Os dogmas do catolicismo romano, a venda de indulgências são apenas alguns dos motivos que levaram Martinho Lutero a publicar as suas 95 teses, em 1517 como protesto. A salvação através da fé e não centrada em obras e méritos humanos era o que ele defendia, segundo a sua interpretação das Sagradas Escrituras.
Sabemos que essa contestação foi o princípio de um grande abalo para a Igreja Católica e que a coisa tomou proporções inimagináveis. Mas, embora ele quisesse que esse estado de coisas se alterasse no fundo não queria ser afastado. Ao negar-se a retractar-se foi excomungado.
A partir de então um mundo imenso se abria. Era a Reforma Protestante que se iniciava com tudo de novo e inesperado que trazia. Uma reviravolta do mundo ocidental, um movimento socio-político e de renovação espiritual de repercussões monumentais, desde a queda do Império Romano. Tudo isso se encontra escrito e documentado e cada passo sugere-nos reflexões interessantes e vitais para a compreensão da nossa própria realidade.
O que me interessa frisar aqui, neste momento, é a tradução da Bíblia em línguas vernáculas e a sua difusão a que a imprensa de Guttenberg viria a dar o maior impulso. Promover o acesso à leitura da Bíblia era fundamental para os reformadores. Só assim seria possível implementar os princípios fundamentais de uma nova forma de estar no mundo e de alcançar a salvação: sola fide, sola scriptura, solus Christus, sola gratia, soli Deo gratia. Sem intermediários.
Desejo-vos uma boa semana.
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