O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia, Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia,
“O Guardador de Rebanhos”. In Poemas de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa. (Nota explicativa e notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946 (10ª ed. 1993).
- 46.
“O Guardador de Rebanhos”. 1ª publ. in Athena, nº 4. Lisboa: Jan. 1925.
Imaginem uma dúzia de almocreves sequiosos que acham na estrada um pipo de vinho. Como nenhum deles tem mais direito que os outros a beber do pipo, combina-se que cada um ponha a boca ao espicho e beba enquanto os pontapés dos outros o não contundirem até ao ponto de o obrigar a largar as mãos da vasilha para as apertar na parte ferida pelos golpes aplicados pela companhia. É exactamente o que há muito tempo tem sido feito pelos partidos portugueses com relação ao usufruto do poder que eles acharam na estrada, perdido.
Chegou finalmente a vez de pôr o pipo à boca a um partido excepcionalmente valoroso de sede e incontundível de fibra. Este partido não desemboca o pipo por mais que lhe façam. Protestações escandalizadas, de almocreves, retroam.
_Este partido abusa!
_Isto não vale!
_Isto não é jogo!
_Ele esvazia o pipo!
_Larga o pipo, pipa!
_Larga o pipo, pimpão!
_Larga o pipo, ladrão!
E incitam-se uns aos outros até à ferocidade:
_Chega-lhe rijo!
_Mais! Que lhe doa bem!
_Rebenta-me esse odre!
_Racha-me esse tonel!
_Ah, cão!
O partido, porém, continua a beber, e é insensível a tudo: à dor, ao insulto, ao chasco, ao impropério, à graça pesada, à insinuação pérfida e à alusão venenosa!
Em vista de tal pertinácia, que nós mesmos somos forçados a taxar de irregular, os partidos em expectativa do pipo confederam-se, ferem o pacto da Granja, constituem-se num só partido novo - numa só boca para o pipo. Fazem um programa, redigem um manifesto, vão de terra em terra pedindo ao País que intervenha. Precisamente lhes ocorreu esse momento que o pipo tem dono! Que é do País o pipo! (...)
Sempre ouvimos falar de Ana Plácido quando é referido Camilo Castelo Branco, o célebre escritor que teve uma vida conturbada, com prisão pelo meio e que mais tarde seria acometido pela cegueira e paralisia. Não conseguindo arrostar com as dificuldades da vida resolveu pôr-lhe fim.
Consta da biografia de Ana Augusta Plácido (1831-1895), viscondessa de Correia Botelho, que foi escritora e que publicou romances, crónicas, poemas, contos e que participou activamente da imprensa portuguesa e brasileira no século XIX.
De aquiconstam algumas das publicações que contaram com a colaboração da autora: A Esperança – Semanário de Recreio Literário, Revista Contemporânea de Portugal e Brasil, O Ateneu, O Civilizador, Diário Ilustrado, O Leme, O Nacional.
Em 1863 publicou o seu primeiro romance, Luz Coada por Ferros, uma obra em tom amargo, onde Plácido recorda o tempo em que esteve presa na Cadeia da Relação do Porto por adultério, em virtude da sua relação com Castelo Branco.
Na dedicatória à memória da irmã Maria José, escreveu:
[…] «Grande parte destes escritos nasceram na calamitosa época do cárcere e do escárnio dos meus algozes, nunca saciados das torturas que me infligiram. Dedicar-te-hei, pois, estas páginas, onde por vezes aparece o teu nome como a estrela da manhã, rompendo a custo das sombras pesadas da noite: é um dever sagrado. Foste a minha única amiga neste mundo: não conheci afeição mais verdadeira.» […]
Em 1871, já a viver na Quinta de São Miguel de Seide (onde hoje funciona a casa-museu dedicada a Camilo), publicou o romance Herança de Lágrimas. Sob o pseudónimo de Gastão Vidal de Negreiros, começou a publicar na Gazeta Literária do Porto o romance Regina, que ficou inacabado."
Então qual o motivo desse quase anonimato? Encontramos explicação no facto de quase todas as mulheres que escreviam, para serem levadas a sério, assinavam com nomes masculinos.
