Isabel Raflaia, como lhe chamavam, achava que a minha mãe lhe tinha roubado o marido e os filhos. Tudo era dela. A casa, todos os haveres. E dizia-o em grande espavento e alarido. Andava pelas ruas andrajosa, vivendo do que lhe davam, mas não esquecia o caminho da nossa casa. Minha mãe vivia horrores quando ela aparecia, um misto de receio e compaixão. Abrigava-a, punha-a confortável. Marcou de tal maneira a nossa infância, minha e dos meus irmãos, que penso nela muitas vezes. Com uma nota de ternura.
Procuro adivinhar as suas vivências e desaires. Que voragem de loucura era aquela em que o cérebro lhe ditava tais fantasias? Procuro adivinhar se teria ou não momentos de lucidez. Se nesses momentos nos via como éramos, filhos de um casal conhecido. Ou se a sua solidão era maior do que a realidade.
E pergunto-me: O que se passaria naquela cabeça? Que confusões e que perdas não terá sofrido na vida que a levavam àquela obsessão?
Almada Negreiros
Por motivos semi-profissionais tenho de ler "A Louca de Serrano", de Dina Salústio, daí, talvez, esta revisitação de Isabel Raflaia. Contudo, vejo que não me é possível ler esse livro pois está esgotado. Procurei-o por cá, pedi a amigos que mo procurassem na terra da escritora e nada. Pessoa amiga falou com o filho dela no sentido de obter alguma informação sobre editoras ou livrarias. E nada. Contento-me, para já, com o que se diz dele. Ou com alguma crítica e apreciação que encontre por aí.
Mas é uma dificuldade. Não há um resumo sequer, disponível. Há informações de download grátis mas depois vêm as exigências de liberalização de dados pessoais. Quer dizer que não há almoços grátis, como se costuma dizer. Leio que o romance foi o primeiro escrito, em Cabo Verde, por uma mulher. Vertido para a língua inglesa por Jethro Soutar, ganhou o Prémio PEN Reino Unido de Tradução, o que encheu de orgulho o país, conforme comunicado do ministério da cultura e das indústrias criativas:
A distinção (…) é um orgulho para Cabo Verde e um reconhecimento à mais expressiva e original voz literária feminina do actual panorama literário cabo-verdiano. É também um estímulo às escritoras cabo-verdianas e à internacionalização da literatura, dos contos, e da prosa no feminino. aqui
Nas minhas deambulações virtuais encontro títulos aliciantes de recensões críticas como "Memória e loucura: o movimento da insularidade em A louca de serrano, de Dina Salústio", que diz uma ou duas palavras sobre o assunto e depois não dá acesso.
Em "Vozes femininas na obra A Louca de Serrano de Dina Salústio" há uma maior abertura. Consta de quatro páginas e revela o seu propósito, que é analisar as construções de gênero que permeiam a obra de Dina Salústio, levando em conta tanto o conteúdo da obra quanto a figura autoral feminina. E, mais adiante,
Ao tomar a figura mítica da Louca como veículo para revelar as verdades que os serranenses insistem em tentar esconder, a autora constrói uma narrativa do feminino cuja potência reside justamente nessa retomada de poder e na superação de um lugar discursivo relegado à subalternidade. Essa estratégia de representação dialoga muito bem com o próprio trajeto das mulheres na literatura, que muitas vezes enfrentam o mesmo silenciamento ao adentrar o universo literário. Da mesma forma, ao representar os homens de Serrano como figuras que, por prepotência ou ignorância, se recusam a ver as ditas verdades, a autora se utiliza do artifício da ironia e de um humor sutil para desestabilizar e contestar o lugar de poder que eles ocupam. aqui
Almada Negreiros
Fiquei deveras empolgada quando encontrei isto: "Entre dois mundos: a loucura feminina nos romances A Louca de Serrano, de Dina Salústio, e O alegre canto da perdiz, de Paulina Chiziane". Também Paulina Chiziane foi a primeira mulher a publicar um romance em Moçambique, "Balada de amor ao vento", com o qual foi galardoada com o Prémio Camões, neste ano de 2022. Em relação ao tema que hoje aqui me traz, diz o que se segue, (claro que gostaria de uma maior explanação):
A literatura de autoria feminina nas sociedades pós-coloniais é considerada por Gayatri C. Spivak um processo metonímico da saga das mulheres usado como ferramenta de denúncia, que possibilita a quebra de mitos e preconceitos há muito reforçados pelo discurso patriarcal. (...) O objetivo desta tese é investigar nos romances A Louca de Serrano e O alegre canto da perdiz, de Dina Salústio e Paulina Chiziane, respectivamente, como se constrói a temática da loucura, representada pelas mulheres africanas (e personagens) Louca de Serrano e Maria das Dores (louca do rio), que pode ser compreendida como uma voz carregada de solidão, dor, negação, rebeldia e inconformismo e como marca de resistência à marginalização feminina nas e pelas práticas sociais hegemônicas. aqui
E pronto, fico por aqui. Resta-me pedir à autora que tenha a fineza de mandar fazer uma nova edição do referido livro, que parece ter sido muito limitada. Portanto, um apelo:
Dina Salústio, há quem queira ler "A Louca de Serrano"!
