Já é por demais sabido: adoro estas palavras que António Ferreira, poeta, dramaturgo, Sec. XVI, dirigira ao amigo Pêro d'Andrade Caminha e elas fazem-se presentes aqui no Xaile de Seda sempre que sinto a necessidade de relembrar o legado que nos foi confiado:
Floreça, fale, cante, ouça-se e viva
A Portuguesa língua, e já onde for
Senhora vá de si soberba, e altiva.
Se téqui esteve baixa e sem louvor,
Culpa é dos que a mal exercitaram:
Esquecimento nosso, e desamor.
Mas tu farás, que os que a mal julgaram,
E inda as estranhas línguas mais desejam,
Confessem cedo ant'ela quanto erraram.
E os que depois de nós vierem, vejam
Quanto se trabalhou por seu proveito,
Porque eles para os outros assi seja.
A Portuguesa língua, e já onde for
Senhora vá de si soberba, e altiva.
Se téqui esteve baixa e sem louvor,
Culpa é dos que a mal exercitaram:
Esquecimento nosso, e desamor.
Mas tu farás, que os que a mal julgaram,
E inda as estranhas línguas mais desejam,
Confessem cedo ant'ela quanto erraram.
E os que depois de nós vierem, vejam
Quanto se trabalhou por seu proveito,
Porque eles para os outros assi seja.
Hoje, o motivo é outro, que é o de registar o reconhecimento da importância do nosso idioma, como desejava o grande António Ferreira, agora a nível mundial.
Pois bem, acordei com a bela notícia de que a UNESCO aprovou o dia 5 de Maio como Dia Internacional da LÍNGUA PORTUGUESA, dia que já tinha sido instituído pela CPLP, a 20 de Julho de 2009, e mais:
“É a primeira vez que a UNESCO toma uma decisão destas em relação a uma língua que não é uma das línguas oficiais da UNESCO. Por unanimidade, as pessoas reverem-se na ideia de que é importante um dia mundial da língua portuguesa é muito importante”, afirmou António Sampaio da Nóvoa em declarações à agência Lusa. aqui
No Brasil, o Dia Nacional da Língua Portuguesa foi criado a partir do decreto de lei nº 11.310, de 12 de junho de 2006, estipulando a celebração para o dia 5 de novembro.
A escolha desta data é uma homenagem ao escritor e político brasileiro Ruy Barbosa, que nasceu em 5 de novembro de 1849, e é considerado um grande estudioso da língua portuguesa.
E agora, tempo para ouvir MARIZA e TITO PARIS
Beijo de Saudade
Beijo de Saudade
(Título original)
"Onda Sagrada di Tejo"
Morna de B.Léza
E também VITORINO,
seduzido pela toada desta Morna
Morna de B.Léza
E também VITORINO,
seduzido pela toada desta Morna
NOTA:
"ONDA SAGRADA DI TEJO" - Morna de B. Léza , Francisco Xavier da Cruz.
A mesma Morna, duas versões:
1- Mariza canta-a, com Tito Paris, dando-lhe um toque de Fado e mudando-lhe o título para "Beijo de Saudade".
Segundo Carlos Saura, está tudo ligado. Veja SOLTE-SE A VOZ, aqui, no Xaile.
2- VITORINO com uma interpretação mais próxima do original. O título, de "Onda Sagrada di Tejo", passa para "Ondas Sagradas do Tejo".
Mas, ouso ainda acrescentar a interpretação de TITINA, talvez a que B. Léza teria gostado de ouvir, ou ouviu, e mais coincidente com a versão original.
E que eu prefiro.
Linda poesia e que bom agora teremos duas datas pra lembrar e comemorar a língua portuguesa! valeu! beijos, ótimo fim de semana! chica
ResponderEliminarÉ uma honra...
ResponderEliminarO poema de António Ferreira é um exemplo muito digno da nossa qualidade de escrita.
Bom fim de semana
Li a notícia ontem. Uma honra para nós.
ResponderEliminarAbraço e bom fim de semana
O poema de quinhentos, é uma emoção...
