sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Damos o Salto?




Devagar, devagarinho ou de supetão? Talvez descontraidamente como quem não quer a coisa mas... querendo, compondo um ar alegre e cúmplice com o Novo Ano; 

Trazê-lo nas palminhas para que nos traga, por sua vez, belos momentos e doces encontros com as coisas boas da vida; 

Tentar dar-lhe a volta, guardando para nós aqueles balanços e planos que gostamos de fazer e, assim, viver um dia de cada vez, saboreando um pôr-do-sol, bebendo um chá quente ou frio, tendo sobre os joelhos uma mantinha ou enfrentando o ar gelado das nossas serranias. 

Tudo é permitido, tudo é válido.

A ajudar-nos neste nosso propósito, dois intérpretes maravilhosos:

Freddie Mercury e Montserrat Caballé. 

É certo que, desse modo, não passaremos despercebidos, mas estamos por tudo. Espantemos as tristezas, olhemos à nossa volta que ainda sobra para nós a música, a poesia, as estrelas. E o amor...

O Amor
Infunde vigor,
Ilumina a mente,
Fortalece a vontade,
Acende um ardor renovado,
Renova a vida.


Palavras da amiga Rosélia Bezerra, que muito aprecio. 



Por favor, faça zoom


E porquê Barcelona para o festejo deste final de ano? Porque é uma música apoteótica bem à medida dos nossos votos de Felicidades para todos. 

Por outro lado, não desfazendo das nossas cidades, Barcelona é uma terra mágica, onde a cultura anda de braço dado com o conceito de cidade inteligente, e além do mais estamos ligados a ela pela História. 

Nesta música, Freddie Mercury excede-se e encontra o ponto ideal que culmina na sua imortalidade, se outros não tivera. 

Assim, Montserrat Caballé. 
Voz de oiro.



Bem acompanhados, desejo-vos:


FELIZ ANO NOVO



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Letra de "Barcelona" aqui

Rosélia Bezerra: in O Sonho de uma Menina Moça

Imagens: Net

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

"Aldeia de um homem só..."

"Desapareceu tudo...
saíram todos,
faleceram os meus pais...
fiquei eu"

O último habitante de Casas da Serra, aldeia na serra do Barroso, em Boticas.



A casa do último habitante fica mesmo em frente, o estábulo faz parte da construção de granito. Está frio e vento; a chuva em breve será neve; por entre carreiros finos do chão que parece forrado de pedra que o tempo gastou, escorre acelerada a água da chuva que desliza da encosta. O cenário, ainda que de abandono, porque sabemos que mais ninguém ali mora, é o que Torga descreve, em parte, em Um Reino Maravilhoso (Trás-os-Montes): "Embora muitas pessoas digam que não, sempre houve e haverá reinos maravilhosos neste mundo. O que é preciso, para os ver, é que os olhos não percam a virgindade original diante da realidade e o coração, depois, não hesite."

Leia aqui a história deste homem que será, mutatis mutandis, a história de muitas mulheres e homens por este Portugal fora, cujas aldeias vão ficando cada dia mais desertas.

Oiçamos, entretanto, o saudoso Roberto Leal que canta a sua Aldeia:




E leiamos este belo poema de António Gedeão: 


Minha Aldeia

Minha aldeia é todo o mundo.
Todo o mundo me pertence.
Aqui me encontro e confundo
com gente de todo o mundo
que a todo o mundo pertence.

Bate o sol na minha aldeia
com várias inclinações.
Ângulo novo, nova ideia;
outros graus, outras razões.
Que os homens da minha aldeia
são centenas de milhões.

Os homens da minha aldeia
divergem por natureza.
O mesmo sonho os separa,
a mesma fria certeza
os afasta e desampara,
rumorejante seara
onde se odeia em beleza.

Os homens da minha aldeia
formigam raivosamente
com os pés colados ao chão.
Nessa prisão permanente
cada qual é seu irmão.

Valências de fora e dentro
ligam tudo ao mesmo centro
numa inquebrável cadeia.
Longas raízes que emergem,
todos os homens convergem
no centro da minha aldeia.



Minha Aldeia é todo o mundo
Todo o mundo me pertence.

Boa semana, meus amigos.

Abraços.



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Leia aqui o artigo, no DN
Poema de António Gedeão - aqui

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Natal Africano


Não há pinheiros nem há neve,

Nada do que é convendonal,*

Nada daquilo que se escreve

Ou que se diz... Mas é Natal.


Que ar abafado! A chuva banha

A terra, morna e vertical.

Plantas da flora mais estranha,

Aves da fauna tropical.


Nem luz, nem cores, nem lembranças

Da hora única e imortal.

Somente o riso das crianças

Que em toda a parte é sempre igual.


Não há pastores nem ovelhas,

Nada do que é tradicional.

