terça-feira, 2 de setembro de 2025

Tertúlia de Amor (2)

 


Convite da amiga Rosélia para esta 

Tertúlia de Amor

a decorrer até Dezembro

(Um post por mês)

BLOG: AMORAZUL


***



Milonga


De vestido de chita e chinelo no pé

Lá vai ela toda airosa pisando o

macadame com graça e donaire


Os seus longos cabelos revolteiam

ao vento suão que atrevido lhe

levanta a saia fazendo ondas


Dali da esquina ele espreita a graça

dessa menina que avança trilhando

o seu caminho, e parece não o notar


Com passos cautelosos ele surge à

sua frente com o seu lindo sorriso

sedutor que lhe derrete o coração


Dá-lhe o braço, segreda-lhe algo

ela ri atirando a cabeça para trás

e ensaiam um pé de dança mexida


Mudam de ritmo e mesmo de chinelos

agarra o seu par e no meio da rua

os acordes de uma milonga lhes soa


Num encantamento amoroso, terno

o par deixa-se levar voando alto

muito alto, numa magia maravilhosa


O céu é o limite!


Olinda



La Milonga de Buenos Aires:
Dmitry Krupnov & Maria Orlova



Abraços fraternos, amigos.

Olinda


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Imagens: pixabay

domingo, 31 de agosto de 2025

O Tejo






XX

O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia,

 

O Tejo tem grandes navios

E navega nele ainda,

Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,

A memória das naus.

 

O Tejo desce de Espanha

E o Tejo entra no mar em Portugal.

Toda a gente sabe isso.

Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia

E para onde ele vai

E donde ele vem.

E por isso, porque pertence a menos gente,

É mais livre e maior o rio da minha aldeia.

 

Pelo Tejo vai-se para o Mundo.

Para além do Tejo há a América

E a fortuna daqueles que a encontram.

Ninguém nunca pensou no que há para além

Do rio da minha aldeia.

 

O rio da minha aldeia não faz pensar em nada

Quem está ao pé dele está só ao pé dele.


Alberto Caeiro






Lara Brenner
Sobre o poema, sobre Fernando Pessoa,
sobre os heterónimos, sobre o Tejo, 
símbolo de
poder ...




Abraços, amigos.


Olinda





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7-3-1914

“O Guardador de Rebanhos”. In Poemas de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa. (Nota explicativa e notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946 (10ª ed. 1993).

  - 46.
“O Guardador de Rebanhos”. 1ª publ. in Athena, nº 4. Lisboa: Jan. 1925.
In: Arquivo Pessoa
Ver Fernando Pessoa aqui, no Xaile de Seda

terça-feira, 26 de agosto de 2025

O pipo

  Imaginem uma dúzia de almocreves sequiosos que acham na estrada um pipo de vinho. Como nenhum deles tem mais direito que os outros a beber do pipo, combina-se que cada um ponha a boca ao espicho e beba enquanto os pontapés dos outros o não contundirem até ao ponto de o obrigar a largar as mãos da vasilha para as apertar na parte ferida pelos golpes aplicados pela companhia. É exactamente o que há muito tempo tem sido feito pelos partidos portugueses com relação ao usufruto do poder que eles acharam na estrada, perdido.

Chegou finalmente a vez de pôr o pipo à boca a um partido excepcionalmente valoroso de sede e incontundível de fibra. Este partido não desemboca o pipo por mais que lhe façam. Protestações escandalizadas, de almocreves, retroam.

_Este partido abusa!

_Isto não vale!

_Isto não é jogo!

_Ele esvazia o pipo!

_Larga o pipo, pipa!

_Larga o pipo, pimpão!

_Larga o pipo, ladrão!




E incitam-se uns aos outros até à ferocidade:

_Chega-lhe rijo!

_Mais! Que lhe doa bem!

_Rebenta-me esse odre!

_Racha-me esse tonel!

_Ah, cão!

  O partido, porém, continua a beber, e é insensível a tudo: à dor, ao insulto, ao chasco, ao impropério, à graça pesada, à insinuação pérfida e à alusão venenosa!

  Em vista de tal pertinácia, que nós mesmos somos forçados a taxar de irregular, os partidos em expectativa do pipo confederam-se, ferem o pacto da Granja, constituem-se num só partido novo - numa só boca para o pipo. Fazem um programa, redigem um manifesto, vão de terra em terra pedindo ao País que intervenha. Precisamente lhes ocorreu esse momento que o pipo tem dono! Que é do País o pipo! (...)

Ramalho Ortigão, As Farpas


NOTA:

Meus amigos,

Desculpem o atraso na moderação dos comentários.

Estive fora, mais a Sul.

Abraços

Olinda


====

In: Diário da Liberdade, pg.303, de Aniceto Afonso
Imagem: pixabay
Ver Ramalho Ortigão aqui, no Xaile
Pacto da Granja - aqui

sábado, 23 de agosto de 2025

Depus a máscara


Comemoração dos 16 anos do 

blog Espiritual-Idade

da amiga Rosélia Bezerra




Tema proposto:
Máscaras Sociais



***


Depus a máscara e vi-me ao espelho. —
Era a criança de há quantos anos.
Não tinha mudado nada...
É essa a vantagem de saber tirar a máscara.
É-se sempre a criança,
O passado que foi
A criança.
Depus a máscara, e tornei a pô-la.
Assim é melhor,
Assim sem a máscara.
E volto à personalidade como a 
um terminus de linha.

Álvaro de Campos, 
in "Poemas"

 
***



A infância tempo de ingenuidade
de inocência e de amor
As falsidades não têm espaço
tudo é translúcido na sua
forma de ser e de proceder

Depois crescemos e vemos
o mundo a transformar-se
primeiro com olhos espantados
a seguir tentando compreender

Na voragem dos dias assimilando
o que a sociedade nos transmite
mas tendo sempre em conta
os valores dos nossos pais

O mundo dá voltas e mais voltas
E analisamos aquilo que nos chega
O que nos faz bem e o mal
que nos poderá atingir

Com estranheza vemos a hipocrisia
que grassa e assim aos poucos
com a consciência atenta tal como
 o Poeta dizemos:

DEPUS A MÁSCARA !


Olinda



PITTY
MÁSCARA

 

OS MEUS PARABÉNS, QUERIDA ROSÉLIA

VIDA LONGA AO 

ESPIRITUAL-IDADE


***



Selo de participação
ofertado pela Rosélia

(Fui buscá-lo à Chica pois não consegui copiá-lo
do original)


===

NOTA:

Meus amigos,

Desculpem o atraso na moderação dos comentários.

Estive fora, mais a Sul.

Abraços

Olinda

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Poema de Álvaro de Campos, in Citador - já publicado no Xaile de Seda, aqui

Imagem: Máscara: Blog da Rosélia

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Na sombra de Camilo?

 



Sempre ouvimos falar de Ana Plácido quando é referido Camilo Castelo Branco, o célebre escritor que teve uma vida conturbada, com prisão pelo meio e que mais tarde seria acometido pela cegueira e paralisia. Não conseguindo arrostar com as dificuldades da vida resolveu pôr-lhe fim.

Consta da biografia de Ana Augusta Plácido (1831-1895), viscondessa de Correia Botelho, que foi escritora e que publicou romances, crónicas, poemas, contos e que participou activamente da imprensa portuguesa e brasileira no século XIX. 

De aqui constam algumas das publicações que contaram com a colaboração da autora: A Esperança – Semanário de Recreio Literário, Revista Contemporânea de Portugal e Brasil, O Ateneu, O Civilizador, Diário Ilustrado, O Leme, O Nacional.

Em 1863 publicou o seu primeiro romance, Luz Coada por Ferros, uma obra em tom amargo, onde Plácido recorda o tempo em que esteve presa na Cadeia da Relação do Porto por adultério, em virtude da sua relação com Castelo Branco. 

Na dedicatória à memória da irmã Maria José, escreveu:

[…] «Grande parte destes escritos nasceram na calamitosa época do cárcere e do escárnio dos meus algozes, nunca saciados das torturas que me infligiram. Dedicar-te-hei, pois, estas páginas, onde por vezes aparece o teu nome como a estrela da manhã, rompendo a custo das sombras pesadas da noite: é um dever sagrado. Foste a minha única amiga neste mundo: não conheci afeição mais verdadeira.» […]

Em 1871, já a viver na Quinta de São Miguel de Seide (onde hoje funciona a casa-museu dedicada a Camilo), publicou o romance Herança de Lágrimas. Sob o pseudónimo de Gastão Vidal de Negreiros, começou a publicar na Gazeta Literária do Porto o romance Regina, que ficou inacabado."

