Hoje mais do que nunca o trabalho do historiador se mostra exigente. Com a sua capacidade de lançar olhares de conjunto, privilegiando o todo para o decompor em partes, é nessa tarefa que se deverá concentrar. Qualquer que seja o género de História que pretenda desenvolver, regional ou geral, é sua obrigação deixar portas abertas, pistas que outros possam seguir no sentido de se tentar compreender e completar ciclos que parecem isolados mas que na realidade se interpenetram.
Isto para dizer que todos os dados, todas as memórias, todos os documentos são imprescindíveis como material de análise histórica. Esta obra de António de Almeida Santos, Quase Memórias, é um instrumento importante, aliado a tantos outros, para se compreender uma época que continua a causar-nos perplexidade.
Trata-se de um trabalho minucioso baseado na documentação produzida em todo o processo de independência das ex-colónias, conversações, tratados e também na sua visão pessoal, introduzindo a sua própria interpretação, as suas vivências e experiências.
"Longa como as estradas da Galileia foi esta digressão pelo estertor do colonialismo e pelo dossier da descolonização. A partir de agora, este livro deixa de ser meu. Não faço a menor ideia de como possa ser acolhido pela opinião pública portuguesa. Talvez agrade a alguns. Desagradará necessariamente a muitos, tão amargas são algumas das recordações que evoca. Mas, quem se põe a remexer na história, não pode satisfazer-se só com uma parte dela. Não pode deixar de tentar ser exaustivo, objectivo e verdadeiro. Esta é a minha verdade sobre o estertor do colonialismo e sobre o dossier da descolonização; sobre os mais salientes acidentes do processo revolucionário posterior a Abril que lhe determinaram o tempo, o modo e o resultado final. Deixo ligados a tudo isso inolvidáveis momentos da minha vida. Nem todos agradáveis. Apesar disso, foi reconfortante recordá-los."
Esta é a mensagem impressa na contra-capa da referida obra, composta de dois volumes, editada em Setembro de 2006. Normalmente, escrevo a lápis a data em que adquiro os livros e neste consta 2006/10/27, o que demonstra o meu interesse por esta matéria. É um livro que não se consegue ler de uma assentada. É para ser lido com tempo e, assim sendo, levei o meu tempo a fazê-lo. O 1º Volume traz o subtítulo: Do Colonialismo e da Descolonização. E o 2º : Da Descolonização de cada Território em Particular.
Estamos, de novo, a atravessar tempos que exigem de nós reflexão e grande sentido de responsabilidade. Isso, tanto no que diz respeito aos problemas nacionais como em relação a Europa, espaço onde nos encontramos inseridos. E, não há dúvida, esta Europa necessita urgentemente de ser repensada, regressando ao momento em que foi idealizada e reavaliando os seus objectivos.
Quanto ao panorama nacional, passa-se uma situação bastante interessante. No que se refere às eleições europeias de há três dias, os resultados por cá, no chão nacional, estão completamente obliterados. Já não se sabe bem quem as ganhou e quem as perdeu... Já não se sabe se houve uma vitória histórica... ou uma derrota histórica. E na liça temos mais um lidador. Que os mais altos interesses da pátria se alevantem.
Nota: Por motivos vários, só hoje me foi possível fazer este post referente a esta obra de Almeida Santos, prometido há já um mês. As duas imagens são do 1º e 2º volumes.
Estamos, de novo, a atravessar tempos que exigem de nós reflexão e grande sentido de responsabilidade. Isso, tanto no que diz respeito aos problemas nacionais como em relação a Europa, espaço onde nos encontramos inseridos. E, não há dúvida, esta Europa necessita urgentemente de ser repensada, regressando ao momento em que foi idealizada e reavaliando os seus objectivos.
Quanto ao panorama nacional, passa-se uma situação bastante interessante. No que se refere às eleições europeias de há três dias, os resultados por cá, no chão nacional, estão completamente obliterados. Já não se sabe bem quem as ganhou e quem as perdeu... Já não se sabe se houve uma vitória histórica... ou uma derrota histórica. E na liça temos mais um lidador. Que os mais altos interesses da pátria se alevantem.
Nota: Por motivos vários, só hoje me foi possível fazer este post referente a esta obra de Almeida Santos, prometido há já um mês. As duas imagens são do 1º e 2º volumes.
NOTA EM 19/01/2016:
NA DATA DA MORTE DE ALMEIDA SANTOS, FAÇO A REEDIÇÃO DESTE TEXTO QUE PRODUZI E PUBLIQUEI EM 28 DE MAIO DE 2014.
NA DATA DA MORTE DE ALMEIDA SANTOS, FAÇO A REEDIÇÃO DESTE TEXTO QUE PRODUZI E PUBLIQUEI EM 28 DE MAIO DE 2014.
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ResponderEliminar~ ~ ~ Excelente homenagem, Olinda.
Foi classificado pelos seus pares e por quem com ele privou,
um príncipe
da república, da democracia, dos consensos, da afabilidade...
~~~ Beijinhos. ~~~
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Boa partilha acerca de um Homem
ResponderEliminarque não sendo do meu espaço político
todos os democratas devem respeitar
Não me vergo mas aplaudo
o inestimável contributo que deu ao regime democrático
Uma boa homenagem. Infelizmente não li o livros. Melhor os livros, já que diz serem dois volumes.
ResponderEliminarUm abraço
Fiquei chocada com a morte deste Senhor e penso que apanhou todos de surpresa pois não se constava que estivesse doente. A idade já era muita e o caminho chegou ao fim. Pelo que escreves o livro deve ser muito interessante e como adoro ler com toda a certeza que será este o que lerei . Com certeza que nem tudo foi bem feito na altura da descolonização;foi bom ter-se dado a independência aos países colonizados, mas dever-se-ia ter acautelado os interesses daqueles que muito deram a essas colónias. Há sempre erros, a perfeição não existe e agora não adianta lamentar. Gostarei com certeza de sabe o que pensam sobre este assunto pessoas que viveram mais de perto todo este processo. Obrigada, Olinda, por mais esta informação interessantíssima e aqui te deixo o meu beijinho e o meu sincero agradecimento pelo carinho que me dedicaste nos tempos conturbados que tive. Felizmente tudo se compôs e já me encontro cá, bem mais tranquila. Fica bem e obrigada!
ResponderEliminarEmília
Abençoado dia!!!!!!!!!!!! Beijos
ResponderEliminarTodo historiador se aprofundas num riquíssimo acervo documental e ao final de uma obra ele reitera suas afirmações baseado em fatos e para os leitores uma riqueza ímpar
ResponderEliminarBeijinhos amiga Olinda