As orações, porém, são velhas

E a noite é Noite de Natal.

in 'Cancioneiro'





Desde que Cabral Nascimento escreveu o poema, Natal Africano, muita coisa terá mudado no Continente Africano. O chamado progresso terá deitado as suas garras a muitas áreas e não propriamente para beneficiar os seus povos. 

África, terra de grandes riquezas, berço da humanidade segundo pesquisas levadas a cabo até agora, todos nós ligados por aquilo a que se convencionou chamar de Eva Mitocondrial;

Terra massacrada ao longo dos tempos pela cobiça de potências estrangeiras e, nessa senda, por governantes gananciosos, alguns. E embora se diga que cada um de nós tem de construir o seu próprio caminho, tenho para mim que a solução para África seria que a mitologia messiânica se tornasse realidade.

Há algo sumamente verdadeiro que o poeta refere no seu poema: as crianças e a similitude do seu riso em qualquer parte do mundo, e eu acrescentaria a sua predisposição para perdoar e darem-nos a oportunidade de sermos melhores pessoas:


Nem luz, nem cores, nem lembranças
Da hora única e imortal.
Somente o riso das crianças
Que em toda a parte é sempre igual.


Riso tantas vezes molhado de lágrimas, de fome, na mais completa miséria, sem agasalho suficiente, como se tem visto, por exemplo, nas levas de migrantes, às portas da velha Europa, por mar e por terra ...**  

Mas não só migrantes: Crianças, aqui e ali, que, se não forem ajudadas, terão talvez neste Natal, na noite de Natal que tanto apreciamos, uma das suas piores noites sem o mínimo para a sua sobrevivência. 
 


"Os Meninos do Huambo"
Poema de Manuel Ruy Monteiro (1976)
Musicado e interpretado por Paulo de Carvalho (1985)
Posteriormente cantado por Ruy Mingas ***



VOTOS DE FELIZ NATAL, 
MEUS AMIGOS



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João Cabral Nascimento,(1897-1978) poeta português, natural da Madeira. Foi professor, conservador das bibliotecas e arquivos nacionais e diretor do arquivo distrital e do Arquivo Histórico da Madeira. Colaborou na revista coimbrã Ícaro e foi o organizador da segunda série da antologia das Líricas Portuguesas, sendo ainda responsável pelos Poemas Narrativos Portugueses e pela Coletânea de Versos Portugueses. A sua poesia foi revelada por Fernando Pessoa e situa-se entre o Saudosismo e o Modernismo, constituindo um rigoroso registo poético, ...
Mais aqui.
Ver mais no Instituto Camões - aqui

*Aparecem "convendonal"  e "convencional"  em muitas publicações deste poema.

**São sete as rotas migratorias para acesso à UE - aqui

*** A Música "Os Menino do Huambo" - Estudo de Angelina Ngungui

Imagens: pixabay


quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Magnânimo o Pão dos Pobres


Magnânimo o freixo e sua sombra
E os braços erguidos
Em oração muda.

Magnânima a margem das ribeiras
E as cascatas no silêncio das montanhas.

Magnânimas as pontes que não deslassam
E as pedras que ficam pelo caminho.

Magnânimo o toque das igrejas e os altares
No olhar compassivo dos incréus.

Magnânimo o voo das aves e a vertigem

Magnânima a Lua e as noites de Agosto
E vertigem dos sentidos
Assim enfeitiçados.

Magnânimo o ar que respiramos e o pão
Dos pobres. E a sede de todos os proscritos.

Magnânimas as almas piedosas e o perdão
Na forca dos condenados.
E na dor dos vencidos. 

Magnânimo o dia de ontem
E a gravidez do tempo no coração dos homens.

Magnânimo seja o final da tarde
E o piar do mocho. E rouco cântico do poeta
Em sua humanidade...



Este é um dos Poemas mais impressivos da "Coreografia dos Sentidos", o novo Livro de Poesia deste autor. Num canto de bem-aventurança, no rouco cântico do poeta, embalamo-nos e vemos mais além, ultrapassamos barreiras, olhamos ao nosso redor e descobrimos coisas que nos entram pelos olhos adentro todos os dias, mas nem damos por elas...

Um cântico, uma ode, uma oração, na humanidade do Poeta. 

E nós dizemos:

ASSIM SEJA! 









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O Poema: in Coreografia dos Sentidos

sábado, 11 de dezembro de 2021

"XII Interação Fraterna de Natal"

Dias de Natal

Natal. E, só pelo facto de o ser, o mundo parece outro. Auroreal e mágico. O homem necessita cada vez mais destas datas sagradas. Para reencontrar a santidade da vida, deixar vir à tona impulsos religiosos profundos, comer e beber ritualmente, dar e receber presentes, sentir que tem família e amigos, e se ver transfigurado nas ruas por onde habitualmente caminha rasteiro. São dias em que estamos em graça, contentes de corpo e lavados de alma, ricos de todos os dons que podem advir de uma comunhão íntima e simultânea com as forças benéficas da terra e do céu. Dons capazes de fazer nascer num estábulo, miraculosamente, sem pai carnal, um Deus de amor e perdão, contra os mais pertinentes argumentos da razão.



