segunda-feira, 19 de julho de 2021

Emigrante



O drama começa no momento
em que nasce a idéia de "partir"
Aí param os sonhos
E começam os pesadelos.

Emigrante!

Esta é a alcunha que te deram.
A tragédia que isso acarreta
consome anos de existência
aniquilando lentamente
castelos edificados de ilusões
que dos sonhos ainda restam

Emigrante!

Fantasia dos que ficam
Américas
Alemanhas
Franças
e outros mundos sempre iguais...

Emigrante!

Suportar esse título tão honradamente
ter que comer o pão que o diabo amassou
ser sempre forasteiro em porta alheia...

Sim, emigrante!
Emigrante = sobrevivência
Gritos de alma
ambição amordaçada
desejos frustrados...

VITA BREVIS num copo de vinho
Esquecer as amarguras
Da "Terra Prometida"



Biografia da Autora aqui, no Xaile de Seda.


Tema por demais importante neste Portugal emigrante, em tempos idos mas igualmente no presente. Também poderemos olhar o outro lado da moeda, o dos imigrantes. Povos que procuram um porto seguro, arrostando mil perigos e que, muitas vezes, acabam por ficar presos em trabalho escravo. E isso também acontece, por cá, neste país de brandos costumes.

A pandemia, que agora nos ocupa os dias e a mente, camufla ou vem pôr a nu situações que só quem as vive pode aquilatar de como custa a vida. Não apenas a dos imigrantes. Mas também de pessoas que labutam neste chão, e todos os dias é um recomeçar, sem cessar... 

VEJAM BEM!


Ana Laíns, voz belíssima, intérprete talentosa 
"É no estrangeiro que tem recebido o (devido) reconhecimento"

Apreciemo-la, aqui, com Fernando Pereira 
nesta canção de Zeca Afonso



Desejo-vos boa semana, meus amigos.

Abraços

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Poema e imagem: daqui
a) Um paradoxo que acontece amiúde. Muitos artistas e também profissionais 
de outras áreas, ex. científica, não poucas vezes, encontram antes de mais 
reconhecimento fora da terra natal...

segunda-feira, 12 de julho de 2021

Habitamos as Palavras

Tacteio sinais furtivos e emoções breves
Como brisa no rosto inocente das palavras
Ainda por dizer...

Seminais veredas. E ondas ou inaudíveis
Sons de um cântico tão subtil que se esfuma
Em mistério. Como o decair da tarde no zénite de sol.
Ou apenas um gosto acre. Depois da chuva...

Ainda resta esta solicitude das palavras
Doirados reflexos a perseguir as entranhas do vento.
Sem outra glória que não seja a emoção alada.
E o fio ténue. De nós mesmos. Que as prende.

Habitamos as palavras e elas nos habitam
E por elas fecundamos o Tempo.


Blog do Autor: Relógio de Pêndulo





Boa semana, meus amigos.

Abraços.


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Poema - In: Do Esplendor 
das Coisas Possíveis
Pg.12

domingo, 4 de julho de 2021

Isabel de Aragão - Rainha de Portugal

Casada com D. Dinis, o Rei trovador e Lavrador, com quem governou durante 44 anos, Isabel de Aragão, viria a falecer a 4 de Julho de 1336, vítima de peste.

Praticou o bem, visitou gafarias, tocou em leprosos e lavou-lhes os pés, gastou a sua fortuna pessoal a ajudar os que mais precisavam e mandou construir o mosteiro de Santa Clara, em Coimbra. Da sua lenda fazem parte milagres, curas e feitos. Mas a melhor rosa de Aragão, que herdou o nome da Santa Isabel da Hungria, era boa para ser rei, como dizia muitas vezes o marido.


Mulher profundamente religiosa e amiga de ajudar os necessitados, ficaria no nosso imaginário a lenda "o milagre das rosas": Que levais aí, Senhora? São Rosas, meu Senhor".

Morreu aos 66 anos, depois de uma penosa viagem de dezenas de léguas de Coimbra a Estremoz, montada numa mula, para evitar mais um conflito entre Portugal e Castela. Sempre acreditou que a película em que nascera a protegeria de tudo, mas nos últimos tempos de vida sentia-se frágil e vulnerável. E duvidava. Onde falhara como mulher e mãe?

Isabel de Aragão, romance de Isabel Stilwell. Emocionante.



Ai flores, ai flores do verde pino
-D.Dinis-


Bom domingo, meus amigos.

Abraços


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Veja:
Centro do Mundo - post no Xaile de Seda
Imagem e itálicos do livro referido