Daqui a umas horas damos o salto para o lado de lá, talvez nem todos nós, infelizmente. Um salto virtual produto de um calendário feito por nós e que ao longo dos tempos nos dá a sensação de que realmente controlamos alguma coisa.
Se pensarmos que em outras geografias a contagem é diferente, que poderemos recuar milhares de anos para outras civilizações, que a população global era de 8 bilhões em finais de 2022 e em cada dia que passa damos mostras de não saber a quantas andamos, então veremos quão frágeis são as certezas em que laboramos.
Mas continuemos assim, a fazer projectos, a querer realizar coisas, a meter o nariz em tudo, pois a nossa curiosidade como humanos no-lo exige. O pior é que exageramos e muitas vezes visualizamo-nos como deuses que podem tudo. A ambição controla-nos, a sede de poder leva-nos a pisar os mais fracos. E a proliferação de armamento sofisticado ameaça dar cabo da espécie se antes não inventarmos outra forma mais lesta de o fazer.