Neste ano comemora-se os 500 anos do nascimento de Luís Vaz de Camões. É considerado o poeta maior da Literatura Portuguesa com a sua obra épica Os Lusíadas, na qual canta o "peito ilustre lusitano".
Tudo o que tinha sido realizado - os heróis antigos e a sua glorificação -, perdia o brilho porquanto uma nova estrela despontava no horizonte, suplantando os feitos extraordinários que vinham da antiguidade.
E assim, sem meias medidas, diz o Poeta:
Cessem do sábio Grego e do Troiano
AS navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandre e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.
Esta é a terceira estrofe da proposição que logo é seguida da invocação às Tágides, pedindo-lhes um som alto e sublimado, um estilo grandíloco e corrente, uma fúria grande e sonorosa, para levar a bom termo o canto em que ele pretende sublimar os feitos dos portugueses.
E ele organiza a sua Obra épica a que dá o título de Os Lusíadas, composto de dez cantos, inspirando-se em Homero e Virgílio. Põe Vasco da Gama a fazer todo o relato da História portuguesa até D.Sebastião, a quem a dedica.
Uma das partes de Os Lusíadas de que mais gosto é do Canto III, em que o poeta insere a história dos amores de Pedro e Inês, referindo-se à morte desta e relatando de uma forma emotiva o seu assassinato mandado por D.Afonso IV, pai de Pedro.
Penso que sabemos todos esta estrofe de cor:
120 -
Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruito
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a Fortuna não deixa durar muito,
Nos saudosos campos do Mondego,
De teus fermosos olhos nunca enxuito,
Aos montes insinando e às ervinhas
O nome que no peito escrito tinhas.
O que nos toca profundamente é a despreocupação em que Inês se encontrava, não adivinhando que lhe seria tirada a vida apenas porque amava o seu príncipe.
(Mas também conhecemos os jogos de poder que levaram a essa morte)
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Bom feriado, meus amigos.
Abraços
Olinda
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Os Lusíadas, Luis de Camões, pgs 69, 157
Imagem da net.
Bom dia de feriado, querida amiga Olinda!
ResponderEliminarMuito bonita mesmo sua escolha do Canto de Camões.
De fato, é bom e salutar que não se saiba quando se vai morrer...
Muito embora, no caso de Inês, foi doloroso demais:
"Não adivinhando que lhe seria tirada a vida apenas porque amava o seu príncipe".
Tem uma letra de música aqui que diz sobre os amores que matam...
Infelizmente, nunca vão deixar de existir amores assim que incomodam os mal-amados que fazem o impossível para separar os amantes nem que se chegue ao extremo.
Um nome a ser lembrado eternamente, o de Camões.
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos
Olá, amiga Olinda
ResponderEliminarBela homenagem ao grande Luís de Camões. Sem dúvida alguma o pai da língua Portuguesa.
Dois magníficos poemas aqui partilha. Gostei de ler.
Deixo os votos de uma ótima semana, com tudo de bom.
Beijinhos.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
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Feliz día de Portugal Lindo homenaje. Te mando un beso.
ResponderEliminarPoesias e homenagem merecida lindas! Ótimo feriado!
ResponderEliminarbeijos, chica
Oi Olinda parabéns por compartilhar o ilustre e grande escritor. Camões e homenagear-lo. Bom vim no seu cantinho. Um abraço querida
ResponderEliminarCamões é um génio!
ResponderEliminarAbraço