sábado, 28 de novembro de 2015

Adequadas palpitações...

De vez em quando pego num poemário que aqui tenho, edição de 2012, e abro-o ao acaso. Fi-lo agora e apareceu-me este poema que partilho convosco, transcrevendo-o mais abaixo:





Os meus olhos estavam dispostos a conhecer-te, e o meu coração
A amar-te. Fui teu imediatamente
Por inteiro, para sempre, teu
Honradamente, com pura intenção,
Com excessivo amor e alegre cuidado:
Assim fui, assim sou, assim serei.
Conheci a tua generosidade, a tua verdade, conheci-te
E aos piedosos companheiros: ouvi-te falar
Com adequadas palpitações. Sobre a corrente, 
Profunda, rápida e clara, os lírios flutuavam; os peixes
Corriam através das sombras. Aí, tu e eu
Líamos a Bondade nos nossos olhos e assim nos unimos.


Este poema é de Robert Louis Stevenson (1850-1894). Ele tinha uma saúde frágil o que o fazia viajar muito em busca de climas quentes. Talvez a instabilidade daí decorrente o levasse a desenvolver uma constante preocupação com a morte e a internar-se no lado mais escuro da natureza humana. Ele é, por sinal, o autor de O estranho caso do Dr. Jekyll e Mr. Hyde...

Contudo, veja-se quanta harmonia contida neste poema, em que os olhos e o coração nos falam de honradez, de generosidade, de amor.

Desejo a todos um bom fim de semana.

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Poema do: 
Poemário, Assírio & Alvim, 2012
*O título do post não corresponde ao título do poema que, no livro, é a repetição do primeiro verso, quase na íntegra.
(A tradução e selecção é de José Agostinho Baptista)
Imagem: Pixabay 

15 comentários:

  1. Mesmo que tenha, embora raramente. o mesmo hábito, desconhecia o poema. Que é, como diz, tão poeticamente harmonioso. Obrigado pela partilha.
    Abraço.

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  2. ~ ~ ~
    ~~~~~ Grata pela excelente e generosa partilha.

    ~ Que sejam aprazíveis estes seus dias ensolarados.

    ~~~~~~~~~~~~~ Beijinhos amigos. ~~~~~~~~~~~~~
    .

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  3. Um poema muito bonito, que desconhecia por completo. Obrigado pela partilha.
    Um abraço e bom fim de semana

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  4. A delicadeza de alma numa sensibilidade que já não existe. Ou existe?
    De qualquer forma, gestos em poema tão afastados do quotidiano.
    Belissima partilha, Olinda
    Beijinho

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  5. As preocupações dos homens repetem-se em todas as gerações, Olinda.
    Gostei de ler o poema, nova janela para um escritor demasiado etiquetado.

    Um bom final de domingo :)

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  6. Realmente um belíssimo poema, Olinda. Parabéns pela escolha.

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  7. O poema é muito bonito! A fragilidade e o sofrimento arrancam por vezes de nós o mais belo, como se vê em artistas com vidas mais sofridas.
    Beijinhos

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  8. Que belos versos, em essência e construção! Uma união mágica. Bjs.

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  9. Desconhecia esta faceta do Stevenson, muito obrigada pela partilha. Realmente sentidos os seus versos. Acho esse hábito, de abrir o poemário ao acaso, muito saudável. E que belas surpresas lhe devem trazer.
    Beijinhos, uma linda semana também para si
    Ruthia d'O Berço do Mundo

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  10. Boa tarde, mais um poema de amor, o mesmo é lindo.
    AG

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  11. Excelente escolha, o poema é maravilhoso.
    Minha amiga aproveito para agradecer o seu carinho ao ter comemorado comigo o aniversário do meu marido, deixando a sua preciosa mensagem.
    Beijinhos
    Maria

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  12. Great post!!!Thanks for stopping by my blog and leave a nice comment , happy weekend!!!

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  13. Já confessei o desconhecimento do poeta, do poema; que gostei.
    Agora, não gostei tanto, confesso, de não ter outro meio de lhe responder, como é devido. Talvez, penso eu, não seja aqui o local mais azado para o fazer, mas a verdade é que não achei outro modo. Assim, amiga Olinda, então cá vai:
    'As antonomásias -outro palavrão - são, antes de mais nada, diga-se, uma óbvia brincadeira com essa coisa maravilhosa que é a nossa Língua; deve, por isso, dar-se a tal chorrilho o entendimento, valor e peso que uma folgança tem. Só isso. Mesmo assim, cá vão as achegas às suas questões: 'nemetano' é minhoto, que sou de raíz bem assolapada, é verdade. Depois, 'golipão', bom, vá lá, confesso, é guloso, lambão será melhor aplicado termo, ou comilão, que é coisa que se bem cheirar... 'Estupofóbico', é verdade, é horror a pessoas estpúpidas (que, sabemos, nos tempos que vão correndo, é horror atrás de horror...). 'Alóctone', sim é estrangeiro e 'apólida' será mais apátrida, ou seja, juntando as duas o que quero dizer é que me sinto estrangeiro porque me quero sem-pátria. 'Querendão' é quem é afectuoso, apaixonado, ou mesmo namorador. E tudo isso se pode ser relativamente a muitas e diversas coisas, claro. 'Filógino', bom aí não há dúvida: é um querendão que dá um valor especial à Mulher.'Pegado' é porque sou preso, unido, agarrado às pessoas, às coisas que lhes dou valor ou merecimento. 'Lisproso', não é coisa que me orgulho muito, não, mas enfim: é ser cuidadoso, escrupuloso sim, mas também minucioso, miudinho... E 'vianês' é, sim, de Viana. de Viana do Castelo. E aí, aí eu sou 'menetano', 'golipão', 'curumim', 'querendão', 'falto', 'filógino', 'pegado', e por aí fora...
    E obrigado pelos parabéns ao nono aniversãrio do 'Coisas do Arco-da-Velha (o Pessanga também festejou, embora só o quarto aniversário). Se tudo correr bem o décimo aniversário do 'Coisas do Arco-da-Velha trará uma surpresa.
    Abraço, amiga!

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    1. Meu amigo, tentei contactá-lo através do "Coisas do Arco-da-Velha" mas acho que não consegui. Cliquei em algo que me dizia que não podia escrever mais de 300 palavras. Por mais que reduzisse mandava-me a mesma mensagem.Por fim lá seguiu mas acho que se deve ter perdido nesse mundo imenso que é a Internet. Cliquei também em "Autor", escrevi umas palavritas e quando enviei disse-me que o meu endereço não o permitia.
      Vou continuar a tentar, pois terá de haver uma maneira de o fazer.

      Entretanto, agradeço-lhe os esclarecimentos que me trouxe, tão simpaticamente. Não conhecia essas palavras. Algumas delas, cheguei ao seu significado mais pelo seu sentido ou por instinto. Realmente, a nossa Língua é um portento.
      Aguardo a "surpresa" que nos trará o décimo aniversário do "Coisas do Arco-da-Velha".

      Muito obrigada.
      Grande abraço.
      Olinda

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