Então qual o motivo desse quase anonimato? Encontramos explicação no facto de quase todas as mulheres que escreviam, para serem levadas a sério, assinavam com nomes masculinos.

Lê-se que: No decurso da sua carreira literária assinou algumas vezes com pseudónimos, sendo os mais conhecidos Gastão Vidal de Negreiros (como se referiu acima) e Lopo de Sousa. Também usou abreviaturas, sendo as mais comuns A. A. (Ana Augusta) e A. A. Plácido (Ana Augusta Plácido).



Casa-museu inaugurada em 1922,
Camilo Castelo Branco


Portanto, esta é a mulher que esteve com Camilo no cárcere sob acusação de adultério e com quem casaria após o falecimento do marido, ficando eles a residir na casa que recebeu de herança e que passaria a ser a Casa-museu de Camilo Castelo Branco. 

Esta é a mulher inteligente e intelectual que o acompanhou toda a vida e que o ajudou em muitos textos. O caso do processo de adultério prejudicou-a socialmente, não se dando a conhecer como merecia levando-a a uma grande humildade e quase escondendo a sua qualidade de escritora.

Também na vida familiar não terá tido a vida facilitada. Teresa Bernardino escreveu O Segredo de Ana Plácido, romance em que aborda a vida de Camilo pelo mais imprevisível dos ângulos: através do olhar louco e visionário de Jorge, o segundo filho do casal.

Diz-se que, tendo em conta o que se sabe de Ana Plácido, as circunstâncias da sua vida coloca-a num destacado lugar de luta pela emancipação feminina.


Abraços, meus amigos.
Olinda





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- Veja aqui : "Sabe quem é Ana Plácido?" de José Soeiro, um artigo que não só foca as discriminações em relação â mulher intelectual, à mulher trabalhadora-escravizada, 
como também à colonização.

- Bicentenário do nascimento de Camilo Castelo Branco, aqui, no Xaile de Seda.

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

O País arde!

  Não há como dizê-lo de outra forma. Cerca de seis mil fogos já foram declarados neste Verão e os bombeiros não têm mãos a medir. Nesse corre-corre metem-se em situações perigosas, chegando alguns a perder a vida e a ficarem feridos. Civis também se esfalfam com baldinhos de água e é um aperto no coração vê-los desesperados, desorientados, com a única roupa no corpo, com a cinza no rosto, a transpiração a escorrer e o medo de perecerem, de morrerem os seus animais, de ficarem sem o trabalho de uma vida inteira. Não quero nem por um momento lembrar-me dos incêndios de 2017. Que Deus guarde a todos e os livre de tamanha desgraça. Mas da forma como as coisas vão correndo, com os governantes sem saberem o que fazer, não pedem ajuda internacional, não activam o programa de contingência europeu, não pedem mais helicópteros a quem tem (ouvi falar de um que veio de Marrocos). Os meios são escassos, os bombeiros cansadíssimos, tentam defender as pessoas e as casas, não podem fazer muito mais. Todos os anos é a mesma coisa, temos 365 dias para se falar dessa desgraça estival, para nos organizarmos, ver das possibilidades que existem, limpar as florestas, ir atrás do que é possível fazer-se, mas não, continuamos aqui impávidos e serenos à espera do que há-de vir...invariavelmente.



Povo que lavas no rio
AMÁLIA


Abraços sentidos.

Olinda


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Incêndios 2025

quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Os emigrados ... e os imigrantes

 


119 (c.1932)


Sós nas grandes cidades desamigas,
Sem falar a língua que se fala nem a que se pensa,
Mutilados da relação com os outros,
Que depois contarão na pátria os triunfos da sua estada.
Coitados dos que conquistam Londres e Paris!
Voltam ao lar sem melhores maneiras nem melhores caras
Apenas sonharam de perto o que viram -
Permanentemente estrangeiros.
Mas não rio deles. Tenho eu feito outra coisa com o ideal?

E o propósito que uma vez formei num hotel, planeado e ligado?
É um dos pontos negros da biografia que não tive.

