terça-feira, 30 de agosto de 2011

Livros com pernas para andar

Há dias entrei na Biblioteca da minha localidade e vi sobre uma mesa alguns livros e por cima a palavra grátis. Aproximei-me e vi que os mesmos tinham uma etiqueta que dizia Bookcrossing e fiquei a saber que se trata de um site onde se registam livros, novos ou usados, que, depois, se depositam em determinados sítios.Qualquer pessoa pode levá-los, com a única condição de se fazer o seu registo para se saber por onde andam.


objectivo do Bookcrossing é transformar o mundo inteiro numa Biblioteca, diz-se no referido site. 

Uma excelente sugestão para quem tem livros que já transbordam das suas estantes e, também, uma boa forma de partilhá-los com os outros.


Imagem: Google

domingo, 28 de agosto de 2011

As voltas que uma palavra dá

A onda enrolava-se e desenrolava-se e ia desmaiar ao seu lado num doce enamoramento. Recolhia-se, indo formar-se de novo ao longe, encapelando-se e lançando da sua crista farrapos de espuma, convidando-a a entrar no jogo. De um salto a sereia tentou  atravessá-la. Mas a onda envolveu-a, enrolou-a e fê-la conhecer a sua força levando-a às profundezas. Depois, de mansinho, como que a rir-se, a onda seguiu, cabriolando, em direcção à areia dourada. Ela, já recomposta do turbilhão, ali ficou de costas no lençol líquido saboreando aquele doce marulhar. Consciente de que era apenas e só um pequeno elemento no meio daquilo tudo, assaltou-a de súbito o soberano desejo de ser alguma coisa mais na vida. Soberano desejo? Porquê soberano? Inusitadamente, passaram à frente dos seus olhos as vezes que tinha ouvido e lido tal palavra. Do seu significado, do contexto em que lhe tinha aparecido. Não se tratava aqui de ir em busca da raiz da palavra, da sua origem, etimologicamente falando. Era muito mais prosaico. Continha laivos e sabores de outros tempos, de reis, de rainhas. Era isso mesmo, a palavra era comummente atribuída a estas entidades: soberano, soberana, evidenciando a importância das casas reinantes.Mas não só.Com a evolução dos regimes políticos também o estado aparecia com a adjectivação de soberano, demonstrando assim a sua independência no concerto das nações. Algumas instituições até tinham a designação de órgãos soberanos. Contudo, ultimamente, a palavra aparecia com uma certa persistência e não propriamente de forma abonatória. ‘Dívida soberana', pois, era isto que andava na boca de toda a gente…Desde quando é que uma dívida é soberana? Não é verdade que cada dia que passa estamos todos mais dependentes dos outros e nem sabemos bem quem são? Dívida pública, talvez. Mas, pronto, lá deviam saber porquê…Mergulhando, pensativa, deixou-se ir. Afinal, ela era apenas uma pequena sereia naquele mar imenso...cheio de tubarões.


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

SER POETA

Marco, hoje, presença com o lindíssimo poema de Florbela Espanca, Ser Poeta, o qual acabei de ouvir ler num encontro de promoção da leitura dos nossos poetas e prosadores. Penso que a magnitude deste poema é tal que Florbela Espanca poderia não ter escrito mais nada. Este poema seria o suficiente para que ela fosse recordada para sempre. Apreciemo-lo: 

Ser poeta 

 Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
 Do que os homens! Morder como quem beija!
 É ser mendigo e dar como quem seja
 Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

 É ter de mil desejos o esplendor
 E não saber sequer que se deseja!
 É ter cá dentro um astro que flameja,
 É ter garras e asas de condor!

 É ter fome, é ter sede de Infinito!
 Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
 É condensar o mundo num só grito!

 E é amar-te, assim, perdidamente...
 É seres alma, e sangue, e vida em mim
 E dizê-lo cantando a toda a gente! 

Florbela Espanca
1894-1930


Na maravilhosa voz de Luís Represas e com o instrumental dos Trovante, acessível no Youtube, o conjunto, poema, voz e música, oferece-nos  momentos de puro enlevamento.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011




Meus @migos


Vou ausentar-me por uns dias. Espero encontrar, no meu regresso, muita coisa escrita...para eu ler.  :)

Amigo



                                                                      Mal nos conhecemos 
Inaugurámos a palavra «amigo».
«Amigo» é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar

Na nossa mão!

(...)

Alexandre O'Neill


Poema:Casa Fernando Pessoa
Foto:minha

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

RAIOS DE SOL














E poder ser esse girassol que colhes
com a doce gentileza do teu gesto. 
Ser o motivo, a razão porque te dobras 
E me estendes as tuas mãos, os teus dedos. 
Viver sempre, na morada dos teus olhos 
Mesmo que guardado no fundo do teu cesto 
Mas, estar ao teu lado quando acordas 
E espantar durante a noite, os teus medos


'Bartolomeu'


Um toque de alma em poesia
na imaginação de uma bela fotografia...
girassóis com a cor da luz
que o teu delicado ser seduz
ao dedilhar na partilha
tornando o coração a maravilha
em que o amor canta
 
teu sol, que a todos encanta



'Baila Sem Peso'




Nota: Palavras, lindas, produzidas nos comentários ao meu post 'Sol da Terra', em Junho, por 'Bartolomeu' e 'Baila Sem Peso'. 


Ver Blogues:
http://avancando.blogspot.com/
http://bailasempeso.blogspot.com/
Imagens:Google
com a devida vénia.