Lê-se que: No decurso da sua carreira literária assinou algumas vezes com pseudónimos, sendo os mais conhecidos Gastão Vidal de Negreiros (como se referiu acima) e Lopo de Sousa. Também usou abreviaturas, sendo as mais comuns A. A. (Ana Augusta) e A. A. Plácido (Ana Augusta Plácido).
Casa-museu inaugurada em 1922,
Camilo Castelo Branco
Portanto, esta é a mulher que esteve com Camilo no cárcere sob acusação de adultério e com quem casaria após o falecimento do marido, ficando eles a residir na casa que recebeu de herança e que passaria a ser a Casa-museu de Camilo Castelo Branco.
Esta é a mulher inteligente e intelectual que o acompanhou toda a vida e que o ajudou em muitos textos. O caso do processo de adultério prejudicou-a socialmente, não se dando a conhecer como merecia levando-a a uma grande humildade e quase escondendo a sua qualidade de escritora.
Também na vida familiar não terá tido a vida facilitada. Teresa Bernardino escreveu O Segredo de Ana Plácido, romance em que aborda a vida de Camilo pelo mais imprevisível dos ângulos: através do olhar louco e visionário de Jorge, o segundo filho do casal.
Diz-se que, tendo em conta o que se sabe de Ana Plácido, as circunstâncias da sua vida coloca-a num destacado lugar de luta pela emancipação feminina.
Abraços, meus amigos.
Olinda
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- Veja aqui : "Sabe quem é Ana Plácido?" de José Soeiro, um artigo que não só foca as discriminações em relação â mulher intelectual, à mulher trabalhadora-escravizada,
como também à colonização.
- Bicentenário do nascimento de Camilo Castelo Branco, aqui, no Xaile de Seda.
Não há como dizê-lo de outra forma. Cerca de seis mil fogos já foram declarados neste Verão e os bombeiros não têm mãos a medir. Nesse corre-corre metem-se em situações perigosas, chegando alguns a perder a vida e a ficarem feridos. Civis também se esfalfam com baldinhos de água e é um aperto no coração vê-los desesperados, desorientados, com a única roupa no corpo, com a cinza no rosto, a transpiração a escorrer e o medo de perecerem, de morrerem os seus animais, de ficarem sem o trabalho de uma vida inteira. Não quero nem por um momento lembrar-me dos incêndios de 2017. Que Deus guarde a todos e os livre de tamanha desgraça. Mas da forma como as coisas vão correndo, com os governantes sem saberem o que fazer, não pedem ajuda internacional, não activam o programa de contingência europeu, não pedem mais helicópteros a quem tem (ouvi falar de um que veio de Marrocos). Os meios são escassos, os bombeiros cansadíssimos, tentam defender as pessoas e as casas, não podem fazer muito mais. Todos os anos é a mesma coisa, temos 365 dias para se falar dessa desgraça estival, para nos organizarmos, ver das possibilidades que existem, limpar as florestas, ir atrás do que é possível fazer-se, mas não, continuamos aqui impávidos e serenos à espera do que há-de vir...invariavelmente.
Sós nas grandes cidades desamigas, Sem falar a língua que se fala nem a que se pensa, Mutilados da relação com os outros, Que depois contarão na pátria os triunfos da sua estada. Coitados dos que conquistam Londres e Paris! Voltam ao lar sem melhores maneiras nem melhores caras Apenas sonharam de perto o que viram - Permanentemente estrangeiros. Mas não rio deles. Tenho eu feito outra coisa com o ideal?
E o propósito que uma vez formei num hotel, planeado e ligado? É um dos pontos negros da biografia que não tive.
Portugal país de emigrantes, ouve-se dizer. Com efeito, desde há séculos as descobertas pelo mundo mais não eram do que vontade de mudar de vida e de encontrar condições de sobrevivência. Primeiro os nobres que só alcançavam benesses e títulos através de batalhas e de conquistas. Depois os capitães dos barcos, os marinheiros, os ajudantes de marinheiros, aqueles que eram procurados pela justiça, os jovens carregados nessas viagens para fazer toda a espécie de serviços e outros que fugiam para longe à procura de liberdade.