A amiga Rosélia, no intuito de congregar amigos e seguidores, propõe-nos esta festa de confraternização, agora numa conversa íntima com o Deus-Menino. Para dar graças, para enviarmos preces no sentido de encontrarmos o nosso caminho de solidariedade e amor.

Com efeito, mais um ano se passou e aqui estamos a festejar esta época natalícia. Muitas foram as dificuldades em termos de saúde. Entes queridos que não aguentaram as investidas do temível vírus. E outras contingências da vida.

Normalmente, a Festa de Natal culmina na Consoada, uma festa que reúne toda a família e amigos íntimos. A grande incógnita neste ano, mais uma vez, é se conseguiremos realizar essa reunião tão desejada. 

Haja saúde!




Mas tenhamos sempre presente que:

O Natal não é um tempo nem uma temporada, mas um estado de espírito. Valorizar a paz e a boa vontade, ser abundantemente misericordioso, é ter o verdadeiro espírito do Natal.
Calvin Coolidge


Os meus agradecimentos à Rosélia Bezerra por nos mostrar todos os dias que Natal é em Dezembro// mas em Maio pode ser//Natal é em Setembro //é quando um homem quiser, nas palavras do grande Ary dos Santos.




BOM NATAL A TODOS

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No seu blogue, Espiritual- Idade, ROSÉLIA BEZERRA dedica uma palavra amiga e especial a cada um dos participantes.

BEM HAJA!


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Texto em itálico, Dias de Natal:
Miguel Torga, in 'Diário (1985)'


 

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

COREOGRAFIA DOS SENTIDOS ...


e o subtítulo...

COMO SE FORA(S) INVENÇÃO MINHA, também nome de poema.

Quase tão importante como o título, visto que encerra um mundo de significações que irão ao encontro do sentir e das emoções do Poeta.




É no próximo dia 10 de Dezembro o lançamento deste novo Livro de Poesia do nosso amigo MANUEL VEIGA.

Daqui lhe endereço votos de muito sucesso.

E enquanto não folheamos o livro ora editado, ilustro esta bela notícia, constante do seu blog, com o seguinte Poema retirado de uma outra publicação minha, no Xaile de Seda:


Inamovível Pedra

Evoco a inamovível pedra
Onde me sento e deponho meus silêncios
Pórtico e palco de esperas longas
E festivas chegadas.

E apaziguo meus demónios
E limpo minhas culpas
E sacudo poeiras
E as cinzas
E o estertor
Dos mitos.

E me celebro, pedra
Agora ara e vara do tempo.

E mergulho. Matriciais águas
E desfile de rostos. Que um a um nomeio.
E digo. Em murmúrio de lábios.

E em meus passos me ergo.
E lavro - linhas de meu rosto!...
E fecundo. Horizonte
De meus dias
Peregrinos.



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O Poema: in Perfil dos Dias, pag. 75

domingo, 5 de dezembro de 2021

NEVOEIRO

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer —
Brilho sem luz e sem arder
Como o que o fogo-fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

É a hora!

 (1888-1935)


Poesia ortónima

De Mensagem, o único livro publicado em vida, dois poemas foram escolhidos. “Mar Português”, pelos versos célebres e pelo olhar para o passado. “Nevoeiro”, por seu caráter messiânico e por apontar para o futuro. São dois poemas bem representativos do teor do livro: ao mesmo tempo, voltado ao passado e ao futuro da nação portuguesa.

Dos quais apenas publico este, "Nevoeiro".



Lara Li - Voz belíssima



Bom domingo, meus amigos.

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Poesia de Fernando Pessoa, ortónimo




quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Le Pont Mirabeau - Apollinaire





Sous le pont Mirabeau coule la Seine

           Et nos amours
     Faut-il qu'il m'en souvienne
La joie venait toujours après la peine

           Vienne la nuit sonne l'heure
           Les jours s'en vont je demeure

Les mains dans les mains restons face à face
           Tandis que sous
     Le pont de nos bras passe
Des éternels regards l'onde si lasse

           Vienne la nuit sonne l'heure
           Les jours s'en vont je demeure

L'amour s'en va comme cette eau courante
           L'amour s'en va
     Comme la vie est lente
Et comme l'Espérance est violente

           Vienne la nuit sonne l'heure
           Les jours s'en vont je demeure

Passent les jours et passent les semaines
           Ni temps passé
     Ni les amours reviennent
Sous le pont Mirabeau coule la Seine

