quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Crioulo Cabo-verdiano - Língua Cabo-verdiana




Muito se tem escrito e inúmeras têm sido as tentativas de se inscrever o Crioulo Cabo-verdiano como Língua de pleno direito, com as suas próprias regras e sistematização de escrita. 

Tenho bem presente a obra, O Dialecto Crioulo de Cabo Verde, de Baltasar Lopes da Silva,  os textos em crioulo de Sérgio Frusoni, as mornas escritas em crioulo da Brava de Eugénio Tavares, todos tentando encontrar uma forma de transmitir a língua materna cabo-verdiana através da leitura e da escrita. Aliás é um esforço que já vem do século XIX. A dificuldade maior reside em unificar o que é diferente e variado, desde o inicio, tendo em conta as raízes que deram origem a esta forma de comunicar nas ilhas de Cabo Verde.

Essas raízes terão tido a sua génese nos escravos levados directamente da costa ocidental africana para as ilhas do Fogo, Santiago, São Nicolau e Santo Antão, nos reinóis, no dizer de Baltazar Lopes da Silva, e em outras influências, sendo depois levadas de ilha em ilha, sofrendo alterações com o decurso do tempo. O facto é que temos esta forma específica de comunicar, diferente em cada ilha, mas com a particularidade de ser o primeiro Crioulo cujos falantes pretendem elevá-lo a Língua Nacional. 

Um grupo de linguistas cabo-verdianos, contando entre eles Manuel Veiga e Dulce Almada Duarte, com o seu trabalho dedicado chega ao ALUPEC, Alfabeto Unificado para a Escrita do Cabo-Verdiano, baseado no alfabeto latino e aprovado pelo Governo, através do Decreto-Lei nº 8/2009, de 16 de Março. Mas este Alfabeto vem tão-só estipular as letras que devem ser usadas para representar cada som e, assim, é composto de 23 letras e quatro dígrafos. A responsabilidade de se desenvolver uma grafia que seja adoptada posteriormente por todos, ainda carece de concretização. 

Com efeito, o Crioulo continua num limbo donde estudiosos têm tentado retirá-lo, esforçadamente, estudando-o e analisando-o. Nesta senda, têm aparecido gramáticas e outras tentativas, mas parcialmente, o mesmo é dizer abordagens por "variantes", portanto, sectoriais. De referir uma gramática que apareceu, não há muito tempo, sobre o crioulo de Santiago, elaborada por Jürgen Lang e outros, bem como traduções levadas a cabo, nomeadamente por José Luiz Tavares, já com a aplicação do ALUPEC.  

Também há notícia de cerca de 200 personalidades cabo-verdianas haverem lançado em 2022, com Karina Moreira - jornalista e linguista - uma petição no sentido de o Crioulo ser padronizado conferindo-lhe o estatuto a que tem direito. Não há dúvida que, no estado em que as coisas se encontram, não será possivel uniformizá-lo a não ser por decisão política e estudos aprofundados por especialistas na matéria.

É neste contexto que surgem as Propostas de Manuel R. Melo Santos, com dois trabalhos que eu diria colossais, Ensino do Kriol de Soncente, com a respectiva Gramátika, fruto de estudo, observação e muita vontade de fazer algo de útil e concreto pela "variante" Crioulo de São Vicente. E com efeitos práticos, porquanto esta abordagem destina-se a Estrangeiros que sentiram a necessidade de aprender o Kriol, de modo a poderem compreender os naturais e a movimentarem-se no meio. Diria que é um Ensino que nasce a pedido. Nada mais aliciante. E como tal tem pernas para andar porque é posto em prática diariamente pelos falantes de outras línguas.

Tive o prazer de percorrer unidade a unidade, letra a letra, a Gramátika proposta. E fiquei emocionada. Eu, filha das ilhas, encontro em cada linha a expressão do que dantes dizia verbalmente sem qualquer sistematização e sem o integrar num processo lógico interno. Cada coisa com o seu nome, dentro das respectivas regras. Cada passagem dando passagem à passagem seguinte, com o conjunto de regras que definem uma gramática como tal: fonética, morfologia, sintaxe...enfim trabalho moroso com 50 Unidades, mas apresentado pelo autor com um cariz tal que facilita a sua assimilação.