Temos notícias de emigrantes para o Brasil e outras terras como a França, neste caso, emigração clandestina denominada "a salto", pessoas que preferiam ir para o desconhecido, sair das suas aldeias, viver em bairros de lata, passar mal lá longe, para depois regressarem tomando o nome das terras onde deixavam o suor e as lágrimas. Quando começou a colonização das terras de África, muitos eram enviados para lá com algumas promessas, outros degredados para cumprirem pena.
É preciso dizer mais?
Sim, temos a outra face da moeda que é a imigração. Pessoas que têm demandado a Europa procurando meios de subsistência ou para fugir de guerras e perseguições. O corredor utilizado, normalmente, tem sido o Mediterrâneo, o Mare Nostrum, e sabemos bem das tragédias que têm acompanhado esses migrantes. Portugal parece ser uma das portas de entrada dessa migração. Ainda agora desembarcaram alguns no Algarve, que foram apanhados e levados para um centro até o dia do seu repatriamento. Fico a pensar como seria se, nas mesmas circunstâncias, algum de nós fosse repatriado tendo que arrostar com tudo o que iria encontrar quando chegasse à terra de onde fugira.
A Lei de Imigração nº. 9/2025, de 13/02, vem alterar a Lei 23/2007, de 04/07, com sanções para os cidadãos estrangeiros que entrem ilegalmente no país. Ainda que reconheça que deve haver regras, há que fazer uma análise humanista da situação. Tem-se ouvido bastante a questão do reagrupamento familiar que, parece, não está bem acautelada.
Que os legisladores vistam a pele dos desapossados da sorte.
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Poema In: Fernando Pessoa Obra completa de Álvaro de Campos Pg. 298
Imagem: pixabay
Ver - Os livros que fazem a História da Emigração. Uma análise muito interessante.
Ontem lembrei-me do "Testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo", de Germano Almeida, escritor cabo-verdiano, laureado com o Prémio Camões, em 2018.
Temos que o Sr Napumoceno, pequeno comerciante, encomendara 1000 guarda-chuvas e, por engano do fornecedor, recebera 10000. O que fazer com elas numa terra que não chove? Conservou-as e por fim recebeu o fruto da sua paciência. A chuva não se faz rogada em determinada altura e o Sr Napumoceno vê a sua paciência dar resultado. A corrida aos guarda-chuvas foi memorável. Este livro foi vertido em filme, com a colaboração de actores do Brasil.
Lembrei-me dele, é verdade. Na madrugada de ontem caiu uma tromba de água sobre São Vicente, que durou 3* horas ininterruptas. Notícias de lá dizem-nos que está um caos sem tamanho e que já fez vítimas mortais, incluindo crianças. Casas inundadas, carros a boiar e revirados, sem luz eléctrica, pessoas sem poderem sair à rua, sem possibilidade de carregarem os telemóveis, portanto sem poderem comunicar, caminhos desfeitos, sem táxis... Consta que muitas viaturas foram parar ao mar. A destruição é generalizada. Comerciantes com prejuízos incontáveis.
Muitas críticas têm surgido. O chão seco torna-se impermeável à chuva que leva tudo à frente. Não há, segundo parece, sistema de drenagem nem de captação. Os prédios feitos em estilo moderno não têm capacidade de escoarem a água, porque na realidade Cabo Verde é um arquipélago onde a chuva é rara.
Previsões metereológicas anunciam replica nos próximos dias.
Foi decretado estado de calamidade e luto nacional. A ilha de Santo Antão também foi afectada.
Sina de Cabo Verde
(Se a chuva não vem morre-se de sede,
se ela vem morre-se afogado).
Dudu Araújo
Ceuzany
Mindel D'Novas
Relato na primeira pessoa: Sílvia Moutinho - Visão
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A "tromba de água" que refiro acima afinal tem nome:
É a tempestade "Erin".
