Diz mulher
ao teu país
como lutaste até hoje
o que fizeram
de ti
o que quiseram
que fosses
Como prenderam teu
grito
sob a boca amordaçada
Mas como cantaste
assim
do teu desgosto apartada
Diz mulher
ao teu país
conta a vida em que
cresceste
Como algemaram
teus pulsos
conta aquilo
que aprendeste
Do saque da tua
vida
relata os dias passados
da cadeia em que estiveste
descreve
o pavor rasgado
as torturas que sofreste
o medo nunca acabado
Diz mulher
ao teu país
como lutaste até hoje
não cales mais
a recusa
do que quiseram que fosses...
não silencies
a renúncia
a que te viste obrigada
Não desistas
de gritar
tua vida encarcerada
In: Mulheres de Abril
p. 21 a 23
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Talvez a nossa maior poetisa viva. Uma justa homenagem.
ResponderEliminarUm abraço.
"Diz mulher
ResponderEliminarao teu país
como lutaste até hoje
...
Não desistas
de gritar
tua vida encarcerada"
Bom domingo de Paz, querida amiga Olinda!
Estou gostando de acompanhar seu grito de Liberdade...
Um panorama diversificado de toda história no antes, durante e depois...
Vamos insistindo em "gritar" da forma que pudermos.
A democracia merece todo ânimo e generosidade.
Todos temos algo a colaborar no seu mantenimento.
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos com carinho fraterno
Um canto de mulher a todas as injustiças e discriminações que se fazem, seja aqui, lá e acolá. Um grito que precisa ser alto e continuo neste mundo machista e de ditaduras especificas.
ResponderEliminarUm poema forte e preciso numa bela partilha Olinda.
Um feliz domingo para uma semana de grito pela democracia.
Abraços com carinho amiga.
Profundo poema. Me gusto mucho. Te mando un beso.
ResponderEliminarCoincidentemente , estive hoje lendo Maria Teresa Horta e soboreando um poema já preparando-o para publicar :"Morrer de amor ao pé da tua boca Desfalecer à pele do teu sorriso..." E agora , oferece-nos mais essa lindeza e tão bem apropriado ao mês da 'Revolução dos Cravos'. Lindo, Olinda.
ResponderEliminarUm abraço um carinho
Tenho uma imensa admiração por ela e hei- de ler a sua biografia, agora recém lançada pela Patrícia Reis. Lembrá-la sempre!
ResponderEliminarLindo poema e tanto há e na certa, ainda mais, a mulher dizer...
ResponderEliminarGostei de ler, esse tema é importante!
Linda semana! beijos, chica
Maria Teresa Horta sabe do que conta neste belo poema!
ResponderEliminarAbraço
Infelizmente, este poema continua actual, porque existe quem queira que as mulheres portuguesas regressem a este passado de humilhação e sofrimento.
ResponderEliminarQuerida Olinda, abraço com carinho , tudo de bom.
VIVA ALIBERDADE!!
Amiga Olinda,
ResponderEliminarQue poesia suprema da colega jornalista e escritora “Maria Teresa de Mascarenhas Horta Barros”.
Você foi mais uma vez muito feliz com o tema da tua publicação.
Um abraço e boa semana!!!
Olá, cara amiga Olinda,
ResponderEliminarUm belo poema de homenagem à mulher. Maria Teresa Horta, foi pioneira da liberdade e emancipação da mulher.
Excelente partilha! Gostei muito.
Muito obrigado, pela visita e gentil comentário no meu cantinho.
Votos de uma feliz semana, com amor e paz.
Beijinhos.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com
Uma das três Marias, talvez a que levantou mais alto o seu grito poético.
ResponderEliminarO poema escolhido é bem demonstrativo do talento e da ousadia desta grande poetisa.
Boa semana.
Beijo.
Se alguém sabe dizer ao seu país o que lutou, como lutou, como sofreu é a Maria Teresa Horta. Que a voz dela nunca se cale. Tão belo este poema, minha Amiga Olinda.
ResponderEliminarTudo de bom.
Uma boa semana.
Um beijo.
Um poema bem interessante!
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Boa noite Olinda,
ResponderEliminarMuito belo e profundo este poema de Maria Teresa Horta!
Que a sua voz continue a gritar e a defender a Mulher que tanto sofreu durante a ditadura fascista.
Beijinhos,
Emília