quinta-feira, 1 de junho de 2023

Os meninos da pandemia

Todos nós vivemos os dias tormentosos da pandemia em que apenas os animais saíam à rua, conquistando-a definitivamente. Dias em que os passarinhos chilreavam nas cidades, livres do barulho que dantes reinava. Em contrapartida, os meninos em idade escolar foram confinados entre quatro paredes, tendo-lhes sido retirado o direito de correr, saltar e brincar em espaços abertos. Jardins e parques definhavam, privados dos seus risos e gritos de alegria de viver. Sem falar nas escolas e recreios que ficaram no mais triste abandono.

A acrescer a estes, temos os outros, cuja gestação terminaria nesse ano de 2020 e nos seguintes, enquanto durou a pandemia. Presos em casa, no ventre das suas mães, veriam a luz do dia em hospitais sobre-lotados, médicos e enfermeiros com aspecto de extraterrestres, e restrições sem fim. Os pais no maior stress, de máscara, durante três anos, a calcorrear centros de saúde e hospitais para o controlo pós-nascimento e sempre que surgisse algum problema com os pequenos infantes.

O que me preocupa, entre outras coisas, é a forma e a vontade de avaliar o que se passou pela cabeça destes meninos em idade pré-escolar e escolar. E também a visão do mundo destes bebés que passaram os seus primeiros tempos isolados. Assim, ocorre-me esta questão:

Em que medida o medo e a insegurança que pairavam no ar, e que tolhiam tudo e todos, os terão afectado em termos de comportamentos futuros?

Sendo a Pandemia um problema de saúde global, também é de toda a conveniência que este assunto seja encarado globalmente.

Por cá, façamos o que deve ser feito.





QUE TODAS AS CRIANÇAS TENHAM UMA 
VIDA FELIZ!

E tenhamos em conta, 
hoje e sempre, a




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Imagem: Pixabay

22 comentários:

  1. Profunda reflexion sobre un mal actual. Te mando un beso.

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    1. Bom dia, J.P. Alexander
      Muito obrigada pela sua presença e comentário.
      Um beijo
      Olinda

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  2. Emocionei-me ao ler esta bela homenagem que fazes às crianças, porque ao lê-la, lembrei as crianças das guerras, as crianças com fome, as crianças violentadas, as crianças que nem imaginam que há um dia dedicado a elas. No seu livro " Esteiros ", Soeiro Gomes fala-nos dos " filhos dos homens que nunca foram meninos" e como consequência, não foram capazes de proporcionar uma criancice feliz aos seus; tiveram que se tornar adultos cedo demais e com uma vida carregada de muito sofrimento. Infelizmente, em pleno século XXI ainda vemos, por todo o lado, crianças que são exploradas, trabalhando por um prato de comida, como se já fossem adultos; não sabem o que é brincar, não sabem o que é uma caminha macia e muito menos um beijinho de boa noite. Origada, querida Amiga, por teres lembrado destas crianças e, hoje, ao encher as nossas de miminhos, pensemos em todas as que sofrem e , principalmente, naquelas que acordam ao som dos misseis correndo assustadas para os abrigos agarradinhas ao seu " amiguinho de peluche " . Beijinhos, querida Olinda e aproveita o teu dia, mimando o pequenino que tens em casa
    Emilia

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    1. Bom dia, querida Emília

      Infelizmente há tanto por que lamentar na vida das Crianças. Tu bem o disseste, guerras, fomes, maus-tratos, violações, infâncias desvalidas.

      A juntar a isso tudo, situações de negligência que não chegam a constar das estatísticas, portanto, ficam para sempre debaixo do tapete. Mas o sofrimento é real e pode afectar negativamente as nossas crianças, dando lugar a adultos com muitos traumas, apenas visíveis a olhos de especialistas ou de quem se interessa por essa matéria.

      Muito obrigada pelo teu comentário, minha amiga. Sempre assertiva e pondo o dedo na ferida, como se costuma dizer.

      Miminhos à pequenina e que o seu Dia também seja inesquecível.

      Beijinhos
      Olinda

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  3. Uma excelente questão.
    Não sei se algum país está a avaliar o impacto da pandemia nas crianças, mas devia ser feita alguma coisa nesse sentido.
    Bom resto de semana, com muita saúde e bom tempo.
    Um abraço.