Mercê dessa sistematização surge-nos a Proposta de Ensino do Kriol a Estrangeiros. Seguindo estritamente o alfabeto preconizado pelo ALUPEC, o autor, Manuel R. Melo Santos, conduz-nos por 35 lições, com frases, expressões, traduções, retroversões, exercícios, num discurso inclusivo e facilitado pelo cuidado que põe nas explicações dadas na própria língua do instruendo, ou seja, em português, francês ou inglês. 

Que este belo trabalho tenha aceitação e seja oficializado pelo menos no que diz respeito ao ensino do Kriol de São Vicente. Que sirva de inspiração  às altas esferas políticas e linguísticas no sentido de se caminhar para a uniformização do crioulo de modo a que possa ser declarado, de facto e de jure, como Língua Oficial Cabo-Verdiana. 

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Este é o Prefácio que tive o prazer de escrever para as Propostas de Ensino do Crioulo de São Vicente, da autoria de Manuel R. Melo Santos. Publico-o pretendendo que seja uma pequena achega na divulgação do seu trabalho.

Abraços
Olinda 


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ALUPEC - aqui
Decreto-Lei nº 8/2009, de 16/03 - aqui
Decreto-Lei nº 67/98, de 31/12 - aqui

Imagem - Ilhas de Cabo Verde : Net

46 comentários:

  1. Não acredito que o CRIOLO alguma vez venha a ser língua oficial de qualquer País. Mas se acontecer será de inteira justiça.
    .
    Cumprimentos cordiais e poéticos
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

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    1. Parece ser essa a opinião de muita gente. Mas o que é o Crioulo afinal? Sem aprofundar muito, será o resultado de uma aculturação. Se com o tempo toma características de lingua-materna, então tudo é possível em termos linguísticos.
      Obrigada, Ryk@rdo.
      Abraço

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  2. Querida amiga Olinda, bom dia de toda paz!
    Excelente prefácio, muito bem redigido e contendo uma boa introdução ao trabalho do autor Manuel Santos.
    Com sua peculiar sutileza e profundidade, amiga, referenciou muito bem com riqueza nos detalhes.
    Parabéns aos dois amigos!
    Beijinhos com carinho de gratidão e estima

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    1. Querida Rosélia
      Grata pelo seu generoso comentario. Este é apenas mais um modesto passo num tema complexo em que muitos entendidos têm soçobrado, quase. Contudo, é um rasto que vão deixando como legado para os vindouros.
      Beiijinhos
      Olinda

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  3. Olá Olinda!

    Interessante seu artigo.
    Tenha uma semana repleta de luz
    Abraços Loiva

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    1. Muito obrigada, Loiva.
      Desejo-lhe um bom fim de semana.
      Abraço
      Olinda

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  4. Boa tarde Olinda,
    Mais uma vez vim aqui beber na fonte algo que desconhecia. A Uniformização do Crioulo.
    O seu prefácio é brilhante e muito acrescenta à compreensão da Obra de Manuel R. Melo Santos.
    Que seja a continuação de um processo tão importante como é a uniformização do Crioulo.
    Um beijinho e bom mês de novembro.
    Ailime

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    1. Querida Ailime
      Em termos oficiais foi aprovado um Abecedário.
      Falta agora uma decisão importante que é definir como
      se escreve o Crioulo, deixando de ser uma atitude voluntariosa,
      ou seja, cada qual a fazê-lo como melhor lhe apraz.
      Grata pela sua participação.
      Beijo
      Olinda

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  5. Respostas
    1. Muito obrigada pela sua presença, Cidália.
      Beijo
      Olinda

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  6. Gostei muito desse prefácio, querida, pois você nele colocou o sentir. Infelizmente, creio ser difícil conseguir o intento, já que necessita de grande empenho por parte dos que se voltam para a cultura.
    Muitíssimo obrigada por suas palavras quanto à cirurgia de minha irmã. Um período de muita ansiedade para nós. Grande braço.