Recebi este apontamento:
"Em apenas 5 horas, São Vicente recebeu 192,,2 mm de chuva. Entre as 04h e as 05h, foram 108,5 mm, isto é mais chuva numa hora do que Lisboa tem num mês de Inverno"...
E a seguir faz uma comparação com outros países para se perceber a dimensão do desastre.
Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004) foi uma das mais importantes poetisas portuguesas do século XX. Foi a primeira mulher portuguesa a receber o mais importante galardão literário da língua portuguesa, o Prémio Camões, em 1999. Ler mais
Vemos aqui o continente africano dividido, a partir da Conferência de Berlim de 1884/1885, separando etnias e culturas, altura em que começou verdadeiramente a colonização.
Aqui temos a segunda parte do Quiz:
9. Quel désert couvre une grande partie du Nord de l'Afrique?
- Kalahari
- Sahara
- Namib
10. Quel est le plus grand lac d'Afrique?
- Lac Tchad
- Lac Victoria
- Lac Tanganyka
11. Quelle est la langue la plus parlée en Afrique?
- Arabe
- Français
- Swahili
12. Quel pays africain n'a jamais été colonisé?
- Ethiopie
- Ghana
- Angola
13. Le fleuve Congo traverse notamment cette capitale:
- Yaoundé
- Kinshasa
- Luanda
14. Quelle est la capitale du Maroc?
- Casablanca
- Rabat
-Marrakech
15. Quel est le pays surnommé "l'Afrique en miniature" en raison de sa diversité culturelle et géographique?
Estamos na época estival aqui no hemisfério norte e com um frio de rachar no hemisfério sul. Enquanto estamos na praia a gozar a aragem marítima ou a tomar um chá quentinho embrulhados num bom agasalho, retornemos às origens numa viagem imaginária, mais ou menos volvidos 60 a 100 mil anos ou um pouco mais.
Pois bem, aqui estamos para responder a algumas perguntas, testando o nosso conhecimento sobre esse imenso continente-berço, maciço, que conserva ainda muitos mistérios para nós.
Este quiz, extraído da revista Femme Actuelle*, é composto de 15 perguntas. Desta vez apresento apenas 8. A segunda parte virá depois, donde constará um país sobre o qual farei, a seguir, uma pequena publicação.
Aderem ao convite?
L' AFRIQUE
1. Quel est le plus grand pays d'Afrique en superficie?
- Egypte
- Algérie
- République démocratique du Congo
2. Quel est le plus long fleuve d'Afrique?
- Nil
- Congo
- Niger
3. Quel pays africain est connu pour ses pyramides antiques?
- Maroc
- Ethiopie
- Egypte
4. Quelle île africaine este située dans l'océan Indien, à l'est du continent?
- Madagascar
- Cap-Vert
- Seychelles
5. Quelle est la capitale du Nigeria?
- Lagos
- Abuja
- Kano
6. Quelle est la monnaie utilisée en Afrique du Sud?
- Franc CFA
- Shilling
- Rand
7 - Dans quel pays se trouve le Kilimandjaro?
- Kenia
- Tanzanie
- Ouganda
8. Quel est le pays le plus peuplé d'Afrique
- Egypte
- Nigeria
- Afrique du Sud
Abraços.
OLINDA
Continua...
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*Femme Actuelle nº 2131, du 26 juillet au août 2025, pg 60
A tua cabeleira é já grisalha ou mesmo branca? Para mim é toda loira e circundada de estrelas. Sobre ela o tempo não poisou o inverno dos anos que se escoam maldosos insinuando rugas, fios brancos...
Ao teu corpo colou-se o vestido de seda, como segunda pele; entre os seios pequenos viceja perene um raminho de cravos...
Pétalas esguias emolduram-te os dedos... E revoadas de aves traçam ao teu redor volutas de primavera.
Júlio Maria dos Reis Pereira, ou Julio como artista plástico e Saúl Dias como poeta (1902 -1983), foi um pintor, ilustrador e poetaportuguês. Pertence à segunda geração de pintores modernistas portugueses e foi autor de uma obra multifacetada que se divide entre as artes plásticas e a escrita, tendo sido um dos mais importantes colaboradores da revista Presença. aqui
Era irmão de José Reis, o homem do "Cântico Negro", poema extraído da obra "Poemas de Deus e do Diabo".
