Embalados no dia
Colhendo as algas roxas e os corais
Que na praia deixou a maré cheia.
As palavras que disseres e que eu disser
Serão somente as palavras que há nas coisas
Virás comigo desumanamente
Como vêm as ondas com o vento.
O belo dia liso como um linho
Interminável será sem um defeitoCheio de imagens e conhecimento.
in No Tempo Dividido, 1954
Façamos de conta que este poema é uma carta de amor, obedecendo ao tema proposto. Penso reconhecer-lhe juras e propósitos afins.
Não resisto e transcrevo mais este poema:
Espantando meu olhar com teus cabelos
Espantando meu olhar com teus cavalos
E grandes praias fluidas avenidas
Tardes que oscilavam demoradas
E um confuso rumor de obscuras vidas
E o tempo sentado no limiar dos campos
Com seu fuso sua faca e seus novelos
Em vão busquei eterna luz precisa
in Geografia, 1967
Sobre a autora, Sophia de Mello Breyner Andresen, li hoje a notícia de que está a circular por aí um poema apócrifo, de nome O Mar dos meus olhos. Não o transcrevo para não aumentar a proliferação, se for o caso. Consta que a filha tem procurado desfazer o equivoco, mas é uma luta desigual.
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Poema transcritos - daqui (BN)
Imagem daqui
Video youtube
Notícia aqui
O mar da poeta
ResponderEliminaré incomensurável
Leio sempre com bastante prazer os poemas de Sophia Andresen,
ResponderEliminarhoje preparei uma postagem em sua homenagem...
Beijinhos, estimada Amiga.
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Ler a Sophia faz-me sempre bem. Claro que pode ser uma carta de amor, já que não interessa a forma mas o conteúdo…
ResponderEliminarUm dia bom, minha Amiga Olinda.
Um beijo.
Realmente são poemas de amor, dedicados. Como missivas.
ResponderEliminarNa poesia de Sophia abre-se um tempo novo.
Belíssimo post, querida Olinda!
Beijo meu.