E preciso não perder
de vista as crianças que brincam:
a cobra preta passeia fardada
à porta das nossas casas.
Derrubam as árvores fruta-pão
para que passemos fome
e vigiam as estradas
receando a fuga do cacau.
A tragédia já a conhecemos:
a cubata incendiada,
o telhado de andala flamejando
e o cheiro do fumo misturando-se
ao cheiro do andu
e ao cheiro da morte.
Nos nós conhecemos e sabemos,
tomamos chá do gabão,
arrancamos a casca do cajueiro.
E vós, apenas desbotadas
máscaras do homem,
apenas esvaziados fantasmas do homem?
Vós que ocupais a nossa terra?
Manuela Margarido
São Tomé e Príncipe
Poema retirado de:
Imagem: Internet
Obrigada por me dar a cinhecer rão belo poema.
ResponderEliminarAbraço-a, Olinda
Sim, um belo poema, cheio de força e pleno de significados.
EliminarBeijo
Olinda
Olinda,
ResponderEliminarÉ digno de nota o trabalho que está a desenvolver na divulgação de outros sentires, de outros olhares.
Espero que continue.
Beijo :)
Obrigada, AC, pelo seu apreço e incentivo. :)
EliminarAbraço
Olinda