domingo, 22 de outubro de 2017

Catalunha - o impasse

Momentos houve na História em que Portugal e a Catalunha andaram a par e passo na moldagem dos seus próprios destinos.

No dia 1º de Dezembro 1640 um grupo de 40 conjurados, como ficaram conhecidos, num golpe de estado revolucionário restauraram a independência de Portugal, dando por finda a dinastia filipina que nos governou durante 60 anos. Foi aclamado rei o duque de Bragança, D.João IV. A guerra da Restauração arrastou-se por 28 longos anos (1640 a 1668). Foram várias as batalhas que se travaram as quais iam sendo ganhas por Portugal, algo quase incompreensível sabendo que tínhamos saído de uma situação de grande fragilidade.

Meses antes, no dia 7 de Junho de 1640 a Catalunha sublevou-se tendo como motivos mais próximos a vinda de soldados do resto de Espanha para o seu território num dos episódios da Guerra dos 30 anos que opunha várias nações da Europa, tendo como causas rivalidades religiosas, dinásticas, territoriais e comerciais. A revolta da Catalunha, conflito bélico, durou até 13 de Outubro de 1652 e, nesse ínterim, em 1641, foi proclamada a República da Catalunha. Entretanto faleceu o seu líder Pau Claris. O conflito aumentou de proporções e várias foram as situações da referida guerra dos 30 anos que levaram à assinatura do Tratado dos Pirenéus, 1659, tendo Espanha cedido a França as partes norte da Catalunha, incorporadas no condado do Rossilhão. 

Nesse Tratado, Portugal continuava a ser referido como parte de Espanha, não obstante ter declarado a restauração da sua independência em 1640. Continuavam as batalhas nas fronteiras portuguesas, talvez, mais escaramuças do que outra coisa. Essa situação só era possível porque a pressão da revolta da Catalunha não permitia que Espanha se concentrasse nas frentes de batalha com todas as suas forças no caso português que, por sua vez, vê os seus objectivos concretizados com a assinatura do Tratado de paz de 1668, já no reinado de D. Afonso VI, pela mão do Regente D. Pedro (Infante/Regente). 

Claro que esta história não se esgota neste pequeno texto cheio de imprecisões. Convido-vos a uma leitura mais aturada, pelo que indico abaixo alguns links para o efeito.


Mas, chegados à actualidade, a Catalunha revê-se no seu passado e as pretensões enraízadas no Sec. XVII, ou mais atrás, e postas à prova em várias ocasiões têm vindo a tornar mais forte a sua vontade de ascender à independência. Aquando da votação do referendo, alguns catalães levavam um cravo vermelho, um símbolo de liberdade e de revolução pacífica relembrando o nosso 25 de Abril 1974

O que de concreto se sabe agora é que foi decretada a suspensão do governo catalão e que o Presidente da Generalitat promete a proclamação da independência para daqui a dias, se é que ouvi bem. É legal? Não é legal? Nada sei da Constituição espanhola e da aplicação do famoso artigo 155º. O que me parece é que é hora de ambas as partes entrarem em diálogo a bem do povo catalão.

Desejo-vos um bom domingo.

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Catalunha - ver aqui
Opinião:A independência da Catalunha:O labirinto juridico-político
Imagem: Uma vista de Barcelona


3 comentários:

  1. Boa tarde. Estou de volta, depois de oito dias ausente e de mais dois sem Internet que passei a ter agora, apesar do técnico só cá vir amanhã.
    Enfim coisas da tecnologia
    Muito difícil o diálogo com Mariano Rajoy no governo. As suas políticas fizeram mais pelo desejo de independência catalã que os séculos de história.
    Abraço

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  2. repito o que escrevi algures num comentário sobre o tema:

    O tempo é o grande escultor de Pátrias,
    mas por vezes parece chegar atrasado

    gostei de ler seu texto,

    abraço

    anuncio.lhe que reabri os comentários no meu blog
    espero continuar a merecer a sua presença amiga

    grato

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  3. Gostei de a ler e digo consigo: "O que me parece é que é hora de ambas as partes entrarem em diálogo a bem do povo catalão."
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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