sábado, 27 de outubro de 2012

Lisbon Week 2012

Tripping in Trips é um blog que, na sua procura da viagem, da comida e da batida perfeita, pretende oferecer-nos algumas dicas através das suas vivências. Opta por uma linguagem direccionada para a gente jovem, mas os seus posts têm uma função abrangente. 


Foi dali que retirei a informação sobre uma grande actividade cultural, um programa chamado Lisbon Week 2012 que tem vindo a decorrer desde o dia 22, sob o lema: 7 Dias, 7 Rotas, 7 Tudo. Hoje é o penúltimo dia mas penso que ainda é tempo de aproveitar.






Acrescento que no mesmo post a blogger recorda-nos que: Portugal é um dos países mais completos a nível turístico, temos de tudo e para todos os gostos!

Seria bom que realmente houvesse uma aposta mais intensiva no Turismo e se aproveitasse em pleno todas as potencialidades existentes. Talvez uma saída para as dificuldades que estamos a atravessar...  


Imagem retirada da Internet:Ruinas do Convento do Carmo, Lisboa

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

nha testamento


Ah, Ildo Lobo!





Nha corpo é di tchom

Nha'alma é di Deus 


Vida é di meu 


Coraçon é pa bô 


Passado ‘m ka skcel 

Presente ‘m ta vivel 

Ftur ‘m ka conchel 

Pensamento é só bô 

Traz d'horizonte foi sonho sonhod 

Margura d'vida po'm pé na tchom 

Mi nha bússula ta encravod 

Mi nha sina nascê ma mim 

Sima tcheia na ribeira 

‘M ka ta kei na mesma asnera 

‘M krê sabura d'um cantadera 

Num serenata sem janela 

Sem tristeza na nha bera 

Num grande noite di lua cheia 

‘M ta tchá mundo k'sê cansera 

Bô ta do'm bô ragoce kê pa nha stera 

Na dispidida ‘m ka crê margura 

Nem sodade dum vida sonhod 

‘M crê ligria dum vida vivido 

Embalod n'ondas di destino


video:publicado em 27/07/2012 por 
Letra: aqui

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Não o sonho







Talvez sejas a breve 
recordação de um sonho 
de que alguém (talvez tu) acordou 
(não o sonho, mas a recordação dele), 
um sonho parado de que restam 
apenas imagens desfeitas, pressentimentos. 
Também eu não me lembro, 
também eu estou preso nos meus sentidos 
sem poder sair. Se pudesses ouvir, 
aqui dentro, o barulho que fazem os meus sentidos, 
animais acossados e perdidos 
tacteando! Os meus sentidos expulsaram-me de mim, 
desamarraram-me de mim e agora 
só me lembro pelo lado de fora.                                           
                                                                                      Manuel António Pina1943-2012 - hojePrémio Camões 2011Poema e imagem:internet                          

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Consciência cósmica


Já não é preciso de rir.
Os dedos longos do medo
largaram minha fronte.
E as vagas do sofrimento me arrastaram
para o centro remoinho da grande força,
que agora flui, feroz, dentro e fora de mim...

Já não tenho medo de escalar os cimos
onde o ar limpo e fino pesa para fora,
e nem de deixar escorrer a força dos meus músculos,
e deitar-me na lama, o pensamento opiado...

Deixo que o inevitável dance, ao meu redor,
a dança das espadas de todos os momentos.
E deveria rir, se me restasse o riso,
das tormentas que pouparam as furnas da minha alma,
dos desastres que erraram o alvo de meu corpo...


João Guimarães Rosa



Guimarães Rosa vida e obra


João Guimarães Rosa: Foi um escritor mineiro nascido na cidade de Cordisburgo em 27 de junho de 1908. Morreu aos 59 anos em 1967. Além de escritor também foi médico e diplomata. Seus contos e romances tem como tema e atmosfera central o sertão brasileiro, os acontecimentos e peripécias de seus personagens neste ambiente. O autor é conhecido especialmente pela inovação da linguagem, criando palavras novas através de palavras já existentes, transformando a linguagem popular em linguagem poética e reveladora. Sua grande obra é Grande Sertão Veredas. Escreveu também outras obras importantes, como Sagarana, Primeiras Estórias, Corpo de baile.


Nota: Com este autor, inicio o meu Ano do Brasil em Portugal.

Poema e dados biográficos: aqui e aqui

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

questionário difííícil...

A TétisCanto da Boca, cada uma de per si, meteram-me num bom assado, desafiando-me a responder ao questionário que se segue. Mas antes:



AS REGRAS:

1 - Avisar o blogueiro que o indicou, quando fizer o post

2 - Ser sincero/a nas respostas ou não responder.

