sábado, 29 de novembro de 2014

Jia Li - Mulher laboriosa

Há umas quantas lojas de chineses no povoado. Mas, quando se diz vou à chinesa, já se sabe quem é. Mulher laboriosa. Trabalha todos os dias do ano, com sábados, domingos e feriados incluídos. Ela tem normalmente duas empregadas da terra, que estão sempre a arrumar, a pôr preços, a inserir alarmes. Jia Li sabe onde tudo se encontra, respondendo imediatamente a qualquer pergunta do freguês, com indicações precisas: à direita, à esquerda, em frente, no corredor tal.


Fala a língua de Camões com a desenvoltura necessária para se fazer entender, empregando os termos do dia a dia, e outros que as vendedoras das feiras usam, como querida, vizinha, o que cria empatia com a freguesia. A troca do erre pelo éle, e um certo enrolamento que dali advém, não estorva em nada a sua eficiência. O seu lugar é sempre em frente à máquina registadora. Não há multibanco. Sorridente, ela controla tudo, não só por vigilância electrónica como através dos seus olhos atentos. 

Jia Li tem marido e dois filhos. A filha fez o secundário e tirou a carta de condução ainda não há muito tempo. O filho que, se não nasceu por cá pelo menos tem sido criado, está um rapagão, tratam-no por Zé, em termos práticos, deixando provavelmente o nome chinês para o recesso do lar.

Todos trabalham, excepto o rapaz que ainda anda na escola. Mas quem sabe se quando acabar o secundário não irá trabalhar no mesmo. Ou então, com outra mentalidade, já mais ocidentalizada, talvez queira continuar os estudos ou seguir outros caminhos. 

O negócio tem-se expandido. De início numa loja onde tinha havido um negócio de ferragens, estendeu-se para um espaço a paredes meias com uma ourivesaria. Em frente, também ocupam uma casa térrea que parece servir de armazém. A rapariga toma conta, há algum tempo, de uma loja de roupas no quarteirão a seguir àquele onde se encontra a mãe. 

Vemo-los sempre com o mesmo aspecto, sem luxos, trabalhadores que batalham todos os dias.



Olho para Jia Li na sua azáfama, na sua amabilidade contida, nos seus gestos precisos, sempre no seu posto de trabalho sem quebras e eu ponho-me a pensar: Quando é que ela terá tempo para pensar em si própria, mimar-se um pouco, nos seus desejos e sonhos? Quais serão os seus objectivos mais caros? Será apenas juntar um bom pecúlio e voltar para o torrão natal? Ou ficará por cá na sua labuta incessante?


Meus amigos, desejo-vos um bom fim de semana.

Abraço.

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*Jia Li - significado "Boa e Formosa"  
1ª imagem daqui
2ª imagem daqui

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Mãe-água: O rio limparia a terra, cariciando suas feridas





Se cumprimentaram rodando as mãos sobre os polegares, à maneira da terra. Os dois velhos amigos se sentam, fiando conversa, recordando os tempos.

-Sabe, Muidinga? Nós dois éramos empregados do mesmo patrão.

Cada um puxa a sua lembrança, em suave escorrer, rindo mesmo dos mais tristes momentos. O miúdo lhes chama ao presente. Quer saber o que animava Nhamataca, covando assim.

-Estou a fazer um rio, responde o outro.

Riem-se, o rapaz e Tuahir. Mas o homem insiste, no sério. Sim, por aquele leito fundo haveria de cursar um rio, fluviando até ao infinito mar. As águas haveriam de nutrir as muitas sedes, confeitar peixes e terras. Por ali viajariam esperanças, incumpridos sonhos. E seria o parto da terra, do lugar onde os homens guardariam, de novo, suas vidas.