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    1. Querida Marilene
      É uma grande verdade. Enquanto não houver o empenho
      real de quem de direito, continuaremos no limbo habitual.

      As cirurgias trazem sempre muita ansiedade. Daqui envio
      um abraço apertado com votos de boa recuperação.

      Beijinhos
      Olinda

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  7. Muito interessante amiga Olinda. Não conheço o Crioulo e penso que dada a diversidade das ilhas deve ser difícil uniformizá-lo mas isso não deve ser obstáculo.
    Abraço e saúde

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    1. Tem razão, Elvira. A diversidade tem sido um óbice na adopção de regras que abranjam todas as variantes.
      Abraço
      Olinda

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  8. Bravo, minha amiga! Excelente. E que interessante deve ser a obra...registo. Por momentos senti-me, jovem, a ouvir Manuel Ferreira na cave da velhinha Faculdade de Letras. Bj

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    1. Querida Ana
      Manuel Ferreira é, realmente, o pioneiro maior na promoção das Literaturas Africanas de Língua Portuguesa. Nao só com a criação da Disciplina na Faculdade de Letras como também através das suas obras, nomeadamente, "No Reino do Caliban", uma Antologia onde reúne a Poesia dos País Africanos de Expressão Portuguesa.
      Grata pelo seu contributo minha amiga.
      Beijinhos
      Olinda

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  9. Que bela participação e empenho Olinda. Sendo uma Cabo verdiana imagino sua emoção e sentimento diante de uma árdua tarefa, mas que não pode desanimar. Conheço muito pouco amiga e aguçou uma curiosidade em pesquisar.
    Abraços e tudo de bom amiga.

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    1. Olá, Toninho
      Tarefa árdua, bem o diz. Mas vejo-me mais como utilizadora das regras quando forem definidas. O meu contributo é pequeníssimo. No caso deste "Prefácio" acedi ao convite do Manuel que teve o grande trabalho de pôr no papel o que anda na boca de toda a gente :)
      Muito obrigada pelo seu belo comentário, meu amigo.
      Abraço
      Olinda

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  10. Olinda! Não o entendo minimamente e creio que Cabo Verde ficará, do ponto de vista literário, beneficiado se o crioulo for instituído como segunda língua oficial do teu país.
    Até porque terá que ser aprendido por muitos, visto não ser comum aos habitantes do arquipélago...
    Desejo que se cumpra o que muito ambicionas. Abraço grande.
    ~~~~

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    1. Olá, Majo
      A aprendizagem será no acto da leitura e na escrita. Regra geral percebemo-nos todos uns aos outros, oralmente. Reconheço que existem palavras diferentes na "variante" de cada ilha, uma espécie de "regionalismos", o que se verifica efectivamente em outros idiomas, como no Português, por exemplo.
      Não sei se a ideia é instituir o Crioulo como segunda língua oficial. Por mim, gostaria de continuar a ver o Português com o seu estatuto de língua oficial. Talvez colocá-los no mesmo patamar...
      Abraço
      Olinda

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    2. Colocá-las o mesmo nível é uma ótima ideia.
      Recordo o delicioso português vernáculo dos escritores cabo-verdianos de antigamente e sabemos que uma tradução é diferente do original.
      Dias de Novembro agradáveis. Abraço
      ~~~~~~~~~~

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  11. O seu prefácio é elucidativo. Organizar uma língua é uma odisseia.
    Mas Cabo Verde merece-a.
    Continuação de boa semana, amiga Olinda.
    Um beijo.