          Vienne la nuit sonne l'heure
               Les jours s'en vont 

                   je demeure

 

Guillaume Apollinaire

        (1880-1918)


Guillaume Albert Vladimir Alexandre Apollinaire de Kostrowitzky, dit Guillaume Apollinaire, est un poète et écrivain français, critique et théoricien d'art qui serait né sujet polonais de l'Empire russe, le 26 août 1880 à Rome. Il meurt à Paris le 9 novembre 1918 de la grippe espagnole, mais est déclaré mort pour la France en raison de son engagement durant la guerre.
Mais aqui




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Poema - aqui
Um resumo sobre Apollinaire - aqui


quarta-feira, 24 de novembro de 2021

QUÁSI

Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe d'asa...
Se ao menos eu permanecesse àquem...

Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído
Num baixo mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho - ó dôr! - quási vivido...

Quási o amor, quási o triunfo e a chama,
Quási o princípio e o fim - quási a expansão...
Mas na minh'alma tudo se derrama...
Entanto nada foi só ilusão!

De tudo houve um começo... e tudo errou...
- Ai a dôr de ser-quási, dor sem fim... -
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se elançou mas não voou...

Momentos d'alma que desbaratei...
Templos aonde nunca pus um altar...
Rios que perdi sem os levar ao mar...
Ansias que foram mas que não fixei...

Se me vagueio, encontro só indicios...
Ogivas para o sol - vejo-as cerradas;
E mãos de herói, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sôbre os precipícios...

Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi...
. . . . . 

Um pouco mais de sol - e fôra brasa,
Um pouco mais de azul - e fôra além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse àquem...

Mário de Sá-Carneiro
   


Mário de Sá-Carneiro (Lisboa, 19 de Maio de 1890 — Paris, 26 de Abril de 1916) foi um poeta, contista e ficcionista português, um dos grandes expoentes do modernismo em Portugal e um dos mais reputados membros da Geração d’Orpheu.





Boa quarta-feira, meus amigos.

Abraços


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Poema - O Citador
in 'Dispersão'



sábado, 20 de novembro de 2021

Ignição - António Osório




Meus versos, desejo-vos na rua,
nas padiolas, pelo chão, encardidos
como quem ganha com eles a vida,
e o papel vá escurecendo ao sol,
a chuva o manche, a capa
ganhe dedadas, a companhia
aderente de um insecto,
as palavras se humildem mais
e chegue a sua vez de comoverem alguém
que compre, um faminto ajudando.

Meus versos, desejo-vos nas bibliotecas
itinerantes, gostaríeis de viajar
por aldeias, praias, escolas primárias,
despertar o rápido olhar das crianças,
estar nas suas mãos
completamente indefeso
e, sobretudo, que não vos compreendam.
Oxalá escrevam, risquem, atirem no recreio
umas às outras como pélas os livros
e sonhem, se possível, com algum verso
que súbito se esgueire pela sua alma.

António Osório
(1933 - 2021)


Qual o maior desejo de um poeta senão ver os seus versos lidos, relidos, apreciados, interpretados nas escolas, andando pelas ruas de braço dado com o vulgo, numa familiaridade apenas concebida por quem ama? 

António Osório faz-nos saber dessa necessidade sem rebuço, com toda a simplicidade, ele, o autor ...

Várias vezes premiado, com obra traduzida e publicada em Espanha, França e Itália, mas também no Brasil, elogiada por críticos tão diferentes como João Gaspar Simões, David Mourão-Ferreira, Eugénio Lisboa, Joaquim Manuel Magalhães, Vasco Graça Moura, Eduardo Lourenço, Fernando J.B. Martinho, João Bigotte Chorão, Eduardo Prado Coelho, Carlos Reis, Fernando Pinto do Amaral, Diogo Pires Aurélio, Pedro Mexia, António Carlos Cortez...


Queira ler o artigo sobre o poeta em Da Literatura, blog de Eduardo Pitta.


Bom fim de semana, meus amigos.

Abraços.



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Poema - O Citador
Referências trazidas do blog "Da Literatura"
Imagem pixabay


quarta-feira, 17 de novembro de 2021

migrantes ou refugiados?

De há uns anos a esta parte somos levados a reflectir sobre a realidade que as designações do título nos sugere. E hoje, com o que se passa entre a Polónia e a Bielorrússia, esta reflexão se torna mais premente.

Afinal o que são essas pessoas, as que abandonam as suas casas, as suas famílias, as suas raízes para se aventurarem por mar, por terra ou pelo meio de transporte que conseguirem? O que as move? Certamente não será a vontade de passar mal, de enfrentarem línguas desconhecidas, de serem concentradas em campos sem as menores condições de vida, com bebés de colo, criancinhas pequenas, velhos e novos, em climas adversos, numa salgalhada que só eles próprios poderão aquilatar.

