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sábado, 23 de agosto de 2025

Depus a máscara


Comemoração dos 16 anos do 

blog Espiritual-Idade

da amiga Rosélia Bezerra




Tema proposto:
Máscaras Sociais



***


Depus a máscara e vi-me ao espelho. —
Era a criança de há quantos anos.
Não tinha mudado nada...
É essa a vantagem de saber tirar a máscara.
É-se sempre a criança,
O passado que foi
A criança.
Depus a máscara, e tornei a pô-la.
Assim é melhor,
Assim sem a máscara.
E volto à personalidade como a 
um terminus de linha.

Álvaro de Campos, 
in "Poemas"

 
***



A infância tempo de ingenuidade
de inocência e de amor
As falsidades não têm espaço
tudo é translúcido na sua
forma de ser e de proceder

Depois crescemos e vemos
o mundo a transformar-se
primeiro com olhos espantados
a seguir tentando compreender

Na voragem dos dias assimilando
o que a sociedade nos transmite
mas tendo sempre em conta
os valores dos nossos pais

O mundo dá voltas e mais voltas
E analisamos aquilo que nos chega
O que nos faz bem e o mal
que nos poderá atingir

Com estranheza vemos a hipocrisia
que grassa e assim aos poucos
com a consciência atenta tal como
 o Poeta dizemos:

DEPUS A MÁSCARA !


Olinda



PITTY
MÁSCARA

 

OS MEUS PARABÉNS, QUERIDA ROSÉLIA

VIDA LONGA AO 

ESPIRITUAL-IDADE


***



Selo de participação
ofertado pela Rosélia

(Fui buscá-lo à Chica pois não consegui copiá-lo
do original)


===

NOTA:

Meus amigos,

Desculpem o atraso na moderação dos comentários.

Estive fora, mais a Sul.

Abraços

Olinda

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Poema de Álvaro de Campos, in Citador - já publicado no Xaile de Seda, aqui

Imagem: Máscara: Blog da Rosélia

sábado, 19 de agosto de 2023

"XIV Interação Fraterna - Meu Lado Espiritual Pós Pandemia"



Proposta de Rosélia Bezerra em Comemoração do seu blog 

ESPIRITUAL-IDADE 

que perfaz agora 14 anos.


   Tema que faz sentido. Importante parar e fazer uma viagem introspectiva, recordar um pouco do que se passou durante a Pandemia e ter consciência do que se passa dentro de nós. Todos os momentos aflitivos que nos envolveram, a crença de que a nossa espécie estaria em vias de extinção, apesar de outras pandemias já terem acontecido, tudo nos fez sentir-nos pequeninos e sem capacidade de ultrapassar a situação. Contudo, no meio desse terror vimos pessoas a ajudar, sacrificando-se a si e à privação da família o que nos trouxe a certeza de que no ser humano existe esse belo sentimento que é a solidariedade. Muitos foram atacados pela doença, muitos perderam entes queridos.

   Tivemos logo a seguir e eclosão da guerra na Ucrânia que muita dor trouxe aos naturais e continua a massacrá-los. Nessa altura tivemos a oportunidade de constatar que o apoio às pessoas que fugiam também se fez sentir. Dias terríveis de êxodo de milhares, com crianças e pessoas idosas arrancadas do seu torrão natal. Mas também continuam a lavrar conflitos em outros lugares seja da Africa, da Ásia situação que já tive ocasião de assinalar.

   Todos os dias sentimos essa espiritualidade que nos envolve nas situações difíceis. É certo que no quotidiano notamos egoísmos e falta de atenção para com aqueles que têm menor sorte na vida. Por vezes temos a sensação de que não evoluímos como deveríamos...

   Insiro abaixo um poema de Gastão Cruz, intitulado "O teatro das cidades", mas diria que também envolve os campos e todo o espaço que ocupemos neste nosso planeta:

Qualquer tempo é um tempo duvidoso
assim o meu cercado de cidades
plataformas instáveis
praticáveis cobertos de infinita gente náufraga
que se inclina nas águas como um palco

Paro na convergência dos estrados
chove já sobre a raça ameaçada
Incertas multidões em volta passam
contemporâneas falam interpretam
a duvidosa língua das imagens

Assim no teatro abstracto das cidades
morrem palavras sobre um palco náufrago
O tempo cobre o céu que se enche de água






Parabéns querida Rosélia. 
Continue na senda de bem-fazer, oferecendo-nos palavras boas, excelentes reflexões para nos tirar desse marasmo que nos ataca com frequência. 



Abraços a todos.

Olinda









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Poema: daqui
imagens: pixabay

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

"X Interação Fraterna de Natal - Tema: Minha Noite de Natal"

Festejar o Natal com familiares e amigos é muito bom. Mormente com amigos que ganhamos porque são generosos e desejam dar as mãos e comemorar a vida e o prazer de estarmos juntos. Assim, não interessa se estamos aqui ou no outro lado do Atlântico. Hoje em dia as distâncias são curtas e depressa chegamos uns aos outros, com palavras de amizade e de estímulo.



Assim fez a Amiga Rosélia trazendo-me o convite para participar na "X Interação Fraterna de Natal - Tema: Minha Noite de Natal", o que muito me sensibilizou e, claro, aceitei-o reconhecida.

Na minha Noite de Natal estarei acompanhada por familiares, ainda não sei bem se será cá em casa ou se na de outro familiar, mas o importante é estarmos todos juntos e em harmonia.

Fiz em tempos um post sobre a Consoada - Natal à Portuguesa e, essencialmente, em termos de iguarias, a minha Noite de Natal não diferirá muito do que escrevi nessa altura. Este ano a pedido dos vários comensais que, para minha alegria, integram a minha mesa, vou fazer bacalhau de alguidar. É um prato que se pode pesquisar na net. Fatalmente aparecerão as tais fatias douradas ou rabanadas e o arroz doce aldrabado, como refiro na publicação. 

E mais uns docinhos, miminhos de Natal, frutos secos, alguns presentes debaixo da árvore de Natal e uma pequena imagem de José, Maria e o Menino, que comprei há dias na Feira de Natal do Rossio, em Lisboa, relembrando um pouco o tempo em que o Presépio era o centro da casa.





Ali visitei algumas das tendas da Feira e achei engraçada a do Pai Natal, com uma janelinha amorosa, cuja foto vos deixo aqui. Lá dentro havia de tudo quanto é bonecos alusivos à quadra festiva, postais, saquinhos, meias, enfim uma parafernália imensa, aquelas inutilidades que, no entanto, nos fazem sentir imbuídos do espírito natalício.

Tempo ainda para registar a visão de Vinicius de Moraes, sobre o que, para ele, seria o Natal:

POEMA DE NATAL


Para isso fomos feitos:

Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.

Assim será nossa vida:

Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.

Não há muito o que dizer:

Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.

Pois para isso fomos feitos:

Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos…
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.



Aproveito esta oportunidade para, desde já, desejar a todos: 


UM NATAL MUITO FELIZ


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A primeira imagem:
Selo enviado pela Rosélia