Ramalho Ortigão era tratado carinhosamente por "Ramalhal figura" pelos intelectuais seus contemporâneos. A seu respeito, Guilherme d'Oliveira Martins, jurista e político dos nossos dias, produziu uma belíssima nota biográfica que termina desta forma: Ao lado de Guilherme de Azevedo (João Rialto), sente-se a presença de João Ribaixo, que é naturalmente a inconfundível Ramalhal figura. aqui
João Rialto, nos anos oitenta do século XIX dizia isto sobre Ramalho Ortigão, com aquele travo bem-humorado adoptado pelo autores do Álbum das Glórias:
Ramalho Ortigão possui todas as qualidades do homem honesto e varonil, servidas pelo estilo mais vigoroso e mais nítido do nosso tempo. A sua escrita larga e serena, em que há todos os clangores guerreiros e todos os arrulhos pacíficos, parece traçada com uma pena de águia...arrancada da asa duma pomba. Sobretudo, já o disse uma vez Eça de Queiroz, tem o génio decorativo. O programa das festas do Centenário de Camões é principalmente dele, e é a obra talvez de que ele mais se orgulha. Este programa que primeiro despertou um riso de desdém levou depois atrás de si as corporações, depois as escolas, depois as instituições, depois as famílias, depois a própria Carta!
Deve-se a ele definitivamente o último triunfo alcançado pelo Lusíadas das populações, e por aqui se prevê que o seu génio decorativo, animado pelo êxito, depois de vencer a teimosia mais rebelde na pessoa da rotina nacional, há-de animar-se decerto a cometimentos mais largos.
E adivinha-se que a glória suprema de Ramalho Ortigão seria que o Padre Eterno, para fazer um espectáculo assombroso, se lembrasse um dia de o encarregar do programa do Juízo Final!...
1880-1883, 1885, 1902, Lisboa
Ilustrações: Rafael Bordalo Pinheiro
Textos: Barbosa Cohen (“Ri-bomba”), Guilherme de Azevedo (“João Rialto” e “Ripouco”), João Chagas (“João Rimanso”), D. João da Câmara (“João Evangelista”) e Júlio Dantas (“Rufo”), Ramalho Ortigão (“João Ribaixo”) e Rafael Bordalo Pinheiro (“Rimuito”)
Bom.dia de Paz, querida amiga Olinda!
ResponderEliminarSão raros os grandes intelectuais contemporâneos somados aos de caráter nobre...
Entretanto, eles existiram e sempre existirão ainda que em conta gotas.
Uma descrição muito bem concebida você nos oferta.
Pesquisa sua muito bem feita.
Preparar um artigo assim é preciso fundamento.
Tenha dias inspirados no outono!
Beijinhos
Querida Olinda, tenho lido os teus textos que muito me têm enriquecido. Verdadeiras aulas de história que aqui nos deixas, querida Amiga| . Não conhecia nada sobre o " Rei Leão " e quanto ao nosso Ramalho Ortigão, pe!o que li, posso considerar-me bastante ignorante, apesar de o conhecer, claro. Como sempre digo, no Xaile de Seda, aprende-se muito: é feito de um tecido muito frágil, mas cuidadosamente tirado da gaveta e desdobrado, dentro dele, encontramos conteúdos de grande importância e que exigem pesquisa apurada e trabalhosa. Apesar de tudo e apesar dos anos que já tem, o delicado Xaile, continua perfeitinho, sem qualquer rasgo, pronto a surpreender-nos com informações que aumentam os parcos conhecimentos que temos, nomeadamente eu. Obrigada, querido Xaile! Desculpa a ausência desta Amiga que sempre vem aqui, mas sai sem dizer nada. Um pouco indelicada, não? Espero que estejam todos de saúde e deixo mil beijinhos de amizade carregamentos
ResponderEliminarEmília 🌻 🌻
Olá, amiga Olinda
ResponderEliminarMais um interessante artigo sobre Ramalho Ortigão, muito bem descrito e fundamentado.
Desconhecia estes pormenores curiosos que aqui expõe. Como o facto de ser conhecido no seu meio, como "Ramalhal figura". Muito interessante.
Gostei de ler. Excelente partilha!
Beijinhos, e continuação de ótima semana.
