quarta-feira, 19 de julho de 2017

A Princesa Perfeitíssima e as Misericórdias (i)

Ela é Leonor de Avis ou Leonor de Lencastre, e mais outros títulos, senhora de grandes virtudes, casada com D. João II, o Príncipe Perfeito. Reinou no auge da expansão portuguesa e foi considerada a rainha mais rica da Europa.

Lê-se aqui que: 

As rainhas de Portugal contavam com o rendimento de bens senhoriais e patrimoniais da Coroa destinados à sua sustentação e dignidade. Este patrimônio era chamado Casa das Rainhas. Dona Leonor, além das vilas herdadas das rainhas que a precederam, foi dotada pelo rei com as cidades de Silves e Faro, e as terras de Aldeia Galega e Aldeia Gavinha. Na Casa das Rainhas que manteve em viuva, mesmo depois de D. Manuel casar, estava também incluida a cidade das Caldas, que ela própria fundara.*


Ela soube empregar a sua riqueza e influência em obras meritórias que constituem um precioso legado para todos nós. Um desses exemplos é a fundação da primeira Misericórdia em Portugal, sendo outras criadas por acção de D. Manuel I.

As principais razões da fundação e rápida expansão das Misericórdias portuguesas logo no século XVI são, em síntese, de ordem espiritual, porque os leigos aplicavam e viviam a sua doutrina, e de Estado, pois foi uma forma de afirmação do poder régio ao controlar e tornar muito mais eficaz a assistência.**





Apraz-me registar nesta publicação as 14 obras de misericórdia, da mesma fonte:

Obras corporais
Obras espirituais
Dar de comer a quem tem fome
Dar bom conselho a quem pede
Dar de beber a quem tem sede
Ensinar os ignorantes
Vestir os nus
Corrigir os que erram
Acolher os errantes
Consolar os que estão tristes
Visitar os doentes
Perdoar as injúrias
Remir os cativos
Suportar com paciência as fraquezas do próximo
Sepultar os mortos
Rogar a Deus pelos vivos e pelos defuntos


Por muito pouco dados à espiritualidade que sejamos, não há dúvida que nos sentimos tocados e dispostos a praticar alguns desses conceitos quando vemos a desgraça atingir o nosso semelhante.

Voltarei com o tema das Misericórdias, talvez um pouco mais alargado. 


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9 comentários:

  1. Muito interessante. D. Leonor foi uma grande rainha.
    Um abraço

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  2. Muito, muito interessante este teu post, Olinda! Claro que aprendi alguma coisa sobre este rei e esta rainha em tempos já muito distantes, mas nem imaginava que as misericórdias tinham vindo dessa época. Adorei conhecer estas obras corporais e espirituais e é como dizes, deveriamos praticar muitos destes conceitos quando vemos tantas desgraças a atingir as pessoas. Muito obrigada, Olinda, pelas informações que aqui nos dás e fico à espera de mais. Um beijinho e votos de que estejas bem, com saúde e alegria.
    Emilia

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  3. Grande Rainha! Adorei o tema. Espero que volte a ele novamente.

    Beijinhos

    Isabel Gomes

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  4. A História de Portugal é fértil em práticas de bondade e generosidade. As Misericórdias são exemplos edificante. Tratar dos vivos é gesto de Nobreza. D. Leonor, era-o, seguramente. Demonstrou-o durante a sua vida.
    Um bom tema a desenvolver.
    Parabéns, Olinda.


    Beijo
    SOL

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  5. Muito interessante!
    Há sempre um cuidado e rigor admiráveis em cada «post»!

    Beijinho, querida Olinda

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  6. Uma história riquíssima sem dúvida!

    Vamos esperar a continuidade, sou extremamente seduzida pelos acontecimentos que vão aos poucos, nos fazendo perceber quem somos e os porquês dos fatos atuais.
    Obrigada pelo texto histórico e pela visita ao Canto.

    Beijão!!

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  7. Uma bonita história Olinda, não a conhecia.
    Muito bonita a foto.
    Aguardo a continuidade do tema.
    Boa semana!
    Beijos...

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  8. Gosto do espírito das Misericórdias. Detesto aproveitamentos pessoais e a feira de vaidades que ocorrem com demasiada frequência.
    Oportuna e excelente postagem.
    Bjinho

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  9. Foi muito agradável recordar a personalidade esta rainha.
    Beijinhos, Olinda.
    ~~~~~

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