Estava tão seguro que começara por escavar no chão da própria casa. Ruíram as paredes, desabou-se o teto. Os seus se retiraram em dúvida da sua sanidade. Idos os próximos, irados os distantes. O sujeito desafiava os deuses que aprontaram os mundos para os viventes dele se servirem, sem ousarem mudar a obra. Mas Nhamataca não desistiu, covando no dia a noite. Foi seguindo, serpenteando entre vales e colinas, suas mãos deitando e renovando mil vezes as sangradas e calejadas peles. E agora, sentado na ribanceira, guarda com vaidade a sua construção. Aponta o fundo:

-Vejam, já se esponta um fioziozito de água.

Tal aguinha nem se via. Havia, quando muito, um suor na areia do fundo. Mas os visitantes não contrariam.

-E que nome ele vai ter?

Nome que dera ao rio: Mãe-água. Porque o rio tinha vocação para se tornar doce, arrastada criatura. Nunca subiria em fúrias, nunca se deixaria apagar no chão. Suas águas serviriam de fronteira para a guerra. Homem ou barco carregando arma iriam ao fundo, sem regresso. A morte ficaria confinada ao outro lado. O rio limparia a terra, cariciando suas feridas.

Mia Couto, Terra Sonâmbula, pgs 139,140


Em tempo:

Terra sonâmbula. Escrita saborosa. Linguagem mítica que fala da guerra mas também dos costumes e do relacionamento entre as pessoas. E dos laços que se reinventam a cada instante. Assim Kindzu, o menino com carências afectivas e o comerciante indiano, Surendra, longe das suas raízes e discriminado no meio, que lhe diz: Você é como o filho que Assma nunca me deu. E procuram algo em comum que possa explicar esse laço, o gosto de falarem de tudo e de nada. O Índico: é isso, não havendo uma pátria à  qual chamar sua, são cidadãos do Índico, eis o elo.

Com muito gosto, partilho convosco estes momentos de agradável leitura.

Voltarei com um ou outro excerto.

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Actualização, com imagens e notas, em 25/11/2014.

1ª imagem: aqui

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Olá! Olá! Olá! - E receita infalível para fazer o nosso próximo saltar da cama, de manhã...

A senhora sentou-se ao meu lado no banco da paragem de autocarro. Perguntou-me se já tinha passado o 7 para Lisboa. Ali, entabulámos conversa sobre se os que iam para Algés também já teriam passado; que umas vezes vai a Lisboa por Algés e outras apanha o 7 que é mais directo. 

Fez-me saber que conseguiu que o médico a atendesse depressa. Nunca tal tinha acontecido. Queria saber se ele ia substituir-lhe o pacemaker e quando. Dada a proximidade com o Hospital de Santa Cruz, perguntei-lhe se o médico era dali. Disse que sim. E eu vi-me também a fazer confidências: Vim acompanhar uma cunhada para fazer uma angioplastia e, enquanto está a decorrer, vou a Lisboa para um almoço

Nisso, passou um homem ainda jovem, acompanhado de outros, a comer uma sandwich.



E ela: Sabe, um homem, antigamente, não se via a comer na rua. Vou-lhe contar como a mulher do Fortunato, uma amiga minha, conseguiu que ele deixasse esse mau hábito. E foi o meu pai, que Deus tenha, que lhe deu a receita para isso. Ele disse-lhe: Quando o teu marido preguiçar para se levantar da cama pega numa caneca com um bocado de água vai-lha deitando aos pingos na testa e nos olhos até ele acordar completamente. Faz isso todos os dias e vais ver que ele se levanta e já não vai para o trabalho, apressado, a comer pela rua fora. Foi remédio santo. A minha filha que tem agora 60 anos lembra-se de também eu lhes deitar, a ela e aos irmãos, pinguinhos de água para acordarem para irem para a escola. 

Depois de cerca de 45 minutos de animada conversa, de recordações que iam saindo das pregas da memória, lá apareceu o 7. Infelizmente para a senhora, o passe não era válido para a carreira.

