Dançava e dançava. Os meus pés não tocavam no chão. Sentia-me leve como uma pluma. A técnica aliada à agilidade, a ginástica e o muito treino faziam-me voar. Com graça. Com donaire. Até me sentia orgulhosa de mim. Com elegância atirava ao ar a fita que cabriolava e fazia círculos no ar dando-me tempo para tocar o solo, quase não o tocando, uma perna dobrada, outra atirada ao ar gentilmente, a arte em todos os gestos. Um salto revoluteado leva-me ao infinito para, a seguir, dar um salto sobre mim mesma e cair de bruços já com a cumplicidade da fita a pousar sobre a minha mão direita. Apanho-a e num acto de mágica enrolo-a em mim, depois desenrolo-a, dou um salto mortal e ela continua companheira e pousa suavemente sobre o meu ombro esquerdo... Palmas entusiásticas troam os ares. Um pouco desconcentrada retomo a minha evolução, noblesse oblige. Até nem me interessava muito a pontuação. Entregava-me a essa execução e sentia-me realizada. A competência do meu corpo e a elasticidade levavam-me em apoteose...De súbito, uma estridência, um susto, o despertador soa.
===
imagem: pixabay
Olá, amiga Olinda,
ResponderEliminarQuantas vezes sonhamos com algo que gostaríamos de ser/fazer ou ter feito. Entusiasmo enorme, euforia, felicidade maravilhosa. Depois, a realidade que nos diz, que tudo isso não passou de um sonho, real, onírico. É lá acordamos um pouco frustrados. Afinal, não passou de um sonho.
Gostei desta história, estimada amiga.
Deixo os meus votos de uma excelente semana, com muita saúde e paz.
Beijinhos, com carinho e amizade.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com
Bom dia de setembro, querida amiga Olinda!
ResponderEliminarEstou muito encantada com sua escrita tão poética.
Teria chegado à apoteose não fosse o inconveniente despertador que a despertou de um lindo sonho.
Muito linda sua prosa poética.
Cheia de malemolência.
Tenha um novo mês abençoado!
Beijinhos
Linda dança sem os pés no chão tocar! Leveza e beleza ! Pena o despertador tocar! 😁beijos,chica
ResponderEliminarOs sonhos são a nossa sala de cinema e participamos nos filmes.
ResponderEliminarUm abraço.
Rompio esa bella magia el despertador....
ResponderEliminarMe ha gustado mucho leerte
Un abrazo
Amiga Olinda,
ResponderEliminarAs bailarinas dançam exaustivamente até sangrar os pés; as crianças dançam com o corpo deitado na neve, formando com seus braços e pernas, asas de anjo; os políticos fazem a tradicional e nem sempre honesta “dança das cadeiras”; e nós que apreciamos a escrita, bailamos com as palavras.
Um abraço minha querida amiga e feliz setembro!!!
O sonho de uma pessoa feliz! Leveza, música e harmonia...pois, esse maldito despertador!
ResponderEliminarUm beijinho, minha amiga
Já dançou dentro de si.
ResponderEliminarAhahaha, adorei esse seu sonho, contou tão bem que eu já estava preparando meus altos aplausos daqui! E tocou o despertador! Sim, querida amiga, já sonhei assim, coisas que nem sonhei fazer, mas deu-me alegria por momentos, e foi bom!!! Isso é muito bom, o que não queremos é ter pesadelos! Mas aplaudo essa história tão bem contada.
ResponderEliminarUma ótima semana e um feliz setembro!
Beijinhos. 🌹
Maravilha a leveza que nos alcança num desejo que o sonho vem realizar. Sair sob os aplausos para um novo dia, que se apresenta e ficar a recordar cada movimento ao som da musica, que embalou toda dança.
ResponderEliminarArte de escrever e entreter o leitor até ao despertador.
Ficou fantástico Olinda.
Abraços e que a semana seja leve e alegre como a dança
Parabéns pela escrita!
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Uma dança que envolvia o corpo e a alma. Um sonho delicioso.
ResponderEliminarBeijinhos
Olá, amiga Olinda
ResponderEliminarPassando por aqui, relendo este belo texto que muito gostei, e desejar um Feliz fim de semana, com tudo de bom.
Beijinhos, com carinho e amizade.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras. blogspot.com
Belo sonho. aquele em que dançamos leves e soltas.
ResponderEliminarGostei muito.
Abraço e brisas doces ***