quarta-feira, 10 de julho de 2019

Guilherme de Almeida - o "Príncipe dos Poetas" - IX

NÓS





Fico - deixas-me velho. Moça e bela,
partes. Estes gerânios encarnados,
que na janela vivem debruçados,
vão morrer debruçados na janela.

E o piano, o teu canário tagarela,
a lâmpada, o divã, os cortinados:
- "Que é feito dela?" - indagarão - coitados!
E os amigos dirão: - "Que é feito dela?"

Parte! E se, olhando atrás, da extrema curva
da estrada, vires, esbatida e turva,
tremer a alvura dos cabelos meus;

irás pensando, pelo teu caminho,
que essa pobre cabeça de velhinho
é um lenço branco que te diz adeus!


    (1890-1969)


A publicação do livro de poesias Nós (1917), iniciando sua carreira literária, e dos que se seguiram, até 1922, de inspiração romântica, colocou-o entre os maiores líricos brasileiros. Em 1922, participou da Semana de Arte Moderna, fundando depois a revista Klaxon. Percorreu o Brasil, difundindo as idéias da renovação artística e literária, através de conferências e artigos, adotando a linha nacionalista do Modernismo, segundo a tese de que a poesia brasileira “deve ser de exportação e não de importação”. Os seus livros Meu e Raça (1925) exprimem essa orientação fiel à temática brasileira. aqui





Holambra - Festa das flores

Veja: 
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Poema - daqui
Imagem - daqui

1 comentário:

  1. Boa noite de paz, querida amiga Olinda!
    Muito linda a imagem!
    O poema e belo. Nao o conhecia.
    Sempre prima pelo bom gosto em suas postagens.
    Muito obrigada pelo seu carinho em meus carinhoso. Muito me alegra e me faz crescer, amiga
    Tenha dias felizes!
    Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem

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