segunda-feira, 28 de maio de 2018

Maternidade - inseguranças dos primeiros tempos; depressão pós-parto

Há quem diga com um sorriso  algo divertido: as crianças não vêm com livro de instruções. Nada mais verdadeiro, pois não poucas vezes nós, pais, somos confrontados com situações difíceis que têm de ser resolvidas no momento sem que saibamos ao certo que caminho seguir. No caso dos recém-nascidos, esses, têm exigências a que nem todas as puérperas sabem responder e mesmo fazendo uma ideia, na prática é mais difícil.

A fralda parece ter mais pontas do que as necessárias, os pezinhos multiplicam-se, é o bebé que não pega no peito, mas também não aceita o biberon. Chora, não dorme. Recorre-se ao pediatra que não lhe encontra doença, felizmente. Ouvem-se os conselhos com olhos esgazeados de cansaço, de noites mal dormidas.

Desde sempre foram pedidos ou exigidos sacrifícios à mulher na sua qualidade de mãe esquecendo-se muitas vezes que cada mulher é um caso, com as idiossincrasias próprias de cada ser. Inseguranças que se manifestam nesses momentos de maior fragilidade fazem com que cada uma reaja de forma particular aos estímulos.


  

Só quem já teve um filho é que sabe como são difíceis os primeiros tempos em casa com um bebé. Por maior que seja a felicidade de finalmente termos o nosso filho nos braços, nada é como nos filmes.

Passagem extraída de um artigo muito interessante intitulado, Os 7 mitos da maternidade, da revista Pais, deste mês, em que algumas mulheres relatam as suas dificuldades e experiências dos primeiros tempos, lutando com a novidade, a noção de responsabilidade pela vida de um pequeno ser, as noites sem dormir, o choro por vezes incessante e o amor que nem sempre é automático, como afirma uma das entrevistadas. E lê-se a dado passo: é preciso que as mulheres saibam isso. 

E estou de acordo, pois muitas mulheres nem mencionam, normalmente, essas dificuldades com receio de serem mal interpretadas. Tornou-se um quase tabu.

O artigo não fala de um mal que ataca algumas mulheres. Trata-se de algo muito grave, de foro patológico, e que não caberia no espírito do tema abordado na revista:

é a depressão pós-parto, uma doença de que nem todos se apercebem e a sociedade não dá a devida importância. Um sofrimento atroz para a mulher e que poderá ter consequências muito graves. Para o bem das mulheres acometidas dessa depressão necessário se torna conhecer os sintomas e não esquecê-la. E, também, para o bem dos bebés.





A depressão pós-parto (DPP) é um quadro clínico que pode surgir nas mulheres na fase puerperal, normalmente nas quatro semanas após o parto e se caracteriza pela presença de um conjunto de sintomas que prejudicam a relação mãe-bebé. Atinge entre 10 a 20 % das mulheres quando iniciam a relação com os seus filhos recém-nascidos, podendo começar na primeira semana após o parto e durar até 2 anos e apresentam choro, irritabilidade, cansaço e abatimento.  Leia mais aqui
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Nota: Este é o post que se me extraviou com o problema no computador, conforme referi há dois posts através. Reescrevi-o dentro do possível.  

Imagens: daqui

8 comentários:

  1. Parabéns por abordar um tema que se prefere ignorar!

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  2. Sim, ter filhos não é como nos filmes, minha Amiga Olinda. Os filhos dão trabalho, preocupações e exigem muitos cuidados que só o amor reconhece.
    A depressão pós-parto é uma doença muito séria, que nem sempre as mães admitem ter... Conheço casos.
    Este seu texto é mesmo para me deixar a pensar em tudo isto e recuar ao tempo em que fui mãe…
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  3. Boa tarde, querida Olinda!
    Minha filha teve este tipo de depressão e tudo passou; no segundo filho, não teve...
    Seja muito feliz e abençoada junto aos seus amados!
    Bjm fraterno de paz e bem

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  4. https://espiritual-marazul.blogspot.com/
    Por se desejar apreciar minha postagm. Obrigada e bjm

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  5. A celebração da Maternidade, (e seus mitos) constitui, porventura, o mais belo e comovente tema de expressão artística, desde a pré-história da arte, até aos nossos dias.

    talvez seja essa a forma com que o género masculino procura "compensar" e "sublimar" a "rudeza" da masculinidade...

    gostei muito do texto, Olinda

    abraço

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  6. Querida Olinda, um texto interessantíssimo que nos leva ao tempo em que fomos mães pela primeira vez e, como foi dificil o meu primeiro filho, amiga. Tive a felicidade de poder recorrer à minha mãe que me socorria nas horas de maior aperto, embora eu, como mãe mais nova, achasse que sabia mais do que ela, que certas atitudes estavam já ultrapassadas, etc, etc. Já tenho netos do meu filho, mas, vivia longe e também era à mãe que a minha nora recorria, mas agora está a minha filha gravida, mora perto e sei que vou ser eu a ter de estar atenta e ajudar o mais ppssivel;já sei, no entanto, que em certas coisas vou estar ultrapassada, que as amigas e a Internet sabem mais do que eu e que vou ter de ter muito cuidado para nāo ultrapassar aquela linha ténue que separa o ajudar do interferir; devemos apoiar, aconselhar, mas não interferir e isso às vezes é difícil; se não pedirem a nossa ajuda, deixá-las com as suas ideias e com o tempo vão aprendendo que afinal as mães já criaram filhos e que têm a experiência a seu favor. Hoje elas investigam tudo, leem os chats de mulheres que acabaram de ter o filho e pensam que é só ter esse conhecimento, mas, sabemos que não é; cada
    criança é uma e na prática as coisas são muito diferentes. Quanto à depressão pós parto, o problema é mais grave e a atenção aí deve ser redobrada; não passei por isso, mas sei que é muito sério e que muitas não se queixam para que não sejam taxadas de " mães de primeira viagem ", como se costuma dizer. Querida amiga, muito obrigada pelo tema, para mim muito oportuno, como sabes. Ainda bem que o recuperaste. Espero que estejam todos bem aí em casa. Um beijinho
    Emilia

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  7. Pois é. Nem tudo são rosas. E quando o são, estas também têm espinhos.
    Bom tema!

    Beijinhos.

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  8. Amiga Olinda, parabéns pela forma simples e clara como abordaste dois temas pertinentes: maternidade e depressão pós-parto.
    Sou mãe de dois filhos e revivi a alegria da gravidez, do nascimento, do primeiro choro, do.. do... do...
    Gerar, criar, educar um filho é uma responsabilidade imensa e uma preocupação permanente. Os pequeninos não trazem "livro de instruções" nem a nossa mãe nos passa a fórmula secreta.
    Fui mãe sem mãe para me apoiar. Separadas por milhares de quilómetros tive de me safar sozinha. Hoje, orgulhosa, constato que fiz um bom trabalho.
    Já a depressão pós-parto, um transtorno emocional que pode ter consequências graves, requer toda a atenção dos familiares da recém-mamã. Sei de um caso (ainda eu vivia em Moçambique) que teve um final horrendo.
    Beijo.

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