Meus amigos, tenham muito bom dia.
Abraços
Olinda
===
Nota:
Veja aqui, no Xaile de Seda, dois belos poemas de Almada Negreiros, ilustrados com trabalhos seus:
Reconhecimento à Loucura
Rio-me sim rio-me do que fazem
Pela resenha tudo indica ser um livro fascinante de ler
ResponderEliminar.
Feliz domingo.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Olá, Ricardo
EliminarConforme digo no post ainda não o li, mas acredito que sim.
Abraço
Puxa, fico na torcida que consigas o material para que possas ler! beijos, boa sorte! chica
ResponderEliminarObrigada, Chica. :)
EliminarBeijinhos
Boa tarde de domingo, querida amiga Olinda!
ResponderEliminarJá me ocorreu de emprestar um livro de edição esgotada que não me foi devolvidos e nunca mais consegui outro.
Interessante história, os questionamentos estão reflexivos: teria ela, em algum momento, alguma lucidez?
Gosto das suas resenhas, instigam à curiosidade nossa
Tenha uma nova semana abençoada de paz!
Beijinhos com carinho de gratidão e estima
😘🕊️💙
Grata pelo apreço, querida amiga Rosélia.
EliminarTambém já me tem acontecido emprestar livros de que gosto e, muitas vezes, como que levam sumiço. :)
São questionamentos surgidos muitos anos depois. Na altura não compreendia muito bem o que se passava. Mas gostava do carinho com que olhava para nós.
Desejo-lhe boa semana, com saúde.
Beijinhos.
Olinda, tenho que o inconformismo marcou essas obras femininas. Por falta de ouvidos que lhes quisessem dar espaço, mostraram o sentir em palavras.
ResponderEliminarPor certo, Isabel Raflaia já havia perdido muito e se acomodou onde não a perturbavam, eis que dela se lembra com ternura. Fico feliz com a premiação de Paulina Chiziane, mesmo sem conhecer sua obra. Você nos ofereceu uma excelente postagem e espero que consiga acesso à obra que ora busca. Grande abraço.
Inconformismo é a palavra certa. Através da escrita estas autoras denunciam o "status quo" a que a sociedade as obriga.
EliminarPor exemplo, Paulina Chiziane, em "Balada do amor ao vento", obra de um lirismo impressionante, aponta a poligamia como um dos piores males que menoriza a Mulher.
Mas é em "Niketche, uma história de poligamia" que trata essa temática com maior acuidade.
Boa semana, querida Marilene.
Beijinhos.
um texto bem articulado sobre a mente humana e seus desvios.
ResponderEliminarnão conheço o livro. mas gosto do tema e Freud e seus seguidores têm -me ajundado a perceber. esta problemática, Eric From fala de uma verdadeira doenca social, a "peste humana" que segundo o autor tem por base e sentimento de inveja..
outro ângulo de análise é a problemática do crime e do criminoso. sendo que neste âmbito o julgamento não pode comfundi "indicios" de prova com a "verdade material"., ou seja, a certeza da pratica do crmime
Verdadeiramente estimulante o seu texto.
peço-lhe desculpa se tornei o tema ainda mais complexo e obscuro
Saudaçóes amigas
Olá, Manuel Veiga
EliminarGrata por ter vindo enriquecer este post com a sua reflexão.
O nosso cérebro é uma máquina poderosa e temo-la à nossa disposição a todo o instante.
Aqui, no Xaile, já falei uma vez sobre isso e manifestei o meu receio e espanto por aquilo que a nossa mente poderá levar-nos a fazer.
Os autores que refere manifestam o seu interesse na compreensão desde fenómeno e ajudam-nos em certa medida, com os seus estudos, a fazer-se alguma luz sobre tão ingente temática.
