Há neste tempo um prenúncio
Uma espera que germinaUma fala inesperada...
Um murmúrio, uma corrente.
Há um rio que se adivinha.
Um rosto. Um desatino
Uma ferida que sangra
E uma sede desatada...
Há um sopro em cada esquina.
Uma promessa. Uma viola.
Uma canção que se afina.
Uma passagem. Uma senha
E uma luta pegada.
Há um poema sem rima.
Uma viagem. Uma flor. Uma arma.
Uma fronteira vencida.
Há um vento que se anuncia
E uma dor aziaga...
Há um barco que se anuncia.
E há uma ousadia sonhada...
Há um lume insubmisso.
Um hino. Uma bandeira
E esta paixão magoada...
In: Coreografia dos Sentidos
-Como se fora invenção minha-
pg. 26
Em registo impressivo, de tirar o fôlego, assistimos à inventariação poética de cada esquina da vida, num Poema sem rima em que se perde e se encontra numa promessa, numa viola, numa canção que se afina, numa passagem clandestina, numa senha, numa luta anunciada… aqui
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Olá Olinda!
ResponderEliminarPoema Belíssimo, e seu texto ficou maravilhoso Olinda.
Meus aplusos pra vocês dois.
Deixo-te milhares de sorrisos e um beijo no coração.
🌺🌼
Bom Novo dia, querida amiga Olinda!
ResponderEliminarLindo poema do Manuel acompanhado de uma moda de viola condizente com a dor aziaga que se refere o autor.
Quase uma poesia sufocada duma paixão magoada que fica à mercê da pressa e angústia diária.
Tenham ambos dias abençoados!
Beijinhos carinhosos e fraternos
Maravilhosa poesia sem rima,mas com tanto sentimento!Adorei! beijos, tudo de bom,chica
ResponderEliminarPoema sem rima lindíssimo. O meu apreço, aplauso e elogio.
ResponderEliminar.
Saudações poéticas
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Ora muito bem. Parabéns ao Poeta Manuel Veiga!
ResponderEliminar~~
Coisas de uma Vida
Beijos, boa tarde.
Um poema lindo de um poeta que muito admiro.
ResponderEliminarQuerida amiga, não sei o que se passa com o seu perfil, ou se tinha algum antigo que desativou, pois através dos comentários que deixa, não consigo chegar até si, veja por exemplo o seu link no comentário que deixou no post dos "amores-perfeitos". Inicialmente pensei que estava com problemas no blogue. Cheguei aqui através do seu comentário no blogue da Graça.
Beijinhos
Querida Maria
EliminarBom dia
Nem sempre tenho o pc comigo e assim comento do telemóvel que não dá acesso ao "Xaile de Seda", infelizmente.
Ultimamente tenho-o feito mais amiúde pelo que lhe peço desculpas a si e aos amigos que se têm deparado com essa dificuldade.
Beijinhos
Olinda
Ainda bem que não qualquer problema, pois com o Blogger nunca se sabe e por vezes surgem imprevistos desagradáveis.
EliminarAgora se voltar a acontecer já sei a razão.
Beijinhos
Um belo poema inconformado e que pede um pouco mais da vida. Mais logo já vou visitar o link.
ResponderEliminarPara já, um apontamento, a forma como apresenta o poeta e a sua palavra está ela mesma impregnada de poesia, um deslumbre.
Um abraço e bom fim de semana
Olá, Olinda!!! Venho conhecendo aos pouquinhos a arte de Manuel Veiga e tenho gostado demais! Gratíssima por compartilhar tão lindos versos!
ResponderEliminarEstou apaixonada pelo vídeo. Derreto-me quando vejo um dedilhado assim! Coisa linda demais!
Beijinhos!
Nossa!!
ResponderEliminarEsse é maravilhoso, uma construção belíssima num ritmo fascinante!!
É Manuel Veiga, o Poeta!
Beijinhos aos dois e um fim de semana calmo, com mais paz para o mundo!
Texto Poético com versos de ouro. Magnífico.
ResponderEliminarParabéns pela escolha.