São estrangeiros, disso não há a menor dúvida. Aliás, somos todos estrangeiros na terra de outrem, com maiores ou menores possibilidades de sobrevivência, de conformidade com as nossas posses e desejo de ali permanecer. Seremos emigrantes em relação ao nosso país de origem e imigrantes quanto ao de chegada. Seremos migrantes quando nos deslocamos dentro das nossas fronteiras, com a intenção de vivermos num outro local e fixarmos residência.

Contudo, a palavra migrante tem sofrido alterações, em termos de significação, ao longo do tempo. Tanto é vista como deslocações intra-muros como também com as que se fazem no plano internacional, identificando-a com as pessoas que referi acima, que abandonam tudo, sem documentos, apenas com a roupa que trazem no corpo, para enfrentarem sabem lá o quê. Pessoas que fogem de guerras, da violência, da miséria, perseguidas por causa das suas posições políticas. 

Mas essas não seriam de inserir no estatuto de refugiados?




É que os refugiados têm direitos bem definidos, por convenções internacionais, nomeadamente a de Genebra. Direito ao acolhimento e a serem tratados como seres humanos que são. Direito a um tecto. Direito ao trabalho. E enquanto durarem as situações de perigo que originaram a sua fuga, as instituições devem prover ao seu bem-estar com o contributo dos próprios à sociedade que os acolhem. 

Mas dir-me-ão, nem todos serão refugiados, no meio poderá haver elementos que aproveitam esse êxodo por motivos outros. De acordo. Para separar o trigo do joio é que existe um Alto Comissariado para os assuntos relacionados com migrações e refugiados, além de outras instituições, no sentido de avaliarem a situação de cada um. Não é tudo ao molho e fé em Deus como que à espera que as coisas se resolvam por si.

As notícias (e imagens) que correm sobre os milhares de migrantes/refugiados entalados entre a Bielorrússia e a Polónia é sinal de que alguma coisa corre muito mal neste mundo a que pertencemos. E no meio do conflito a nossa União Europeia. Não vou analisar aqui de que lado estará a razão até porque me faltaria o engenho e a arte, e além disso salta à vista que estamos perante um jogo de poder.



A 16 de Novembro de 1940, os nazis erigiam um muro cortando o acesso ao gueto de Varsóvia e segregando os judeus que ali foram metidos. Quererei com isso dizer que a Polónia deveria franquear, tout court, as portas do seu território às pessoas que se encontram na sua fronteira? Claro que não, porque os tempos são outros, as motivações outras e os meandros do poder também outros. 

Isto é só para não esquecermos a História. Talvez se lhe prestarmos mais atenção consigamos fazer uma leitura melhor do que se passa no nosso tempo. E tomarmos as decisões devidas. E aplicarmos soluções que gostamos muito de propalar mas que chegado o momento ninguém apresenta.

Haverá negociações em cima da mesa, certamente, mas despachem-se.

As pessoas ali em evidente sofrimento, Senhores, até quando aguentarão essa morosidade e jogo de interesses?


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Queira ler, aqui,
matéria de interesse.
2ª imagem daqui
Leia no Xaile alguns
apontamentos sobre o
Mediterrâneo e os 
migrantes/refugiados.

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Língua Gestual Portuguesa

Em 29 de Janeiro de 2020, produzi uma publicação intitulada Para lá das palavras - gestos e silêncios, em que falava, entre outras considerações, sobre a Língua Gestual Portuguesa, uma das três línguas oficiais do nosso universo, mal sabendo nós da utilização que ia ter durante o tempo todo do nosso descontentamento e infelicidade, assombrados pela pandemia.



Essa Língua, importantíssima para um enorme número de portugueses, teve durante cerca de ano e meio grande visibilidade. Habituámo-nos a ver aquelas figuras de negro com as suas belas e expressivas mãos que faziam chegar a informação a quem dela precisasse. Figuras algo esquecidas, sem grandes esperanças de uma carreira reconhecida, como vi numa entrevista. 

Li que hoje é o Dia Nacional da Língua Gestual. 

O objetivo deste dia é promover a Língua Gestual Portuguesa e garantir o respeito dos direitos das pessoas surdas. Neste dia os programas televisivos podem apresentar linguagem gestual, assim como se podem realizar cursos e outras iniciativas especiais a valorizar esta silenciosa linguagem. Leia mais aqui

Saibamos dar o devido valor a esta língua que, como vimos, foi de fulcral importância num momento aflitivo para todos.

Boa semana, meus amigos.

Abraços


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queira ler, no Xaile: aqui 
imagem daqui

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

As chuvas vieram suaves




As chuvas vieram suaves e o odor da terra
E as andorinhas dando voltas com seus débeis pios;

E as rãs nos tanques cantavam pela noite
E as ameixas silvestres num tremular branco

Os pintarroxos vestiram suas plumas de fogo,
Silvando seus caprichos sobre uma cerca baixa.