Saudações
Emerson, grande pensador
ResponderEliminarDisse tudo ser de nossa mente.
Tornamo-nos o que se sente.
Se pensarmos superior
Com emoção e amor
Seremos superiores.
Se pensarmos em temores
Nós seremos temerosos.
Pensamentos ociosos
Geram preguiças e dores.
Belíssimo texto. Parabéns. Abraço cordial. Laerte.
Concordo com essa leitura, caro Laerte. Pensamentos negativos geram, normalmente, posturas negativas. E de uma maneira ou de outra trazem sofrimento.
EliminarMuito obrigada, pelo apreço.
Abraço
Há escritores muito bons nas nossas ex-colónias. Há dias li um angolano que não conhecia (nem fixei o nome, pois é muito esquisito) e fiquei fascinado. Talvez seja o caso desta escritora, cujo livro foi traduzido para inglês. Mas não conheço e nunca tinha ouvido falar dela.
ResponderEliminarMas se por acaso tropeçar na Louca de Serrano, vou comprá-lo e falo consigo.
Boa semana, amiga Olinda.
Abraço.
PS: não vi em lado nenhum o seu 1º comentário. Vejo sempre o spam do blogue e não estava lá (é raro o dia que não encontre dois ou três comentários congelados). Isto está a acontecer muito e desconfio que também há comentários meus que não chegam ao destino...
ResponderEliminarMuito obrigada, caro Jaime, pela sua gentileza. :)
EliminarQuanto aos comentários tem sido uma quase odisseia deixar um comentário nos blogs.
Os seus fui buscá-los ao spam. E tem sido assim todos os dias.
Deve haver um grande problema com a gestão desta plataforma.
Abraço
Olinda
Muitas vezes os livros de autoras femininas que vivem em países em que a liberdade lhes era cerceada, usam as palavras para denunciar aquilo que lhes foi negado. Fiquei com curiosidade de ler o livro, assim como ando para comprar o livro de Paulina Chiziane, de quem li uma entrevista muito interessante no JL.
ResponderEliminarObrigada, minha Amiga Olinda por estas sugestões tão cheias de interesse.
Uma boa semana com tudo de bom.
Um beijo.
Mormente em países cuja participação feminina nesta área demorou a aparecer.
EliminarGrata pelo seu interesse, querida Graça.
Beijinhos
Só conheço Paulina Chiziane e não nessa temática.
ResponderEliminarAbraço
A temática da loucura parece constar do livro "O alegre canto da perdiz", que não li ainda.
EliminarAbraço
Que descrição, dá muita vontade de ler sobre. É lamentável que não encontre, fico na torcida que boas notícias lhe cheguem.
ResponderEliminarGrata pela presença e comentário, querida Norma.
EliminarBeijinhos
Querida Olinda, gosto de passar por aqui, como sabemos. Fiquei com muita vontade de ler " A Louca de Serrano de Dina Salústio" e "Balada de amor ao vento de Paulina Chiziane". Com esta brilhante defesa, quem não fica com ganas de se atirar a essas obras?
ResponderEliminarSe eu me perder, agradeço que me deixe uma nota.
Saudades.
Um grande abraço.
Saudades.
Querida Teresa
EliminarAleluia!
Muito contente por vê-la aqui, minha amiga, e ler as suas palavras sempre plenas de sensibilidade e interesse.
Grata por ver sempre com olhos generosos o que se passa no Xaile de Seda.
Também lhe envio um saudoso abraço, carregado de amizade.
Beijinhos.
Não conhecia a escritora cabo-verdiana, mas conheço Paulina Chiziane.
ResponderEliminarO seu testo fez-me querer ler " A Louca de Serrano", portanto secundo o seu pedido à autora.
Quanto a Isabel Raflaia , o seu delírio levanta a questão muito interessante de saber qual a lógica que seguem no seu pensamento as pessoas perturbadas mentalmente.
Querida Olinda , o meu abraço amigo. Boa noite!
Seguir essa lógica não será tarefa fácil. Há tentativas psiquiátricas no sentido de tentar perceber esse universo. Mas também há a tentação de se resolverem as coisas através de medicação e internamentos, o que nem sempre leva à cura.
EliminarMuito obrigada pela sua gentileza, querida São.
Beijinhos.
Creio que vale refletir sobre a mente humana através da loucura . Instigante texto dá vontade de ler esse livro. Tomara que consiga um exemplar.