Beijo
SOL da Esteva
Um poema sem rima, belo , como já nos habituou o nosso Amigo Manuel e, a beleza está também nos que rimam e na prosa onde a poesia se desenvolve em forma diferente. Há alturas em que os poetas, creio eu, encontram dificuldade em rimar determinadas palavras; não sei construir um poema, querida Olinda, mas não saberia descobrir uma que rimasse com " arma " a não ser outra arma e mais outra e a promessa que daqui sai não rima mas combina com bala com " ferida que sangra...com dor aziaga " ; para dor encontraria o amor, uma palavra que o poeta não ousou empregar, porque não cabe neste poema triste por falta de rima, mas que teima em ficar na " gramática do mundo" , porque o mundo o quer, o deseja, o espera a cada esquina; a flor rimaria bem com a dor, com o amor, mas o sofrimento não deixa que ela seja apreciada e o seu perfume sentido, nessa apressada" passagem clandestina " para a sobrevivência, numa " luta anunciada " e agora confirmada e que tão cedo não terminará, apesar da " viola, da canção, da poesia " ; são " promessas " de que tudo faremos para que a esperança contiue a fazer parte do poema, seja ele com rima ou simplesmente com as letras do abecedário, sabiamente alinhadas em versinhos lindos. Olinda, querida Amiga, temos uma guerra à nossa porta que não sabemos como vai acabar; ficamos tristes, mas isso não ajuda em nada este povo sofredor, mas....o que ajudará? Não sei...
ResponderEliminarSomos pequeninos demais!!!! Obrigada, querida Amiga, pelo poema do Manuel e pelas belas palavras que usas para o apresentar. Um beijinho e saúde para todos aí em casa, com a alegria possível. Beijinhos
aos dois queridos Amigos
Emilia 🕊 🕊 🙏
Muito Obrigado, Olinda.
ResponderEliminarfico grato e sensibilizado pelo interessw que a minha poesia lhe merece
e a constância reafirmada da sua divulgação neste espaço de inteligência
e bom gosto.
Agradeço-lhe também publicamente (falta minha náo o ter feito mais cedo) a circunstância de ter escrito e autorizado a sua publicação do belo e lúcido texto, que integra o meu último livro COREOGRAFIA DOS SENTIDOS. e que tanto prazer me deu publicar.
Bem Haja.
Beijo
Belo poema!
ResponderEliminarAbraço
Linda poesia, Olinda
ResponderEliminarMaravilhoso vídeo.
Obrigada pela partilha.
Um carinhoso abraço
Verena.
Nota-se em desfile um tudo que sendo visto aguça o olhar do poeta, dá-lhe contornos e ruídos. Vai listando verso a verso bonitezas e tristezas num poema sem rima; canta a viola gemente fazendo eco.
ResponderEliminarBravíssimo, caro poeta!
Bela escolha no conjunto postado, Olinda.
Abraços aos dois.
Calu
O Manuel Veiga deixa-me sem palavras porque ele, o Poeta, sabe usá-las tão bem que se me pegam à pele e fico sempre a desejar que fossem minhas. Tão belo este poema! Um abraço para ele.
ResponderEliminarUm beijo para si, minha Amiga Olinda.
Me encanta la cancion ♥
ResponderEliminarAmei cada canto deste olhar poético que vai nos encaminha por cada verso. A escolha da música perfeita serciu de pano de fundo neste caminhar... Grata pela partilha, bjsss
ResponderEliminarBoa noite Olinda,
ResponderEliminarUm poema muito belo de Manuel Veiga, um Poeta de excelência, que leio sempre com muito agrado.
Admiro-o muito.
Nao conhecia este poema e gostei imenso.
Muito obrigada por partilhá-lo.
Beijinhos para ambos.
Ailime
Um dos poemas que mais me agradou de Manuel Veiga, cuja poesia conheço há muitos anos .
ResponderEliminarAbraço para vós
Não falei do tema musical, venho dizer agora que adoro!
ResponderEliminarQuerida Olinda, beijinho e óptima semana :)
Manuel Veiga é um poeta!
ResponderEliminarNeste poema "sem rima", como o era a Poesia clássica, na qual o nosso amigo tantas vezes se inspira, ouvem-se outros poemas em surdina - o que só reforça a forma magistral como usa as palavras.
Um beijo para os dois
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E pela generosidade que sempre revela, aqui lhe deixo este poema de Pessoa:
Teu xaile de seda escura
É posto de tal feição
Que alegre se dependura
Dentro do meu coração.
s.d.
Quadras ao Gosto Popular. Fernando Pessoa. (Texto estabelecido e prefaciado por Georg Rudolf Lind e Jacinto do Prado Coelho.) Lisboa: Ática, 1965. (6ª ed., 1973). - 45.
Querida Ana
EliminarMuito obrigada por teres trazido esta quadra de Fernanda Pessoa, de toada popular e que faz sempre bem ao coração.
Beijinhos
Olinda