Por intermédio de Reis, o cineasta Manoel de Oliveira interessou-se pela obra plástica de Júlio, produzindo um documentário intitulado "As Pinturas do meu irmão Júlio", lançado em 1965.
Boa quinta-feira, amigos.
Olinda
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Poema - Citador
Imagem - pixabay
Ver Saúl Dias aqui, no Xaile de Seda
Veja esta análise -PINTURA MOVENTE: AS PINTURAS DO MEU IRMÃO JÚLIO
Lembrando-me da Comemoração do Mês do Amor promovido pela amiga Rosélia, no Blogue AmorAzul, em que o primeiro tema era "Castelos", chamou-me a atenção a notícia de que ao Castelo de Neuschwanstein, na Baviera, que servira de modelo a Walt Disney, na Disneylândia, para o castelo da Bela Adormecida, tinha sido atribuído o galardão de Património Cultural Mundial, pela Unesco.
Castelo de Neuschwanstein
Aliás, essa honra coube a mais dois castelos da Baviera: o Linderhof, mais pequeno, mas o mais pessoal dos castelos reais; e o Herrenchiemsee, o projecto mais ambicioso do rei Luis II, sendo Versailles o modelo, com o intuito não de copiá-lo, mas de superá-lo.
Ludwig Otto Friedrich Wilhelm von Bayern, apelidado de "Rei de Conto de Fadas", subiu ao trono aos 18 anos, em 1864, e apesar da Baviera ser submetida pela Prússia e absorvida pelo Império Alemão, continuou sem se interessar pelos assuntos de Estado, concentrando-se em projectos artísticos e arquitectónicos.
Um outro motivo que me leva realmente a referir esse castelo é o facto de, numa mansão de luxo na região de Sintra (donde retirei o Palácio da Pena para o meu post de participação), existir uma réplica oficial do castelo da Disneyland Paris, projecto autorizado pelo próprio parque francês nos anos de 1980.
Réplica em Sintra
Consta que esta réplica se deve à vontade do proprietário, de então, de fazer um gentileza à filha, trazendo para a sua casa o icónico castelo.
Embora com um mês de atraso, penitencio-me com esta publicação mas, ao mesmo tempo, com um toque romântico como é óbvio, tendo em conta o mês em questão.
Um convite da Lura, de ascendência cabo-verdiana, com a colaboração de Angélique Kidjo, do Benim, no sentido de se ultrapassarem diferenças, contando mais as semelhanças adstritas a todo o ser humano. Qualquer que seja a latitude, pelo mundo afora, há que encarar o outro, olhá-lo nos olhos com alegria, sem reservas.
A aparência física é o que salta à vista, i.e., a cor da pele, se se é gordo, feio ou com algum defeito físico, muitas vezes detalhes que assumem uma importância tal obliterando tudo o resto.
Depois vêm as escolhas de foro íntimo, as religiões, as formas de pensar que não prejudicam a ninguém, circunstâncias que muitos levam em conta na hora de julgar e que conduzem a quezílias irreconciliáveis.
Sabemos bem que há desentendimentos que se avolumam e que se transformam em guerra e disso temos exemplos que nos têm assombrado. Guerras que vão destruindo pessoas, pelo poder das armas e também pela fome.
Notícias preocupantes chegam até nós: Nos últimos 21 meses de guerra, mais de 17 mil crianças foram mortas e 33 mil ficaram feridas em Gaza. E continua a chacina, crianças desnutridas num campo de morte. Elementos da comunicação social, ali, em manifestação para que o ódio termine, porque até eles vão morrer de fome se essa insanidade não tiver fim...
Ouvi nestes últimos dias, tendo como pano de fundo a imensidão do mar, algumas músicas e, de entre elas, a que está mais acima. Tomo a liberdade de fazer minha a mensagem destas duas grandes cantoras.
Abraços, meu amigos.
Olinda
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Tradução livre. Não sei se consegui transmitir a essência da mensagem.