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    1. Bem o diz, Jaime. Uma odisseia de muitos anos. São muitos os obstáculos linguísticos a vencer.
      Beijo

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  12. Olá Olinda, achei o texto muito interessante e elucidativo,
    e proponho-me fazer mais algumas pesquisas sobre o Crioulo de Cabo Verde, no qual se baseiam muitas das lindas mornas
    beijinho grande

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    1. Olá, Ângela
      Normalmente as mornas são em crioulo. Mas existem algumas em Português, Por exemplo, lembro-me de "Ó Mar Eterno", "Ó Camponesa Formosa", vocativos de Eugénio Tavares :). Mas as suas mornas são quase na sua maioria em crioulo da ilha da Brava.
      Também há outros autores com letras de outras ilhas e músicas maravilhosas.
      Muito obrigada pelo seu interesse.
      Beijinhos
      Olinda

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    2. Já vi que fez um post sobre Eugénio Tavares.
      Beijo

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  13. Bah, e que prefácio, querida Olinda! Fantástico!
    Pois é, querida amiga, aqui a gente fica sabendo mais e aprimorando nossos conhecimentos, porém, fiquei com muita curiosidade em escutar o 'crioulo'. Darei uma pesquisada...mas sei que há uma ligação com o português do Brasil, também. Vou pesquisar, amiga. Fiquei muito interessada. Gratíssima por essa bela partilha!
    Uma feliz semana,
    deixo um beijinho!

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    1. Querida Taís
      Dando uma pesquisada, encontrará várias mornas com intérpretes belíssimos. Gosto muito de Ildo Lobo e de tantos outros. Na composição B.Léza é referido constantemente como um dos melhores compositores. Há muitos mais. Sem esquecer os contemporâneos.
      Tem razão, há uma certa afinidade dos cabo-verdianos em relação ao Brasil. Não nos esqueçamos de Manuel Bandeira que inspirou os "Claridosos", no conceito da evasão, "Vou-me embora para Pasárgada"... E Jorge Barbosa demonstrou-o fazendo um poema em que perfilha essa irmandade.:)
      Também na música sempre existiu aquele carinho, aquela tendência no "choradinho" do violão, de se ouvir as canções brasileiras até as sabermos de cor e salteado :)
      Beijinhos
      Olinda

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    2. O título do poema de Jorge Barbosa é:
      "Você: Brasil".
      Beijo

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    3. 🌻🌺🌹🌼🙏 Obrigada, minha querida Olinda! 🥰bjim

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  14. Olá, vim retribuir a sua visita ao meu blog e vou ficar a seguir também o seu.
    Beijinhos

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    1. Olá. Seja bem-vinda.
      É um prazer recebê-la no "Xaile de Seda". Venha sempre.
      Beijinhos
      Olinda

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  15. Me pareció un prologo interesante. Te mando un beso.

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    1. Muito obrigada, J. P. Alexander.
      Bom fim de semana.
      Beijo
      Olinda

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  16. um prefácio de mão cheia , que abre o gosto e o desejo de conhecer a obra

    felicito-a minha amiga, por dar.nos a conhecer os "dramas" do criolo para se afirmar como Língua

    não sendo eu "especelista" fico muito feliz por nos dar a conhecer, com grande sabedoria traços brilhantes dessa evolução

    abraço amiga Olinda Melo

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    1. Olá, Manuel Veiga
      Muita generosidade nas suas belas palavras, que agradeço.
      Na realidade, tem sido uma caminhada em que muitos especialistas têm dado o seu contributo, talvez sem os resultados desejados, até agora.
      O trabalho do meu irmão incide especificamente sobre o crioulo "variante" de São Vicente. Sobre o crioulo a nível global, que abranja todas as ilhas, o trabalho será outro, de grande fôlego. Espero que o ALUPEC seja aproveitado ainda em vida de todos os linguistas que lhe deram vida.
      Abraço, meu amigo.

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  17. O crioulo já existe como língua na oralidade.

    Abraço

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    1. Sim, existe como língua-materna é facto.
      Abraço
      Olinda

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  18. Gostei do Prefácio.