3 - Ter que fazer 5 indicações de blogues para que tenha continuidade.

4 - No final da postagem dedicar um tema a quem o indicou.

5 - Se for contra estas regras recusar-se a fazer o mesmo.



AS PERGUNTAS:

1. Algo que você não fala para ninguém?
Ah! é que não falo para ninguém mesmo... :)

2. Se você pudesse ouvir apenas uma música no próximo mês, qual seria? 

Nha Testamento, de Ildo Lobo. Adoro esta morna. Mas pensando melhor, não me importaria de passar um mês a ouvir o CD todo.

3. Um sentimento que nunca sentiu.

Assim de repente não estou a ver... Bem, gosto de pensar que trago em mim uma boa dose de bons sentimentos.

4. A pessoa mais importante para você.

A minha filha, em primeiro lugar. Mas há outras pessoas muito importantes na  minha vida.

5. Agora onde você queria estar?

Em Paris.






6. Já deram um tapa na sua bunda, gostou?
Sim, em criança. Não gostei nada.

7. Quem levaria para uma ilha deserta?

Nunca tive essa vontade de ir para uma ilha deserta. Gosto de estar rodeada de pessoas, gosto do convívio. 

 8. Quem você mandaria para o Iraque com uma camisa escrita " I love USA"?

Acho que preferiria deixar o povo iraquiano em paz, a reconstruir a sua vida.

9. O que deixa a sua vida de cabeça para baixo?

Quando mergulho em algo que me interessa muito...

10. Se alguém lhe dissesse que você poderia realizar um sonho agora, qual seria?

Voar como um pássaro ou nadar como um animal marinho.

11. Algo que gostaria de fazer, mas que não tem ou teve oportunidade?
Ser bailarina e também tocar bem um ou mais instrumentos musicais.




12. Você não sai de casa sem o quê?

Bem, eu aqui vou fazer minhas algumas das palavras de Canto da Boca:
Sem um livro, um caderninho para anotações e caneta, barra de cereal, água, e ...umas pratas para um café. 

13. Já beijou ou beijaria alguém do mesmo sexo?

Claro! acrescento mais alguma coisa? Pois, filha, mãe, irmãs, primas, tias.

14. O que estaria fazendo se não estivesse fazendo isto?

Provavelmente a acabar um post que comecei há dias sobre a Res publica ou República. Não o terminei porque resolvi dar prioridade ao tema 'Como fazer xailes para bebés'.

15. O que está pensando agora?
O que é que vou fazer para o jantar?


 

 

Passo o desafio aos seguintes blogs:

Da Cadeirinha de Arruar

Magia

Os meus óculos do mundo

Acordar Sonhando

Andradarte



BOAS RESPOSTAS!!!

***


Depois de terminado o post reparei que tenho de dedicar um tema às bloggers que me encomendaram as respostas ao questionário. Fui à procura de Clarice Lispector. Encontrei-a, aqui, neste apontamento:




Sou o que quero ser, porque possuo apenas uma vida e nela só tenho uma chance de fazer o que quero.
Tenho felicidade o bastante para fazê-la doce dificuldades para fazê-la forte,
Tristeza para fazê-la humana e esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas,
elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.


Clarice Lispector




Imagens: Internet
Live blog: Um Farol Chamado Amizade
Citação de Clarice Lispector
O pensador

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Como fazer um xaile para bebé

Assim, por estas palavras, tal foi a pesquisa que alguém fez e veio parar ao meu blog. Senti-me comovida pela ideia de uma nova vida que aí vem e, ao mesmo tempo, com a sensação de estar a defraudar quem me visita por causa do nome que adoptei para este espaço. Bem, pensei para comigo, tenho de remediar isto. 

Pus-me a pesquisar e encontrei este xaile em crochet num blog chamado Paixões da Nina, para cuja autora vão, naturalmente, todos os créditos. De notar o cuidado de apresentar duas imagens, uma a mostrar o pormenor do ponto e outra com o xaile já feito:



  


Com esta ilustração passo ao segundo ponto deste post, que é o seguinte:

Convoco as minhas caríssimas amigas e caríssimos amigos (porque não?) a apresentarem-se aqui com sugestões de xailes para bebés a fim de ajudarmos as novas mamãs a completar o enxoval que estarão a fazer, com todo o amor. É certo que, presentemente, já se pode comprar tudo pronto mas, como vemos pela pesquisa caída aqui no Xaile de Seda, ainda há quem queira fazer as roupinhas recorrendo aos seus predicados.


Portanto, mãos à obra...

Abraços.