ÁLVARO DE CAMPOS

***


Portugal país de emigrantes, ouve-se dizer. Com efeito, desde há séculos as descobertas pelo mundo mais não eram do que vontade de mudar de vida e de encontrar condições de sobrevivência. Primeiro os nobres que só alcançavam benesses e títulos através de batalhas e de conquistas. Depois os capitães dos barcos, os marinheiros, os ajudantes de marinheiros, aqueles que eram procurados pela justiça, os jovens carregados nessas viagens para fazer toda a espécie de serviços e outros que fugiam para longe à procura de liberdade.

Temos notícias de emigrantes para o Brasil e outras terras como a França, neste caso, emigração clandestina denominada "a salto", pessoas que preferiam ir para o desconhecido, sair das suas aldeias, viver em bairros de lata, passar mal lá longe, para depois regressarem tomando o nome das terras onde deixavam o suor e as lágrimas. Quando começou a colonização das terras de África, muitos eram enviados para lá com algumas promessas, outros degredados para cumprirem pena.

É preciso dizer mais?

Sim, temos a outra face da moeda que é a imigração. Pessoas que têm demandado a Europa procurando meios de subsistência ou para fugir de guerras e perseguições. O corredor utilizado, normalmente, tem sido o Mediterrâneo, o Mare Nostrum, e sabemos bem das tragédias que têm acompanhado esses migrantes. Portugal parece ser uma das portas de entrada dessa migração. Ainda agora desembarcaram alguns no Algarve, que foram apanhados e levados para um centro até o dia do seu repatriamento. Fico a pensar como seria se, nas mesmas circunstâncias, algum de nós fosse repatriado tendo que arrostar com tudo o que iria encontrar quando chegasse à terra de onde fugira. 

A Lei de Imigração nº. 9/2025, de 13/02, vem alterar a Lei 23/2007, de 04/07, com sanções para os cidadãos estrangeiros que entrem ilegalmente no país. Ainda que reconheça que deve haver regras, há que fazer uma análise humanista da situação. Tem-se ouvido bastante a questão do reagrupamento familiar que, parece, não está bem acautelada. 

Que os legisladores vistam a pele dos desapossados da sorte.



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Poema In: Fernando Pessoa
Obra completa de Álvaro de Campos
Pg. 298

Imagem: pixabay

Ver - 
Os livros que fazem a História da Emigração.
Uma análise muito interessante.


terça-feira, 12 de agosto de 2025

A visão do Sr Napumoceno

 Ontem lembrei-me do "Testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo", de Germano Almeida, escritor cabo-verdiano, laureado com o Prémio Camões, em 2018. 

Temos que o Sr Napumoceno, pequeno comerciante, encomendara 1000 guarda-chuvas e, por engano do fornecedor, recebera 10000. O que fazer com elas numa terra que não chove? Conservou-as e por fim recebeu o fruto da sua paciência. A chuva não se faz rogada em determinada altura e o Sr Napumoceno vê a sua paciência dar resultado. A corrida aos guarda-chuvas foi memorável. Este livro foi vertido em filme, com a colaboração de actores do Brasil.

Lembrei-me dele, é verdade. Na madrugada de ontem caiu uma tromba de água sobre São Vicente, que durou 3* horas ininterruptas. Notícias de lá dizem-nos que está um caos sem tamanho e que já fez vítimas mortais, incluindo crianças. Casas inundadas, carros a boiar e revirados, sem luz eléctrica, pessoas sem poderem sair à rua, sem possibilidade de carregarem os telemóveis, portanto sem poderem comunicar, caminhos desfeitos, sem táxis... Consta que muitas viaturas foram parar ao mar. A destruição é generalizada. Comerciantes com prejuízos incontáveis.

Muitas críticas têm surgido. O chão seco torna-se impermeável à chuva que leva tudo à frente. Não há, segundo parece, sistema de drenagem nem de captação. Os prédios feitos em estilo moderno não têm capacidade de escoarem a água, porque na realidade Cabo Verde é um arquipélago onde a chuva é rara.

Previsões metereológicas anunciam replica nos próximos dias.

Foi decretado estado de calamidade e luto nacional. A ilha de Santo Antão também foi afectada.


Sina de Cabo Verde
(Se a chuva não vem morre-se de sede,
se ela vem morre-se afogado).

