terça-feira, 28 de novembro de 2017

Esta refrega




JOSEPH CONRAD


Esta refrega, igual à dos marinheiros contra a tempestade
Que avança para sotavento - enquanto eles, unidos
Nesse caos, se voltam, cada um no seu nocturno
Beliche para sonharem outra vez com o caos, ou com a casa -
O poeta, ele próprio, que luta com a forma
Do seu tortuoso trabalho, sabe, e tendo intencionalmente
Pago com a mesma moeda a fadiga do mar, convidou
Os guindastes da alma que trabalham no seu quarto.
O fermento de marinheiro no seu sangue
- Embora o indolente coração escute a azáfama do ferro
E a canção dos barcos que navegam para Este -
Ajuda-o a vencer ou a ser vencido.
Adormecido, ele luta toda a noite com uma vela!
Mas continua a sonhar palavras para além da vida dos barcos.

Malcolm Lowry
(1909-1957)


Para o título deste post fui buscar "Esta refrega" ao primeiro verso deste poema. Quanto ao seu título, propriamente dito, penso que é "JOSEPH CONRAD" pois este nome aparece a encabeçá-lo. Fui ver quem seria.

Joseph Conrad é um escritor britânico e muitas das suas obras se centram em marinheiros e no mar. Mas qual a relação entre ele e Malcolm Lowry? Encontrei uma tese de doutoramento que analisa obras suas: JOSEPH CONRAD E MALCOLM LOWRY: "LA MUSIQUE SOMBRE DU CHAOS", HEART OF DARKNESS (1902), NOSTROMO (1904) ET UNDER THE VOLCANO (1947).

Se tiver interesse em saber em que consiste, leia-a aqui.


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Poema retirado do Poemário 2012, Assírio & Alvim
Imagem: Pixabay

3 comentários:

  1. Gostei. Desconhecia este autor.
    Abraço

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  2. Gostei do poema e da foto, muito bem "casados"...
    Não conhecia este autor, obrigado pela partilha.
    Bom fim de semana, amiga Olinda.
    Um abraço.

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  3. escrever com o corpo todo dói para caraças! ...

    gostei de ver citados aqui estes dois grandes da Literatura!

    abraço

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