Até amanhã
Sei agora como nasceu a alegria,
como nasce o vento entre barcos de papel,
como nasce a água ou o amor
quando a juventude não é uma lágrima.
É primeiro só um rumor de espuma
à roda do corpo que desperta,
sílaba espessa, beijo acumulado,
amanhecer de pássaros no sangue.
É subitamente um grito,
um grito apertado nos dentes,
galope de cavalos num horizonte
onde o mar é diurno e sem palavras.
Falei de tudo quanto amei.
De coisas que te dou
para que tu as ames comigo:
a juventude, o vento e as areias.
Eugénio de Andrade,
in "Até amanhã"
Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas (1923 - 2005) foi um poeta português. Tem uma biblioteca com o seu nome no Fundão.
Recebeu inúmeras distinções, entre as quais o Prémio da Associação Internacional de Críticos Literários (1986), Prémio D. Dinis da Fundação Casa de Mateus (1988), Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (1989) e Prémio Camões (2001). A 8 de Julho de 1982 foi feito Grande-Oficial da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico e a 4 de Fevereiro de 1989 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito. aqui
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Um poema e uma canção fascinante.
ResponderEliminarSorrisos poéticos e cantantes.
Megy Maia
Boa noite serena, querida amiga Olinda!
ResponderEliminarA alegria nasce como nasce o Amor.
Achei isso lindo e verdadeiro.
Também me encantaram três outros versos:
"Falei de tudo quanto amei.
De coisas que te dou
para que tu as ames comigo".
Os poetas consagrados sabem o que dizem do Amor e nós atestamos a veracidade das suas afirmações...
A cada dia, o Amor vai se expandindo e se formando nesta Temporada linda que você idealizou, amiga.
Tenha um dia abençoado e feliz!
Até amanhã, querida!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e vem
Eugénio de Andrade descobriu o amor a a alegria e permite-nos saborear a descoberta.
ResponderEliminarOs poemas pertencem-nos. É uma herança fabulosa.
Beijos, minha amiga.
Ler Eugénio de Andrade é saber como nasceu a alegria de escrever e de ler poemas assim… Até comove de tão belo, este poema.
ResponderEliminarUm grande beijo, minha Amiga Olinda.
Não conhecia este poema...
ResponderEliminarGostei de o ler e encontrar nesta comemoração...
Dias românticos e amorosos...
Beijinhos sorridentes
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