ResponderEliminarBeijinhos
Reflectir e tentar compreender que motivos poderão ter espoletado situações de desequilíbrio mental, talvez seja um caminho promissor, embora não muito fácil.
EliminarGrata, amiga Vilma
Beijinhos.
Pela resenha parece ser um livro muito interessante, realmente é pena não se encontrar disponível para venda.
ResponderEliminarBeijinhos
Muito obrigada, Maria, pela visita e comentário.
EliminarBeijinhos.
Boa tarde Olinda,
ResponderEliminarUm artigo muito interessante sobre o universo de tantas mulheres e o que estará subjacente a essa loucura de que tantas, infelizmente, são acometidas.
Decerto muito sofrimento, muitos traumas, muitas carências.
Pena não encontrar o livro que necessita.
Tentarei, sempre que puder, procurar nas livrarias aqui mais próximas.
Um beijinho e continuação de boa semana.
Ailime
Agradeço a sua simpatia, cara Aline, quanto ao livro.
EliminarO Universo emocional das mulheres há muito pouco tempo é que começou a ser levado em consideração. E ainda não atingiu a importância devida.
Beijinhos
Rectifico:
EliminarCara Ailime :)
Desconhecia a obra e sua autora, mas tua apresentação minuciosa me despertou a curiosidade, pena a obra estar esgotada. Multiplicam-se obras literárias femininas somando vozes contra situações opressivas.
ResponderEliminarGrata, Olinda, por postagens tão interessantes.
Bjos,
Calu
É mesmo, Calu. E essas vozes não são suficientes ainda, segundo creio. As situações de violência doméstica, por exemplo, multiplicam-se. Já se contam 13 casos de feminicídio neste ano.
EliminarBeijinhos
Querida Amiga, começo por te dizer, como já é meu hábito, que aprendo muito aqui. Depois, gostaria de te agradecer o caso relatado aqui, o da tua mãe que, apesar de sofrer com os " disparates " da Isabel, a acolhia com compaixão e, quando digo compaixão, não estou a falar em " pena " naquele tom depreciativo tantas vezes usado. Por isso ela sabia sempre o caminho da vossa casa; lá não era escorraçada como " cão peçonhento " como, com certeza acontecia nas ruas por onde andava. A nossa lucidez e-nos tirada muitas vezes por doença e, nesse caso, há que aceitá-la em nós e também nos outros, alguns deles aos nossos cuidados.. Como bem dizes, Amiga, o que terá vivido esta mulher para estar nessas condições? Que perdas terá sofrido...será que tem momentos de lucidez? Uma coisa é certa, Olinda, foi abandonada com as suas perturbações mentais, não teve ninguém que a amparasse nos seus infortúnios , que lhe indicasse um caminho que não fosse os das ruas, um caminho onde a sua " solidão não fosse maior que a realidade ". Não me admiro nada que a lembres com ternura, Olinda, pois marcou a vossa infância e , além disso, agora, já com mais experiência de vida, consegues entender melhor que a nossa mente é de uma complexidade tremenda e que não sabemos o que nos espera o amanhã. Lamento que não encontres o livro que precisas de ler, mas com certeza ele chegará. Nunca ouvi falar dessa escritora, mas gostaria muito de ler esse livro também; é um assunto que aprecio e além disso, dou muito valor a estas mulheres que têm a coragem de enfrentar os preconceitos, não só por serem mulheres ( infelizmente ainda o há em todas as sociedades ) mas também pela cor da pele, este, igualmente, ainda muito comum. Amiga, espero que consigas o teu livro ( se encontrar, claro que te digo) e muito obrigada pelo tanto que aprendi aqui no Xaile .Alonguei-me muito, mas...já sabes...sou assim. Beijinhos e saúde para todos aí
ResponderEliminarem casa .Precisamos dela para aguentarmos a " loucura " deste nosso mundo
Emilia 🙏 👏
Querida Emília
EliminarJá tinha respondido a este teu comentário. Fiquei perplexa quando não vi a resposta. Mais uma partida desta plataforma ou então pensei que a tinha submetido e por qualquer motivo não ficou.
Isto para te dizer que o que aqui escreves vem complementar o meu post, emoções e sentimentos que a tua sensibilidade consegue intuir. Na realidade, esta vida é cheia de surpresas e nunca sabemos o que vai na cabeça dos outros, que encontros e desencontros enfrentaram ou enfrentam.