    Acabei de ler recentemente, oferta de uma querida amiga cabo-verdiana, " Chiquinho" , de Baltazar Lopes da Silva, que muito me agradou.

    Querida Olinda, abraço com voto de bom fim de semana

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    1. Querida São
      Baltazar Lopes da Silva, um dos "Claridosos" que refiro acima, na resposta a Taís. Ele é um dos que tentaram (e conseguiram) inverter a tendência da Literatura Cabo-verdiana, constituindo um marco nesse sentido. Centrados nas ilhas, na seca, na chuva que não vem, no "terra-longismo", como dizem alguns.
      Em "Chiquinho", Baltazar traça as características da vida no arquipélago na primeira metade no Sec. XX. Na poesia adopta o pseudónimo de Osvaldo Alcântara. No poema "Ressaca", ele confessa-se na "linha de todas as batalhas".
      Muito obrigada pela sua presença, minha amiga.
      Beijinhos
      Olinda

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  19. Perfeito, este Prefácio, para um trabalho de gigantes. Haja força e vontade (também política) para se concretizar tão grande Obra.
    Adorei a forma e o modo de notar, Olinda.
    Parabéns.



    Beijo
    SOL da Esteva

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    1. Uma pequena gota desse oceano proceloso que é a uniformização do Crioulo Cabo-verdiano, meu caro amigo Sol da Esteva. Tentativa de ensinar a estrangeiros, interessados em conhecer e entender a língua materna falada em todo o lado. Devo dizer que é uma situação já posta em prática e que o intento do autor deste trabalho está em que seja oficializado, no que diz respeito ao crioulo falado em S.Vicente.
      Muito obrigada pelo seu belo comentário.
      Beijo
      Olinda

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  20. Olá, amiga Olinda,
    agradeço essa sua aula sobre essa língua de Cabo Verde,
    que até agora desconhecia.
    De Cabo Verde, conheci um pouco o ótimo poeta Jorge Barbosa.
    Obrigado pela ótima partilha. Parabéns pelo seu prefácio, minha amiga!
    Um ótimo domingo com muita paz.
    Beijo

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  21. Caro Pedro
    Grata pela sua presença e comentário.
    Como referi na resposta a Taís, os poetas da geração
    de Jorge Barbosa, ele incluído, nutriram uma grande
    admiração pela Literatura Brasileira. Baltazar Lopes da
    Silva disse um dia, em jovem, que tinham um problema
    no sentido do caminho a percorrer para transmitirem as
    ideias. E encontraram essa inspiraçao nos autores brasileiros.
    E deixaram um marco na Literatura Cabo-verdiana.
    Bom domingo, meu amigo.
    Beijo
    Olinda

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  22. Chego tarde para o debate sobre o Crioulo? É terceira vez que leio o seu Prefácio. Por razões alheias à minha vontade, não consegui escrever o comentário. Às vezes, acontece. Me permiti, levar o seu texto para os colegas do Departamento de Vernáculas, os estudiosos dos diversos falares da língua portuguesa, incluindo o Crioulo. Também era do Departamento, mas da área de literatura. Aposentei-me. (Não preciso dizer quanto apreciei saber quanto especialista também tu és. O Prefácio é um primor pela defesa intransigente do falar Crioulo e pela justeza dos seus pensamentos e, porque não dizer, pela beleza do texto do ponto de vista da linguagem, da estética. Cresce a minha admiração pela cabo-verdiana, risos.
    Uma boa semana,
    Abraços,

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    1. Sempre a tempo, meu amigo. :) E com palavras que me emocionaram, pelo interesse demonstrado pelo tema e pelas linhas deste Prefácio. O facto de o ter levado aos seus colegas do Departamento de Vernáculas pôs-me uma grande responsabilidade sobre os ombros. Mas uma responsabilidade gostosa, diria. É sempre bom verificar que os assuntos que publicamos merecem o apreço de leitores ilustres como o meu amigo. Também deste lado, cresce a admiração pelo Professor!
      Grande abraço.
      Olinda

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