Mário Margaride
Sempre um prazer de ler seus textos culturais que nos coloca diante da história e escritores que desconheço. Grata pela partilha. Bjsss
ResponderEliminarDeixo meu link, quem sabe favorece o acesso a nova postagem:
https://pensandoemfamilia.com.br/blogagem-coletiva/uma-palavra-um-conto-8/
Nem sempre valorizado o quanto deveria!
ResponderEliminarQue excelente tema e que bem tratado (como sempre).
Beijinho, minha querida Olinda
Sempre interessantes as suas publicações.
ResponderEliminarUm abraço.
Olá, querida Olinda, um show de postagem, aqui é o ponto da sabedoria,
ResponderEliminare hoje vim beber um pouco dessas águas!
Saio encantada, e como diz a nossa amiga Emília, nosso delicado Xaile continua como sempre, perfeitinho!
Deixo meus votos de continuação de boa semana.
Beijinho, querida amiga.
Olá, amiga Olinda
ResponderEliminarPassando por aqui, relendo este belo texto, muito interessante, que muito gostei, e desejar um feliz fim de semana, com tudo de bom.
Beijinhos doces, com carinho e amizade.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com
Post notável. Nem sempre a nossa História é bem posicionada com intervenções e Homens desta valia. Aqui se destaca Ramalho Ortigão sem que os seus pares fiquem de fora.
ResponderEliminarUm pedaço de História da nossa História que não deve ser esquecida.
Obrigado, Olinda por esta nova Lição.
Beijo,
SOL da Esteva
Boa tarde Olinda,
ResponderEliminarMais um artigo de alta qualidade nos quais nos narra autênticas pérolas sobre Ramalho Ortigão, que mais uma vez desconhecia.
Parabéns pela sua pesquisa tão aturada e completa que muito me agradou e lhe agradeço.
Um beijinho e uma boa semana.
Emília
Boa tarde Olinda,
ResponderEliminarMais um artigo de alta qualidade nos quais nos narra autênticas pérolas sobre Ramalho Ortigão, que mais uma vez desconhecia.
Parabéns pela sua pesquisa tão aturada e completa que muito me agradou e lhe agradeço.
Um beijinho e uma boa semana.
Emília
Publicação muito interessante, é uma forma de fazer chegar conhecimento até aqueles que ainda não descobriram a riqueza cultural daquela época.
ResponderEliminarBeijinhos
Olá, amiga Olinda
ResponderEliminarPassando por aqui, para desejar uma feliz semana, com tudo de bom.
Beijinhos, com carinho e amizade.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com
Naquele tempo havia paixão e guerra na literatura. Os escritores amavam-se ou odiavam-se e tudo era mais ou menos público. Agora tudo isso é mais subterrâneo, dando a impressão, falsa ou verdadeira, que tudo é pacífico mas sem grande paixão.
ResponderEliminarExcelente post, gostei de ler.
Boa semana querida amiga Olinda.
Um abraço.
Uma figura importante, porque ativa e dinamizadora, do panorama literário português.
ResponderEliminarAbraço de amizade, Olinda.
Juvenal Nunes
Um tema da nossa história da literatura aqui tratado de forma eloquente. É como refere "Foi um tempo efervescente em termos intelectuais e de posicionamento político, sendo de assinalar ainda as "Conferências do Casino" e a "Geração de 70", nas quais a nossa Ramalhal figura marcou presença." Eram tempos diferentes. Hoje parece que há um desinteresse colectivo por tudo. Também aprendo ou relembro imenso aqui no seu "Xaile de Seda". Obrigada, minha Amiga Olinda.
ResponderEliminarUma boa semana.
Um beijo.
Olá Olinda
ResponderEliminarQuanto tempo
Fiquei um tempo de pausa,
Fiz mudanças no meu blog
E cá estou Aqui
Blogosfera é tudo de bom.
Tava com saudade
Aparece lá em casa,
Te espero com café e pão de queijo
Abraço mineiro pra vc.
Gostei muito de conhecer mais um escritor porttuguês ,que não lembro de ter lido ( leio tudo sobre poetas portugueses ), a jornada dele é bonita e interessante. Obrigada por trazer a rica cultura portuguesa , sempre .
ResponderEliminarAbraços, Olinda
Sempre cheias de tanto ,as suas publicações.
ResponderEliminarMais um excelente escritor que é dado a conhecer.
É sempre bom podermos aprender um pouco mais.
Abraço****