quinta-feira, 11 de julho de 2019

Guilherme de Almeida - o "Príncipe dos Poetas" - X

Quando as folhas caírem nos caminhos




Quando as folhas caírem nos caminhos,
ao sentimentalismo do sol poente,
nós dois iremos vagarosamente,
de braços dados, como dois velhinhos...

E que dirá de nós toda essa gente,
quando passarmos mudos e juntinhos?
-" Como se amaram esses coitadinhos!
Como ela vai, como ele vai contente!"

E por onde eu passar e tu passares,
hão de seguir-nos todos os olhares
e debruçar-se as flores nos barrancos...

E por nós, na tristeza do sol posto,
hão de falar as rugas do meu rosto...
Hão de falar os teus cabelos brancos...



Guilherme de Almeida
     (1890-1969)



Casa Guilherme de Almeida
Guilherme de Almeida mudou-se para o local em 1946, um sobrado na rua Macapá, no Pacaembu, em São Paulo. Era chamado carinhosamente por ele como a "Casa da Colina" . E ele a descreveu: "A casa na colina é clara e nova. A estrada sobe, pára, olha um instante e desce". Nela, o poeta viveu até 1969 e nela faleceu. Lá, os saraus eram bem animados, como lembra o poeta Paulo Bomfim. Também estavam sempre presentes os amigos Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Victor Brecheret, Noemia Mourão, René Thiollier, Saulo Ramos, Roberto Simonsen, Carlos Pinto Alves e tantos outros.
A casa, em 1979, tornou-se o Museu Casa Guilherme de Almeida, pertencente à Secretaria de Estado da Cultura do Governo do Estado de São Paulo, tendo sido "tombado como museu biográfico e literário" pelo Conpresp, em maio de 2009. O museu conta com importante acervo de obras de arte: quadros de Di Cavalcanti, Lasar Segall e Anita Malfatti, as primeiras edições dos livros do poeta, entre seis mil volumes no total, além de mobiliário, peças pessoais e relíquias da Revolução de 1932. aqui




Nós IV - Interpretação de Fernando Bezerra


Veja:
Post  IIIIIIIVVVIVIIVIII, IX


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Poema - aqui
Agradecimentos ao "nothingandall..."

3 comentários:

  1. Belo poema ao Amor para lá do tempo!

    Abraço

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  2. E ficou, na casa da colina onde comecaram a aparecer as primeitas rugas, os cabelos brancos da sua amada, onde com certeza foi muito feliz com tantos amigos sempre reunidos e, como seria o seu desejo, nessa casa, " clara e nova, despediu-se da vida. Conservaram-lhe a casa e nela toda a sua história, mostrando assim a gratidão que tinham por um Grande Senhor que muito fez pela cultura brasileira.Nem sempre acontece este reconhecimento, mas ainda bem que neste caso foi diferente. Fechaste com chave de ouro esta homenagem que me enriqueceu bastante. Muito bonito este poema. Obrigada, querida Amiga! Deixo-te um abraço grande e com ele, a minha sincera amizade
    Emilia

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  3. Beautiful.
    www.rsrue.blogspot.com

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