sábado, 28 de junho de 2014

O português é falado, como língua oficial, em quatro continentes




A floresta pariu de novo
o cimento uma alma nova
sinfonia da patchanga
e um cântico de liberdade!
Vasco Cabral, Guiné-Bissau

És tu minha Ilha e minha África forte e
desdenhosa dos que te falam à volta.
Francisco José Tenreiro, São Tomé e Príncipe

As luzes da cidade brilham no morro. Ainda há pouco vinha do morro um baticum de candomblés e macumbas. Porém agora a cidade está longe e o brilho das estrelas está muito mais perto deles que as lâmpadas eléctricas.Jorge Amado, Brasil

Nha Chica conte-me aquela história dos meus irmãos hoje perdidos no mundo grande...
António Nunes, Cabo Verde

Era o tempo dos catetes no capim e das fogueiras no cacimbo. Das celestes e viúvas em gaiolas de bordão à porta de casas de pau-a-pique. As buganvílias floriam e havia no céu um azul tão arrogante que não se podia olhar. Era o tempo da paz e do silêncio à sombra de mulembas.Luandino Vieira, Angola

A terra treme, a areia salta, o suor escorre, as peles brilham e a voz do chigubo soa. São dois e o sangue à volta é o do chigubo. Os pés batem e o ritmo é bangue, o sangue esquece e só a dança fica, é sura e céu.José Craveirinha, Moçambique

Tata-Mailau
É o pico-avô da minha ilha.

Fernando Sylvan, Timor

À medida que as navalhas avançavam, as vinhas iam perdendo a graça, a força e a virgindade. E com esta desolação morria também um pouco da alegria dos vindimadores, que chegavam da Montanha sem sono, a cantar e a dançar, e que agora dormiam como lajes.Miguel Torga, Portugal

Referências bibliográficas:

Jorge AMADO, Jubiabá. Lisboa, Livros do Brasil, s.d.
José CRAVEIRINHA, «Chigubo», Hamina e outros Contos. Lisboa, Caminho, 1997 (2ª ed.), pp. 33-37.
Manuel FERREIRA, 50 Poetas Africanos. Lisboa, Plátano Editora, 1997 (2ª ed.).
Fernando SYLVAN, A Voz Fagueira de Oan Tímor. Lisboa, Edições Colibri, 1993.
Miguel TORGA, Vindima. Coimbra, 1997 (6ª ed.).
Luandino VIEIRA, ?O nascer do sol?, A Cidade e a Infância. Lisboa, Edições 70-União dos Escritores Angolanos, 1977 (2ª ed.), pp. 79-87.

Excertos, referências e título do post trazidos do Instituto Camões que também nos diz que: De princípios do século XIII eram já conhecidos dois textos originais escritos em português - a Notícia de Torto (1212-1216, c.1214?) e o Testamento de Afonso II (1214). Recentemente foi descoberto um outro documento original, também escrito em português, mas de 1175 - a Notícia de Fiadores.aqui 

Ver também este post


DESEJO-VOS UM ÓPTIMO FIM DE SEMANA. :) 

5 comentários:

  1. Serviço público, Olinda. Sempre descobertas aqui nesta sua infindável e fantástica arca. Gostei de ler. Não conhecia. Obrigada.

    Um beijinho.

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  2. Excelente este seu post, querida Olinda.

    Lamentável que sendo a terceira língua mais falada mundialmente e que tenha mais de oitocentos anos de vida oficial , não seja respeitada e se ache que não pode ser cantada. além de , por pura e tola vaidade, ser constantemente violada com termos ingleses, muitas vezes mal pronunciados para cúmulo!

    Abraço carinhoso :)

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  3. Que excelente homenagem à língua portuguesa, Olinda! Penso que é a sexta língua mais falada no mundo (óptimo para mim, que sou tradutora!). É uma pena que pouco se leia e cada vez pior se escreva!
    Beijinhos, bom domingo!

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  4. Um doce hino à nossa Língua...cada vez mais corrompida.

    (Ando de volta do sigiloso, como calculas...)

    bj

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  5. Um excelente post amiga. Pena que em Portugal não se respeitam os velhos . E a Lingua Portuguesa está velha. Daí que se vão cometendo tantos atropelos sobre ela.
    Um abraço e uma boa semana

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