Dudu Araújo


Ceuzany

Mindel D'Novas


Relato na primeira pessoa: Sílvia Moutinho - Visão


***


A "tromba de água" que refiro acima afinal tem nome:

É a tempestade  "Erin".

Recebi este apontamento:

"Em apenas 5 horas, São Vicente recebeu 192,,2 mm de chuva. Entre as 04h e as 05h, foram 108,5 mm, isto é mais chuva numa hora do que Lisboa tem num mês de Inverno"...

E a seguir faz uma comparação com outros países para se perceber a dimensão do desastre.


***


Os meus sentimentos, povo cabo-verdiano.

Abraços

Olinda


===

*rectificando: 5 horas

Ver aqui - Germano de Almeida

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

AQUI






Aqui, deposta enfim a minha imagem,
Tudo o que é jogo e tudo o que é passagem,
No interior das coisas canto nua.

Aqui livre sou eu — eco da lua
E dos jardins, os gestos recebidos
E o tumulto dos gestos pressentidos,
Aqui sou eu em tudo quanto amei.

Não por aquilo que só atravessei,
Não pelo meu rumor que só perdi,
Não pelos incertos actos que vivi,

Mas por tudo de quanto ressoei
E em cujo amor de amor me eternizei.

Sophia de Mello Breyner Andresen, 
in 'Dia do Mar'



Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004) foi uma das mais importantes poetisas portuguesas do século XX. Foi a primeira mulher portuguesa a receber o mais importante galardão literário da língua portuguesa, o Prémio Camões, em 1999. Ler mais






Boa sexta-feira, meus amigos.
Abraços
Olinda



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Poema - citador
Veja esta autora, aqui, no Xaile de Seda

terça-feira, 5 de agosto de 2025

Tertúlia de Amor (1)

 


Convite da amiga Rosélia para esta 

Tertúlia de Amor

a decorrer até Dezembro

(Um post por mês)

BLOG: AMORAZUL


****




Sissi e o Príncipe


Habituada à vida saudável do campo

sem cerimónias ou protocolos, Sissi

vivia feliz e agradecida por tanta beleza


Na simplicidade dos seus dias, adorava

as flores lindas e perfumadas, as árvores

verdes e belas desse paraíso 


Os animais mereciam-lhe carinho e atenção

Cavalgava pelos prados com mestria

E o canto dos pássaros era o seu encanto


A vida na Corte foi um desencanto

Ansiava por voltar para a sua bela terra

Mas o amor bateu à porta do seu coração


Apaixonada deixou-se levar nas asas

da fantasia, nos braços do seu Príncípe

rodopiava maravilhada, ouvindo mil


Cambiantes de uma música encantada

deixando os seus longos e belos cabelos

esvoaçarem ao sabor do ritmo compassado

do Amor!


(Viveram felizes para sempre? Nem por isso. 

Sendo uma história da vida real, teve as suas tristezas e tragédias).


Olinda





Mote desta primeira Tertúlia de Amor:
Um par enamorado protagonista do seu
Amor
  



====

Paráfrase (minha) da história de Sissi, imperatriz da Áustria...

Imagem acima: Romy Schneider e o actor que fez par com ela, nos filmes

que conta essa história.


domingo, 3 de agosto de 2025

QUIZ (continuação)

Meus caros amigos

Vemos aqui o continente africano dividido, a partir da Conferência de Berlim de 1884/1885, separando etnias e culturas, altura em que começou verdadeiramente a colonização.

 Aqui temos a segunda parte do Quiz:





9. Quel désert couvre une grande partie du Nord de l'Afrique?

- Kalahari

- Sahara

- Namib


10. Quel est le plus grand lac d'Afrique?

- Lac Tchad

- Lac Victoria

- Lac Tanganyka


11. Quelle est la langue la plus parlée en Afrique?

- Arabe

- Français

- Swahili


12. Quel pays africain n'a jamais été colonisé?

- Ethiopie

- Ghana

- Angola


13. Le fleuve Congo traverse notamment cette capitale:

- Yaoundé

- Kinshasa

- Luanda


14. Quelle est la capitale du Maroc?

- Casablanca

- Rabat

-Marrakech


15. Quel est le pays surnommé "l'Afrique en miniature" en raison de sa             diversité culturelle et géographique?

- Cameroun

- Sénégal

- Mozambique


C'est fini.