E ninguém sobrará da guerra, ninguém
Se preocupará, ao final, quando se haja concluído.

E nada lhe importaria, nem ao pássaro nem a árvore,
Se a humanidade pereceu completamente.

E a primavera mesma, quando despertar ao amanhecer
Apenas se daria conta de que fomos embora.

Sara Teasdale
    (1884-1933)



Em conversa, ouvi o nome de Sara Teasdale pela primeira vez, há dias. Então resolvi procurar mais sobre ela:


Poetisa lírica norte-americana. O primeiro poema de Teasdale foi publicado por William Marion Reedy no Reedy's Mirror, um jornal local, em 1907. A sua primeira coleção de poemas, Sonnets to Duse and Other Poems, foi publicada no mesmo ano.

A segunda coleçção de Teasdale Helen of Troy and Other Poems, foi publicada em 1911. Foi bem recebida por críticos, que louvaram sua maestria lírica e caráter romântico. 

 A sua terceira coletânea de poesias, Rivers to the Sea, foi publicada em 1915. Foi e é um bestseller nos Estados Unidos, sendo reimpresso diversas vezes. 

Em 1918 ela ganhou um Prêmio Pulitzer pela sua coletânea de poesias de 1917, Love Songs. Ela foi possível graças à The Poetry Society; a organização atualmente divulga que ela foi a primeira pessoa a receber o Prêmio Pulitzer de Poesia (inaugurado em 1922).

Suicidou-se em 1933.

aqui


De referir o Legado de Teasdale, ao longo do tempo. Os seus poemas têm sido utilizados em várias manifestações culturais.


Bom fim de semana, meus amigos.


Abraços


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Poema trazido de:
http://arspoeticaethumanitas.blogspot.com/2016/11/que-isto-seja-esquecido-sete-poemas-de.html

A imagem, trazida de pixabay
Poderá não ilustrar cabalmente o poema, mas gostei dela, pela sua leveza.

domingo, 7 de novembro de 2021

No País do Tchiloli

“Risonho, o Equador saltita para o umbigo de Mãe-África
sensualizando-a nos caminhos abertos às correntes atlânticas
onde as sementeiras proliferam ao deus-dará
como tudo o que é bom.”
(in Pingos de Chuva, Olinda Beja)


Tchiloli é uma peça de teatro com origem em Portugal no século XVI, que se tornou numa das mais persistentes realizações culturais e populares na ilha de São Tomé, em São Tomé e Príncipe. Inspirada na tragédia do Marquês de Mântua e do Imperador Carlos Magno, é da autoria do dramaturgo madeirense Baltazar Dias, interpretada em português antigo e moderno por companhias locais, constituídas somente por homens, com um anacronismo assumido, e que coloca em cena escravos e mestiços, mascarados e fantasiados ao estilo europeu.



Olinda Beja, romancista, contadora de histórias e poetisa, que já tive o prazer de trazer a este Xaile, diz numa entrevista cujo link indico abaixo: "Quando se fala de Tchiloli, ninguém sabe o que é", isso no contexto do desconhecimento da História e cultura são-tomenses. Nessa entrevista ela fala de tudo, ou quase tudo, desde a descoberta das ilhas de São Tomé e Principe, passando pelo seu povoamento- não esquecendo o envio de crianças judias por D.João II- os contratados, os contornos da literatura africana, nomeadamente a são-tomense, a literatura portuguesa... 

E, claro, escreveu um livro de poemas intitulado "No País do Tchiloli", no qual lança o seu olhar penetrante e lúcido. A sua obra é já extensa, contando no seu palmarés vários prémios.

Hoje deixo-vos um dos seus poemas, trazido, mais uma vez, do site de António Miranda:



Germinal

Ó minha ilha queimada pelo sol
pelas lágrimas do vento que escorreram
das escarpas e das vidas de teus filhos

em ti repousam as cinzas das esperanças
que outrora viveram no leito de teus rios
Malanza, Manuel Jorge, Contador, Cauê...

Em ti germinam vidas repassadas
de lua e sol no cais do sofrimento
que as âncoras da vida vão soltando!

Ó minha ilha adocicada pela chuva
lacrimejante e pura batendo na sanzala
de todos os ilhéus sequiosos de amanhãs.

Olinda Beja

 

Bom domingo, meus amigos.

