sábado, 11 de novembro de 2017

Gota a gota

O "São Martinho" já não é o que era. Aquele suspense que se vivia nos dias antecedentes já bastante chuvosos, já frios, com o cheiro a castanhas assadas, à espera do dia 11, cheio de Sol, não aconteceu este ano. O Verão, um Verão castigador, prolongou-se indefinidamente. E hoje comemos castanhas, sim, mas há qualquer coisa que falta.



A situação de seca extrema em alguns pontos do nosso país abala-nos e adivinhamos tempos bastante problemáticos, tanto para a agricultura como para o gado. A própria água para consumo já falta nas torneiras. Urge que tenhamos bem presente que é preciso poupar água, utilizando-a de forma racional. Para poupar água, já o tenho referido e toda a gente o sabe, há que começar a fazê-lo nas nossas casas, nos nossos quintais, nas pequenas propriedades de cultivo que circundem as nossas casas.



Não há dúvida que as alterações climáticas é um problema que temos de levar muito a sério. Nós os leigos não sabemos muito bem o que pode acontecer, mas deu para perceber que nada de bom virá dali. E de nada vale ficarmos à espera que os cataclismos aconteçam para depois tomarmos medidas. Enquanto as crises e as emergências não nos assoberbem, aproveitemos para pensar nas coisas e encontrar soluções. É sempre bom dizê-lo, repeti-lo e convencermo-nos disso.



Pensemos. Pensemos todos na melhor maneira de ir minorando esse grande problema. Ponhamos questões, conversemos uns com os outros. Não chovendo, ou não chovendo o suficiente, o que fazer? Será que a adopção de sistemas de rega gota-a-gota poderia ajudar, pelo menos, a produzir aquele mínimo necessário, quase uma agricultura de subsistência? Claro que o ideal será produzir em grande escala. Talvez mesmo para isso a ideia não seja descabida porque já experimentada. Mas, deixo isso para as grandes cabeças, capazes de vislumbrar grandes soluções. 



Já pude verificar in loco que o sistema de rega gota-a-gota dá resultados excelentes. Com a água direccionada para as raízes das plantas ela é toda aproveitada. Há quem refira que uma das desvantagens de tal sistema é que a  sua instalação é dispendiosa. Será. Mas, para grandes males, grandes remédios e aí as ajudas institucionais seriam bem-vindas.   

Desejo-vos um dia de São Martinho agradável.

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Comentário da amiga Odete Ferreira, um grande contributo para o tema deste post:


Muito importante esta postagem...
Sou, por natureza, uma poupadora dos recursos naturais e, com assertividade, vou captando adeptas; a senhora que me ajuda nas tarefas caseiras já se rendeu; no princípio , já me disse, não me entendia. Quanto à água, nenhuma é desaproveitada:enquanto não chega a água quente, encho um garrafão; a das lavagens é reutilizada no WC; rega, é conta-a-gota, eliminei a relva, etc. Um vez, num programa de rádio local, onde era comentadora residente, dei conta destas coisas; um dos colegas de programa, riu-se. Gostava de saber o que ele diria no caso desta seca extrema que a todos nos aflige. Incidi na questão da água, mas há muitos outros procedimentos de são gestos naturais em mim.

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Sistema de rega gota-a-gota

Imagem 1 - daqui
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9 comentários:

  1. o sistema "gota a gota" deveria ser elevado a "sistema universal" de consumo,isto é, consumir apenas o essencial, como Aristóteles na sua procura da "vida boa" lembrava aos seus contemporâneos.

    mas como resistir aos apelos sedutores do consumo e aos seus excessos (e desperdícios) se ele se inscreve como mola motriz da sociedade em que vivemos? em verdade somos levados ao ponto de se consumirem (e pagarem rss) os próprios "sinais" de consumo.

    abraço

    peço desculpa, se porventura, houve "excesso de consumo" (rss) neste seu estimulante espaço de ideias

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    1. Caro Manuel Veiga

      Agradeço as suas palavras que estão na justa medida da importância do tema. O "excesso de consumo", aqui, é totalmente apreciado. :)

      Consumir apenas o essencial uma sabedoria que não entrou ainda nos nossos hábitos.Precisamos recuar no tempo e aprender com os nossos maiores que o conceito de viver bem não se coaduna com o desperdício. Também é mais que tempo de mudarmos a nossa mentalidade e irmo-nos adaptando conforme as mudanças que se vão operando no nosso mundo.