Abraços

Olinda


 QUIZ (1)

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D'après:

*Femme Actuelle nº 2131, du 26 juillet au 1er août 2025, pg 60

sábado, 2 de agosto de 2025

QUIZ

 

Meus caros amigos

Estamos na época estival aqui no hemisfério norte e com um frio de rachar no hemisfério sul. Enquanto estamos na praia a gozar a aragem marítima ou a tomar um chá quentinho embrulhados num bom agasalho, retornemos às origens numa viagem imaginária, mais ou menos volvidos 60 a 100 mil anos ou um pouco mais.

Pois bem, aqui estamos para responder a algumas perguntas, testando o nosso conhecimento sobre esse imenso continente-berço, maciço, que conserva ainda muitos mistérios para nós.

Este quiz, extraído da revista Femme Actuelle*, é composto de 15 perguntas. Desta vez apresento apenas 8. A segunda parte virá depois, donde constará um país sobre o qual farei, a seguir, uma pequena publicação.

Aderem ao convite?




L' AFRIQUE


1. Quel est le plus grand pays d'Afrique en superficie?

- Egypte

- Algérie

- République démocratique du Congo


2. Quel est le plus long fleuve d'Afrique?

- Nil

- Congo

- Niger


3. Quel pays africain est connu pour ses pyramides antiques?

- Maroc

- Ethiopie

- Egypte


4. Quelle île africaine este située dans l'océan Indien, à l'est du continent?

- Madagascar

- Cap-Vert

- Seychelles


5. Quelle est la capitale du Nigeria?

- Lagos

- Abuja

- Kano


6. Quelle est la monnaie utilisée en Afrique du Sud?

- Franc CFA

- Shilling

- Rand


7 - Dans quel pays se trouve le Kilimandjaro?

- Kenia

- Tanzanie

- Ouganda


8. Quel est le pays le plus peuplé d'Afrique

- Egypte

- Nigeria

- Afrique du Sud


Abraços.

OLINDA


Continua...


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*Femme Actuelle nº 2131, du 26 juillet au août 2025, pg 60

quinta-feira, 31 de julho de 2025

Nunca envelhecerás






A tua cabeleira
é já grisalha ou mesmo branca?
Para mim é toda loira
e circundada de estrelas.
Sobre ela
o tempo não poisou
o inverno dos anos
que se escoam maldosos
insinuando rugas, fios brancos...

Ao teu corpo colou-se
o vestido de seda,
como segunda pele;
entre os seios pequenos
viceja perene
um raminho de cravos...

Pétalas esguias
emolduram-te os dedos...
E revoadas de aves
traçam ao teu redor
volutas de primavera.

Nunca envelhecerás na minha lembrança!...

SAÚL DIAS 


Júlio Maria dos Reis Pereira, ou Julio como artista plástico e Saúl Dias como poeta (1902 -1983), foi um pintorilustrador e poeta portuguêsPertence à segunda geração de pintores modernistas portugueses e foi autor de uma obra multifacetada que se divide entre as artes plásticas e a escrita, tendo sido um dos mais importantes colaboradores da revista Presença. aqui

Era irmão de José Reis, o homem do "Cântico Negro", poema extraído da obra "Poemas de Deus e do Diabo". 
Por intermédio de Reis, o cineasta Manoel de Oliveira interessou-se pela obra plástica de Júlio, produzindo um documentário intitulado "As Pinturas do meu irmão Júlio", lançado em 1965. 





Boa quinta-feira, amigos.

Olinda





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Poema - Citador 
Imagem - pixabay

Ver Saúl Dias aqui, no Xaile de Seda
Veja esta análise -PINTURA MOVENTE: AS PINTURAS DO MEU IRMÃO JÚLIO 



sábado, 26 de julho de 2025

Castelo encantado

 "Quem escreve constrói um castelo, 

quem lê passa a habitá-lo."

ROSÉLIA


Castelo da Bela Adormecida

Lembrando-me da Comemoração do Mês do Amor promovido pela amiga Rosélia, no Blogue AmorAzul, em que o primeiro tema era "Castelos", chamou-me a atenção a notícia de que ao Castelo de Neuschwanstein, na Baviera, que servira de modelo a Walt Disney, na Disneylândia, para o castelo da Bela Adormecida, tinha sido atribuído o galardão de Património Cultural Mundial, pela Unesco.