Abraços


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Queira ler:

Tchiloli - aqui e aqui
Olinda Beja - aqui
Entrevista - aqui
Crianças em "viagens trágico-marítimas" - aqui

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

A política é uma arma


Eis como Eça de Queiroz via a política, no seu tempo:



Política de interesse

Em Portugal não há ciência de governar nem há ciência de organizar oposição. Falta igualmente a aptidão, e o engenho, e o bom senso, e a moralidade, nestes dois factos que constituem o movimento político das nações.
A ciência de governar é neste país uma habilidade, uma rotina de acaso, diversamente influenciada pela paixão, pela inveja, pela intriga, pela vaidade, pela frivolidade e pelo interesse.
A política é uma arma, em todos os pontos revolta pelas vontades contraditórias; ali dominam as más paixões; ali luta-se pela avidez do ganho ou pelo gozo da vaidade; ali há a postergação dos princípios e o desprezo dos sentimentos; ali há a abdicação de tudo o que o homem tem na alma de nobre, de generoso, de grande, de racional e de justo; em volta daquela arena enxameiam os aventureiros inteligentes, os grandes vaidosos, os especuladores ásperos; há a tristeza e a miséria; dentro há a corrupção, o patrono, o privilégio. A refrega é dura; combate-se, atraiçoa-se, brada-se, foge-se, destrói-se, corrompe-se. Todos os desperdícios, todas as violências, todas as indignidades se entrechocam ali com dor e com raiva.
À escalada sobem todos os homens inteligentes, nervosos, ambiciosos (...) todos querem penetrar na arena, ambiciosos dos espectáculos cortesãos, ávidos de consideração e de dinheiro, insaciáveis dos gozos da vaidade.

Eça de Queiroz, in 'Distrito de Évora (1867)


Isto era o Eça e a sua maneira fulminante de interpretar a sociedade. Quanto a mim vejo uns miúdos à volta da fogueira das vaidades ou fogo-fátuo - e não chego, bem entendido, ao exagero de nomear a política como o fez Bordalo Pinheiro - miúdos esses sem a mínima noção de que assim baralham o eleitorado, ficando sem saber para que lado se há-de virar. 

Poder-se-á dizer que é a democracia a mostrar-se viva e dinâmica 
e outras invenções que tais. 

Que nem digo que a decisão destas eleições antecipadas deixa para trás 
ferramentas que, talvez, fossem de bom tom experimentar, 

Que se tentassem outras vias que não esgotadas ainda 
ou, no limite, se ouvissem os constitucionalistas.

E, assim, está armado o espectáculo!
               
       


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Texto: Citador
O título do post retirado do texto

sábado, 30 de outubro de 2021

Paulina Chiziane - Prémio Camões 2021

Congratulei-me com a escolha de Paulina Chiziane para a atribuição do Prémio Camões deste ano. Em 2019 publicara no Xaile de Seda excertos de Balada de amor ao Vento. Vejo com agrado que foi uma das obras apontadas, para além de "Niketche" que também referi na altura.

Aproveito para transcrever o teor do texto que então produzi, sendo o título retirado de uma das passagens do livro, assinalando precisamente a poligamia, e com isso a humilhação da mulher no contexto africano. Há quem aceite com uma certa bonomia essa condição em determinados espaços, como sendo cultural. Não há dúvida de que há quem não concorde com isso. 

E a autora, Paulina Chiziane, demonstra-o não só na sua obra como também no Testemunho: "Eu Mulher...por uma nova visão do mundo", cujo link indico abaixo.


Recordemos, pois, a minha publicação de 11/04/2019, sobre Paulina Chiziane e Balada de amor ao Vento:


 

"...agora somos sete...


PAULINA CHIZIANE, escritora moçambicana, diz-se contadora de histórias e não romancista: Escrevo livros com muitas estórias, estórias grandes e pequenas. Inspiro-me nos contos à volta da fogueira, minha primeira escola de arte.Essas suas palavras fazem-me lembrar a arte de contar a vida passada, os mitos e as lendas, que os mais velhos (os griots) transmitiam ou transmitem, ainda, aos jovens. A oratura - outra designação que tem vindo a fazer escola.

Balada de amor ao Vento é o primeiro livro de Paulina Chiziane, publicado em 1990 e, tal como o nome indica, trata-se de uma história de amor, antes de mais. O primeiro capítulo começa já numa toada lírica envolvente, em que a saudade, as recordações num tom sofrido nos dão a medida do valor sentimental desta narrativa. Ali, toda a natureza é chamada: as árvores, as ervas, as plantas, as flores, os bichos e, especificamente, o Save. Este atravessa o livro, quase testemunhando as ilusões e desilusões de Sarnau no seu amor por Mwando.

Tenho saudades do meu Save, das águas azul-esverdeadas do seu rio. Tenho saudades do verde canavial balançando ao vento, dos campos de mil cores em harmonia, das mangueiras, dos cajueiros e palmares sem fim. Quem me dera voltar aos matagais da minha infância, galgar as árvores centenárias como os gala-galas e comer frutas silvestres na frescura e na liberdade da planície verde. Estou envelhecida e sinto a aproximação do fim da minha jornada,(...)