Um dia inteiro no hospital, com um pequeno intervalo, que podia ter sido para esquecer. Mas tive alguns encontros agradáveis. Com a senhora de quem falo acima, que me fez depositária fortuita de algumas das suas memórias; com a mãe do jovem desportista, a quem foi detectado um problema no coração, e do seu sorriso aliviado quando saiu com ele ao fim da tarde depois do tratamento; com o taxista que me levou já noite cerrada à estação de comboios, com quem atravessei a cril, a 2ª circular, a radial de Benfica conforme ele me dizia, respondendo às minhas perguntas, e que a certa altura me perguntou interessado: Então, já tem bilhete? E foi mais um dia ganho na luta contra a doença auto-imune de que padece a minha cunhada.

Alguém amigo enviou-me um e-mail dizendo-me que hoje é dia do OLÁ! 

Assim:


OLÁ a todos os que visitarem este Xaile. 

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A imagem encontrei-a referenciada aqui -  blog "Divagar sobre tudo um pouco", da nossa querida amiga MARIA.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Então quem sou eu? Sou, corpo e alma, o exterior de um interior qualquer?

Só matéria ou também anima, o sopro quase divino que nos eleva acima das nossas misérias? O poeta das sensações traz-nos a velha questão sobre a nossa finitude ou imortalidade. Vejamos como ele a desenvolve:






Dizem que em cada coisa uma coisa oculta mora.
Sim, é ela própria, a coisa sem ser oculta,
Que mora nela.

Mas eu, com consciência e sensações e pensamentos,
Serei como uma coisa?
Que há a mais ou a menos em mim?
Seria bom e feliz se eu fosse só o meu corpo —
Mas sou também outra coisa, mais ou menos que só isso.
Que coisa a mais ou a menos é que eu sou?

O vento sopra sem saber.
A planta vive sem saber.
Eu também vivo sem saber, mas sei que vivo.
Mas saberei que vivo, ou só saberei que o sei?
Nasço, vivo, morro por um destino em que não mando,
Sinto, penso, movo-me por uma força exterior a mim.
Então quem sou eu?

Sou, corpo e alma, o exterior de um interior qualquer?
Ou a minha alma é a consciência que a força universal
Tem do meu corpo ser diferente dos outros corpos?
No meio de tudo onde estou eu?
Morto o meu corpo,
Desfeito o meu cérebro,
Em consciência abstracta, impessoal, sem forma,
Já não sente o eu que eu tenho,
Já não pensa com o meu cérebro os pensamentos que eu sinto meus,
Já não move pela minha vontade as minhas mãos que eu movo.

Cessarei assim? Não sei.
Se tiver de cessar assim, ter pena de assim cessar
Não me tornará imortal.


Desafio que este Guardador de Rebanhos nos lança, o Mestre, como o define o seu criador, Fernando Pessoa. Tido como um poeta de pensamentos simples, privilegiando as sensações, anti-metafísico, acreditando que as coisas não têm significação mas sim existência, e a sua existência é o seu próprio significado, até onde nos levarão as questões levantadas neste poema?


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Poema retirado do Banco de Poesia Fernando Pessoa.("Poemas inconjuntos")
Ver De Anima - Aristóteles
1ª imagem - Internet (perdi as referências)
2ª imagem - Internet - pintura de Silva Porto
Nota: ...que nos eleva acima...Um pleonasmo que assumo com gosto.:))

sábado, 8 de novembro de 2014

A César o que é de César, claro. Mas...

Os comerciantes parecem estar um pouco mais satisfeitos. O Verão não deu em quase nada com o tempo fresco que fez. E o Outono travestido caminhava para o mesmo. Mas estes diazinhos frios e com alguma chuva começaram a dar resultado. Já se veem montras com roupões e chinelos a prometerem noites aconchegantes. Também botas, botins, gabardinas e guarda-chuvas à maneira. Talvez São Martinho ainda lhes troque as voltas. Há oferta de castanhas e água-pé nas lojas e lá para os lados de Marvão*. Por mim são bem-vindas, as castanhas. Outono que é Outono tem de vir delas adornado e com o respectivo cheirinho e parafernália a condizer. E mais o nevoeiro. Não sei se já disse aqui, gosto de tempo meio nublado, mais ou menos como na brumosa Avalon, com um arrepiozinho de frio a pedir um bom chachecol, gorro e luvas. Gostos...