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    1. Também desconheço se a situação estará a merecer a atenção de quem de direito.
      Sendo um problema que abalou o mundo inteiro, penso que seria de
      levar em consideração tudo o que se viveu. Se nos adultos a pandemia deixou marcas psicológicas, em relação às crianças com mais razão ainda.
      Muito obrigada pelos seus votos. Desejo-lhe o mesmo.
      Um abraço
      Olinda

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  4. Em forma de homenagem bem merecida às crianças, fizeste uma maravilhosa e bem importante reflexão! Faz todo sentido nisso pensar...
    Lindo dia e parabéns às crianças! beijos, chica

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    1. Muito obrigada, Chica, pela presença e comentário.
      A forma mais agressiva da pandemia terá desaparecido, mas as
      consequências permanecem, tanto física como psicologicamente.
      Pensar nisso é preciso.
      Beijinhos
      Olinda

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  5. Olá, querida amiga Olinda!
    Um panorama da situação atual dos infantes que não serão os mesmos adultos que nós.
    Foram privados na sua primeira infância de muita coisa salutar pela Pandemia e, em três anos, muito se perdeu.
    Serão só tecnológicos?
    Um caos seria...
    Tomara que o afeto que tenham recebido presos em casa tenha sido suficiente para serem adultos se valor!
    Um belo post com alma e sua aura.
    Sua inquietação é nossa.
    Salve as crianças do mundo inteiro!
    Tenha um junho abençoado e aos seus, amiga!
    Beijinhos com carinho fraterno.
    P S. Beijinhos ao seu menininho lindo 🥰👶

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    1. Olá, querida Rosélia

      Tomara que o afecto recebido tenha sido suficiente para obviar
      outras necessidades. Lembremo-nos que até os próprios pais
      estavam em grande situação de fragilidade. Em teletrabalho,
      alguns colocados perante as dificuldades advindas da redução
      de salário e outros com perda do emprego.

      Mas hoje, além de lembrarmos essas e outras infelicidades, saudemos
      as Crianças do mundo inteiro! Elas são o nosso Futuro e, como tal,
      sejam abençoadas e felizes.

      Muito obrigada, minha amiga, pelos beijinhos ao meu pequenino.
      Também para a sua Menininha envio beijocas repenicadas. :)

      Beijinhos
      Olinda

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  6. Que bom seria que uma criança se sentisse sempre rodeada de carinho e amor. Infelizmente - Ucrânia por exemplo - o terror continua a assolar a existência de muitas delas.
    *
    Quinta feira de Paz e Amor.
    */*
    Ilusões e Poesia
    */*

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    1. Sem dúvida, Mariete. O ideal era que as Crianças vivessem felizes,
      num mundo sem guerras, sem terror, sem doenças, com tudo a
      que têm direito.
      Boa quinta-feira, igualmente.
      Beijo
      Olinda

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  7. Convém ler e reflectir!
    .
    Felizes das Crianças...
    .
    Beijo, e um excelente dia!

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    1. Obrigada, cara Cidália, pela presença e comentário.
      Beijinhos
      Olinda

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  8. Penso que afectou mais os adultos do que as crianças a não ser aquelas que estavam no início do 1° ciclo e aprenderam a ler e a escrever de forma pouco consistente.

    Abraço

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    1. Os adultos viviam numa grande pressão. Referi acima algumas das dificuldades que tinham de enfrentar. Além do medo da doença, o teletrabalho ou falta de trabalho, gerir o ambiente com crianças que queriam brincar e com as exigências próprias da idade, não era fácil.

      Diria que em relação aos adultos notou-se de imediato esse efeito pernicioso da pandemia. Quanto às às crianças será num tempo longo que ele, eventualmente, se manifestará.

      Abraço
      Olinda

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  9. Uma belísssima homenagem para as crianças que merecem todo nosso respeito, querida Olinda.
    Deixo um carinhoso beijinho para tí.
    Verena.

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    1. Olá, Verena
      Respeitar a Criança, a sua maneira de ser, ter consciência de que é um ser completo com Direitos, será um passo enorme no nosso crescimento como seres humanos.
      Beijinhos
      Olinda

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  10. A minha Margarida, nasceu poucos meses antes da chegada da pandemia. Foi criada entre a casa dos pais e a minha que tomava conta dela diariamente. Quando abriram os parques, a primeira vez que a levei, quando outras crianças vinham junto dela, ela fugia a agarrar-se a mim.
    Abraço e saúde

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    1. Por essa reacção se vê o que é viver confinado, estando a criança habituada às mesma pessoas, sem contacto com o exterior.
      Pelo seu testemunho, vejo que valeu a pena ter abordado este
      assunto.
      Obrigada, Elvira.
      Abraço e saúde

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  11. Olá Olinda . Uma reflexão que merece certamente atenção . Todos fomos afetados , mas em se tratando de crianças , creio que vc abordou muito bem o assunto abordando reações que poderão surgir a longo prazo. Uma homenagem voltada à reflexao do futuro de nossas crianças . Abraços .

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    1. Olá, Edite
      Bom dia

      Grata pelo seu olhar ao assunto proposto.
      Penso que os adultos conseguem, normalmente, ultrapassar certos aspectos dos problemas que surgem. Já as crianças são florzinhas cuja personalidade está em formação e tudo o que apareça de negativo poderá afectar-lhes o desenvolvimento psico-somático.

      Abraço
      Olinda

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