Por ironia do destino o Estado Novo concentrou os estudantes das colónias numa mesma instituição, a que deu o nome de "Casa dos Estudantes do Império".
Há quem diga que foi o berço dos líderes africanos.
A referida Casa ficava na Avenida Duque D’Ávila, nº 23, na esquina com a Rua Dona Estefânia, na zona das Avenidas Novas, em Lisboa.
A instituição foi oficializada em 1944 e funcionou como tal até 1965. Estava aberta a todos os estudantes das colónias.Posteriormente, alguns desses jovens formaram o Movimento Anticolonial (MAC), que se colocou num plano político de oposição frontal ao regime colonial português. Do MAC saíram alguns dos fundadores e dos dirigentes de certos movimentos nacionalistas das colónias portuguesas, entre eles:
- do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA): Agostinho Neto, Mário Pinto de Andrade, Lúcio Lara, Gentil Viana;
- do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC): Amílcar Cabral, Vasco Cabral;
- do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV): Pedro Pires;*
- da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO): Marcelino dos Santos, Hélder Martins, Sérgio Vieira, Joaquim Chissano;
- do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe – Partido Social Democrata (MLSTP): Guadalupe de Ceita, Alda do Espírito Santo, Francisco José Tenreiro, Miguel Trovoada;
- do Partido Popular de Goa (PPG): Aquino de Bragança.[
De notar que o PAICV referente a Cabo Verde só tomou essa designação tempos depois da independência (1981). Dantes era PAIGC, para a Guiné e Cabo Verde.
O Prédio actualmente
Em homenagem ao que representou, a Câmara Municipal de Lisboa mandou colocar, no chão, esta placa.
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Leia mais pormenores e como funcionava aqui e aqui.
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Siempre es bueno conocer la historia de otros países. Te mando un beso.
ResponderEliminarFoi um viveiro de vários estudantes que depois se tornaram anticolonialistas.
ResponderEliminarO regime nunca percebeu que semeava a sua própria destruição.
Ótima semana.
Um abraço com amizade.
Interessante post mais uma vez, Olinda!
ResponderEliminarÓtima semana! beijos, chica
Uma instituição cheia de história. A sua publicação é interessante e faz justiça aos que aí se formaram e que, de algum modo, deram o seu contributo para a queda do fascismo em Portugal.
ResponderEliminarUm abraço.
Um direito que redundou num foco para os movimentos independentistas!
ResponderEliminarAbraço
Um edifício com história em cada parede. Todos sabemos que foi cá que se organizaram os movimentos anticolonialismo como não podia deixar de ser porque só as pessoas cultas é que sabiam pensar no assunto. Gostei deste pedacinho de História.
ResponderEliminarUma boa semana, minha Amiga Olinda.
Um beijo.
Boa tarde de Paz, querida amiga Olinda!
ResponderEliminarMuito interessante conhecermos a história do nosso país.
Você nos traz muita informação interessante.
O não tomar conhecimento dos fatos pode resultar equívocos que se tornam impedimentos ao crescimento em todos os níveis.
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos com carinho fraterno
Olá, amiga Olinda
ResponderEliminarDesconhecia este edifício, sinceramente. Como nasci e sempre vivi no Porto, não tinha conhecimento desta realidade.
É muito interessante esta crónica que aqui partilha. Evoca uma época do Estado Novo, que poucos conheciam, julgo eu.
Uma excelente partilha!
Deixo os meus votos de uma feliz semana, com muita saúde e paz.
Beijinhos, e tudo de bom.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com
Não conhecia esta " Casa dos estudantes do Império, querida Olinda, mas não admira nada. Vivia na aldeia onde as informações mal chegavam e televisão ninguém tinha. A primeira que tive em casa só tinha o canal 1 e, claro, a censura limitava a programação. Lembro de ter duas estudantes da Guiné como colegas, no colégio de freiras onde estudei, tinha eu 14 ou 15 anos e o meu irmão também teve colegas Africanos no colégio onde esteve em sistema de internato, ele na Póvoa de Varzim, eu em Ponte de Lima. Era " coisa rara" vermos pessoas de cor negra no nosso País e por isso eram olhadas de forma estranha. Amiga, depois do 25 de Abril, o nosso País viveu momentos conturbados e grandes erros foram cometidos em nome da liberdade. Creio que o nosso povo foi " apanhado de surpresa " e ficou " baralhado com os acontecimentos. Os operários, sem grande formação ( alguns não teriam a " 4a classe " ), achavam que o acontecido lhes dava o direito de tomarem conta das fábricas, das terras, colocando os verdadeiros donos para fora do que lhes pertencia" ; foi essa incompreensão que me levou para o Brasil ( hoje digo, felizmente ) e tantos outros para o desemprego. Na multinacional onde exercia as funções de secretária, impediram o dono, holandês, de entrar na fábrica e ele, desolado, rumou ao seu país. Logo, logo, a empresa faliu e é com tristeza que hoje vejo lá um prédio de apartamentos; por todo o país, coisas semelhantes aconteceram. Quanto à descolonização, foi outra desgraça, como bem sabes, Amiga; há quem diga que foi a descolonização possivel", mas o certo é que causou muito sofrimento, não só porque, os portugueses fugiram deixando uma vida para trás, mas também pela descriminação que sofreram cá; eram pouco tolerados os chamados " retornados ", porque tinham alguns beneficios e a situação para a maioria dos portuguesas não era nada boa. Enfim, Amiga, como sempre acontece em grandes mudanças, há sofrimento, mas, felizmente tudo se foi encaixando e agora é esperar que nada disso volte; que continuemos a ser um povo pacifico e que aprendamos a ser mais tolerantes com os que procuram o nosso país, pois somos um povo que emigrou à procura de uma vida melhor e que tantas vezes nos esquecemos disso. Obrigada, Amiga, pelos belos posts onde nos dás informações detalhadas sobre esses tempos tão importantes, mas também tão conturbados e sofridos. Um beijinho e votos de uma semana abençoada, com saúde para todos.
ResponderEliminarEmilia🙏 👏
Não conhecia. Obrigada pela partilha.
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Muy entretenido e interesante, también el enlace. Como cambia la vida, los países y sus gentes. Besos y agradecida.
ResponderEliminarEste "post" é uma significativa aula de História! Obrigada pela recolha e pelos "links" fornecidos.
ResponderEliminarEu pensei, de imediato, nalguns poemas de Alda Lara.
Um beijinho grande