O seu a seu dono. A cada estação o que lhe pertence, pois isso do El Niño a evidenciar a alteração da ordem natural das coisas, a sucessão dos dias e das noites e a cadência das estações do ano, é desgastante. Com tantas alterações não se sabe bem que roupa vestir ou com o que contar. Bom seria se a esse nível ou a um outro mais comezinho as coisas fossem um pouco mais previsíveis. Como, por exemplo, em relação ao subsídio de natal. Quem contava com ele para pagar umas contas, comprar umas roupas para os miúdos, sair um pouco do aperto, já era. É que o papão ainda aí. Cuidemo-nos.




Sabem que o fisco acaba de lançar uma ofensiva, uma autêntica razia, enviando para a casa de algumas pessoas não uma carta mas tantas quantas as coimas, 11, 46, o que for preciso... entupindo as caixas do correio, abarrotando-as? É que não são quantias pequeninas. São valores na ordem de 700€, 3000€, 4000€, etc. As pessoas estão em pânico, não sabem o que fazer. No caso dos 700€ trata-se de um jovem casal que passou inadvertidamente por aquelas famigeradas portagens encapotadas da Brisa, que quase ninguém vê, e que estão certo tempo nos CTT a pagamento e etc, etc, etc. Portagens de 0,30€ cada, de 2012, quando a implementação do sistema estava no seu início, salvo erro. Além das cartas com as coimas, há uma muito especial em que a entidade interessada reclama o pagamento dos 50€, em falta, referente às portagens e aos serviços administrativos que lhes estão associados. Então, não se pode pagar em prestações? Perguntei eu aos jovens. Pois, isso acarretaria mais juros porque se teria de aguardar pelas respectivas execuções fiscais.

Meus amigos, como numa romaria, urge que acedamos ao Portal das Finanças para ver a nossa situação no que se refere a dívidas fiscais. Nunca fiando. Nunca se sabe quando o mundo nos cai em cima, completamente desvalidos que estamos.

Enquanto isso, gozemos deste Sol que Deus nos deu, lavado com a chuvinha que vai caindo, a espaços.

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XXXI Feira da castanha de Marvão - 8 e 9 de Novembro

1ª imagem - daqui
2ª imagem - daqui 

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Emigração - marcas no tempo

A mala de cartão e o trolley, marcas ou objectos que traduzem a mesma realidade: a emigração. Na mala de cartão seguiam as necessidades e o desespero de quem se aventurava a atravessar fronteiras clandestinamente, a salto, principalmente, para França, nos finais da década de 50 e durante a de 60. No trolley e no coração, os novos emigrantes, a geração mais qualificada de sempre, carregam as suas ilusões e desilusões mas também a esperança em dias melhores.




Se há quem refira que hoje em dia os emigrantes viajam com telemóveis, computadores e em melhores condições, como, por exemplo, em relação aos meios de transporte e documentação, o facto é que tanto num caso como noutro, deixam para trás a família, os amigos, o seu rincão. Mas, se quisermos recuar no tempo encontraremos aqueles que emigraram para o Brasil e África, muitos deles degredados, e outros na ânsia de encontrar, como agora, um estilo de vida compatível com as suas aspirações, nem sempre conseguido. Sobre esta época da nossa História, que condicionou em muito a de outros povos, muito haveria a dizer. Uma marca indelével.

Não vou alongar-me neste tema, pelo menos por agora. O que pretendo, hoje, é reproduzir aqui umas quantas ideias que alguns dos novos emigrantes gostariam de transpor para o nosso dia-a-dia. Li isto na revista Visão, em princípios de Outubro último. Quer dizer que vai fazer um mês, mas já sabem, as coisas neste Xaile andam um pouco au ralenti.




