Éramos eu e tu
Dentro de mim
Centenas de fantasmas compunham o espectáculo
E o medo
Todo o medo do mundo em câmara lenta nos meus olhos.
Mãos agarradas
Pulsos acariciados
Um afago nas faces.
Éramos tu e eu
Dentro de nós
Suores inundavam os olhos
Alagavam lençóis
Corriam para o mar.
As unhas revoltam-se e ferem a carne que as abriga.
Éramos tu e eu
Dentro de nós.
As contracções cada vez mais rápidas
O descontrolo
A emoção
A ciência atenta
O oxigénio
A mão amiga
De repente a grande urgência
A Hora
A Violência
Éramos nós libertando-nos de nós.
É nossa a dor.
São nossos o sangue e as águas
O grito é nosso
A vida é tua
O filho é meu.
Os lábios esquecem o riso
Os olhos a luz
O corpo a dor.
A exaustão total
O correr do pano
O fim do parto.
E o milagre mais uma vez acontece.
O maior amor do mundo.
Violeta Parra
Gracias a la vida
***
Nota: amanhã teremos a publicação de dois poemas.
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Poema: Site de António Miranda
Dina Salústio (1957), pseudónimo adoptado por Bernardina de Oliveira Salústio, é uma antiga jornalista, professora e premiada escritora cabo-verdiana.Considerada a primeira mulher a escrever um romance em Cabo Verde e é membro fundador da Academia Cabo-verdiana de Letras. Foi por duas vezes distinguida pelo Governo de Cabo Verde, primeiro com a Medalha de Mérito Cultural e depois com a 1ª Classe da Medalha do Vulcão. aqui
Olá, querida amiga Olinda!
ResponderEliminarQue vídeo lindo, não há como esquecer e ficar indiferente!
Hoje é a vez do Amor que não abandona: o maternal. Com raras exceções, é o eterno amor.
O discorrer do parto... O nascimento... A vida que se inicia até o céu ou à outra vida. Não terá fim o Amor de mãe ou matricial como prefiro chamar pois não se restringe só a uma mulher no feminino.
Em meu caso, foi meu pai que me ensinou o amor maternal.
Lindo poema que não conhecia!
Tenha um domingo de Carnaval abençoado!
Beihinhos com carinho
Querida Rosélia
EliminarEsta canção é muito bonita, da autoria de Violeta Parra e interpretada por ela neste video. Mercedes Sosa também a canta, com uma força diferente.
Sim, dia do amor de mãe aqui "no Xaile de Seda", um amor eterno. Sabemos que nem sempre isso acontece, que há desvios muito graves. Muitos exemplos disso existem o que nos entristece...
O seu pai soube dar-lhe todo o amor de que precisou. E ainda bem. Um homem fantástico.
Muito obrigada, minha amiga.
Beijinhos
Olinda
Que dizer da difícil tarefa de fazer um poema do maior acto de amor do mundo mas que envolve tanto sofrimento e quiçá transtorno emocional ? Mas o Poeta sabe transformar a dor nos sonhos por que luta e transmitir a beleza do seu Eu .
ResponderEliminarLindo demais e “ Gracias a la vida “!
Parabéns, querida Olinda 😘
Querida Manuela
Eliminar"Gracias a la vida", sempre que uma vida irrompe por este mundo, trazendo promessas várias...O novo ser, ao nascer, envolve a mãe nesse trabalho imenso, nesse desbravar de caminhos.
E concordo consigo, "o Poeta sabe transformar a dor nos sonhos por que luta e transmitir a beleza do seu Eu "
Muito obrigada.
Beijinhos
Olinda
Esse amor é mesmo lindo e a poesia encantadora! Muito bom! Ótimo domingo! beijos, chica
ResponderEliminarOlá, Chica
EliminarSendo a "Quinzena do Amor" abrangente, lembrei-me de trazer um poema que focasse esse amor.
Muito obrigada, amiga.
Beijinhos
Olinda
Num mundo marcado pela crueldade e violência celebrar a vida é sempre um ato de amor.
ResponderEliminarAbraço de amizade.
Juvenal Nunes
Olá, Juvenal
EliminarA violência e a crueldade campeiam sem limites.
A vida parece não ter valor algum.
Celebrá-la é preciso.
Abraço
Olinda
Um poema de grande qualidade e um apontamento musical de uma intérprete carismática.
ResponderEliminarUm abraço.
Poema de uma força imensa.
EliminarE a música também dá aqui um grande contributo.
Um abraço
Olinda
Ainda recordo essa sensação gloriosa de dar à luz, de passar da dor ao riso, logo a seguir!
ResponderEliminarGosto muito desta música!
Abraço
Passar da dor ao riso. É essa a sensação que nos invade...
EliminarAbraço
Olinda
Amiga Olinda,
ResponderEliminarO amor mais incondicional da vida é o amor de uma mãe pelos filhos.
A mulher é muito mais do que a genitora de sua prole, pois, mesmo que uma mulher também trabalhe fora de casa (porque, em casa, os serviços nunca acabam), quando chega em em seu lar, na presença dos filhos, só ela pode ser e compreender este amor materno.
Um carinhoso abraço e boa semana!!!
Olá, Douglas
EliminarO seu comentário traz-nos palavras preciosas em relação a este poema e ao tema. Um amor imenso que começa no ventre e vai pela vida toda.
E como bem diz, o trabalho não acaba, é uma dedicação constante.
Um grande abraço, meu amigo.
Boa semana.
Olinda
Boa tarde Olinda,
ResponderEliminarUm poema de amor maternal, muito intenso e tão real, que muito me emocionou e me fez retornar muitos anos atrás e que recordo como se fosse hoje. Lindíssimo.
Música em sintonia. Adorei.
Beijinhos e grata por tão belos momentos que me tem proporcionado.
Beijinhos,
Emília
Cara Ailime
EliminarNós que fomos bafejadas pelo dom da maternidade compreendemos esse grito de dor e de felicidade que esse poema encerra.
Muito obrigada pelas suas palavras, minha amiga.
Beijinhos
Olinda