ResponderEliminarNão sabia do dia da Língua Portuguesa.
Gostei muito de saber...
Adoro ouvir a Marisa e o Tito nesta morna.
Que bom estar a ouvir e vou bisar.
Beijinhos, querida Amiga.
~~~~~
Olá, querida Olinda!
ResponderEliminarOuvi, hoje de manhã, a mesma notícia e fiquei muito feliz. A Língua Portuguesa, falada por tantos milhões, merece ter o seu dia. Não sei o motivo da escolha a 05 de Maio, mas, decerto, teve razão de ser. Dia 10 de junho seria uma excelente data, mas há outro acontecimento, não menos importante.
O poema de António Ferreira, que já conhecia, é uma homenagem, um elogio à nossa amada Língua, que alguns não sabem honrar.
A MINHA PÁTRIA É TAMBÉM A MINHA LÍNGUA!
Não conhecia esta interpretação de Mariza e Tito Paris, mas agradou-me bastante. Boa escolha!
Beijos e bom fim de semana.
Olá, querida Olinda, o português é uma língua linda, oficialmente falada no Brasil, Moçambique, Angola, Portugal, Guiné-Bissau, Timor-Leste, Guiné Equatorial, Macau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe. Então, falado por 289.860,416 pessoas. Temos aqui no Brasil o Museu da Língua Portuguesa, fica em São Paulo. Porém também se faz presente noutros lugares como Goa, Macau, Málaca, Ilha das Flores, Caribe e outros. Expandiu-se muito, mas cada um com seu respectivo sotaque, aí que fica um pouco complicado, veja o que faz um sotaque! Por telefone, o português falado no Brasil com sotaque nordestino, lá na pontinha do Brasil, é bem diferente falado aqui no sul do Brasil. Já tentei um entendimento por 'telefone', e ficou enviável a compreensão!!! rsss
ResponderEliminarhttp://museudalinguaportuguesa.org.br/
Gostei muito do poema de António Ferreira e do vídeo de Mariza, temos o CD dela.
Beijo, querida, bela tua postagem!
Magnífica e oportuna "lembrança". Também me associo e celebro a iniciativa da UNESCO de tornar visível e reconhecido o DIA da LÍNGUA PORTUGUESA.
ResponderEliminarBem hajas, Amiga por estares sempre bem na defesa do que e como falamos.
Beijo
SOL
Ensinava-se nas Escolas, uns anos atrás, que a Língua Portuguesa se fundou para exprimir a Dor e mais tarde aprendeu a soletrar o Amor
ResponderEliminarTentarei explicar. O Rei de Leão e Castela, avô de D. Afonso Henriques, perante a perda de um ente querido exprimiu a sua Dor em "leonês", sua língua materna e não na lingua de Castela, de que era Rei,
Como se sabe, o leonês teve depois a deriva galaico-portuguesa, donde decorre a Língua Portuguesa.
Posteriormente, já com a territorialidade de Portugal definida, o Rei D. Dinis, escreveu as suas belas "Canções de Amigo e as Canções de Amor" na Língua Portuguesa e não em "Provençal", donde as "canções" eram originárias e até então escritas.
Mais tarde, Fernão Lopes, nas suas crónicas, conferiu à Língua Portuguesa "plasticidade" discursiva (quase se diria pictórica) para finalmente chegarmos aos grande vultos do sec. XVI e sec. XVII, com Bernardim, António Ferreira, Rodrigues Lobo, Gil Vicente, Luís de Camões, etc. e mais tarde o glorioso Padre António Vieira, que conferiu a Lingua Pátria uma discursividade "explosiva"
Bom seria que estas comezinhas "cousas" fossem novamente ensinadas nas Escolas, pois nunca mais esquecem...
Veja lá, minha amiga, onde nos pode levar uma dor de amor!...
Peço-lhe desculpa-
Abraço
Bom dia de paz, querida amiga Olinda!
ResponderEliminarAmo nosso idioma.
E tão rico e tem uma gama de conotaçoes que me encanta
Tenha dias felizes!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem