quarta-feira, 2 de maio de 2012

Olhar em fuga

Já não vejo
Saltitar pardais
De manhã e à tarde
Nos beirais
Da casa dos meus pais

Já não vejo 
a Figueira mansa
Da irmandade
A família 
a colher figos


Já não vejo
A sociedade
Dar às pessoas
E aos mais pobres
Por amor

Só vejo em sonhos profundos
A fome
Tortuosos caminhos
A Bruma seca
                                           Fantasmas...                                                             

(excerto)

De:
A.L.S.
(meu pai)


Imagem: retirada da Internet

15 comentários:

  1. Lindo ,mais muito triste seu poema
    infelizmente é a realidade nua e crua no Mundo
    inteiro.
    Beijos de boa noite ,Evanir.

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    Respostas
    1. Olá Evanir

      É como diz, parece que tudo se repete numa cadência inexorável.

      Bjs

      Olinda

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  2. Olinda querida:
    Que delícia! Ponha o resto, por favor. Que poeta!
    Beijinhos
    Maria

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  3. Querida Maria

    Que amorosa que é! Vou tratar disso.

    Muito obrigada

    Beijinhos

    Olinda

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  4. Olinda, Querida

    Honra seja feita ao Poema, do teu Pai, soberanamente actual.

    Beijos

    SOL
    http://acordarsonhando.blogspot.pt/

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  5. É um excelente texto. Parabéns ao senhor seu pai.
    Um abraço

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  6. Há sempre uma nesga se sol

    por entre as nuvens

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  7. Maravilha.....Dos poemas mais lindos que já li....

    Já não vejo
    Saltitar pardais
    De manhã e à tarde
    Nos beirais
    Da casa dos meus pais

    Beijo Grande

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  8. Minha Querida Olinda:
    Lindo, lindo, lindo, este poema do seu muito Querido Pai.
    Quando deixamos de ver os pardais a saltitar, o nosso coração começa a esmorecer...E muito mais esmorece quando deixamos de os ver saltitar de manhã e à tarde, nos beirais da casa dos nossos Pais... Porque enquanto os pardais saltitarem naqueles beirais, há vida e há esperança.
    Tenho andado com muitíssimo trabalho, o que me impede de vir aos bogues com regularidade. Ando muito pouco assídua, mas há amigos que não se esquecem e, por isso, aqui estou a visitá-la, Querida Olinda, e a agradecer o seu miminho em "Luz de África".
    Um abraço muito grande, sempre extensivo à sua Filhota.

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  9. Já vemos muito pouco de tudo isso descrito nesse lindo poema do seu pai. Lindo...triste e, infelizmente actual. Ainda acredito que voltaremos a ver a sociedade a dar de comer a quem tem fome, a dar a mão a quem precisa de ajuda para se levantar, a dar um sorriso a quem já perdeu a vontade se sorrir.´E que se assim não fizermos, simplesmente deixaremos de SER, deixaremos de EXISTIR. Somo seres sociais, nada somos sem os outros; pois se até para nascer precisámos de alguém, como podemos achar que viveremos sozinhos? Não...sem os outros simplesmente NÂO SEREMOS. Penso que todos gostariam de ver aqui o resto do poema, Olinda; pensa nisso, certo? E vamos lá acreditar que veremos de novo a família a colher figos e os pardais a saltitarem nos beirais das casa. Temos de acreditar, não é amiga? Adorei! Obrigada pela partilha. Um beijinho e um bom fim de semana
    Emília

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  10. Amiga, espero que coloque mais vezes excertos da poesia de seu pai, pois me agradou muito o que li agora.

    Um apertado abraço.

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  11. Minha amiga um poema tão lindo e tão nostálgico. Um pai com uma imensa alma de poeta.
    Bom fim de semana
    Beijinhos
    Maria

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  12. Amiga Olinda

    Lindíssimo este excerto dum poema de teu pai.

    Grande o poeta que consegue exprimir duma forma, embora triste mas tão terna, a crua realidade.

    Não queres colocar mais um excerto do poema ou, se possível, todo ele?

    Beijinhos

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  13. Belíssimo e certeiro o poema do sue pai.

    Já não há... não!

    Beijo

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  14. Nosso tempo precisa de resgate.
    Olinda, bom final de semana.
    Xeros

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