Essa caminhada inicia-se quando Sarnau avista Mwando e sente-se presa àquele amor, irremediavelmente. Dá-se o encontro: as mãos encontram-se, veio o abraço tímido. Trocámos odores, trocámos sabores, empreendemos a primeira viagem celestial nas asas das borboletas. Mas cedo, vem a desilusão. Mwando casa-se com outra mulher por imposição familiar, diz ele.

E ela, Sarnau, descoroçoada, aceita casar com o filho do rei, recebendo a família o lobolo de 36 vacas. Depressa constata que existem mais seis mulheres além dela: agora somos sete...

Abri com violência a porta do meu quarto. Meu marido está ao lado de outra mulher mesmo na minha cama, sorriem, suspiram envoltos nas minhas capulanas novas, meu Deus, eu sou cadáver, abre-te terra, engole-me num só trago. Caminhei vencida para a fogueira e aqueci o banho deles...

Capulanas - património cultural moçambicano

Paulina Chiziane, denuncia, neste seu primeiro romance, a poligamia e a condição de subalternidade e humilhação da mulher. Fá-lo-á também em "Niketche - uma história de poligamia", publicado em 2002.

Queira ler, aqui, fazendo download, o seu Testemunho - EU, MULHER...POR UMA NOVA VISÃO DO MUNDO.

Um texto inspirador."


(Publicado no Xaile de Seda a 11/04/2019 - aqui )


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Leia sobre Paulina Chiziane e o Prémio Camões aqui
Foto - de aqui
Imagem: capulanas

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

"Os Seareiros"

Há cem anos um grupo de intelectuais resolve criar uma Seara Nova onde pudesse lançar sementes e cultivar ideias e espírito crítico, inicialmente com fins pedagógicos e políticos. Com efeito, esses intelectuais reunidos em torno do projeto editorial definiram-na como "de doutrina e crítica", tendo como objetivo, como se lê no editorial do N.º 1, datado de 15 de outubro de 1921, ser de poetas militantes, críticos militantes, economistas e pedagogos militantes. 

Era hora, na verdade.


Decorria a Primeira República que se caracterizava por desinteligências políticas, convulsões sociais e crimes públicos, sucedendo-se Parlamentos, Governos e Presidentes da República. Infelizmente, como que a dar-lhes razão, a 19 de Outubro verifica-se o episódio da Noite sangrenta que cobre o País de vergonha. No numero 2 da Revista, a 5 de Novembro, Raúl Proença dá o devido destaque crítico, repudiando tão bárbaro acontecimento.

E continuando o descalabro, a 28 de Maio de 1926 entra-se na fase da Ditadura Militar e, posteriormente, no regime político ditatorial, autoritário, autocrata e corporativista que fica conhecido por Estado Novo e que dura 41 anos (1933-1974). Durante esse tempo, com alguns hiatos, os Seareiros prosseguem o combate ideológico ao regime, mau grado a censura e as dificuldades financeiras. 

E chegados a este nosso tempo a Seara Nova prevalece pelo esforço, competência e dedicação dos seus Colaboradores. 

Este é o ano das Comemorações do Centenário que se estendem a 2022, com múltiplas actividades culturais, como sendo:

Exposição Itinerante "Seara Nova"100 anos de acção e Pensamento
Crítico - 5 de Outubro de 2021 a 4 de Junho de 2022
Várias cidades de Portugal
Continental

"Seara Nova - 100 anos de acção e Pensamento Crítico" em Lisboa
Biblioteca Municipal de Alcântara, Lisboa

Exposição para Venda
Setembro de 2021 a Outubro de 2022
Portugal Continental e Ilhas

Exposição e Colóquio "Seara Nova: Editora de Livros"
15 de Setembro de 2021 a 31 de Dezembro de 2021
Biblioteca Nacional de Portugal

Destaque de Colecção
6 de Setembro a Dezembro de 2021

Veja mais aqui:
 
Centenário - Seara Nova, onde encontrará um resumo da vida da Revista bem como os nomes dos seus Fundadores e Colaboradores ao longo do tempo.

De entre os actuais Colaboradores destaco o nosso amigo, o Poeta Manuel Veiga, Jurista, membro do Conselho Redactorial e que também faz parte da Comissão Promotora das Comemorações.




A importância da presença e acção da Seara Nova na vida portuguesa falam por si. Termino, transcrevendo uma frase do editorial do primeiro número, que trago do seu site:

«Possam os homens de boas intenções de todas as Pátrias erguer um dia, sobre um mundo que ainda hoje se debate em miseráveis disputas nacionalistas, o arco-de-aliança duma humanidade justa e livre, realizando na paz vitoriosa as conquistas da inteligência e da vontade desinteressada!».


Vida longa, Seara Nova!

                            Bem-hajam, Seareiros!



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Veja no Xaile de Seda - aqui
Desaires da 1ª República
Heróis Trágicos da República

Imagens: daqui e daqui