Em tempo:
2012/10/10

Insiro aqui os endereços dos blogs que a Canto da Boca pesquisou e estou certa de que a minha leitora interessada encontrará neles algumas ideias:


http://mariliaartesanato.blogspot.com.br/2010/09/chales-de-bebe.html
http://www.elo7.com.br/coisas-para-bebes/dp/E3C0F
http://www.elo7.com.br/casaquinhos-e-chales-de-bebe/dp/223676

Entretanto, pesquisei mais um pouco e encontrei um blog com o nome Falando de Crochet que explica tudinho sobre como se faz um xaile para bebé. Deixo aqui duas imagens das muitas que poderá encontrar no referido blog. Vale a pena lá ir.









Bom trabalho e felicidades!


Imagens:
a 1ª é do Blog Paixões da Nina
as outras duas, são do Blog Falando de Crochet

Com hiperligações aos Blogs

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Óculos escuros

os aviões levantam,
quase invisíveis sob o êmbolo da chuva,
as coisas ditas, como peças
desenhadas sobre páginas de manual.
nítidas e incompreensíveis.
a luz do ocidente
dispara primeiro, através da opacidade
do que nos é permitido,
as perguntas vêm mais tarde, a sua cadência
rasgando o telão do senso comum

o peso nosso comum,
o estado em que nos empenhamos
contra a ideia de que nunca existiu
uma verdade estável, una
e se perderam os autores do guião

tendo-lhes surgido um campo aberto,
as possibilidades confundidas em
inesperadas extensões de vida pública
a perder de vista.

para nós, a definitiva lapidação da tarde
tinge de vermelho
o convexo dos óculos de sol,
as paredes da equação evadem-se
no cravo do fast forward.

Rui Cascais
in: a carne do rosto

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Um assunto que nos diz respeito a todos

Aqui há uns três anos fui a uma festa do primeiro aniversário de uma sobrinhita e os pais tiveram a ideia de fazer a tal festa numa garagem. Quando assim é, tudo é mais rústico porque parece que isso é moda, regressar ao tradicional, enfim. O almoço foi servido numa mesa comprida, improvisada, ladeada por uns bancos compridos daqueles, já se sabe, sem espaldar. Bom. Estivemos umas quantas horas ali sentados... Quando resolvi levantar-me, além de ter de pedir licença a umas quantas pessoas para poder sair dali, descobri que não conseguia dar um passo sequer. 

Velhos e novos acercaram-se de mim a oferecer o braço, o sorriso, palavras amigas, solidariedade. Mas eu a todos arredei e preferi que me trouxessem o cabo de uma vassoura que vislumbrei a um canto. Naquele momento, parecia-me que só eu é que poderia calcular o instante exacto em que a minha estrutura óssea me permitiria mexer um músculo. Então, foi um exercício hercúleo entre respirar fundo, concentrar-me e contar, mentalmente, um, dois, três até conseguir dar o primeiro passo e depois outro e mais outro, muito lentamente. Para entrar no carro foi outro Deus nos acuda. 

Quando cheguei a casa, para subir os dois lanços de escada do primeiro andar foi um espectáculo, um pé num degrau e mais o outro pé no mesmo degrau, mais concentração, mais contagens mentais até que consegui chegar à porta, com os familiares atrás de mim com o credo na bocaForam dias em que não podia estar sentada, nem deitada, nem de pé. Tinha uma inflamação na região lombar, felizmente não se tratava de nada de que não me pudesse recuperar, com fisioterapia e muita paciência ficaria boa. 

Mas, a partir daquele dia comecei a prestar atenção às pessoas que me rodeiam, a outras que vejo de quando em quando, ou que encontro pela primeira vez, com o corpo curvado, ou andando de lado, ou coxeando, especialmente pessoas idosas. Destas, muitas desistem de andar porque custa muito, e ficam muito tempo sentadas e não têm ninguém para as incentivar. E assim, com o tempo, o corpo vai ganhando o jeito, a mesma posição para compensar a dor, até que deixa de cumprir as suas funções. 

Ontem, dia 1 de Outubro, algumas associações lembraram o Idoso e a sua realidade, o que é meritório porque serviu para chamar a atenção para esta faixa etária e as suas limitações. São vidas de muitas carências (especialmente afectivas) e de muitas enfermidades. Há pessoas idosas que vivem sozinhas, outras que vivem em lares esquecidos dos familiares e que vêem os dias a passar sem um sorriso ou um sinal de carinho. E ainda outras com a sua capacidade de locomoção muito comprometida e que já não conseguem tratar da sua vida diária.

Eis um assunto que nos diz respeito a todos. Cada um no seu bairro, na sua aldeia, na sua cidade, poderá fazer a diferença colaborando da maneira que melhor entender e lhe for possível.