      Abraço.

      Olinda

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  2. O sistema hota a gota fica caro? E paga4 a conta da água no tim do mês não é? Há quem tenha poços e não precisem da agua da companhia, mas os poços secam também. Nas próprias autarquias se desperdica água, pondo aquela rega de chafariz que fica molhando aquilo que não interessa; ao passarmos na rua, se não tivermos cuidado, apanhamos um banho; não sabem sequer po-la de modo a regar o jardim e não as ruas. Agora, há guerras pelo petróleo, mas não demora nada a que haja guerras por causa da água. Olinda, mais um tema pertinente que a todos deve preocupar. Beijinhos e boa noite
    Emilia

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  3. Corrigir....gota a gota, pagar, fim, desperdiça.
    Desculpa, amiga, mas os olhinhos já não são o que eram!!!
    Boa noite. Beijinho
    Emilia

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    1. Minha amiga

      Tens toda a razão. O consumo eficiente da água é algo que foi objecto de lei há alguns anos. Mas não se vê a sua prática mormente por parte de instituições que deveriam estar na linha da frente pela sua aplicação. É bem verdade o que dizes das regas dos jardins, um sistema tal (aspersão?) que lança água por tudo quanto é lado, molhando à doida a calçada e os transeuntes.
      A luta por um vasilhame de água já é uma realidade em várias partes do mundo. Está ainda nas nossas mãos fazer com que não cheguemos a esse ponto.

      Beijinhos

      Olinda

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  4. Minha querida Amiga, este sua postagem é uma acção cívica... Gostei muito e concordo com o que aqui é dito.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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    1. Olá, Graça

      Muito obrigada pelas suas generosas palavras.
      Desejo-lhe um bom fim-de-semana.

      Bj

      Olinda

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  5. Muito importante esta postagem...
    Sou, por natureza, uma poupadora dos recursos naturais e, com assertividade, vou captando adeptas; a senhora que me ajuda nas tarefas caseiras já se rendeu; no princípio , já me disse, não me entendia. Quanto à água, nenhuma é desaproveitada:enquanto não chega a água quente, encho um garrafão; a das lavagens é reutilizada no WC; rega, é conta-a-gota, eliminei a relva, etc. Um vez, num programa de rádio local, onde era comentadora residente, dei conta destas coisas; um dos colegas de programa, riu-se. Gostava de saber o que ele diria no caso desta seca extrema que a todos nos aflige. Incidi na questão da água, mas há muitos outros procedimentos de são gestos naturais em mim.
    Bjinho

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    1. Querida Odete

      Penso que este teu comentário é de grande importância para o tema de que temos vindo a falar: a poupança de água. Eu e as minhas irmãs fazemos precisamente aquilo que tu fazes, aproveitando e reutilizando a água ao máximo.
      Uma das coisas que tu focas e que também me preocupa: É deixar ir para os esgotos a água do duche enquanto ela não aquece. É água limpa. Esquecemo-nos que quanto mais água gastamos mais pagamos de saneamento, que é precisamente 50% daquilo que se gasta. Por exemplo: se eu gastar 10€ de água pago por cima + 5€ para o saneamento. Também nesse aspecto ficamos a ganhar se procurarmos gastar apenas a água de que necessitamos, sem desperdícios.

      Minha amiga, vou levar o teu comentário para o post.

      Muito obrigada pelo teu contributo.

      Beijinhos

      Olinda

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