Não sei em que ano estamos
tu sabes?
Que era é esta?
O badalar dos sinos são
sirenes e bombas de areia e pó
e o tempo deixa de ser tempo
e era e séculos
de pegadas no calor desértico
e frio e fome de ser gente.
Parece-me ver uma luz
ouvir vozes de crianças
a dizer: vem
vem que a caminhada é longa
e nós precisamos do verde
das oliveiras da terra
onde moras onde contas
os anos as eras os séculos.
Vem dar-me os sinos
de areia límpida e florescente.
Queremos que o vento do
deserto nos traga as tuas
folhas verdes
de oliveira a renascer.
Teresa Lobato
in: Cinco Lágrimas por Alepo
pg.105
Um acto de amor solidário levado a cabo por vários poetas com a edição deste livro de Poesia pelas crianças de Alepo, cidade do norte da Síria devastada pela guerra. Segundo a ONU, mais de 100 mil pessoas teriam morrido nos combates em Alepo e milhares de outras abandonaram suas casas.
aqui encontrará a lista dos nomes desses escritores beneméritos.
Em relação à autora deste poema, Teresa Lobato, gostaria de poder trazer-vos alguns dados biográficos mas tenho receio de errar visto não ter encontrado termo de comparação. Se algum de vós a conhece peço o favor de confirmar os elementos constantes de aqui...ou, então, indicar-me o sítio certo.
Nota: O poema não tem título. Tomei a liberdade de usar para o efeito as palavras do terceiro verso: Que era é esta?
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Quinzena do Amor - De 31/01 a 14/02
Post 11 - A noite abre meus olhos, Post 10 - sim.foi por um beijo em simples vendaval que morri, Post 9 - Ó Mãe, Post 8 - Alma minha gentil que te partiste, Post 7 - Do inquieto oceano da multidão,Post 6 - Amar teus olhos, Posta 5 - Conheço esse sentimento, Post 4 - Éramos tu e eu, Post 3 - Saudades não as quero, Post 2 -Não é por acaso, Post 1 - É daqui a pouco
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1ª imagem: Pixabay
Este eu já conhecia.
ResponderEliminarTenho este livro.
Uma abraço e uma boa semana
" Que era é esta ? " Uma pergunta para a qual não conseguimos resposta e o pior é que constatamos que a guerra, as atrocidades humanas, a falta de respeito pelo outro, continuam as mesmas, ano após ano, era após era, seja em monarquias, ditaduras e democracias. Hoje publiquei o meu post, um poema do sec XVIII e a única diferença deste é no tipo de escrita. Querida Olinda, muito obrigada pelo carinhoso mail que recebi há pouco e também por todo o carinho que me tens dedicado nesta fase nada fácil da minha vida. Continuarei a dar noticias. Saúde para todos aí em casa, pois o frio é muito e as gripes são um perigo. Um grande abraço, querida amiga.
ResponderEliminarEmilia
Palavras fortes num contexto onde lágrimas são derramadas por tantas vidas perdidas
ResponderEliminarUm beijo grande querida Olinda
Muito bem escolhido e oportuno,
ResponderEliminarestimada Olinda.
Vou tentar informar-me sobre a autora.
Desculpe não estar mais participativa,
mas estou com um problema de saúde que
me obriga a entrar hoje de recesso.
Beijinhos
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Olá Olinda,
ResponderEliminarRealmente ela fez parte do Livro acima citado. Sei que tem uma poesia fora do comum, Vive nos Arcos de Valdevez - Minho- .
Sei que vai na próxima semana à Radio Vizela , ao programa da Conceição Lima, quarta-feira às 21h.
Pode ouvir-se procurando Radio Vizela > on line> ouvir agora ( lado direito)
Aqui, de certeza que ficar-se -à mais esclarecido.
Quanto à poesia, já fala por si. Temos que fazer a nossa parte nem que seja uma lágrima azul...
beijinho
Olá, Manuela
ResponderEliminarMuito obrigada por ter aqui vindo, trazendo-me este contributo sobre a autora deste poema.
Vou procurar ouvir o programa.
Beijinhos
Olinda