Sentei-me no banco à porta de casa, como de costume. O cestinho, com o pano e as linhas, pu-lo no chão do meu lado direito. Pus as lunetas, peguei no pano que queria transformar num pano de chá. Já tinha feito o debuxo com todo o cuidado. Não tendo papel químico, que já vai rareando, fi-lo à moda antiga. A minha provecta idade permite-me conhecer esses truques. Uma toalhinha já muito usada a precisar de ser substituída foi donde tirei as flores e ramos. Estendi-a em cima da mesa e, por cima, coloquei muito bem esticadinho o pano por bordar. Passei, suavemente, a colher que reservo para esse efeito nos meus cabelos mais ao nível do couro cabeludo. A seguir fiz pressão com ela sobre o bordado, tantas vezes foram precisas. Aos poucos foram aparecendo os desenhos. No fim, passei com um lápis os bordos dos ditos flores e ramos. E, pronto. Agora vou escolher as linhas ou então o melhor é seguir a inspiração, de acordo com os sentimentos e a disposição de espírito. Ouvi dizer que cada cor tem o seu significado. Mas não vou por aí. Não irei à procura de definições consagradas. Mais vale olhar com olhos de ver e seguir o coração.
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imagem: daqui
Quando seguimos a intuição teremos um resultado prazeroso e perfeito
ResponderEliminarApaixonei-me por este texto, Olinda
Beijos e um maravilhoso final de semana
Tão belo, tão sensível...tão a tua alma! Lindo.
ResponderEliminarBeijinho meu.
ResponderEliminar"olhar com olhos de ver e seguir o coração" é certamente o melhor percurso para a obra prima.
Um texto muito bonito.
ResponderEliminarAbraço e bom domingo
Gosto, particularmente, do método (tantas vezes aplicado) de reprodução de "relevos". Vale o tempo e a memória.
ResponderEliminarLindo, Olinda. Muito lindo.
Beijo
SOL
PS: santosoliveira912@gmail.com