A "loucura" que acomete o mundo dos nossos dias, aos que mandam, aos que detêm o poder e que têm a força das armas, a insanidade com que tratam os mais fracos ou desvalidos faz-nos pensar que não temos remédio.
Contudo, a desesperança não pode tomar conta de nós. Desejar aos outros o que desejaríamos para nós talvez seja o caminho para uma existência mais fraterna.
Desejo-te um excelente dia junto aos teus, com muita saúde.
Beijinhos.
Gostei desta apresentação da escritora...
ResponderEliminarTambém de saber do prémio PEN inglês para a tradução.
Vais tornando-te especialista em avaliar a literatura dos PALOP,,,
Acho os africanos muito sentimentais, sensíveis e musicais, ótimas qualidades básicas indispensáveis à poesia e literatura e geral.
Gostei do ´post'... Beijinhos
~~~
Especialista nada, Majo.
EliminarApenas leitora atenta e interessada. :)
Grata pelo comentário.
Beijinhos.
Almada Negreiros con dos bellas ilustraciones de tan intenso relato dota la Louca de Serrano de personalidad propia nuestro mundo de confusión es un baño de ideas y obsesiones en las que una vez dentro por las causalidades de la vida es dificil salir o comprender ...excelente relato Olinda lleno de matices de sensaciones donde el ser humano lucha diariamente contra su mente, feliz semana y un fuerte abrazo. jr.
ResponderEliminarBom dia, Jose
EliminarObsessões que prendem as pessoas numa teia
de que dificilmente conseguirão sair.
Talvez com ajuda...ou talvez não.
Muito obrigada, pelo seu gentil comentário.
Abraço.
Que postagem interessante, Olinda
ResponderEliminarAprendi muito aqui.
Obrigada pela partilha.
Beijinhos
Verena.
Bom dia, Verena
ResponderEliminarMuito obrigada pela leitura e comentário.
Beijinhos.
https://www.researchgate.net/publication/291099069_Entre_dois_mundos_a_loucura_feminina_em_A_louca_de_Serrano_de_Dina_Salustio_DOI_-_105752P2358-34282014v18n35p87
ResponderEliminarPode-se encontrar o livro na Docero
Grata, Anónimo.
ResponderEliminar:)
A partir do link trazido por um anónimo, transcrevo o seguinte:
Eliminar"A dedicatória no início da obra – “Para Júlia, uma mulher louca que me amou mal eu tinha vivido, essa loucura de não poder esquecê-la.” (SALÚSTIO, 1998, p.
7) – alerta o leitor sobre o tipo de história que encontrará: a nada comum vivência dos habitantes da enigmática e louca Serrano, uma aldeia rural esquecida da civilização. Em entrevista concedida a Genivaldo Rodrigues Sobrinho, realizada Entre dois mundos: a loucura feminina em A louca de Serrano, de Dina Salústio
na casa da autora, a nosso pedido, ela revela detalhes acerca
da homenagem:
Júlia é... foi uma mulher louca, quer dizer, Júlia acompanhou um
bocado da minha infância durante uns 3 anos, meus primeiros 3
anos. Quando eu nasci, a filha tinha morrido uns 15 dias antes,
então, ela convenceu-se de que eu era a filha dela. Então roubava me. Como eu era gêmea com outro rapaz, eu tinha uma ama, tinha uma ama só para mim. E essa mulher que era louca, acho que ela já
era louca antes de perder a filha e ela convenceu-se de que eu era a
Anita. A Anita era a filha dela. E carregava-me, roubava-me, depois
voltava comigo, levava-me ao cemitério, quer dizer, ela fazia-me,
fazia-me não, fazia à minha mãe a vida negra. Mas eu gostava
muito dela [...]. (SALÚSTIO, 2009)"
A semelhança da pequena história na primeira pessoa que conto no princípio desta minha publicação, é fantástica. Ao ler o que diz a autora, convenço-me que há muitos casos de perdas que levam as pessoas a atitudes similares, qualquer que seja o tempo e o lugar.
Muito obrigada ao anónimo que me trouxe a informação. Ainda não consegui fazer o download da obra, mas vou continuar a tentar.
Olinda
Agora que já estou a conseguir comentar como não anónima, será que me poderia enviar o seu endereço de email para escritaredonda@gmail.com?
EliminarEnvio, sim. :)
EliminarDo blogue "Dona-Redonda" veio-me a ajuda pretendida.
EliminarJá tenho "A Louca de Serrano".
Os meus agradecimentos.:)
Olinda