Castelo de Neuschwanstein

Aliás, essa honra coube a mais dois castelos da Baviera: o Linderhof, mais pequeno, mas o mais pessoal dos castelos reais; e o Herrenchiemsee, o projecto mais ambicioso do rei Luis II, sendo Versailles o modelo, com o intuito não de copiá-lo, mas de superá-lo.

Ludwig Otto Friedrich Wilhelm von Bayern, apelidado de "Rei de Conto de Fadas", subiu ao trono aos 18 anos, em 1864, e apesar da Baviera ser submetida pela Prússia e absorvida pelo Império Alemão, continuou sem se interessar pelos assuntos de Estado, concentrando-se em projectos artísticos e arquitectónicos.

Um outro motivo que me leva realmente a referir esse castelo é o facto de, numa mansão de luxo na região de Sintra (donde retirei o Palácio da Pena para o meu post de participação), existir uma réplica oficial do castelo da Disneyland Paris, projecto autorizado pelo próprio parque francês nos anos de 1980.


Réplica em Sintra


Consta que esta réplica se deve à vontade do proprietário, de então, de fazer um gentileza à filha, trazendo para a sua casa o icónico castelo.

Embora com um mês de atraso, penitencio-me com esta publicação mas, ao mesmo tempo, com um toque romântico como é óbvio, tendo em conta o mês em questão.



Abraços, caros amigos.
Olinda




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Ver os 3 castelos- aqui

Castelo da Cinderela - no  Walt Disney World Resort, Florida
 Castelo da Bela Adormecida - Disneyland - Califórnia, Paris, Hong Kong 

terça-feira, 22 de julho de 2025

Cetam assi, sima mi é ...

 


CETAM

LURA 

( feat. ANGÉLIQUE KIDJO)

***

Aceita-me assim, como sou!
Olha, dentro de mim há
um mundo inteiro para descobrir
Mas depois também eu quero descobrir-te

Escuta, olha-me nos olhos
Pois não me encaras
Não tens maneira de fugir de mim
Anda para aqui, mais perto 

Fecha os olhos 
Numa viagem imaginária
Eu e tu, vamos juntos
Para África, Europa, mundo inteiro

Aceita-me assim, como sou!
Olha, dentro de mim há
um mundo inteiro para descobrir
Mas depois também eu quero descobrir-te
...

Angélique, minha querida, canta comigo

::::


Um convite da Lura, de ascendência cabo-verdiana, com a colaboração de Angélique Kidjo, do Benim, no sentido de se ultrapassarem diferenças, contando mais as semelhanças adstritas a todo o ser humano. Qualquer que seja a latitude, pelo mundo afora, há que encarar o outro, olhá-lo nos olhos com alegria, sem reservas. 

A aparência física é o que salta à vista, i.e., a cor da pele, se se é gordo, feio ou com algum defeito físico, muitas vezes detalhes que assumem uma importância tal obliterando tudo o resto. 

Depois vêm as escolhas de foro íntimo, as religiões, as formas de pensar que não prejudicam a ninguém, circunstâncias que muitos levam em conta na hora de julgar e que conduzem a quezílias irreconciliáveis. 

Sabemos bem que há desentendimentos que se avolumam e que se transformam em guerra e disso temos exemplos que nos têm assombrado. Guerras que vão destruindo pessoas, pelo poder das armas e também pela fome. 

Notícias preocupantes chegam até nós: Nos últimos 21 meses de guerra, mais de 17 mil crianças foram mortas e 33 mil ficaram feridas em Gaza. E continua a chacina, crianças desnutridas num campo de morte. Elementos da comunicação social, ali, em manifestação para que o ódio termine, porque até eles vão morrer de fome se essa insanidade não tiver fim...

Ouvi nestes últimos dias, tendo como pano de fundo a imensidão do mar, algumas músicas e, de entre elas, a que está mais acima. Tomo a liberdade de fazer minha a mensagem destas duas grandes cantoras. 




Abraços, meu amigos.

Olinda


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Tradução livre. Não sei se consegui transmitir a essência da mensagem.

Li aqui (citação em itálico)

Imagem: pixabay