sexta-feira, 12 de novembro de 2021

As chuvas vieram suaves




As chuvas vieram suaves e o odor da terra
E as andorinhas dando voltas com seus débeis pios;

E as rãs nos tanques cantavam pela noite
E as ameixas silvestres num tremular branco

Os pintarroxos vestiram suas plumas de fogo,
Silvando seus caprichos sobre uma cerca baixa.

E ninguém sobrará da guerra, ninguém
Se preocupará, ao final, quando se haja concluído.

E nada lhe importaria, nem ao pássaro nem a árvore,
Se a humanidade pereceu completamente.

E a primavera mesma, quando despertar ao amanhecer
Apenas se daria conta de que fomos embora.

Sara Teasdale
    (1884-1933)



Em conversa, ouvi o nome de Sara Teasdale pela primeira vez, há dias. Então resolvi procurar mais sobre ela:


Poetisa lírica norte-americana. O primeiro poema de Teasdale foi publicado por William Marion Reedy no Reedy's Mirror, um jornal local, em 1907. A sua primeira coleção de poemas, Sonnets to Duse and Other Poems, foi publicada no mesmo ano.

A segunda coleçção de Teasdale Helen of Troy and Other Poems, foi publicada em 1911. Foi bem recebida por críticos, que louvaram sua maestria lírica e caráter romântico. 

 A sua terceira coletânea de poesias, Rivers to the Sea, foi publicada em 1915. Foi e é um bestseller nos Estados Unidos, sendo reimpresso diversas vezes. 

Em 1918 ela ganhou um Prêmio Pulitzer pela sua coletânea de poesias de 1917, Love Songs. Ela foi possível graças à The Poetry Society; a organização atualmente divulga que ela foi a primeira pessoa a receber o Prêmio Pulitzer de Poesia (inaugurado em 1922).

Suicidou-se em 1933.

aqui


De referir o Legado de Teasdale, ao longo do tempo. Os seus poemas têm sido utilizados em várias manifestações culturais.


Bom fim de semana, meus amigos.


Abraços


=====

Poema trazido de:
http://arspoeticaethumanitas.blogspot.com/2016/11/que-isto-seja-esquecido-sete-poemas-de.html

A imagem, trazida de pixabay
Poderá não ilustrar cabalmente o poema, mas gostei dela, pela sua leveza.

12 comentários:

  1. Nunca tinha ouvido falar desta poetisa.
    Um belo poema que reflete um tempo muito diferente do nosso!

    Abraço

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  2. Um lindo poema que nos dá conta que de tudo o que existe na Natureza, nós, humanos, somos quem menos falta lhe faz.
    Sem nós, tudo continuaria igual.

    Também não conhecia a poetisa e gostei muito do que nos nontou.
    Irei tentar saber mais sobre esta interessante personalidade, cujo sucesso literário não a impediu de pôr termo à vida.
    Feliz, não seria, certamente.

    Beijinho, bom fim-e-semana, Olinda.

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  3. Confesso que não conhecia e adorei a poesia! Blog é também cultura! Tu fazes tua parte! beijos, chica e ótimo fim de semana!

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  4. Uma publicação poética bastante interessante e cultural!
    -
    Silêncio tão denso...
    -
    Beijo, e um excelente fim de semana.

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  5. Boa noite de paz, querida amiga Olinda!
    Foi bom trazer uma poetisa que não pode conter pela veia poética tão forte a doença e se suicidou.
    Muitos têm sido os estudos do último estágio da depressão.
    A poesia tem uma delicadeeza que gosto, mesmo com pinceladas de sofreres emocionais pelo que percebi.
    Obrigada por nos enriquecer.
    Tenha um final de semana abençoado!
    Beijinhos ternos de paz e bem

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  6. A amostra é eloquente -- trata-se de uma excelente poetisa romântica.
    Terá tradução editada? Suponho que não, seria um trabalho bem difícil.,,
    Grata por divulgar...
    Dias felizes. Beijinhos.
    ~~~~~

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  7. Sara Teasdale a falar-nos da Natureza de um modo tão visual. Mas fala também dos humanos na tragédia da guerra e da pouca falta que já fazemos a este planeta azul tão mal tratado. Que gosto passar aqui.
    Um bom fim de semana minha Amiga Olinda.
    Um beijo.

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  8. Olá Olinda
    Uma poesia articula com magistralidade e eloquência
    Uma leitura envolvente
    Bom fim de semana
    Beijinhos

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  9. A imagem é bonita e o poema , suave.

    Grato abraço por aumentar os meus conhecimentos.

    Tenha, minha querida amiga, óptima semana :)

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  10. Querida Olinda, ainda bem que dessa conversinha surgiu o nome desta poetisa e o belo poema que escolheste para partilhar connosco; é lindo e nostálgico, o poema, porque escrever sobre pássaros, primavera, enfim...sobre a natureza é sempre bom, mas,tratar, ao mesmo tempo, da nossa finitude, já nos causa alguma tristeza. O ser humano não se convence que, por mais que maltrate este nosso planeta azul, ele sempre terá capacidade de se refazer, mas, nós, humanos, acabamos e transformamo-nos em pó, misturados na terra que nos cobrirá. Pode até acontecer que certas espécies desapareçam e modifiquem, como sempre aconteceu, nas, connosco , simplesmente, desaparecemos e ponto final . Os pintarroxos, as andorinhas muitos outros continuarão a aparecer, a cantar, a primavera virá a seu tempo assim como as outras estações e não se questionarão sobre o desaparecimento do homem. Terá morrido na guerra ? Terá falecido com fome? Terá sido morto pelo vizinho, por um assaltante ou até por aquele que mais deveria amá-lo? Á natureza, à vida isso pouco importa... seguirão o seu ritmo normal , sem sequer sentirem a nossa falta.
    E o suicideo desta poetisa também nos vem mostrar a nossa fragilidade, a nossa incapacidade, apesar de toda a sapiência que nos é atribuída, de lidarmos com os desafios que a vida coloca no nosso caminho, de afastarmos as pedras e seguirmos em frente, com coragem, coisa que não acontece com os outros seres viventes da natureza, mais fortes, mais autónomos, muito mais cuidadosos com o meio em que vivem; nenhum deles " suja água que bebem ", querida Olinda! Como já escrevi demais, vou terminar, desejando tudo de bom para ti e para os teus e que a saúde não vos falte. Quero também agradecer-te esta publicação que nos deu a conhecer uma poetisa que, pelo fim que teve, parece-me não ter conseguido descobrir " a verdade" que buscava para a sua vida. Um beijinho e uma boa semana, de preferência com este lindo sol que a natureza nos tem proporcionado
    Emilia 🌞 🌻 💕

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  11. Corrigindo
    Andorinhas e muitos...
    Suicídio
    Suja a..
    Beijo
    Emilia

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