A peregrinação de um pensamento,
que dos males fez hábito e costume,
tanto da triste vida me consume,
quanto crece na causa do tormento.
que dos males fez hábito e costume,
tanto da triste vida me consume,
quanto crece na causa do tormento.
Leva
a dor de vencida ao sofrimento;
mas a alma está, de entregue, tão sem lume
que, elevada no bem que haver presume,
não faz caso do mal que está de assento.
mas a alma está, de entregue, tão sem lume
que, elevada no bem que haver presume,
não faz caso do mal que está de assento.
De
longe receei, se me valera,
o perigo que tanto à porta vejo,
quando não acho em mi cousa segura
o perigo que tanto à porta vejo,
quando não acho em mi cousa segura
Mas
já conheço (oh, nunca o conhecera!)
que entendimentos presos do desejo
não têm remédio, mais que o da ventura.
que entendimentos presos do desejo
não têm remédio, mais que o da ventura.
Banco de Poesia
Fernando Pessoa
Excelente poema....
ResponderEliminarCumprimentos
Obrigada, Chana, pela visita.
Eliminar:)
Abraço
Olinda
E o que nos falta Olinda é colocar bandeiras nas janelas,colorir de vemelho e verde os nossos corações mostrando que temos orgulho no nosso país, porque afinal, nós somos a matéria prima deste país e se não tivermos entusiasmo, amor por aquilo que é nosso ele não vai para a frente. Há muita coisa boa a fazer-se por esse Portugal afora e se a alma..." elevada no bem que haver presume,
ResponderEliminarnão faz caso do mal que está de assento". Há males..há dores...há desacertos nos nossos corações e no nosso país, mas há muito bem...muita alegria...muito acerto. Par quê olhar só para o negativo?
Um beijinho, amiga e obrigada pela partilha de tão belo poema
Emília
Querida Emília
EliminarNo meio de escolhos e abrolhos há sempre uma florzinha silvestre a prometer vida e alegria. Eu acredito nisso e faço por encarar as coisas nesta perspectiva.Também gosto de ambientes festivos, de bandeiras desfraldadas, de sorrisos no rosto, de andar de braço dado, de dar um pé de dança, de uma sardinha no pão, de uma boa guitarrada, de valsar ao som de Strauss, enfim amo a vida e tudo o que de bom e genuíno ela nos
oferece. E acredito também que há muita gente boa que se sacrifica e se solidariza pelo seu semelhante, há muita obra feita e a fazer-se...
Estamos em sintonia. :)
Beijinhos
Olinda
Parabenizo por está colocando aos seus leitores uma obra de Camões direcionado e exaltando sua terra. Por isso é que dou valor aos grandes formadores de opinião, eles sempre sabem falar em prosa e versos as coisas essenciais que queremos ler e ouvir.
ResponderEliminarAbraço
Olá, Lucidreira
EliminarDa lírica camoniana constam tantos sonetos maravilhosos, não é?
Há alguns que até fazem parte do nosso imaginário do tempo de estudantes, como, 'Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades...', 'Alma minha gentil que te partiste...','Naquele triste e leda madrugada...', com palavras que aquecem a alma.
Gostei dessa sua abordagem, os prosadores e poetas são realmente formadores de opinião, questionando e colocando o foco no lado emergente da vida.
Abraço
Olinda
Por vezes esquecemo-nos de tão perfeito modo de "fazer" poesia. Esquecemo-nos de quão são imperfeitos os caminhos da "Viagem".
ResponderEliminarUm belo espaço para repousar, aqui!
L.B.
Olá, Lídia
EliminarObrigada pela sua presença e pelas suas palavras de apreço. E tem razão, este é, na verdade, um modo perfeitíssimo de nos fazermos acompanhar nesta nossa viagem, lendo e assimilando as composições poéticas de um mestre.
Bj
Olinda
Atrasada em relação ao dia, hoje prefiro lembrar outro grande português. Santo António de Lisboa.
ResponderEliminarUm abraço
Cara Elvira
EliminarSanto António de Lisboa ou de Pádua? :)) Para nós é sempre de Lisboa, não é mesmo? Santo António casamenteiro e das Marchas Populares... Gosto desta sua faceta. :)
Bj
Olinda
Magnífica escolha poética.
ResponderEliminarBeijo, querida amiga.
Caro Nilson
EliminarÉ um prazer ver-te por aqui.
Obrigada pelas tuas palavras.
Abraço
Olinda