Telejornais curtos
As notícias na tele, em horário nobre, são concentradas em quinze minutos, muito factuais, sem intervalos nem intervalos a todas as pessoas mais as suas tias e o cão, e sem "diz-que-disse-e-que-parece".-Engenheiro aeroespacial, há onze anos em Darmstadt, Alemanha.

Despejar a arrecadação
Em cada fim de semana, um bairro diferente organiza uma venda para livrarmos de tudo o que temos a mais, a preços simbólicos. É também um pretexto para estarmos com os vizinhos, petiscar e comprar alguma coisa que nos faz falta. -Conservadora restauradora, há dois anos em Genève, Suíça.

Separar o lixo orgânico
Na minha primeira semana, não separei devidamente o lixo orgânico (restos de comida e cascas de legumes e de ovos) e recebi logo uma carta. No nosso prédiio, temos diferentes contentores, e há dias certos para as recolhas. O lixo orgânico é reciclado para a agricultura. - Arquiteto, há um ano em Lindau, Alemanha.

Garrafas com depósito
A maioria das cervejas vem em garrafas iguais, seja qual for a marca, e pode-se devolver uma grade com marcas misturas. As garrafas de plástico também têm depósito.-Avaliador de patentes em Haia, Holanda.

Apoio à natalidade a sério
A maternidade paga-se, mas o Estado dá logo mil euros. A nossa filha nasceu há um ano e o parto custou bem menos. Até aos cinco anos dela, a Segurança Social tem serviços de apoio pelos quais não pagamos um tostão. O sistema de apoio à natalidade funciona tão bem que, em 2012, a Bélgica subiu para o 6º lugar (na UE) em termos de taxa de natalidade. - Doutoranda em Engenharia Biocientífica e Jornalista freelancer, ambos, há cinco anos em Bruxelas, Bélgica.

Biblioteca da Língua
Aqui, existe um Museu da Língua Portuguesa. O meu sonho era construir em Lisboa uma grande biblioteca da língua portuguesa (à semelhança da antiga Biblioteca de Alexandria), que teria todos os livros publicados nos PALOP.- Realizador há um ano em São Paulo, Brasil.

Viva a autonomia
As escolas têm uma gestão autónoma. Não há concursos para a contratação de professores. A direcção recruta-os com base no mérito e experiência, empatia com o projeto, etc. Logo, as escolas competem entre si, o que eleva a qualidade do ensino. Acresce que a comunidade é muito participativa. Por exemplo, a escola da minha filha quis angariar fundos para os professores receberem formação para leccionarem, com maior qualidade, a língua inglesa. Cada miúdo teria de entrar numa corrida e recolher apostas. Os donativos correspondiam às voltas que cada um dava, vezes o montante apostado. Com esta ideia supersimples angariou-se 20 mil euros. - Gestora  de investigação e ciência, há cinco anos em Groningen, Holanda.





Muitas outras propostas poderia eu incluir, retiradas do referido artigo, mas não se coadunaria com o tamanho ideal de um post. E este já vai longo. As ideias apresentadas fariam uma diferença enorme na nossa sociedade, se postas em prática. Por cá, verifica-se muitas vezes que abundam ideias mas entre o pensar e o agir vai uma grande distância.

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Nota:O artigo acima referido: "Reinventar Portugal" - Revista Visão- 9 a 15 de Outubro de 2014, pags.54 a 63As idades das pessoas constantes do inquérito variam entre os 30 e os 45 anos. Preferi não incluir os nomes.

1ª imagem - daqui
2ª imagem - daqui
3ª imagem - daqui - A referência de um dos inquiridos ao Museu da Língua Portuguesa no Brasil, lembrou-me a Biblioteca Nacional do Brasil ou Fundação Biblioteca Nacional que contém obras raras da cultura portuguesa, a maior parte levada para lá aquando da ida da Família Real, no sec. XIX. Note-se que não escrevi "Fuga". Segundo alguns historiadores havia um plano há muito elaborado que previa isso, no sentido de salvaguardar a coroa portuguesa.