42.
O peso da vida!
Gostava de senti-lo à tua maneira
e ouvi-la crescer dentro de mim,
em carne viva,
não queria somente
rasgar-te a ferida,
não queria apenas esta vocação paciente
do lavrador,
mas, também, a da terra
e que é a tua
Assume o amor como um ofício
onde tens que te esmerar,
repete-o até à perfeição,
repete-o quantas vezes for preciso
até dentro dele tudo durar
e ter sentido
Deixa nele crescer o sol
até tarde,
deixa-o ser a asa da imaginação,
a casa da concórdia,
só nunca deixes que sobre
para não ser memória
(1963-2014)
Interrompi há cerca de um mês a minha homenagem a Moçambique,
por motivos de ordem pessoal e outros relacionados com
acontecimentos do dia-a-dia.
Hoje, trago comigo Eduardo White, poeta moçambicano ,
que há muito desejava apresentar-vos, se é que não o conheciam já.
Infelizmente, faleceu novo. Deixa obras literárias que no-lo recordarão
para sempre.
É minha intenção terminar esta série com mais duas publicações.
Contudo, Moçambique continuará a fazer parte da minha atenção
e das minhas preocupações.
Para já, atentemos nas palavras deste saudoso autor:
Assume o amor como um ofício
(...)
só nunca deixes que sobre
para não ser memória
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E eu ousaria acrescentar: 'apenas' memória
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E eu ousaria acrescentar: 'apenas' memória
Sara Tavares, de novo, aqui connosco, dizendo-nos "Coisas Bunitas"
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Boa quarta-feira, meus amigos.
Abraços.
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Poema: daqui
Imagem: net
Video: Youtube
Video: Youtube
Não conhecia este poeta e gostei do seu poema, também gostei muito desta canção de Sara Tavares.
ResponderEliminarComo a nossa cultura fica enriquecida com a criatividade destes jovens!
Abraço
Bom dia de serena paz, querida amiga Olinda!
ResponderEliminar"Assume o amor como um ofício
onde tens que te esmerar"...
Isso me diz muito pois o Amor precisa ser cultivado em nossa alma e poucos se dão ao 'trabalho'.
Bonito demais todo o poema, amiga. Seu bom gosto nas postagebns é incrível!
Tenha dias abençodados!
Bjm carinhoso e fraterno e paz e bem
um poema sublime e um poeta de excepção, amiga.
ResponderEliminargrato por dar a conhecer
o amor "como ofício" está nos antípodas do amor romântico, como creio.
não é possivel um "discurso" sobre o amor que não seja um discurso sobre a "prática" amorosa, não é verdade, amiga Olinda?
e já Camões nos colocava de sobreaviso, pois que "servia Labão, pai de Raquel (...), mas não servia o pai/servia a ela/ que apenas ela/como prémio/pretendia"...
momento alto de partilha poética.
abraço
Muito bom. O meu aplauso para esta publicação:))
ResponderEliminarDO NOSSO GIL ANTÓNIO :- Palavras sentidas que ( nunca ) escrevo.
Bjos
Votos de uma óptima Quarta-Feira
Eduardo White. Tenho que conhecer melhor os poetas africanos. Achei o poema muito bom. "Assume o amor como um ofício onde tens que te esmerar" Muito belo!
ResponderEliminarObrigada minha Amiga Olinda. Um beijo.
Que belo poema, minha amiga! Vou pesquisar esse poeta, não o conhecia.
ResponderEliminar"repete-o até à perfeição,
repete-o quantas vezes for preciso
até dentro dele tudo durar
e ter sentido"
Um beijo, Olinda, ótima semana!
Gostei imenso do poema. E encantei-me com a Sara Tavares.
ResponderEliminarAbraço
Sim, o poeta tem razão quando diz " assume o amor como um oficio ", pois o amor deve ser levado a sério, como a sério levamos o nosso oficio, o nosso trabalho. Se não nos esmerarmos no nosso trabalho, se não dermos o nosso melhor, arriscamos à perda do emprego; não nos acontece nada se não colocarmos amor em todas as nossas atitudes do dia a dia, ninguém nos acusa, ninguém nos expulsa da cidade, ninguém nos tira o emprego, mas há uma coisa que nos acontece e muita boa, sentimo-nos felizes e o sol brilha sempre, mesmo quando o dia está chuvoso. Hoje de manhã, tu sabes, Olinda, fui presenteada com um pequeno gesto de amor que me iluminou o dia e que fez pensar que esses pequenos gestos não custam nada e que podem fazer toda a diferença no dia de uma pessoa. Gostei muito deste poema e acho que a tua preocupação com Moçambique é um acto de amor para com um pais que tem vivido tempos muito difíceis. Como diz o nosso amigo Manuel, " não é possivel um discurso sobre o amor que não seja um discurso sobre a prática amorosa "; falar de amor é muito fácil, colocá-lo em prática já é outra conversa. Querida amiga, obrigada por este belo momento e fico à espera de nova homenagem a este país que tanto tem sofrido. Um beijinho e a minha sincera amizade
ResponderEliminarEmília
Minha amiga
EliminarFeliz com o beijinho "lambuzado" da Beatriz.
Para ela vão outros mil.
:)
Se o amor não for um ofício (diário e sem fins de semana) pode acabar bem depressa...
ResponderEliminarUm excelente poema de um excelente poeta. Obrigado pela partilha.
Olinda, continuação de boa semana.
Beijo.
Agradeço ter.me dado a conhecer esta boa poesia.
ResponderEliminarBom Junho e abraço grande
Com a voz cristalina, de Sara Tavares, surge-nos Eduardo White com um poema de eleição. E Moçambique continua doer. Bela homenagem, amiga!
ResponderEliminarBeijos, Olinda.
Grata pela excelente postagem, minha Amiga.
ResponderEliminarTudo bom...
Abraço grande.
~~~
Lindo poema, não conhecia o poeta, muito obrigado por dar a conhecer.
ResponderEliminarAdorei ouvir a Sara Tavares.
Beijinhos
Maria
Divagar Sobre Tudo um Pouco
Obrigada pela partilha.
ResponderEliminarNão conhecia o poeta
Beijinho
Obrigado por apresentar o Eduardo White, fiquei fascinado com esse poema, vou pesquisar mais sobre ele. Gracias
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