terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Sei como nasceu a alegria





Até amanhã

Sei agora como nasceu a alegria,
como nasce o vento entre barcos de papel,
como nasce a água ou o amor
quando a juventude não é uma lágrima.

É primeiro só um rumor de espuma
à roda do corpo que desperta,
sílaba espessa, beijo acumulado,
amanhecer de pássaros no sangue.

É subitamente um grito,
um grito apertado nos dentes,
galope de cavalos num horizonte
onde o mar é diurno e sem palavras.

Falei de tudo quanto amei.
De coisas que te dou
para que tu as ames comigo:
a juventude, o vento e as areias.

Eugénio de Andrade,

in "Até amanhã" 


Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas (1923 - 2005) foi um poeta português. Tem uma biblioteca com o seu nome no Fundão.



Recebeu inúmeras distinções, entre as quais o Prémio da Associação Internacional de Críticos Literários (1986), Prémio D. Dinis da Fundação Casa de Mateus (1988), Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (1989) e Prémio Camões (2001). A 8 de Julho de 1982 foi feito Grande-Oficial da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico e a 4 de Fevereiro de 1989 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito. aqui


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Poema de aqui
Imagem de aqui

Quinzena do amor
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5 comentários:

  1. Um poema e uma canção fascinante.
    Sorrisos poéticos e cantantes.
    Megy Maia

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  2. Boa noite serena, querida amiga Olinda!
    A alegria nasce como nasce o Amor.
    Achei isso lindo e verdadeiro.
    Também me encantaram três outros versos:

    "Falei de tudo quanto amei.
    De coisas que te dou
    para que tu as ames comigo".

    Os poetas consagrados sabem o que dizem do Amor e nós atestamos a veracidade das suas afirmações...
    A cada dia, o Amor vai se expandindo e se formando nesta Temporada linda que você idealizou, amiga.
    Tenha um dia abençoado e feliz!
    Até amanhã, querida!
    Bjm carinhoso e fraterno de paz e vem

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  3. Eugénio de Andrade descobriu o amor a a alegria e permite-nos saborear a descoberta.
    Os poemas pertencem-nos. É uma herança fabulosa.

    Beijos, minha amiga.

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  4. Ler Eugénio de Andrade é saber como nasceu a alegria de escrever e de ler poemas assim… Até comove de tão belo, este poema.
    Um grande beijo, minha Amiga Olinda.

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  5. Não conhecia este poema...
    Gostei de o ler e encontrar nesta comemoração...

    Dias românticos e amorosos...
    Beijinhos sorridentes
    ~~~~~

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