À variedade do mundo
Este
nasce, outro morre, acolá soa
Um ribeiro que corre, aqui suave,
Um rouxinol se queixa brando e grave,
Um leão c'o rugido o monte atroa.
Aqui corre uma fera, acolá voa
C'o grãozinho na boca ao ninho üa ave,
Um demba o edifício, outro ergue a trave,
Um caça, outro pesca, outro enferoa.
Um nas armas se alista, outro as pendura
An soberbo Ministro aquele adora,
Outro segue do Paço a sombra amada,
Este muda de amor, aquele atura.
Do bem, de que um se alegra, o outro chora...
Oh mundo, oh sombra, oh zombaria, oh nada!
Um ribeiro que corre, aqui suave,
Um rouxinol se queixa brando e grave,
Um leão c'o rugido o monte atroa.
Aqui corre uma fera, acolá voa
C'o grãozinho na boca ao ninho üa ave,
Um demba o edifício, outro ergue a trave,
Um caça, outro pesca, outro enferoa.
Um nas armas se alista, outro as pendura
An soberbo Ministro aquele adora,
Outro segue do Paço a sombra amada,
Este muda de amor, aquele atura.
Do bem, de que um se alegra, o outro chora...
Oh mundo, oh sombra, oh zombaria, oh nada!
(1610-1663)
Poeta, magistrado. Alguns dos seus poemas foram reunidos na Fénix Renascida.
A maior parte da sua obra, em verso e em prosa, nunca veio a lume.
====
Poema: in Projecto Vercial
Imagem: Pixabay
Sábios homens do Barroco! O ser e o parecer...
ResponderEliminarSábia a tua escolha.
Beijo amigo
Tudo se move até o vento
ResponderEliminarsábios os homens que não se levam a sério.
ResponderEliminarnem se inflamam com os ventos.
abraço
A variedade do mundo deste escritor barroco não é nada diferente da de agora... "Oh mundo, oh sombra, oh zombaria, oh nada!"
ResponderEliminarUma boa semana.
Um beijo.