariste, tomado dum amor súbito pela natureza, ao ver ceifeiros a atarem molhos, sentia os olhos encherem-se-lhe de lágrimas; sonhos de concórdia e de amor enchiam-lhe o coração. pg.85
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Com efeito, em 1789 tem lugar a Revolução que veio trazer-nos aqueles ideais que todos conhecemos, Liberdade, Igualdade, Fraternidade, e de tão fortes que formataram a Lei Fundamental de vários países. E citamo-los sempre que desejamos defender este ou aquele ponto de vista quanto aos direitos do homem. Friso do homem porque na Declaração* produzida na altura, realmente a mulher não aparecia, o que foi posto em evidência por Olympe de Gouges, e publicado aqui, no Xaile de Seda.
Exceptuando-se, em certa medida, a nossa Revolução dos Cravos, o período pós-revolução, em todos os tempos, é sempre de grande agitação, depurações, perseguições. Esta situação atinge o caos em França, nesse século dezoito que marcaria o inicio da liberdade de expressão mas que tem o seu lado horroroso nos primeiros tempos, com consequências inimagináveis.
Pessoas imbuídas dos mais elevados valores em tempos normais, naquele ambiente transformam-se em deuses sedentos de sangue, com o ódio a corroer-lhes a própria vida e a dos outros. A guilhotina, instrumento de pena morte por decapitação, não tivera descanso naqueles tempos.
O personagem principal do romance, Évariste Gamelin, jovem artista, de nobres sentimentos, fervoroso apoiante da Revolução e dos seus ideais, nomeado jurado do Conselho Revolucionário, torna-se um algoz nas suas decisões de vida ou de morte, sem controlo.
O Comitê de Salvação Pública era o órgão que conduzia a política do terror, sendo Robespierre a figura de maior destaque.
O Período do Terror termina quando Maximilien de Robespierre, e cinquenta de seus aliados são presos na prefeitura de Paris no dia 9 de Termidor (27 de Julho de 1794). No dia seguinte, ele e seus aliados foram guilhotinados.
Do Livro:
Gamelin fez um esforço para subir para a carroça: tinha perdido muito sangue e a ferida fazia-o sofrer cruelmente. O cocheiro chicoteou a pileca e o cortejo pôs-se em andamento, no meio dos apupos. -Vai lá, bebedor de sangue! Assassino a dezoito francos por dia!...Já não ri: vejam como está pálido, o covarde!pg.199
Trata-se das mesmas vozes que insultavam os que eram mandados por Gamelin e pelos colegas para a guilhotina.
O autor faz nesta obra uma análise crua da complexidade do ser humano.
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Jacques Anatole François Thibault, mais conhecido como Anatole France, (1844 -1924) foi um escritor francês, Prémio Nobel da Literatura, em 1921.
1ª imagem - símbolos aqui
domingo, 22 de maio de 2022
Milenar Fogueira
quarta-feira, 18 de maio de 2022
Arte poética
A traçar a esquadria da semente:
Flor ou erva, floresta e fruto.
Mas avançar um pé não é fazer jornada,
Nem pintura será a cor que não se inscreve
Em acerto rigoroso e harmonia.
Amor, se o há, com pouco se conforma
Se, por lazeres de alma acompanhada,
Do corpo lhe bastar a presciência.
Não se esquece o poema, não se adia,
Se o corpo da palavra for moldado
Em ritmo, segurança e consciência.
sábado, 14 de maio de 2022
Renascer/Renacer - Elvira Carvalho
Este é o título do último livro da nossa amiga Elvira Carvalho, cujo talento tão bem conhecemos. No blogue Sexta-feira faz a publicação dos seus contos, maravilhosamente estruturados e que falam dos encontros e desencontros da vida.
A história que ora nos conta deixou de estar publicada no blogue, o que quer dizer que se trata de tema em quase primeira mão. Versa sobre a guerra do Ultramar, mais propriamente, sobre o regresso de um dos combatentes.
Elvira Carvalho faz um retrato muito rigoroso da época em que decorre esses acontecimentos e oferece-nos a leitura de como se vivia na altura, ao mesmo tempo que nos fala da insegurança e medos de jovens quase imberbes mandados para a guerra, a dor das suas famílias...e daqueles que não regressaram.
A importância da temática da guerra do ultramar reside no facto, quanto a mim, de ser cada vez mais necessário que se escreva sobre o assunto, trazendo a lume eventuais problemas dos ex-combatentes e seus descendentes, camuflados por anos de quase silêncio. É crucial que não caia no esquecimento, e seja conhecido pela geração actual, esse lado da História de Portugal.
A compreensão e o amor são as pedras basilares para o Renascer de uma vida interrompida, como acontecera com aqueles que tiveram de combater em África.
Bem-haja, Elvira!
Abraço
Olinda
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*Citação - pg.5
NOTA: Este livro de Elvira Carvalho é bilingue, português e castelhano.
Imagem: pixabay
segunda-feira, 9 de maio de 2022
As tuas Lágrimas
Joaquim Pessoa,
domingo, 8 de maio de 2022
Dia das Mães no Brasil
Associo-me à homenagem ao Dia das Mães no Brasil, lembrando as Mães que me visitam e me comentam com amizade e apreço.
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Grande abraço.
Olinda
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Veja:
aqui, no blogue Cleopatra Moon, a autora do poema acima transcrito, que assina ACCB, e é a juiza desembargadora do Tribunal da Relação de Lisboa, Adelina Barradas de Oliveira.
aqui, artigo do Público que fala da referida autora e das circunstâncias em que o poema foi escrito.
aqui, também.
quinta-feira, 5 de maio de 2022
Lá vai o português
segunda-feira, 2 de maio de 2022
Tarde, tão tarde
Lá longe, do teu refúgio
Dinola Melo
domingo, 1 de maio de 2022
Isabel, a bela
O mundo era o teu jardim. Il fallait le cultiver avec des fleurs précieuses et parfumées, donde exalasse o perfume que te envolvia por natureza.
Dos teus lábios saía o sorriso com que encantavas todos os momentos, dos mais simples aos mais complexos.
Das tuas leituras retiravas o húmus da vida e distribuía-lo prodigamente, de mãos abertas e carinhosas.
Dos teus passos, leves como pluma, sobressaía a essência do teu percurso por vezes alegre, outras vezes pleno de tristezas, que a vida não te poupou.
Mas onde as queixas?
Há sempre um amanhã, dizias, temos de o encarar radioso e promissor.
Manuel
Abraços
Olinda
Um lindo presente da querida Rosélia.
Muito obrigada, minha amiga.
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Imagem: La flora endémica de Cabo Verdeun tesoro a conservar- aqui